Fotos: Giulia Martins |
Rebelião
e revolta são as tônicas da montagem sobre a luta contra o apagamento da
identidade
Com texto e direção de Marcelo
Marcus Fonseca, Um Povo Omitido, espetáculo inédito da Cia. Teatro do Incêndio, estreia no dia 4 de agosto (sábado, às 21h) na sede do grupo. A peça é uma
leitura surrealista – ainda que transite por outras linguagens – do massacre
final sofrido pela cultura brasileira em nome de toda forma de lucro, apoiado
por uma falsa religiosidade de políticos pastores e ruralistas sem quaisquer
resquícios de valores que não o dinheiro e uma moral falida.
No enredo, Caboclos e Índios Gamela
ressuscitam o espírito da rebelião por meio da resistência da ancestralidade,
compreendendo a formação do brasileiro como um fato político e retornando ao estado animalesco toda relação de negociação sobre direitos.
Uma “parteira de encantados”
(Gabriela Morato) busca, ao lado dos Caboclos Darcy (Marcelo Marcus Fonseca) e
Arlinda Rosa (Lia Benacon) e do Guerreiro Gamela (Francisco Silva), o parto dos
espíritos da cultura popular que estão mortos dentro das pessoas, transformando
o movimento em insurreição após um violento ataque a aldeias e sentimentos
indígenas. Sem se importarem se é vingança ou justiça, revidam a pele arrancada
sem piedade dos seus inimigos, doutrinadores de profissão.
O cenário idealizado por Gabriela
Morato e Marcelo Marcus Fonseca coloca em cena a memória recente dos três
últimos espetáculos da companhia (O Santo
Dialético, A Gente Submersa e Rebelião – O Coro de Todos os Santos)
sobre a formação do povo brasileiro, sobre a cultura tradicional popular e a
luta pelo não apagamento da memória brasileira.
A cenografia de Um
Povo Omitido remete à mata que, segundo Marcelo Marcus Fonseca, “é uma
grande religião”. Ele argumenta que “de forma simbólica, folclórica ou mítica,
tudo nela é composto por elementos vivos, visíveis ou não. E a peça denuncia
sua invasão pelos ‘novos catequizadores’: os políticos, traficantes ou
cristãos”. A ambientação é carregada de simbolismos que não se restringem à
área de encenação, o público também é envolvido por esta atmosfera.
Marcelo Fonseca conta que o mundo dos
“encantados” permeia todo o espetáculo. “São elementos surreais e fantásticos
que serão ‘lidos’ pelo espectador, cada um à sua própria maneira”. As
referências da mata e das tradições da cultura popular estão expressas também
no figurino, de Gabriela Morato. A música ao vivo é conduzida pelo diretor musical
do grupo Bisdré Santos, acompanhado de atores músicos no meio do público,
criando clima para a interação proposta pelo espetáculo.
O espectador pode escolher se quer ser
participante ativo ou passivo (com vagas limitadas para ambas as opções). De
toda forma ele será participante. Durante o
espetáculo será preparado um prato de comida típica brasileira (ou seja, com
carne) que os espectadores serão convidados a comer. Este é um ato muito simbólico
da encenação e dela faz parte. “O teatro, tanto para o ator quanto para o
público, é um ato de celebração da vida. A política social vem matar a ‘vida’,
cortar os laços de raiz para criar uma falsa impressão de que o mundo é sério e
perigoso. É isso que queremos mostrar na encenação. A celebração final é com a
comida. O homem existe não para trabalhar, mas para celebrar a experiência de
passar pelo mundo, pela vida”, finaliza do diretor e autor de Um
Povo Omitido.
Ficha técnica
Texto e direção: Marcelo Marcus
Fonseca
Elenco: Gabriela Morato,
Francisco Silva, Marcelo Marcus Fonseca, Elena Vago, Lia Benacon, André Souza,
Thays Ferreira, Ana Beatriz do Araújo Borges e Yago Medeiros.
Figurino: Gabriela Morato
Cenário: Gabriela Morato e
Marcelo Marcus Fonseca
Iluminação: Rodrigo
Alves e Marcelo Marcus Fonseca
Direção musical: Bisdré Santos e
Marcelo Marcus Fonseca
Música
ao vivo: Bisdré Santos, Thiago Molfi, Yago Medeiros e elenco
Assistência de direção: Daniel
Klaussner e Cristiane de Almeida
Preparação corporal e
coreografias: Gabriela Morato
Música ao vivo: Bisdré Santos,
Yago Medeiros e elenco.
Operação de luz: Valcrez
Siqueira
Operação de som: Julia Azzan
Fotos: Giulia Martins
Designer gráfico: Gustavo
Oliveira
Assessoria de imprensa: Verbena
Comunicação
Produção e realização: Teatro do
Incêndio
Serviço
Espetáculo: Um Povo
Omitido
Estreia: 4 de agosto -
Sábado, às 21h
Temporada: 4 de agosto a 24 de setembro
Horários: sábados (às 21h),
domingos (às 19h) e segundas (às 21h)
Duração: 60 min. Gênero:
Drama/teatro épico/surrealismo. Classificação: 16 anos
Ingressos: Pague quanto
puder
Capacidade: 45 lugares.
Acessibilidade.
Sinopse: A
destruição da identidade de indígenas e entidades da mata gera uma rebelião
sangrenta de revide ao massacre sofrido.
Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela
Vista – SP/SP
Tel: (11) 2609-3730 / 2609-8561
Assessoria de imprensa: VERBENA
comunicação
Eliane Verbena e João
Pedro
Tel (11) 2738-3209 /
99373-0181 - verbena@verbena.com.br
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