A peça Biliri e o Pote Vazio é uma encantadora história da tradição oral chinesa sobre perseverança, honestidade e amor à natureza. Ricardo Karman, como sempre faz em seus inusitados espetáculos, explora várias técnicas de linguagem cênica e recursos tecnológicos. Desta vez, estabelece um inesperado jogo cênico entre o bidimensional e o tridimensional, criando ilusões e obtendo resultados curiosos como sombras tridimensionais que saem da tela e contracenam ao vivo com suas parceiras bidimensionais.
Depois da recente temporada de sucesso no CCBB-SP, o espetáculo reestreia dia 27 de agosto no Teatro do Centro da Terra para uma curta temporada. A montagem é uma livre adaptação do antigo conto chinês O Pote Vazio.
Esta produção da Kompanhia do Centro da Terra surpreende e encanta a plateia: Karman usa recursos multimídia que integram a milenar técnica chinesa de teatro de sombras com a mais contemporânea técnica de animação computadorizada. O resultado é uma incrível e fascinante brincadeira do criador para confundir o espectador que dificilmente identifica quando as personagens são atores de verdade ou recursos do teatro de sombras.
O enredo se insere em um tempo longínquo. Sem ter nenhum herdeiro, o Imperador de um reino cinza, devastado pela guerra, lança um desafio a todas as crianças. A cada uma ele dá uma semente de flor e ordena que seja cuidada e cultivada para que, no final de um ano, a criança mais esforçada seja eleita a herdeira do trono. Biliri, um garoto que adora flores e cores, cuida da sua semente, mas ela não germina. Biliri, então, apresenta-se ao Imperador apenas com seu vaso vazio e assume seu “fracasso” e vence o desafio, cuja finalidade era justamente testar o grau de honestidade dos participantes.
Para o diretor Ricardo Karman, o grande desafio desta montagem foi fazer desaparecer a emenda entre os elementos bidimensionais (tela usada no palco pra recursos de vídeo e teatro de sombras) e tridimensionais (atores em cena). Ele ainda explica que os atores, ou suas silhuetas bidimensionais, saem da tela e continuam como sombras tridimensionais no palco. “Esse diálogo entre o ‘bi’ e ‘o tri’ também ilustra dois lados da humanidade: o sombrio das guerras, reforçado pela falta de herdeiros, e o lado colorido da possibilidade de futuro, representado por Biliri e pela criança como simbolismo de semente.”
Espetáculo infantil: Biliri e o Pote Vazio
Concepção e direção geral: Ricardo Karman
Texto: Ricardo Karman (livremente inspirado na lenda chinesa O Pote Vazio)
Elenco: Gustavo Vaz, Mario De La Rosa, Paula Arruda e Ellen Regina (Zy/voz).
Cenografia e figurinos: José de Anchieta
Assistência de direção: Bernardo Galegale
Direção de animação e sombras: Amir Admoni
Direção de animação de marionetes: Luciana Eguti e Paulo Muppet
Iluminação: Denilson Marques
Caracterização: Westerley Dornellas
Preparação vocal: Mônica Montenegro
Adereços de cena: Gilberto de Oliveira
Adereços infláveis: Carlos Delfino - Infla
Adereços eletromecânicos: Ricardo Karman
Projeto gráfico: Keren Ora Karman
Coordenação de produção: Silvia Rodrigues
Produção: Kompanhia do Centro da Terra
Patrocínio: Banco do Brasil e Ministério da Cultura
Co-patrocínio: Sabesp
Apoio: Sec. Estado da Cultura de SP (Prog. Incentivo ao Teatro e à Dança)
Temporada: 27/08 a 25/09 – sábado e domingo – às 17 horas
Não haverá espetáculo no dia 4 de setembro (domingo).
Rua Piracuama, 19 – Sumaré/SP – Tel: (11) 3675-1595
Ingressos: R$ 24,00. Indicação de idade: 5 anos – Duração: 50 min
Serviço de bar e café.