terça-feira, 30 de julho de 2019

Com ingressos esgotados, Teatro do Incêndio abre sessão extra para São Paulo Surrealista


Sem apoio e nenhum incentivo cultural, a Cia. Teatro do Incêndio reage ao atual momento de ‘estrangulamento cultural’ com programação de resistência no segundo semestre. Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida é o nome escolhido para dar unidade a uma programação que inclui, até dezembro, cinco espetáculos do repertório do grupo, além de outras atividades.

A primeira montagem a ser encenada é São Paulo Surrealista, nos dias 17 e 18 de agosto (sábado, às 21h, e domingo, às 19h). Como os ingressos se esgotaram antecipadamente, uma sessão extra será realizada no dia 24 de agosto, às 21h. A peça estreou em 2012, sendo apresentada também em 2014.

O demais espetáculos - todos dirigidos por Marcelo Marcus Fonseca - que compõem a programação são (um a cada mês): O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica (2014 / 2015), O Santo Dialético (2016), A Gente Submersa (2017) e Rebelião - O Coro de Todos os Santos (2018). Esta mostra sintetiza o trabalho de pesquisa de linguagem dos últimos sete anos do coletivo, período em que construiu três teatros até conquistar sua sede definitiva na emblemática entrada do bairro Bixiga, esquina das ruas Treze de Maio e Santo Antônio, onde já funcionou a lendária boate Igrejinha e o Café Soçaite.

“Esse projeto tem duas intenções: não aceitar a regra do jogo para a arte que não seja a do artista criador e contar com o nosso público para manter nossas atividades”, comenta Marcelo Marcus Fonseca, diretor artístico do Teatro do Incêndio. Sobre o valor dos ingressos para os espetáculos ser de R$ 80,00, o diretor justifica: “um preço razoável para o trabalho sério que o grupo desenvolve. A companhia tem 23 anos de sobrevivência. Sabemos que nosso trabalho vale até mais. Neste momento, ingressos populares só com subsídio”.


São Paulo Surrealista é uma ode à capital paulista e aos seus personagens, confrontando - em um jogo de imagens sobrepostas - as contradições e fantasias da metrópole. A montagem - que teve consultoria do escritor e poeta Claudio Willer - não conta, necessariamente, uma história. Para revelar a cidade real, nada é realista. Os textos são colagens emolduradas por imagens e figuras da metrópole, sejam elas reais ou distorcidas, tendo na música ao vivo um elemento essencial para traduzir a pulsação. Os Nove Círculos do Inferno são os degraus propostos pelo espetáculo, inspirados na primeira parte da Divina Comédia (Dante Alighieri), para explorar os signos, ou infernos, da cidade. 

“Esta montagem propõe também que o público perceba a cidade pelos olhos de André Breton, um dos criadores do surrealismo, em um jogo que ressalta pontos turísticos, monumentos, terreiros, restaurantes e bordeis paulistanos”, explica o diretor Marcelo Marcus Fonseca. Mário de Andrade, Roberto Piva, Pagu, nativos, cidadãos comuns, ninfas e animais recebem o surrealista André Breton, observado por Antonin Artaud (dramaturgo francês, surrealista), para um mergulho na capital paulista, percorrendo Os Nove Círculos do Inferno. Em cena, 40 atores em uma celebração musical da cidade com alusões ao cinema de Pier Paolo Pasolini e Frederico Fellini e textos escritos durante o processo com base na escrita automática característica do surrealismo. Todas as canções foram compostas por Marcelo Fonseca e Wanderley Martins especialmente para o espetáculo, algumas delas “em parceria” com Arthur Rimbaud e Charles Baudelaire.

FICHA TÉCNICA - Com: Cia. Teatro do Incêndio. Roteiro e direção geral: Marcelo Marcus Fonseca. Figurinos: Gabriela Morato e elenco. Músicos: Bisdré Santos, Yago Medeiros, Renato Silvestre e Xantilee de Jesus. Arte gráfica: Gus Oliveira. Direção musical: Bisdré Santos. Iluminação: Marcelo Marcus Fonseca e Valcrez da Silva Siqueira. Composições originais: Marcelo Marcus Fonseca e Wanderley Martins. Produção e realização: Gabriela Morato e Teatro do Incêndio. Elenco: Marcelo Marcus Fonseca, Gabriela Morato, Elena vago, David Guimarães, Diogo Cintra, Ana Moretto, Valcrez Siqueira, Yago Medeiros, Renato Silvestre, Vinícius Árabe, Gus Oliveira, Gui Mameluco, Luiz Castro, Maíra Amorim, Jade Buck, Heloisa Feliciano, Isabela Madalena e mais 19 atores.

Serviço

Espetáculo-deboche: São Paulo Surrealista
Projeto: Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida
Datas: 17 e 18 de agosto. Sábado (às 21h) e domingo (às 20h) – ESGOTADO!
Sessão extra: 24 de agosto. Sábado, às 21h
Duração: 70 min. Classificação: 18 anos. Gênero: Surrealismo. Capacidade: 99 lugares
Ingressos. R$ 80,00. Bilheteria: 2 horas antes das sessões
http://www.teatrodoincendio.com/ / Twitter e Facebook: @teatrodoincendio

Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 - Bela Vista. SP/SP.
Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561


Levante Teatro do Incêndio - Pra Vida e Revida
Cronograma até dezembro

Espetáculo: O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica
14 e 15 de setembro. Sábado (às 21h) e domingo (às 20h)
80 min. 16 anos. Musical surrealista sociológico. R$ 80,00

Espetáculo: O Santo Dialético
19 e 20 de outubro. Sábado (às 20h) e domingo (às 9h)
150 min (intervalo de 20). 14 anos. Drama brasileiro. R$ 80,00

Espetáculo: A Gente Submersa
23 e 24 de novembro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
120 min. 14 anos. Comédia dramática musical. R$ 80,00

Apresentações: Sol-Te
7 de dezembro. Sábado, às 15h30 e às 19h30
60 min. Livre. Contribuição voluntária.

Espetáculo: Rebelião - O Coro de Todos os Santos
14 e 15 de dezembro. Sábado (às 20h) e domingo (às 19h)
90 min. 14 anos. Drama apocalíptico. R$ 80,00

Assessoria de imprensa – Verbena Comunicação
Eliane verbena e João Pedro
Tel.: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br

segunda-feira, 29 de julho de 2019

14º Festival ABCDança acontece entre os dia 2 e 11 de agosto em quatro cidades do ABCD paulista

Força Fluída (Cia de Danças de Diadema), por Silvia Machado

O ABCDança é uma iniciativa da Associação Projeto Brasileiro de Dança. Em 2019, o evento é realizado pelo Sesc SP com apoio das prefeituras das cidades envolvidas.

Em sua 14ª edição, o Festival ABCDança circula por cidades do ABCD Paulista com uma diversificada programação de dança em seus múltiplos estilos, envolvendo espetáculos, intervenções e workshops, além da Mostra Ivonice Satie. A programação acontece entre os dias 2 e 11 de agosto. Todas as atividades são grátis.

Em Diadema, a programação corre no Teatro Clara Nunes (palco para abertura do evento, dia 2/8, com o Grupo Cena 11, de Florianópolis, com Protocolo Elefante), Centro Cultural Diadema, Praça da Moça e Centro Cultural Serraria. Os eventos acontecem também no Sesc Santo André (que recebe a Companhia de Danças de Diadema no encerramento, dia 11/8, com Força Fluída) e Escola Livre de Dança de Santo André. As atividades passam também por São Caetano do Sul - Sesc São Caetano, Fundação das Artes e Av. Kennedy – e São Bernardo do Campo - Câmara de Cultura Antonino Assumpção e teatros Lauro Gomes e Abílio Pereira.

As demais companhias e grupos que integram a programação de 2019 são: Marcos Abranches & Cia (Canto dos Malditos), Grupo Grua (Corpos de Passagem), Cia. Fragmento de Dança (Dança para Camille), Projeto Dellas (Dellas), Grupo Três em Cena (Desvios Tático-estratégicos para Sobreviver à Vida Urbana), Cia. Gente (Fio do Meio), Cia. Fankama Obi (Kodon), Caio Zanuto (Dança Parkour Rabisco), Companhia de Dança Siameses (Rubedo), Pietro Morgado (Estados do Corpo), Cia. Druw (Dalí, Daqui ou de Lá?), Cia. Pé no Mundo (Fora da Caixa), Cia. Repentistas do Corpo (Olhares Alheios), Grupo SATS (UMAN_), Fernando Martins (Brain Diving) e Núcleo de Improvisação em Contato (Urban Feral).

Mostra Ivonice Satie - Nas edições recentes do ABCDança constatou-se a crescente demanda de artistas e coletivos artísticos de dança iniciando trabalhos de pesquisa corporal e coreográfica, assim como grupos já existentes emergindo e intensificando seu trabalho na região, em busca de difusão e visibilidade. Desde 2017, vem ocorrendo a Mostra Ivonice Satie (em homenagem à fundadora da Companhia de Danças de Diadema) que contempla grupos independentes, exclusivamente da região do ABCD paulista, que apresentam intervenções curtas e recebem apreciação crítica de um profissional da dança convidado, reforçando o compromisso com o fortalecimento da dança na região, além de homenagear uma das grandes incentivadoras da dança no Brasil. Com sua visão vanguardista Ivonice proporcionou amplo acesso e universalização à linguagem da dança. A Mostra Ivonice Satie acontece no Sesc Santo André (10/8), com os seguintes grupos: Projeto Kiwa, + Uma Companhia, Grupo Sobrevidança, Grupo da Dança da Fundação das Artes de São Caetano do Sul e AfroBreak Crew.

PROGRAMAÇÃO - ABCDança 2019

2/8 (sexta)
Protocolo Elefante (Cena 11), por Cristiano Prim

20h - Abertura do ABCDança
Espetáculo: Protocolo Elefante - Grupo Cena 11 Cia de Dança (SC)
Local: Teatro Clara Nunes - Diadema

3/8 (sábado)

11h – Espetáculo: Fio do Meio – com Cia. Gente (RJ)
Local: Câmara de Cultura Antonino Assumpção. São Bernardo do Campo
15h - Workshop: Corpo e Memória – com Salasar Junior / Cia. Gente (RJ)
Local: Teatro Abílio Pereira. São Bernardo do Campo
20h - Espetáculo: Rubedo – com Companhia de Dança Siameses
Local: Teatro Clara Nunes. Diadema

4/8 (domingo)

15h - Espetáculo: Kodon – com Cia. Fankama Obi
Local: Praça da Moça. Diadema
16h - Espetáculo: Dellas – com Projeto Dellas
Local: Sesc Santo André (convivência)

5/8 (segunda)

19h – Espetáculo: Estados do Corpo - com Pietro Morgado
Local: Sesc São Caetano

6/8 (terça)

17h30 - Espetáculo: Dança Parkour Rabisco - com Caio Zanuto
Local: Centro Cultural de Diadema
19hOficina e Jam de Contato e Improvisação e Contato - com Núcleo de Improvisação em Contato
Local: Sesc São Caetano
20h - Espetáculo: Olhares Alheios - com Cia. Repentistas do Corpo
Local: Centro Cultural Serraria. Diadema

7/8 (quarta)

18h - Workshop: Gesto Esgotado - com Bruna Betito e Debora Rebecchi
Local: Centro Cultural Serraria. Diadema
19h - Workshop: Poética do Movimento Afro Contemporâneo - com Lucimeire Monteiro
Local: Sesc Santo André
19h - Espetáculo: UMAN_ - com Grupo SATS (RJ)
Local: Escola Livre de Dança de Santo André
20h - Espetáculo: Dança para Camille - com Cia. Fragmento de Dança
Local: Centro Cultural Serraria. Diadema

8/8 (quinta)

18h - Espetáculo: Desvios Tático-estratégicos para Sobreviver à Vida Urbana – com Três em Cena (GO)
Local: Praça da Moça. Diadema
19h - Workshop: Brain Diving – com Fernando Martins / Plataforma Shopshop Sui
Local: Escola Livre de Dança de Santo André
19h - Workshop: Waacking Time - com Nati Glitz
Local: Sesc São Caetano

9/8 (sexta)

15h - Espetáculo: Dalí, Daqui ou de Lá? - com Cia. Druw
Local: Teatro Lauro Gomes. São Bernardo do Campo
20h - Espetáculo: Dalí, Daqui ou de Lá? - com Cia Druw
Local: Teatro Lauro Gomes – São Bernardo do Campo
21h - Espetáculo: Canto dos Malditos - com Marcos Abranches & Cia
Local: Sesc Santo André (Teatro)

10/8 (sábado)

16h - Espetáculos: Mostra Ivonice Satie - Projeto Kiwa (Corporis), + Uma Companhia (Dança Poética), Grupo Sobrevidança (Movimento Livro), Grupo da Dança da Fundação das Artes de São Caetano do Sul (Movimentos entre Cordas) e AfroBreak Crew (Sede).
Local: Sesc Santo André (Convivência)
16h - Espetáculo: Intervenção com Imaginação - com Cia. de Danças de Diadema
Local: Sesc São Caetano
20h - Espetáculo: Urban Feral - com Núcleo de Improvisação em Contato
Local: Sesc Santo André (Teatro)

11/08 (domingo)

11h - Espetáculo: Corpos de Passagem - com Grupo Grua
Local: Sesc São Caetano (Av. Kennedy)
16h - Espetáculo: Fora da Caixa - com Cia. Pé no Mundo
Local: Sesc Santo André (Convivência)
17h - Espetáculo: Kodon - com Cia. Fankama Obi
Local: Sesc Santo André (Convivência)
18h30 – Encerramento do ABCDança
Espetáculo: Força Fluída - com Companhia de Danças de Diadema
Local: Sesc Santo André (Teatro)

Serviço

Festival: ABCDança 2019
Ingressos: grátis
Programação detalhada no Portal Sesc: https://bit.ly/2K3OiSa
Informações: abcdanca@apbd.corg.br / Tel: (11) 99992-7799 / 99883-8276


sexta-feira, 26 de julho de 2019

Zé Guilherme canta músicas de seus álbuns recentes no Cabaret da Cecília


No dia 16 de agosto (sexta, às 22h), o cantor e compositor Zé Guilherme é atração no Cabaret da Cecília. O cearense, radicado em São Paulo, apresenta show dividido em dois momentos com músicas de seus recentes álbuns: Abre a Janela - Zé Guilherme Canta Orlando Silva e Alumia.

Abre a Janela - Zé Guilherme Canta Orlando Silva, terceiro disco da carreira do artista, é uma homenagem a um dos mais importantes intérpretes da música popular brasileira. O trabalho é norteado por uma releitura delicada e pessoal de 18 canções gravadas pelo Cantor das Multidões, selecionadas por Zé Guilherme em um longo processo de pesquisa sobre sua trajetória. O CD entrou no mercado em 2015, ano em que Orlando Silva completaria 100 anos.

Lançado em 2018, Alumia é o primeiro trabalho autoral e o quarto da carreira de Zé Guilherme. Ele assina letra e melodia das canções “Alumia”, “Teus Passos” e “Canção de Você” e ainda divide a autoria de “Espelho” com Luis Felipe Gama, de “Ave Solitária” e “Teu Cheiro” com Cris Aflalo, de “Laço” com Marcelo Quintanilha e de “Oferendas” com Cezinha Oliveira, que é também produtor musical e arranjador do trabalho. Luis Felipe, Quintanilha e Cezinha aparecem também como autores, respectivamente, de “Franqueza”, “A Voz do Rio” e “Cesta Básica”, ao lado do baiano Péri, compositor de “Clarão” e “Paixão Elétrica”.

O repertório de Abre a Janela é formado por: “A Jardineira” (Benedito Lacerda e Humberto Porto), “Dama do Cabaré” (Noel Rosa), “A Primeira Vez” (Armando Marçal e Bide), “Abre a Janela” (Marques Júnior e Roberto Roberti), “Aos Pés da Cruz” (Marino Pinto e Zé da Zilda), “Faixa de Cetim” (Ary Barroso), “Lábios Que Beijei” (J. Cascata e Leonel Azevedo), “Lealdade” (Wilson Batista e Jorge de Castro), “Malmequer” (Newton Teixeira e Cristovão de Alencar), “O Homem Sem Mulher Não Vale Nada” (Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti), “Pela Primeira Vez” (Noel Rosa e Cristovão de Alencar), “Preconceito” (Marino Pinto e Wilson Batista) e “Alegria” (Assis Valente e Durval Maia), entre outras.

A apresentação de Zé Guilherme no Cabaret da Cecília é no formato pocket, sendo acompanhado pelos músicos Adriano Busko (percussão) e Cezinha Oliveira (direção musical, violão e vocal).

Facebook: @oficialzeguilherme. Twitter: @zeguilhermeofic.
 Instagram: @zeguilhermeoficial. Youtube: Zé Guilherme Oficial.

Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva

A trajetória de Orlando Silva foi marcada por apurado critério na escolha das canções. Além da afinidade artística, a seleção de Zé Guilherme levou em consideração a época de seu apogeu - de 1935, quando gravou o primeiro disco, até 1942. O roteiro contempla a brasilidade, um perfil mais leve e alegre do cantor como na maioria dos sambas que trazem sempre um toque de humor nas letras.

A produção musical (Cezinha Oliveira) traz elementos clássicos nos arranjos como piano, baixo acústico, acordeon, trombone e violão de sete cordas, entre outros, valorizando a sonoridade do disco sem cair no mero saudosismo. Abre a Janela – Zé Guilherme Canta Orlando Silva foi concebido com base na interpretação, nos arranjos e nas composições, mostrando que a chamada “música antiga” do Brasil pode se manter clássica em sua origem, popular em sua apresentação e sofisticada em sua concepção. Cezinha explica que os sambas são inspirados nos conjuntos regionais e nas orquestras que acompanhavam os artistas nas rádios, geralmente formado por acordeom, violão, percussão e instrumento solo de sopro. Apenas as marchinhas “A Jardineira” e “Malmequer” seguem outro caminho: a primeira tem introdução influenciada pela música barroca e a segunda ganhou um andamento mais jazzístico.

Alumia

O disco Alumia Registra o amadurecimento artístico de Zé Guilherme, não só pelo fato de se mostrar também como compositor, mas pela própria trajetória musical. O primeiro CD, Recipiente (Lua Discos, 2000), com arranjos de Swami Jr., apresentava sua origem nordestina e sua música universal brasileira em um trabalho com a força da raiz e do pop brasileiro. Seis anos depois, o disco Tempo ao Tempo chega com uma linguagem pop mais contemporânea nos arranjos de Serginho R. O terceiro disco viaja no tempo e o artista faz um pouso na época mais romântica da música brasileira com Abre a Janela - Zé Guilherme Canta Orlando Silva (2015), trabalho que também tem produção musical e arranjos de Cezinha Oliveira.

O novo CD faz um sobrevoo por esses caminhos e apresenta um repertório mais romântico, que envereda por uma sonoridade acústica mais jazzística. “Os arranjos trazem como unidade estética a sonoridade característica do piano, executado de forma primorosa por Jonas Dantas (também no acordeon), e do baixo acústico tocado por Johnny Frateschi”, justifica o produtor musical. É possível perceber que todas as canções se harmonizam como células dentro da estrutura musical do disco. Os demais instrumentos que aparecem são: bateria e percussão (por Adriano Busko), violão e guitarra (por Cezinha Oliveira) e sopros (por Walter Pinheiro). “Esse trabalho pode ser considerado uma declaração de amor, amor a outras pessoas e à minha própria vida”, confessa o intérprete.

Serviço

Show: Zé Guilherme
Dia 16 de agosto. Sexta, às 22h
Funcionamento da casa: a partir da 20h.
Consumação: R$ 25,00. Ingresso: Pague quanto puder.
Reservas: (11) 98489 8228
Classificação: 18 anos. Duração: 1h. Capacidade: 80 lugares.

Cabaret da Cecília
Rua Fortunato, 35, Santa Cecília. São Paulo/SP.


quinta-feira, 25 de julho de 2019

Buraco d’Oráculo promove Café Teatral dia 29/7 com participação de Licko Turle


O grupo O Buraco d’Oráculo em parceria com a Ocupação Cultural Mateus Santos realiza, no dia 29 de julho (segunda), mais uma edição do Café Teatral com o tema A Cenopoesia e a Poética do Teatro do Oprimido, às 19 horas. O evento tem como convidado o pesquisador, ator e diretor teatral Licko Turle, fundador do Teatro do Oprimido ao lado de Augusto Boal, e acontece no espaço localizado no bairro Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo, com entrada franca.

Licko Turle e os integrantes do grupo conversam com o público sobre a relação das práticas cenopoéticas realizadas pelo Buraco d`Oráculo com a poetica de Augusto Boal. O bate-papo é realizado em torno de uma mesa, onde é servido café aos presentes, tornando o ambiente descontraído e participativo.

Esse evento integra a programação da Circulação - Residência que o Buraco d’Oráculo vem realizando, desde outubro de 2018, como parte do projeto Buraco 20 Anos: da (R)existência na Rua à Poesia em Cena, contemplado pela 32ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo. O objetivo é promover a circulação de teatro de rua, a partir de seu próprio repertório, em territórios de companhias parceiras para um mês de programação local. O Café Teatral é um encontro criado para debater assuntos relacionados ao fazer artístico. No referido projeto, o grupo faz uma pesquisa sobre a cenopoesia, relacionando essa linguagem à sua estética teatral própria.

Licko Turle - Iniciou suas atividades profissionais com Augusto Boal, em 1986, com quem fundou o Centro de Teatro do Oprimido no Brasil e, em 1992, o projeto teatro legislativo na Câmara dos Vereadores da Cidade do Rio de Janeiro. Além de pesquisador, ator e diretor teatral, é licenciado em Letras (UERJ) e possui os títulos de mestre e doutor em Artes Cênicas. Como bolsista em pós-doc na Capes/FAPERJ, na Unirio, criou GESTO - Grupo de Estudos de Teatro do Oprimido – e coordenou a ABRACE - GT Artes Cênicas de Rua, da Associação Brasileira de Pesquisadores da Pós-Graduação em Artes Cênicas. Recebeu os prêmios Procena-RJ/2001, Artes Cênicas na Rua/2009, Interações Estéticas/2010, Arte Negra/2013 e Rumos Itaú Cultural/2014.

Café Teatral: A Cenopoesia e a Poética do Teatro do Oprimido
Dia 29 de julho. Segunda, às 19h
Grátis. Livre.
Local: Ocupação Cultural Mateus Santos
Av. Paranaguá 1633 - Ermelino Matarazzo.
Proximo à estação Com. Ermelino Matarazzo da CPTM (Linha Safira)

Informações / Circulação - Residência
Tele: (11) 98152-4483

INFERNO DE NÓS - Exposição de Angela Fernandes & Fabio Benetti entra em cartaz na Passagem Literária da Consolação


Com curadoria de Iago Calegari, a mostra traz o diálogo entre as obras dos dois artistas.

Assédio, obra de Fábio Benetti (acervo pessoal)
Os artistas visuais Angela Fernandes & Fabio Benetti inauguram a exposição conjunta Inferno de Nós, no dia 3 de agosto, sábado, na Passagem Literária da Consolação, às 16 horas. A mostra - que fica em cartaz até o dia 4 de outubro - tem curadoria assinada por Iago Calegari.

A visitação é livre, sem cobrança de ingressos, uma ótima oportunidade de conhecer o inusitado espaço cultural subterrâneo que fica na esquina da Avenida Paulista com a Rua da Consolação.

Inferno de Nós reúne 14 obras que, segundo o curador, buscam expor o complexo diálogo entre os dois artistas: embora apresentem diferentes polarizações, não são expressões contrárias. O ponto de interseção está na reflexão, na tênue linha entre o internar de Angela e o externar de Fabio.

“O diálogo entre as obras de Angela Fernandes e Fabio Benetti firma-se num processo contínuo de alternância entre superfície e substância, evocando à volatilidade existencial e às manifestações dos sentimentos e sofrimentos que por vezes tomam o outro como oposição, inimigo, e acabam por voltarem a si, aos infernos com que lidamos todos os dias, infernos internos, infernos externos, infernos outros e os mesmos”, comenta o curador.

A arte de Angela Fernandes (foto acima) leva à reflexão interna, provoca o expectador a pensar com um trabalho de óleo sobre tela carregado de sensações. Sua obra nasce de um sentimento e parte para o subconsciente sem ser totalmente abstrata. As obras de Fábio Benetti (foto abaixo) exploram de forma crítica as sensações externas (políticas, sociais, morais, econômicas) e fazem refletir sobre o que somos e sobre as agruras do viver em sociedade. Em suas criações ele usa técnica mista de material reciclado, retirado do lixo, com pigmentos.

Inferno de Nós – por Iago Calegari
 
Obra de Angela Fernandes (acervo pessoal)
O dentro, o fora. Opostos? Processo. Diferentes níveis de gradação. Uma mesma coisa.
Do que vem de fora, faz-se o dentro. Do que está dentro, cria-se o fora. Do sofrimento interior para a manifestação exterior; causa de dor. Nós, seres. Nós, entrelaçados. Seria um inferno? E estaríamos nele? Ou nós é que o criamos e o nutrimos? Os nossos e os outros.

O diálogo entre as obras de Angela Fernandes e Fabio Benetti firma-se num processo contínuo de alternância entre superfície e substância, evocando à volatilidade existencial e às manifestações dos sentimentos e sofrimentos que tomam o outro como oposição, inimigo, e acabam por voltarem a si, aos infernos com que lidamos todos os dias, infernos internos, infernos externos, infernos outros e os mesmos.

Experienciamos as almas interiores de Angela, seus emaranhados incorpóreos que começam a tomar formas imbricadas que remetem a raízes, mangues, vasos sanguíneos, células neuronais, a superfície da substância. É algo de dentro, logo sentimos. E para o interior de nós mesmos somos levados, a nós mesmos e aos outros, um insconsciente coletivo.

Num processo que inicia-se no externo, na massa, no corpo, passamos à substância da superfície no trabalho de Benetti, que nos leva à mais evidente realidade, com as mais coléricas e duras materializações do que está dentro e de como tomam forma em nossa sociedade contemporânea com ações extremas e verdades construídas sem fundamento; o ser humano e suas relações são representadas com o que já foi descartado, com o que tratamos como lixo coletivo da intenção de subjugar qualquer forma de ser e existir que afaste-se daquelas tomadas como ideais. O relativo pode ser tornado absoluto, num perigoso processo de unificação de discursos. Nós cada vez mais imbricados.

De nossos medos, inseguranças, desejos, insatisfações, sonhos, anseios, somos constituídos. De nossas ações, somos julgados. No enfrentamento diário do tribunal interno em que nos colocamos diante de nós mesmos, de nosso Inferno, julgamo-nos. Nós no Inferno. Um Inferno de Nós.

Perfis

Angela Fernandes (artista) - Nascida em 1975, na cidade de Grandes Rios (PR), Angela vive e trabalha em São Paulo (SP), há 22 anos. Em sua obra, opera na relação do nosso mais profundo eu entrelaçado com a natureza, onde fluxos e destinos são cruzados, imbricados, construindo uma espécie de estrutura rizomática de seres e fatos que culminam num todo que é diferente de seus componentes. Cada um de seus trabalhos pode ser fragmentado em incontáveis detalhes, que nunca se esgotam, sempre levam a diferentes percepções e despertam diferentes sentimentos. A desordem ordenada em que a natureza se manifesta no trabalho da artista pode nos remeter à ordem desordenada da vida, em que, apesar de nossos planos e expectativas, impera a incerteza; em que seres, caminhos, fenômenos e pensamentos são constantemente imbricados, num plexo ao mesmo tempo contínuo e inconstante que nos faz humanos, seres complexos, vivos. Exposições (SP) – Em 2019: Natureza Viva (individual de Angela Fernandes, Galeria Tribo). Em 2018: Coletiva Artes Plásticas Novos Talentos (Escola Panamericana), Amigos da Tribo (exposição coletiva, Galeria Tribo), Inconsciência (mostra coletiva, Galeria Tribo) e Despir-se e Vestir-se (Passagem Literária da Consolação). Em 2017: Estranhas Entranhas (Espaço Elevado), Assemblage Panamericana – A Casa de Antônio (Escola Panamericana) e Ready-Made e Outras Coisas - Projeto Estupido (Escola Panamericana).

Fabio Benetti (artista) - O pintor Fabio Benetti projeta-se como autodidata no universo de sua pintura. Soma-se aos cursos que frequentou e acumulou - na maioria, voltados à arte contemporânea - o seu ímpeto, seu impulso natural que externaliza suas ideias envoltas de influências do inconsciente: o acaso assume a bússola sensorial como guia de suas manifestações. Não há esboço ou esquema preestabelecido, tampouco um tema cuidadosamente pensado, tudo se afigura e formaliza no próprio ato da criação, à mercê da volatilidade de sentimentos e pensamentos fugidios, em que sua atitude de pintar e esculpir sobre a tela busca a expressão mais sincera e verossímil daquilo que a palavra não pode expressar. Exposições – Em 2019: Uma Outra Estória (Galeria Zero, SP). Em 2018: Purgatório (individual, Galeria Tribo, SP), Interseções (Focus LDN, SP), Pouso Alto (mostra coletiva, Galeria Cumaru, Brasília), Experiência Coletiva Transforma x Transmuta (Cordas Arte e Cultura, SP), Fendas (Fresta, SP) e 12ª Biennale D’Arte Internazionale (3º Prêmio Arte Abstrata, Sala Bramante, Roma-ITA). Em 2017: Salões de Exposição da Secretaria de Cultura e FUNDACI (Ilhabela, SP) e Espaço no Olhar (mostra, Instituto Tomi Ohtake, SP). Em 2016: Origem e o Tempo (Galeria Rabieh, SP), Entre o Saber e o Criar (Galeria Spazio Surreale, SP) e Crossing - A vida em diferentes ângulos (Nigra Shafo Art Gallery, SP). Em 2015: 6ª Edição Parte - Feira de Arte Contemporânea (SP) e Inquietudes (Galeria Luiz Maluf, SP). www.fabbenetti.com.

Iago Calegari (curador) - Curador independente, marchand e produtor cultural. Com formação interdisciplinar, realizou estudos em arquitetura, artes visuais, comunicação visual, economia, filosofia, fotografia, política, negócios, neurociência e programação. Cursou o Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Humanidades na Universidade Federal do ABC, onde iniciou estudos mais aprofundados em Estética (abordagem filosófica que trata da relação com as artes) e Neuroestética (abordagem da neurociência que estuda a percepção sensível, com especial destaque à percepção de arte em suas diversas manifestações). Como marchand, representa artistas com trabalhos que envolvem poéticas contemporâneas e interdisciplinares, responsável por Vendas & Liaison na Galeria Tribo, em São Paulo. Como curador trabalha o diálogo da produção artística contemporânea com a realidade social e a constituição da subjetividade do sujeito contemporâneo. Também trabalha com produção em artes visuais e cênicas, organizando exposições, performances, peças de teatro e eventos experimentais. www.iagocalegari.com.

O espaço

Passagem Literária da Consolação é um espaço subterrâneo de cultura em pleno cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação. A passagem que liga o Cine Belas Artes ao Riviera Bar e Restaurante é como um respiro de tranquilidade na tubulência da região. É administrada pela assossiação de livreiros Via Libris, possui um sebo permanente e abriga exposições de artes plásticas e fotografias, shows e performances.

Serviço

Exposição: Inferno de Nós
Artistas: Angela Fernandes & Fabio Benetti
Curadoria: Iago Calegari
Inauguração: 3 de agosto - Sábado, às 16h
Visitação: 3 de agosto a 5 de outubro
Horários: Segunda a sexta (7h às 20h) e sábados e feriados (10h às 20h)
Grátis. Classificação: Livre.

Local: Passagem Literária da Consolação
Rua da Consolação, esquina com a Av. Paulista (metrô Consolação), s/ nº. São Paulo/SP.
Informações: www.iagocalegari.com

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