sexta-feira, 18 de maio de 2018

Renova Centro promove evento de entrega do Prêmio Dom Quixote a pessoas que fazem diferença no Centro


O movimento Renova Centro promove no dia 26 de maio, sábado, a entrega do Prêmio Dom Quixote, às 9 horas, criado para homenagear pessoas que fazem a diferença no Centro de São Paulo.

Neste ano, os homenageados são: o chef Olivier Anquier, a arquiteta e urbanista Regina Monteiro, o funcionário municipal Sebastião Alves (o Nézio) e o arquiteto e funcionário da Secretaria Municipal de Cultura Walter Pires.

Há 13 anos, a comunidade do Centro, representada pelo Renova Centro, vem homenageando, anualmente, os profissionais que ajudam a tornar melhor e mais acolhedora a região central da cidade por meio de sua atuação cidadã. O troféu Dom Quixote, criado há três anos, é uma estatueta de bronze, confeccionada a partir de material reciclado.

Os homenageados
Olivier Anquier (foto 1) - Empresário de sucesso que consolidou sua opção pelo Centro, com a inauguração de dois importantes estabelecimentos comerciais no emblemático Edifício Esther, localizado na Praça da República: o restaurante Esther Rooftop e a padaria Mundo Pão de Olivier, respectivamente inaugurados em agosto de 2016 e junho de 2017.

Regina Monteiro (foto 2) – Conhecida como "mãe” da Lei Cidade Limpa que devolveu aos paulistanos o direito de ter uma visão agradável da paisagem urbana, com calçadas limpas e sem poluição visual, retomando o acesso às fachadas que construíram a história da arquitetura de São Paulo. Cidadã paulistana que continua trabalhando pela efetividade da Lei 14.223/06, em vigor desde 1º de janeiro de 2007.

Sebastião Alves – É funcionário municipal, há 41 anos. Entre as várias funções que exerceu ao longo desse período, nos últimos anos é responsável em verificar, diariamente, os motores do lago da Praça da República e fazer a limpeza de suas águas - função que desempenha diligentemente com bom humor.

Walter Pires - Arquiteto formado pela FAU/USP e funcionário de carreira da Secretaria Municipal de Cultura, ex-diretor do Departamento do Patrimônio Histórico de São Paulo (DPH/SP). Profissional respeitado em todos os organismos públicos e instituições privadas que atuam na preservação e recuperação do patrimônio histórico da cidade.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Texto denso e poético de Sérgio Roveri, À Espera, estreia com direção de Hugo Coelho

Fotos: Heloísa Bortz
Com direção de Hugo Coelho, o espetáculo À Espera, de Sérgio Roveri, estreia no dia 8 de junho, sexta-feira, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, às 20h. A pré-estreia para convidados acontece no dia anterior (7/6, às 20h).

Com elenco formado por Ella Bellissoni, Jean Dandrah e Regina Maria Remencius, a história traz três personagens que podem estar em qualquer lugar, em qualquer tempo: duas mulheres, sem nenhum tipo de memória acordam todos os dias na mesma hora, à espera de algo – até que um dia recebem a visita inesperada de um homem que veio comemorar um aniversário.

A ação acontece no despertar do que deveria ser um sono profundo: Uma (Remencius) e Outra (Bellissoni) se deparam com o sol que insiste em nascer todos os dias, numa indecifrável realidade. Uma é a mais velha. Não anda, vive na cadeira de rodas, não dorme nunca, não sonha e gosta de falar. À noite, conta os pingos que caem de uma torneira e, durante o dia, ocupa-se ouvindo relatos dos sonhos de Outra. Uma não tem memória, nem lembrança do passado. Outra é jovem e cuida de Uma. Sente medo. Dorme, sonha e inventa sonhos para entreter Uma. Ela também não tem memória de quem foi. Ambas não sabem como foram parar ali e esperam que um dia haja explicação para tamanha espera.

Ele (Dandrah) chega sem avisar para uma festa de aniversário, trazendo duas garrafas de bebida, a promessa de um bolo e algumas histórias. Ele conta que em uma festa já foi capaz de cantar 137 vezes uma mesma canção. Logo após sua chegada, Outra aproveita para sair e conhecer o mundo lá fora, e volta com algumas respostas.

Sérgio Roveri diz que o texto, escrito há cerca de dois anos, foi inspirado em uma imagem do juízo final que sempre o perseguiu, desde criança. “Como seria acordar em um (não) lugar apocalíptico e nada acontecer? Embora não saibam exatamente o que estão fazendo ali, os personagens têm as mesmas inquietações, têm a consciência de que haja algum propósito. Estariam aguardando o tal dia do juízo final?”. Ele explica ainda que, nessa espera atemporal, o que os une talvez seja a esperança. “Eles podem representar o fim, mas nada impede que seja também um início. Ainda que o juízo final seja um conceito muito ligado à religião, não é esta particularidade que o texto aborda, completa o autor”.

Ao contrário do que seria um espetáculo realista, À Espera coloca o espectador diante da intrigante historia dessas personagens que se encontram em lugar e tempo indefinidos. “Apesar de não terem qualquer pista que as remetam a alguma ideia de tempo e identidade, essas mulheres não se desesperam”, diz Bellissoni. “Ao levar uma existência misteriosamente rotineira, acreditam que algo maior está por acontecer, que alguma coisa pode alterar ou mesmo dar um sentido a um cotidiano tão vazio. Não é uma espera por acomodação. Não tem outra possibilidade”, diz Remencius.

Embora se encontrem em uma situação de contornos extremados, os três personagens podem ser uma metáfora do ser humano diante do risco, do perigo, do desconhecido e, principalmente, diante da necessidade de reconstrução. Abordando a impossibilidade de entendimento da vida, do significado da nossa existência, a peça questiona dois caminhos possíveis, o da desistência ou da possibilidade de enfrentá-la. Para o diretor Hugo Coelho, “À Espera é um texto que induz à reflexão. Não reafirma certezas, propõe questionamentos sobre nossos posicionamentos diante da vida, fazendo do teatro um espaço de reflexão crítica sobre a realidade. A falta de memória - dos personagens assim como da nossa história - nos impossibilita de construirmos uma identidade e decidirmos o nosso destino”.

Sobre a encenação, Sérgio Roveri diz que sua expectativa é estética: ver no palco o olhar do diretor e dos atores para algo que ele, talvez, nem enxergasse ao escrever a peça. “O que me surpreende sempre é a expansão do entendimento”, afirma ele. “À Espera pretende ser um espelho por vezes poético, por vezes trágico, por vezes comovente de um mundo onde aflição e conformismo travam um debate eterno”, finaliza o autor.

A encenação

Segundo o diretor, Sérgio Roveri escreve um drama fantástico que também pode ser uma tragédia contemporânea. “E, por requinte, ele compõe seu texto nos moldes clássicos, com unidade de lugar, tempo e ação. Paradoxalmente, desconstrói a tragédia clássica nos provocando a questionar o lugar, o tempo e a ação da peça, onde passado, presente e futuro se entrelaçam numa desconexa realidade. Roveri tem uma densidade poética que eu espero alcançar: traduzir sua poesia de forma cênica”.

Hugo Coelho comenta que os três personagens vivendo em um cenário pós-apocalíptico, esperando por algo que não se sabe o quê, possibilita múltiplas interpretações. “O texto nos desafia a não identificar onde se passa a ação. Esse cenário poderia ser mera representação dos lares modernos, dentro dos quais as pessoas se enclausuram com medo do diferente, do outro, do que está do lado de fora”. 

O diretor explica que a ação da peça se constitui pela palavra, pela força do ator. A clareza das falas, a densidade, o ritmo e o fluxo são fundamentais para o entendimento do espetáculo. “Esta é a celebração de um ato teatral intenso, uma experiência forte. O texto traz questões filosóficas numa situação em que estamos perdidos em um mar de possibilidades”, reflete. “À Espera também tem humor. Seus diálogos são vibrantes, seus personagens pulsam, sua ironia e desespero são cotidianos e prosaicos. A nossa tragédia é estarmos diante do tempo e procurar entender o significado da existência. Estamos à espera de dias melhores, de uma sociedade mais justa e menos violenta onde a alegria e a vontade de viver sejam possíveis”, completa.

A ambientação não é realista, é uma instalação cenográfica (de David Schumaker) feita de tecidos em tons de branco, dispostos em simetrias e assimetrias geométricas e simbólicas para que todos os universos sejam possíveis. “Pode ser uma casa ou o mundo interno de cada um”, explica Hugo. O figurino (de Adriana Vaz Ramos) também escapa à configuração realista para pessoas que não sabemos quem são nem o que representam. “Tipificar os personagens seria reduzi-los, estreitar as possibilidades de leitura que eles oferecem”, argumenta o diretor. Os figurinos trazem tons de cinza com predominância de brancos, tão difusos como o espaço e a condição de vida de Uma, Outra e Ele.

A iluminação (Fran Barros) explora as muitas possibilidades que o cenário permite, desde o foco fechado no rosto dos atores para realçar a palavra, passando pelo amarelo intenso do nascer do sol que invade “a casa” todas as manhãs, até o preenchimento do ambiente fazendo uso de cores, alternando e enfatizando os climas das cenas. E a trilha sonora (Ricardo Severo), originalmente composta, descreve o clima, o vazio, a incerteza e pontua a repetição dos dias. Ora comenta, ora pontua, ora acentua a ação dramática.

Uma não pode andar. Ironicamente, seus sapatos que trazem as marcas de outro tempo, ganham a cena. É nos sapatos que estão impressas as memórias que ela não consegue lembrar. O público, então, é convidado a tirar seus sapatos para compor a instalação. E, no transcorrer do espetáculo, suas memórias, através dos sapatos iluminados na cena, podem dialogar com o texto e com a encenação de forma mais próxima e sensível, para além da fruição intelectual que muitas vezes o teatro propicia.

Ficha técnica / Serviço

Texto: Sergio Roveri
Direção: Hugo Coelho
Elenco: Ella Bellissoni, Jean Dandrah e Regina Maria Remencius
Cenário: David Schumaker
Iluminação: Fran Barros
Design de aparência de atores: Adriana Vaz Ramos
Música original, produção musical e desenho de som: Ricardo Severo e Rafael Thomazini
Assistência de direção: Fernanda Lorenzoni e Larissa Matheus
Direção de produção: Fernanda Moura
Produção: Palimpsesto Produções Artísticas
Assistência de produção: Fernanda Ramos
Fotos: Heloísa Bortz
Identidade visual: Denise Bacellar
Mídias sociais: Verá Papini
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Realização: Ella Bellissoni, RMR Produção Artística e Núcleo 137

Sinopse - Duas mulheres acordadas do que deveria ser um sono profundo se deparam com o sol que insiste em nascer, todos os dias, na mesma hora numa indecifrável realidade. Elas recebem a visita inesperada de um homem para uma festa de aniversário. Embora não saibam exatamente o que estão fazendo naquele lugar, os personagens têm consciência de que estão ali por algum propósito.

Espetáculo: À Espera
Pré-estreia: 7 de junho. Quinta, às 20h
Estreia: 8 de junho. Sexta, às 20h
Temporada: 8 de junho a 21 de julho 
Horários: Quintas e sextas (às 20h) e sábados (18h)
Ingressos: Grátis - Retirar com 1h de antecedência.
Classificação: de 14 anos. Gênero: Drama. Duração: 60 min.

Oficina Cultural Oswald de Andrade (Sala 7)
Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro - São Paulo/SP
Tel: (11) 3221­5558. Capacidade: 30 lugares.
Acessibilidade. Café. Não possui estacionamento.
http://www.oficinasculturais.org.br/oswald-de-andrade 


Assessoria de imprensa: VERBENA Comunicação
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 - verbena@verbena.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Rodas de Conversa no Teatro do Incêndio convida Orgulho Caipira, Katuá de Carimbó, Samba de Bumbo, Fandango de Tamanco e Moçambique de Bastão

Orgulho Caipira

O Teatro do Incêndio promove, entre os dias 11 de maio e 8 de junho, cinco encontros sobre cultura popular, finalizando a programação das Rodas de Conversa - A Gente Submersa, sempre às sextas-feiras, às 20 horas, com entrada franca.

No dia 11 de maio, o grupo Orgulho Caipira (de Lagoinha/SP), comandado pelo mestre Amarildo, um grande caipira festeiro, mostra as tradicionais modas de viola na dança do sabão e dança do caranguejo, além dos causos caipiras. Na sequência (18 de maio), o Grupo de Pau e Corda Kuatá de Carimbó, integrante do Movimento de Carimbó do Oeste do Pará dá uma pequena mostra do carimbó tradicional. Já no dia 25 de maio, o Fandango de Tamanco de Ribeirão Grande, composto só por homens, mostra como se dança usando tamanco de madeira, especial para produzir uma contagiante sonoridade.

As duas últimas Rodas de Conversa acontecem nos dias 1º e 8 de junho, respectivamente, com o grupo Moçambique Cambaiá (de São Benedito de Cruzeiro/SP), liderado pelo mestre Silvio Antônio, que apresenta vivência sobre o Moçambique de Bastão; e com o Samba de Bumbo do Cururuquara, formado por descendentes de escravos que habitavam o bairro Cururuquara, em Santana de Parnaíba.

As Rodas de Conversa - A Gente Submersa vem reunindo, desde março de 2017, mestres da cultura popular e comunidades tradicionais do estado de São Paulo em bate-papos seguidos por vivências (breves apresentações das manifestações).

Rodas de Conversa - A Gente Submersa

O projeto A Gente Submersa foi contemplado pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em comemoração aos 21 anos da Cia. Teatro do Incêndio. A programação das Rodas de Conversa – que teve início em 2018 - prima pela diversidade saberes e fazeres tradicionais. São vivências com temas ligados à dança, música, religiosidade, dialeto e culinária. O projeto quer mostrar que as raízes da cultura brasileira se manifestam em grupos que resistem e mantém viva a nossa história.

Em parceria com a Comissão Paulista de Folclore, que ao longo de 67 anos vem mapeando, fomentando e salvaguardando as manifestações culturais tradicionais e os patrimônios culturais imateriais, o Teatro do Incêndio torna-se o terreiro, o quintal para esses encontros de artistas, públicos e griôs. Esta iniciativa vem de encontro à verticalização da busca de raízes brasileiras pelo Teatro do Incêndio que apontou caminhos necessários de aprimoramento e investigação, ações vitais para o presente do coletivo. Esses encontros com a cultura popular fazem parte da pesquisa para montagem dos espetáculos Rebelião – O Coro de Todos os Santos (que estreou em janeiro de 2018) e A Rainha Enterrada (nome provisório, que estreia em agosto deste ano).

Programação

11 de maio – Orgulho Caipira
Tema: Causos e Modas de Viola

Com nome autoexplicativo, o Orgulho Caipira é oriundo de Lagoinha, interior de São Paulo. Fundado por Amarildo Pereira Marcos, há 17 anos, seu objetivo é festejar e preservar a cultura da roça, compartilhando cantorias e danças de tradições como Folia de Reis, Catira e Festa do Divino Espírito Santo. O grupo tem a nobre missão de afirmar a cultura caipira como um importante bem cultural brasileiro. A formação musical do Orgulho Caipira tem violão, viola, sanfona, contrabaixo e percussão, além de participação dos dançarinos com as tradicionais roupas coloridas das festas caipiras. Nesta roda de conversa, o mestre Amarildo - que é conhecido em todo Vale do Paraíba como um grande caipira festeiro - vai prosear, falar dos causos e tocar viola, mostrando as tradicionais modas ‘dança do sabão’ e ‘dança do caranguejo’.

18 de maio - Pau e Corda Kuatá de Carimbó
Tema: Carimbó Tradicional

O grupo de Pau e Corda Kuatá de Carimbó, integrante do Movimento de Carimbó do Oeste do Pará - que fez parte da luta pelo reconhecimento do Carimbó como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo IPHAN em 2014 – faz o pré-lançamento de seu primeiro EP com três músicas. Criado em 2010, na Vila de Alter do Chão (PA), coração da Amazônia, o Kuatá faz um carimbó tradicional e tem como referência os Mestres Verequete, Lucindo, Chico Braga, Chico Malta e Grupo Espanta-Cão. Acompanhados pelos dançarinos Sandra e Hinho Moreno, os integrantes do Kuatá mostram músicas autorais e clássicos do carimbó que ganham versão em pau e corda. O grupo mostra também os ritmos curimbó e marambiré, tradicionais da Festa do Çairé, na Vila de Alter do Chão.

25 de maio - Fandango de Tamanco de Ribeirão Grande
Tema: Fandango de Tamanco

Existem vários tipos de fandangos: de chinela, tropeiro, catira e cateretê, entre outros. O Fandango de Tamanco de Ribeirão Grande é uma importante tradição existente no Brasil, cuja dança é executada usando tamancos de madeira, especialmente para emitir uma rica e contagiante sonoridade. O termo fandango designa uma série de danças populares. No encerramento de mutirões, em festas e outras ocasiões em todo o Brasil, executam-se as mais variadas danças. Essa modalidade - de tamanco - é dançada só por homens, com seus sapateados e palmeados. É a versão masculina do fandango. Sem os bailados, entremeando os fortes sapateados e palmeados com os queromanas, as modas relatam aspectos da vida rural, com possibilidades para improvisos. O acompanhamento se dá com pé-de-bode (sanfona de oito baixos) e/ou violas.

1º de junho – Moçambique de Cambaiá
Tema: Maçambique de Bastão

O mestre Silvio Antônio, do Moçambique Cambaiá, fala sobre sua tradicional arte e comanda roda de conversa sobre o Maçambique de Bastão. Formado em 1998, o grupo Cambaiá pode ser considerado a segunda formação da antiga Companhia de Moçambique de São Benedito de Cruzeiro, Vale do Paraíba, datada de 1947. Silvio Antônio de Oliveira é o atual líder, sendo a segunda geração no comando, iniciada por seu pai José Alves de Oliveira. A dança do moçambique é uma dança tradicional folclórica de caráter religioso, muito presente no Vale do Paraíba. Apresenta-se por meio de coreografias realizadas com manejo de bastão e figurações de simulação guerreira. O grupo atual conta com cerca de 20 componentes, distribuídos nos papéis tradicionais: mestre, contramestre, soldado, cacheiro, rainha e meirio. É uma manifestação tipicamente percussiva. Ao ritmo das caixinhas – o sambado, a marcha - os dançarinos fazem manejos sincronizados dos bastões nos entrechoques. E e o tinir dos guizos ou paiás, presos às pernas dos dançantes, dão um som característico ao bailado.

8 de junho - Samba de Bumbo do Cururuquara
Tema: Samba de Bumbo

O grupo de Samba de Bumbo do Cururuquara é formado pelos descendentes de escravos que habitavam o bairro Cururuquara, localizado a 15 quilômetros do centro de Santana de Parnaíba (SP). De acordo com estudiosos dessa cultura, o samba de bumbo ou samba rural paulista nasceu nas fazendas cafeeiras do Vale do Paraíba e do Oeste Paulista e foi levado para Santana de Parnaíba, que fica a 35 km da capital paulista, pelos negros que migraram para essa região. Em Santana de Parnaíba, a notícia mais longínqua que se tem do samba de bumbo é, de acordo com a memória oral, a festa realizada para comemorar a abolição da escravidão, em 1888. Nesta ocasião, os negros reuniram-se na Capela de Santa Cruz, no bairro do Cururuquara, atual capela menor de São Benedito, e ali ficaram por quatro dias tocando o samba de bumbo, comemorando a liberdade e uma doação de terras que receberam de um fazendeiro. Na mesma ocasião, os libertos plantaram oito palmeiras, das quais  quatro ainda se encontram no local, dando-lhe o nome de Largo das Palmeiras. Esta festa acontece anualmente no bairro. Há alguns anos, esses descendentes perderam suas terras e foram obrigados a deixar o bairro, mas todo ano voltam à Capela dos Escravos para louvar a São Benedito comemorando a libertação.

Serviço

Rodas de Conversa / Vivência: A Gente Submersa
Horários: Sextas-feiras, às 20 horas
11 de maio - Orgulho Caipira
18 de maio - Grupo de Pau e Corda Kuatá de Carimbó
25 de maio - Fandango de Tamanco de Ribeirão Grande
1º de junho - Moçambique de Cambaiá
8 de junho - Samba de Bumbo do Cururuquara

Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista/SP. Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561
Entrada franca (não há necessidade de retirar ingresso).
Duração: 2h. Capacidade: 90 lugares.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Teatro do Incêndio promove encontro com Bruno Magnata e os SambaRocker’s


Dando continuidade às Rodas de Conversas - A Gente Submersa, o Teatro do Incêndio promove no dia 4 de maio (sexta, às 20h) uma vivência compartilhada sobre a tradição do samba-rock.

Participam do evento o mestre Bruno Magnata e sua ‘família’ de  SambaRocker’s - representantes das comunidades populares desse estilo que revelam suas tradições por meio de seu bailado. A entrada é franca.

A tradição familiar desta dança urbana, hoje reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cultura Paulista, vai das casas para as festas e das festas para rua. Esta manifestação – surgida no final dos anos 50 e início dos 60 - ganhou espaço na cidade de São Paulo trazendo a tradição familiar para os bailes, discotecas e festivais sem perder suas características originais. O samba-rock expressa na música e na dança a resistência paulista da cultura negra nacional que sobrevive ao preconceito e à exclusão.

Na impossibilidade de se contratar uma orquestra, estes bailes foram pioneiros na introdução da figura do discotecário, personagem que se tornaria o DJ, tendo papel fundamental na história da música popular mundial, a exemplo do discotecário Seu Oswaldo que figura entre os primeiros DJ’s. Foi no espaço ritualístico dos bailes que surgiram os movimentos do samba-rock, esse estilo único de dança de salão, praticado na capital paulista há várias gerações, que passa de pai para filho e está presente em casas noturnas, clubes e centros culturais, entre outros, tanto nas regiões centrais como nas periferias da cidade.

Dentro desse contexto é possível reconhecer a origem do samba-rock como dança. Atualmente, é reconhecido também como um estilo musical, a partir do surgimento de músicos e bandas com um som genuíno. No início não havia um estilo musical propriamente chamado samba-rock. Nos bailes se ouvia (e ainda se ouve) samba, bossa nova, jazz, swing, soul etc., sendo o discotecário (DJ) responsável por definir qual música dentro de cada estilo servia à prática da dança. Mais recentemente, depois que o samba-rock se consolidou como gênero musical, artistas começaram a criar um repertório específico para o baile. Entre os exemplos estão o cantor Branca di Neve (1989) e a banda Clube do Balanço (2001) que apresentaram o estilo para uma nova geração de adeptos de diferentes classes sociais.

Rodas de Conversa - A Gente Submersa

O projeto A Gente Submersa foi contemplado pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em comemoração aos 21 anos da Cia. Teatro do Incêndio. A programação das Rodas de Conversa – que teve início em 2018 - prima pela diversidade saberes e fazeres tradicionais. São vivências com temas ligados à dança, música, religiosidade, dialeto e culinária. O projeto quer mostrar que as raízes da cultura brasileira se manifestam em grupos que resistem e mantém viva a nossa história.

Em parceria com a Comissão Paulista de Folclore, que ao longo de 67 anos vem mapeando, fomentando e salvaguardando as manifestações culturais tradicionais e os patrimônios culturais imateriais, o Teatro do Incêndio torna-se o terreiro, o quintal para esses encontros de artistas, públicos e griôs. Esta iniciativa vem de encontro à verticalização da busca de raízes brasileiras pelo Teatro do Incêndio que apontou caminhos necessários de aprimoramento e investigação, ações vitais para o presente do coletivo. Esses encontros com a cultura popular fazem parte da pesquisa para montagem dos espetáculos Rebelião – O Coro de Todos os Santos (que estreou em janeiro de 2018) e A Rainha Enterrada (que estreia em agosto deste ano).

Serviço

Rodas de Conversa / Vivência: A Gente Submersa
Data: 4 de maio. Sexta, às 20h
Tema: Samba-rock
Com Bruno Magnata e os SambaRocker’s

Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista/SP. Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561
Entrada franca (não há necessidade de retirar ingresso).
Duração: 2h. Capacidade: 90 lugares.

PRIMAVERA é eleito melhor longa de abril pelo Los Angeles Independent Film Festival


O filme Primavera, produzido pela Notábile Filmes, acaba de ganhar a etapa de abril do LAIFFA (Los Angeles Independent Film Festival) como Melhor Longa-metragem, e deverá participar da mostra competitiva que acontece em dezembro, em Hollywood (EUA).

Primavera - que tem roteiro e direção do multipremiado cineasta Carlos Porto de Andrade Júnior - estreou em março no FESTin - Festival Itinerante da Língua Portuguesa, em Lisboa.

Filmado em 2005, o longa narra a saga de uma família de origem portuguesa com elenco estelar de mais de 40 atores, que usam belos trajes de época. Entre eles estão Ana Paula Arósio, Ruth de Souza, Marília Gabriela e Werner Schünemann, além o derradeiro trabalho de Ruth Escobar (1935 - 2017).

Emílio di Biasi, Débora Duboc, Carlos Casagrande, Jairo Mattos e Nelson Baskerville também estão entre os atores. Outro charme é a voz da cantora portuguesa Eugênia Melo e Castro que interpreta a canção de encerramento do filme.

Produção de baixo orçamento (até um milhão de reais), Primavera foi rodado ainda em película, contando apenas com captação parcial de recursos, o que protelou sua finalização. Para viabilizar a entrada do longa em circuito, a Notábile Filmes, produtora do ator e diretor Ricardo Ripa, teve apoio de coproduções, além de usar recursos próprios.

Site do filme (com trailer) - www.primaveraofilme.com
Contato: Ricardo Ripa - (11) 99109-0603 / notabile@uol.com.br