terça-feira, 24 de maio de 2022

Companhia de Teatro Heliópolis faz nova temporada da montagem (IN)JUSTIÇA a partir de 16 de junho


Foto de Rick Barneschi

No dia 16 de junho (quinta, às 20h), a Companhia de Teatro Heliópolis reestreia o espetáculo (In)justiça na Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho. A encenação é dirigida por Miguel Rocha, fundador e diretor do grupo, com texto de Evill Rebouças, criado em processo colaborativo com o grupo.

(In)justiça é um ensaio cênico que reflete sobre aspectos do sistema jurídico brasileiro, norteado pela indagação: o que os veredictos não revelam? Para tanto, apresenta a história do jovem Cerol que, involuntariamente, pratica um crime, desencadeando diversas concepções sobre o significado da justiça, seja a praticada pelo judiciário ou sentenciada pela sociedade.

As apresentações seguem até 17 de julho, integrando as atividades do projeto CÁRCERE - Aprisionamento em Massa e Seus Desdobramentos, contemplado pela 35ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, que foi elaborado para comemorar os 20 anos que a Companhia de Teatro Heliópolis completou em 2020. A temporada também acolhe quatro sessões contempladas pelo Edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº 43/2021 - Prêmio por Histórico de Realização em Teatro - Produção, incluindo rodas de conversa após sessões dos dias 25 de junho, 2, 9 e 16 de julho.

Com estreia em 2019, o espetáculo foi indicado ao Prêmio Shell na categoria de Melhor Música e ao Prêmio Aplauso Brasil como Melhor Espetáculo de Grupo. No 4º FESTKAOS - Festival Nacional Teatro do Kaos (Cubatão/SP) conquistou os prêmios de Melhor Atriz (Dalma Régia), Melhor Ator (David Guimarães), Ator Coadjuvante (Danyel Freitas) e Melhor Figurino (Samara Costa), além de indicação para Trilha Sonora e Iluminação. Também participou do 34º Festivale - Festival Nacional de Teatro do Vale do Paraíba, da 12ª Mostra Cooperifa, do 41º FESTE - Festival Nacional de Teatro Pindamonhangaba e do 14º FENTEPIRA - Festival Nacional de Teatro de Piracicaba.

 

Permeado por imagens-sínteses e explorando a performance corporal, (In)justiça coloca em cena a complexidade da justiça no país, deixando a plateia na posição de júri em um tribunal. O embate entre os dois lados da justiça - da vítima e do criminoso - se estabelece em um jogo contundente que expõe com originalidade a crua realidade dos jovens pobres e negros. A música ao vivo confere ainda mais densidade poética ao ‘relato’, que foge da abordagem clichê.

 

A história de Cerol é contada de forma não linear. Exímio empinador de pipas, o garoto vive com sua avó; a mãe morreu no parto e o pai, assassinado. Depois de uma briga devido ao alto volume da música na vizinhança, Cerol é perseguido. Durante a fuga, dispara um tiro involuntário, atingindo uma mulher que morre em seguida. Ele é preso e submetido ao julgamento da lei e da sociedade. Com base nesse argumento, a Companhia discute os direitos humanos à luz da Constituição Nacional. A encenação recupera também a ancestralidade do brasileiro em fortes passagens ritualísticas. “Queremos pensar o homem negro e a justiça, desde a nossa origem até os dias de hoje”, afirma o diretor Miguel Rocha.

 

Cenas impactantes e desconcertantes surpreendem todo o tempo. A encenação de Miguel Rocha, alinhavada pela dramaturgia de Evill Rebouças, mostra como a democracia pode ser manipulada. O crime versus a vítima ou o criminoso versus a justiça aparecem de forma não superficial nem previsível. A abordagem parte do ponto de vista mais íntimo para o mais coletivo: da comunidade para a sociedade, da moral pessoal às convenções sociais. Isso permite leituras iguais de um mesmo caso jurídico, como no julgamento (defesa e promotoria), quando ambos os discursos são tão contundentes quanto convincentes. “Para falar de justiça, temos que falar das relações humanas contraditórias, pois a justiça se apresenta pelas contradições”, reflete o diretor.

 

Com emoções e sensações que fogem à obviedade, (In)justiça tem quadros coreografados que dão o respiro necessário à dinâmica da encenação: cidadãos urbanos, policiais, advogados com suas togas desfilam pela área cênica e hipnotizam o espectador. Os depoimentos inseridos nas cenas humanizam e tornam crível a proposta da montagem, sejam densos, desconcertantes ou lúdicos. Segundo o diretor, os três pontos de vista – o pessoal, o divino e o do homem – são considerados na concepção, bem como a máxima que diz “só quem passou por uma injustiça sabe o que é justiça”.

 

O cenário, de Marcelo Denny (1969-2020), situa a força da ancestralidade, presente na terra e no terreiro, na estética religiosa que foge aos estereótipos. Traz também o símbolo da lentidão da justiça: a burocracia em pilhas e pilhas de papéis e processos. Elementos como areia, terra, projéteis de bala e pipas compõem a área cênica, onde predomina a cor cinza. A trilha (de Meno Del Picchia) e os efeitos sonoros são executados ao vivo em sincronia com as cenas. Os atores interpretam também cantos de tradição que reforçam a busca pela humanização e pela ancestralidade propostas pelo espetáculo.

(In)justiça nasceu de um longo processo criativo do projeto Justiça - O que os Vereditos Não Revelam, disparado em encontros da Companhia com pensadores ativistas que discutiram os vários aspectos da Justiça. A saber: Viviane Mosé (filósofa), Gustavo Roberto Costa (promotor de justiça), Ana Lúcia Pastore (antropóloga) e Cristiano Burlan (cineasta), tendo Maria Fernanda Vomero (jornalista e pesquisadora teatral) como mediadora.

FICHA TÉCNICA - Encenação: Miguel Rocha. Texto: Evill Rebouças (em processo colaborativo com a Cia de Teatro Heliópolis). Elenco: Antônio Valdevino, Cícero Ciszo, Dalma Régia, Danyel Freitas, Davi Guimarães, Gustavo Rocha, Jucimara Canteiro e Walmir Bess. Cenografia/instalação: Marcelo Denny. Assistência de cenografia: Denise Fujimoto. Figurino: Samara Costa. Iluminação: Fagner Lourenço e Miguel Rocha. Provocação teórica e prática: Maria Fernanda Vomero. Provocação / teatro épico: Alexandre Mate. Provocação / teatro performático: Marcelo Denny. Direção de movimento: Lúcia Kakazu e Miguel Rocha. Preparação corporal: Lúcia Kakazu. Coreografia: Camila Bronizeski, Lucia Kakazu e Miguel Rocha. Oficina de dança: Camila Bronizeski. Oficina de mímica: Thiago Cuimar. Direção musical: Meno Del Picchia. Provocação vocal: Bel Borges e Luciano Mendes de Jesus. Musicistas: Amanda Abá (violoncelo), Bel Borges (violão, piano e percussão), Fernanda Broggi e Bruno Pássaro (percussão). Operação de luz: Fagner Lourenço. Operação de som: Edézio Aragão. Mesas de debates: Viviane Mosé, Gustavo Roberto Costa, Ana Lúcia Pastore e Cristiano Burlan. Mediação/debates: Maria Fernanda Vomero. Comentador convidado: Bruno Paes Manso. Direção de produção: Dalma Régia.  Produção executiva: Davi Guimarães e Leidi Araújo. Design gráfico: Camila Teixeira. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Idealização/produção: Cia. de Teatro Heliópolis. Estreou: 25/01/2019.

Espetáculo: (IN)JUSTIÇA
Com Companhia Teatro de Heliópolis
De 16 de junho a 17 de julho de 2022
Quintas, sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 19h
Local: Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho
Rua Silva Bueno, 1533, Ipiranga. São Paulo/SP
Ingressos online: Pague quanto puder - Sympla - https://www.sympla.com.br
Duração: 105 minutos. Recomendação: 12 anos. Gênero: Experimental
Teaser: https://youtu.be/tcp0yv3Oy38 

ciadeteatroheliopolis.com | (11)2060-0318 | producao.ctheliopolis@gmail.com

Facebook - @companhiadeteatro.heliopolis | Instagram - @ciadeteatroheliopolis

 

Informações à imprensa | VERBENA Comunicação
Eliane Verbena
Tel: (11) 99373-0181 - verbena@verbena.com.br


Sesc Santana apresenta SCinestesia com a Companhia de Danças de Diadema

© Silvia Machado

O Sesc Santana apresenta  o espetáculo SCinestesia com a Companhia de Danças de Diadema nos dias 10, 11 e 12 de junho, sexta (às 21h), sábado (às 20h) e domingo  (às 18h). As sessões acontecem no Teatro da unidade.

Com direção geral e concepção coreográfica de Ana Bottosso, a montagem transita pelo universo surrealista, associado às possibilidades de integração entre dança contemporânea, teatro, música e artes visuais. Ana também assina a dramaturgia cênica, junto com o ator-performer Matteo Bonfitto. O espetáculo tem ainda participação de Luciano Sallun na criação da trilha sonora.

A animação surrealista “Tango”, do polonês Zbigniew Rybczynski, foi a principal inspiração para a Companhia. O título SCinestesia surge dos diferentes significados das palavras sinestesia (mistura de sentidos) e cinestesia (conjunto de sensações que torna possível perceber os movimentos musculares). No palco, as possibilidades se multiplicam a cada repetição de hábitos corriqueiros, que podem ser parecidos, mas nunca iguais. Como em um processo de causa e efeito, ação e reação tudo pode se modificar a partir da mínima desordem, do inesperado, do acaso da vida.

A Companhia de Danças de Diadema - que está comemorando 27 anos em 2022 - tem apoio da Prefeitura do Município de Diadema, Secretaria de Cultura de Diadema e Associação Projeto Brasileiro de Dança.

FICHA TÉCNICA | SCinestesiaDireção geral e concepção coreográfica: Ana Bottosso. Dramaturgia cênica: Ana Bottosso e Matteo Bonfitto. Intérpretes colaboradores: Carlos Veloso, Carolini Piovani, Daniele Santos, Danielle Rodrigues, Guilherme Nunes, Leonardo Carvajal, Noemi Esteves, Thaís Lima, Ton Carbones e Zezinho Alves. Assistência de direção e produção administrativa: Ton Carbones. Assistência de coreografia: Carolini Piovani. Assistente de ensaio: Zezinho Alves. Concepção musical: Luciano Sallun. Cenografia e adereços cênicos: Júlio Dojcsar. Figurinos: Bruna Recchia. Confecção de figurinos: Zezé de Castro. Art designer: Tono Guimarães. Professores de dança clássica: Márcio Rongetti e Paulo Vinícius. Professor de dança moderna: Reinaldo Soares. Professores de dança contemporânea: Ana Bottosso e Ton Carbones. Condicionamento físico: Carolini Piovani. Orientação em Yoga: Daniele Santos. Professor de View Points: Bruno de Oliveira. Professora convidada: Daniela Moraes (improvisação). Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Assistência de comunicação: Cristina Ávila. Assistência de produção e sonoplastia: Jehn Sales.

Espetáculo: SCinestesia
Com: Companhia de Danças de Diadema
Dias 10, 11 e 12 de junho de 2022
Sexta, às 21h, sábado, às 20h, e domingo, às 18h.
Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia-entrada) e R$ 12,00 (credencial plena).
Duração: 60 min. Recomendação etária: 12 anos. 

Sesc Santana
Av. Luiz Dumont Villares, 579 - Jardim São Paulo. São Paulo/SP.
Local: Teatro. Capacidade: 350 lugares. 

Acesso para pessoas com deficiência. Ar condicionado.

Estacionamento: R$12,00 (1ª hora) e R$3,00 (hora adicional) - desconto para credenciados.

Bilheteria: terça a sexta (9h às 21h), sábado (10h às 21h) e domingo (10h às 18h45).

Aceita cartões de crédito e débito e cartões de bandeiras Vouchers Cultura.

Os ingressos podem ser adquiridos em todas as unidades do Sesc.

Informações sobre outras programações: 0800-118220 ou www.sescsp.org.br

www.ciadedancas.apbd.org.br | WhatsApp: (11) 99992-7799.
Facebook: @companhiadedancas | Instagram: @ciadancasdiadema 

Informações à imprensa | VERBENA Assessoria
Eliane Verbena
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sexta-feira, 20 de maio de 2022

Festa junina no Teatro do Incêndio busca continuidade do projeto SOL.TE

Crianças do projeto Sol.te (foto de Laura Nogueira)

No dia 12 de junho, domingo, acontece a Festa Junina do SOL.TE no Teatro do Incêndio, das 17h às 20h. O evento - aberto à comunidade - encerra as atividades do semestre do projeto sociocultural que atende crianças e adolescentes com atividades artísticas e culturais da região do bairro Bela Vista.

A festa começa após a apresentação dos alunos, às 16h, no palco do Teatro (com ingressos já esgotados). Muitas atividades, brincadeiras e gostosuras vão tomar conta da Rua 13 de Maio, na altura do número 48, onde fica a sede do Teatro do Incêndio.

O trio
Arrumadinho - com Bisdré Santos (triângulo), Heitor Gondo (zabumba) e Antonio Vito (sanfona) - garante o forró, a animação e o clima para a quadrilha, que será aberta à participação do público.

“Pedimos às pessoas que venham vestidas a caráter, com roupas e adereços tradicionais para garantir o aspecto junino da quadrilha que estamos programando, e também para deixar a festa bem colorida e animada”, comenta Gabriela Morato, coordenadora do evento. Os recursos arrecadados na Festa Junina do SOL.TE serão destinados à manutenção e continuidade do projeto.

Tem, sim sinhô!

Trio de forró - Arrumadinho

Quadrilha na rua.

Brincadeiras: Pescaria, Xilondró, Tomba-lata, Boca de Palhaço, Cama Elástica, Pula-pula etc.

Gostosuras: bolos, milho verde, pamonha, canjica, pipoca, algodão doce, maçã do amor, churrasquinho e muitas outras delícias.
Bebidas: quentão, vinho quente, refrigerantes, cervejas e outros.

O projeto

O projeto SOL.TE, cujo nome foi emprestado de um poema de Leminski, idealizado e coordenado pela atriz, produtora e arte-educadora Gabriela Morato, é uma ação artístico- pedagógica com objetivo de  fazer com que arte e cultura faça parte das pessoas, como um espaço-tempo-elo facilitador na formação e desenvolvimento do sujeito pleno e cidadão, desde a infância, pela linguagem Teatro e da cultura do brincar. A ação se dá por experiências artísticas, criativas e sociais por meio de jogos e práticas teatrais, também por jogos e brincadeiras populares ou contemporâneas, buscando a percepção dos participantes, de suas famílias e da comunidade, de que arte e cultura, além de ser direito de todos, é um caminho para se desenvolver como ser.

O projeto já atendeu mais de 560 participantes desde 2014, entre crianças e adolescente. Atualmente, funciona em duas modalidades: Oficinas de Teatro para crianças (8 a 12 anos) e adolescentes (13 a 17 anos) e Escola Cultural (para crianças). Na primeira, as atividades são aos sábados. A segunda funciona no contraturno escolar (segunda a sexta, pela manhã), oferecendo apoio, acolhimento, arte, cultura e esperança para crianças em situação de vulnerabilidade social da região. Neste ano, o SOL.TE - Oficinas de Teatro acontece com apoio da 36ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, integrando o projeto Sou Encruzilhada, Sou Porta de Entrada. Sou Correnteza de Vida, Esquina Cortada: Ave Bixiga!”. Já a modalidade SOL.TE - Escola Cultural teve início, em 2022, com recursos do ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.

Projeto: Festa Junina do SOL.TE
Dia 12 de junho de 2022
Horário: das 17h às 20h
Teatro do Incêndio
Rua 13 de Maio, 48 - Bela Vista (Bixiga). São Paulo/SP.
Grátis – evento ao ar livre.
www.teatrodoincendio.com | www.projetosolte.com
@teatrodoincendio | @projetosol.te

 

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quinta-feira, 19 de maio de 2022

SESI A.E. Carvalho recebe As Conchambranças de Quaderna, de Suassuna, em sessões gratuitas

Foto de Erik Almeida


O espetáculo As Conchambranças de Quaderna, primeira montagem paulistana da obra de Ariano Suassuna, tem sessões gratuitas no Teatro do SESI SP A.E. Carvalho, nos dias 10 e 11 de junho, sexta e sábado, às 20h, com reservas pelo site Sesisp.org.br.

Dirigida por Fernando Neves, a montagem da Cia. Vúrdon de Teatro Itinerante e Beijo Produções Artísticas traz o universo fantástico de uma farsa de circo sertaneja com pitadas de pura realidade cômica. Suassuna transporta para o palco o personagem Pedro Dinis Quaderna, de seu Romance d’A Pedra do Reino, lançado em de outubro de 1971, em Recife, um ano após o lançamento do Movimento Armorial. Portanto, Quaderna completou 50 anos, em 2021, quando o espetáculo estreou. Trata-se de uma comédia de caráter popular e diálogo direto que une a estética sertaneja, inspirada no romanceiro nordestino, do trovador ibérico, ao circo-teatro que tanto fascinava Ariano, para apresentar os imbróglios de Quaderna.

A direção preciosa de Fernando Neves, mestre no ofício do circo-teatro, conta com a colaboração do artista plástico Manuel Dantas Suassuna, na criação visual da obra e nas pinturas exclusivas dos telões do cenário, e com figurinos assinados por Carol Badra. Na criação musical, o talento e a criatividade de Renata Rosa (cantora, compositora e rabequeira) que criou a paisagem sonora. E dando vida à brincadeira teatral está um elenco de atores/cômicos: Jorge de Paula, Fábio Espósito, Guryva Portela, Henrique Stroeter, Carlos Ataíde, Bruna Recchia e Abuhl Júnior, trazendo o circo pela estrada.

“Conchambrança” é uma corruptela de “conchamblança”, que significa conchavo, combinação. Foi na forma de “conchambrança” que Suassuna ouviu a palavra pela primeira vez, no sertão da Paraíba (Carlos Newton Jr). Forma que se ajusta perfeitamente ao universo da peça, uma vez que o protagonista Quaderna (interpretado pelo pernambucano Jorge de Paula) conta suas lembranças em narrativa direta.

A peça completa é formada por três imbróglios em que Quaderna toma parte, fazendo uma série de conchavos para resolver situações, tirando proveito de tudo e de todos como é esperado de um bom pícaro. Devido ao distanciamento social imposto pela pandemia do coronavírus, a produção traz somente o primeiro ato: O Caso do Coletor Assassinado. Quaderna usa sua astúcia para driblar as tensões entre o sertão e a cidade para resolver uma crise política entre o governo do estado da Paraíba e o seu Padrinho e protetor Dom Pedro Sebastião (líder da oligarquia rural), durante as investigações sobre um “suposto” desfalque dado pelo coletor de impostos da cidade.

Na versão para o teatro, Suassuna traz uma das facetas do seu Quaderna: alma de palhaço de circo popular, um rei lunático do sertão, astrólogo, intelectual sertanejo e imperador do Sete-Estrelo do Escorpião. O Quaderna do palco é divertido e sedutor, combinando os arquétipos tanto das manifestações e brincadeiras populares quanto do povo sertanejo. Com humor ácido e preciso, a peça é uma obra rica e delirante que fala para todos os públicos. O texto envolve a plateia em um jogo de ‘sobrevivência’, com truques para driblar as armadilhas e com astúcia para sobreviver. Quaderna - rei e palhaço - é um personagem rico de personalidade megalomaníaca e exuberante, autoproclamado imperador, um verdadeiro pícaro e gracioso palhaço de circo popular.

A concepção de Fernando Neves é uma reinterpretação do circo-teatro, estética à qual se dedica, há quase duas décadas, junto ao grupo Os Fofos Encenam e, desde a infância, com a sua família Santoro Neves. É uma junção do circo-teatro com a obra de Suassuna. O diretor ressalta que no eixo da encenação está o protagonista com seu tipo e temperamento. “A questão técnica deve ser preciosa na composição do ator: tempo e ritmo são fundamentais para o protagonismo de cada cena”, comenta.

A trilha sonora, de Renata Rosa, confere o espírito festivo à peça. A música, segundo o diretor, é o chão para as personagens, potencializa os dramas e as sonoridades incidentais ajudam a revelar emoções, sensações e reações. “A peça é como uma partitura. A música no circo-teatro cumpre funções importantíssimas. É tema das personagens, cria o clima das cenas e dá o ritmo e o tempo para a atuação, revelando estados emocionais e ligando as situações que preparam o público para o final”, afirma.

O cenário com painéis de Manuel Dantas Suassuna, com traços e elementos característicos da cultura popular do nordeste, ambienta as cenas no universo visual de Ariano Suassuna. “Tivemos a sorte de contar com o talento de Dantas Suassuna, alguém que vive e faz essa cultura que estamos abordando, que nasceu inserido nela”, comenta Fernando Neves.

“Trazer Suassuna para o circo é juntar padrões que estavam separados pelas escolhas estéticas e de conteúdo dos artistas criadores do circo-teatro no Brasil. Trabalhando com o melodrama e o vaudeville, o circo-teatro seguiu um caminho menos crítico com histórias recheadas de heróis e heroínas vitimizados por vilões, que eram castigados no final diante do triunfo da virtude”, argumenta Fernando Neves. Ele explica que o circo-teatro caminhou, até meados do século XX, criando conceitos refletidos na geografia da cena, na cenografia de telões pintados e gabinetes, na música e principalmente em personagens arquetípicos, calcados na tipologia dos atores. “Os elementos e conceitos criados pelo circo-teatro são os melhores anfitriões para receber a dramaturgia corrosiva de Ariano Suassuna, mágica, sem vínculo psicológico, repleta de metáforas”. Ele finaliza: “o encontro da commedia dell'arte com o circo-teatro, que tem como base a primeira, traz um sentido histórico de ascendência artística que se enriquece com a incorporação de elementos do teatro popular nordestino, repleto de fantasias e impregnado da loucura criativa de Ariano”.

Suassuna teve contato pela primeira vez com o teatro dentro de um circo, nos melodramas e espetáculos de mamulengos (teatro popular de boneco nordestino). As apresentações aconteciam em circos pobres que chegavam à Taperoá. As Conchambranças de Quaderna marca a retomada teatral do autor, em 1987, depois de 25 anos se dedicando a outras vertentes literárias e artísticas. A peça é composta por três atos: “O Caso do Coletor Assassinado” (que é encenado nesta produção), “Casamento com Cigano pelo Meio” e “A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo”. Teve apenas três montagens – em Recife (1987 e 2004) e no Rio de Janeiro (2011) – e foi publicada somente em 2018, no teatro completo e em texto individual.

FICHA TÉCNICA - Texto: Ariano Suassuna. Direção: Fernando Neves. Elenco por ondem de entrada: Jorge de Paula, Fábio Espósito, Guryva Portela, Henrique Stroeter, Carlos Ataíde e Bruna Recchia. Músico ao vivo: Abuhl Júnior. Cenografia: Manuel Dantas Suassuna. Assistência de cenografia: Guryva Portela. Trilha sonora: Renata Rosa. Pinturas e desenhos exclusivos para a montagem: Manuel Dantas Suassuna. Cenotécnica: Marcos Tadeu e Marcelo Andrade. Figurino e Adereços: Carol Badra. Assistência de figurino: Bruna Recchia. Costureira: Maria José de Castro. Criação de luz e operação: Rodrigo Belladona. Identidade visual peças gráficas: Ricardo Gouvêia de Melo. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Fotos: Erik Aolmeida. Produção: Beijo Produções Artísticas e Cia Vúrdon de Teatro Itinerante. Estreou em: 18/10/2021.

Serviço

Espetáculo: As Conchambranças de Quaderna
10 e 11 de junho. Sexta e sábado, às 20h
Teatro do SESI SP A.E. Carvalho - @sesiaecarvalho.
Rua Deodato Saraiva da Silva, 110 - Cidade A.E. Carvalho. São Paulo/SP.
Grátis - Reservas pelo Sesisp.org.br.
Gênero: Comédia. Duração: 55 min. Classificação: 12 anos.

Instagram: @quadernasuassuna | Facebook: @asconchambrançasdequaderna

Perfi

Ariano Suassuna (1927-2014 - autor) - É natural da Cidade da Paraíba, hoje capital do estado, Suassuna é um dos mais importantes escritores brasileiros, dono de uma escrita única. Autor de obras expressivas como o Romance da Pedra do Reino e a peça Auto da Compadecida, foi poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo e professor. Em 1989, foi eleito para a cadeira de número 32 da Academia Brasileira de Letras. Em 1947, escreveu sua primeira peça e única tragédia para o teatro, Uma Mulher Vestida de Sol, e, em 1955, escreveu Auto da Compadecida. Em 1970, criou o Movimento Armorial com o objetivo de valorizar os vários aspectos da cultura do Nordeste brasileiro, entre os quais a literatura de cordel, a música, a dança e o teatro, as artes plásticas e arquitetura. Iniciou, em 1971, uma trilogia com o Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue que Vai-e-Volta que teve sequência, em 1976, com a História d'O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: ao Sol da Onça Caetana. Em 1987, retornou à dramaturgia com a peça As Conchambranças de Quaderna. Em dezembro de 2017, foi publicada sua obra inédita e póstuma A Ilumiara – Romance de Dom Pantero no Palco dos Pecadores, reunindo escritos de seus últimos 30 anos de vida. A obra é dividida em dois volumes, O Jumento Sedutor e O Palhaço Tetrafônico, sendo considerada pela crítica seu "testamento literário". (“Ariano Suassuna – Wikipédia, a enciclopédia livre”) O próprio autor considerava a obra como "o livro da sua vida". Ariano sempre deixou clara sua paixão pelo circo e foi por causa do circo-teatro nordestino que começou a escrever teatro.

Fernando Neves (diretor) - É fundador e diretor da Cia. Os Fofos Encenam. Estre os espetáculos que dirigiu, destaque para: Auto de Natal Caipira (de Carlos Alberto Soffredini, 1992), A Mulher do Trem (de Maurice Hanequin, com Os Fofos Encenam, 2003/04), Ferro em Brasa (de Antonio Sampaio, com Os Fofos Encenam, 2006), O Médico e os Monstros (adaptação de Mário Viana, rodução La Mínima Cia e SESI Paulista, 2008), Maconha, o Veneno Verde (Montagem do Circo de Teatro Tubinho, 2011) e O Deus da Cidade (de Cássio Pires, com Os Fofos Encenam, 2016). Em 2013, com Os Fofos Encenam, criou o projeto Baú da Artehuzza com a montagem de cinco espetáculos de acervo do Ciro-Teatro Arethuzza. Recebeu os prêmios: Governador do Estado de SP (Melhor ator por Lampião e Maria Bonitinha no Reino do Divino, 1988), Festivale – Festival de Teatro do Vale, São José dos Campos (A Mulher do Trem ganhou vários prêmios, entre os quais Melhor Espetáculo e Direção, 2003) e Qualidade Brasil (Melhor Ator por Assombrações do Recife Velho, 2005). Vindo de família circense (o avô veio de Portugal), o cobntato com a arte embaixo da lona foi inevitável. Estudou Letras e Teatro Brasileiro e iniciou carreira de ator profissional aos 26 anos.

Renata Rosa – Cantora, compositora e rabequeira nascida em São Paulo, radicada no Recife, que recebeu o Choc de l'Année 2004, um dos principais prêmios da música mundial, pelo Le Monde - de la Musique por seu primeiro CD, Zunido da Mata, e o Prêmio da Música Brasileira 2009 como Melhor Cantora Regional pelo disco Manto dos Sonhos. Por convite do Museu do Louvre, desenvolveu a criação musical Duos Éphémères – Tèrre com a qual se apresentou no Grande Auditório do Museu do Louvre. Renata Rosa atuou como rabequeira no cavalo-marinho Boi Brasileiro, de Condado, e produziu o CD Pimenta com Pitú, de Seu Luiz Paixão, expoente da rabeca nordestina e seu mestre no instrumento. Como atriz, foi a protagonista feminina Maria Safira da minissérie A Pedra do Reino, de Ariano Suassuna, na Rede Globo, em 2007, dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Renata também foi responsável pela composição e direção das músicas dos coros para essa obra. Foi a idealizadora do Projeto Le Cor de la Rosa (criação de polifonias vocais com o Grupo Marselhês Lo Cor de la Plana), e desenvolveu a Criação a partir das polifonias vocais.

Manuel Dantas Suassuna (direção de arte / cenário) - Filho de Ariano Suassuna e Dona Zélia (o terceiro de seis filhos), Dantas desenvolveu desde cedo o caminho da pintura e escultura. Sua mãe era quem fazia as gravuras para os livros de Ariano, e foi nessa estrada que Dantas seguiu. Junto ao seu pai, ele percorreu o sertão nordestino, vivenciando seu misticismo, sua arte, suas historias. E essa é sua maior influência, assim como a obra do pai. Dantas iniciou a trajetória como pintor aos 17 anos. Como artista plástico, já expôs em salões no Brasil e exterior, com destaque para sua última exposição, Em Nome do Pai.

 

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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Indígenas é tema de exposição de Dani Sandrini no SESI Itapetininga com impressão em folhas de plantas e em papel com pigmento de jenipapo

Exposição com acessibilidade, contendo obras com audiodescrição e peças táteis


O SESI Itapetininga apresenta a exposição Terra Terreno Território, da fotógrafa e artista visual Dani Sandrini, a partir do dia 3 de junho (sexta), no Centro de Atividades Benedito Marques da Silva, com visitação gratuitaA artista utiliza duas técnicas de impressão fotográfica do século XIX para propor uma reflexão sobre como é ser indígena em grandes cidades, no século XXI.

As imagens foram captadas por Dani Sandrini durante o ano de 2019, na Grande São Paulo, em aldeias indígenas (onde predomina a etnia Guarani) e no contexto urbano (que abriga aproximadamente 53 etnias). Terra Terreno Território é composta por dois agrupamentos fotográficos, nos quais a impressão é feita artesanalmente em papéis sensibilizados com o pigmento extraído do fruto jenipapo (o mesmo que indígenas usam nas pinturas corporais) e diretamente em folhas de plantas (taioba, singônio, malvavisco, amora e batata doce). Ambos processos - chamados de antotipia e fitotipia, respectivamente - se dão artesanalmente, através da ação da luz solar, em tempos que variam de três dias a cinco semanas de exposição.

As imagens fotográficas - de tamanhos que variam entre 10x15 a 50x75cm - trazem uma temporalidade inversa à prática fotográfica vigente, da rapidez do click e da imagem virtual. “O tempo de exposição longo convida à desaceleração para observar o entorno com outro tempo e sob outra perspectiva. Como a natureza, onde tudo se transforma, esses processos produzem imagens vivas, uma referência a permanente transformação da cultura indígena, que não ficou congelada 520 anos atrás”, reflete a artista.

A delicadeza do processo orgânico traz também uma consequente fragilidade para as fotografias com a passagem do tempo. A artista explica que “dependendo da incidência de luz natural diretamente na imagem, por exemplo, pode levá-la ao apagamento”. A concepção de Sandrini considera esta possibilidade como um paralelo ao apagamento histórico que a cultura indígena vem sofrendo em nosso país. Ela diz que “a proposta favorece também a discussão acerca da fotografia com seu caráter de memória e documento como algo imutável, ampliando seus contornos e podendo se vincular ao documental de forma bem mais subjetiva. A certeza é a transformação. A foto não congela o tempo. Os suportes que aqui abrigam as fotografias geram outros significados”, reflete.  

Com Terra Terreno Território a fotógrafa alerta para a necessidade de compreender a cultura indígena para além dos clichês que achatam a diversidade do termo. “Aqui, a intenção é exatamente oposta: é desachatar, lembrar que muitos indígenas vivem do nosso lado e nem nos damos conta. Já se perguntaram o porquê de essa história ter sido apagada?”, comenta Dani que, no projeto, fotografou pessoas de diversas etnias, oriundas de várias regiões do país, ora posando para um retrato ora em suas rotinas, suas atividades, seus eventos, rituais ou celebrações.

Terra Terreno Território nasceu do projeto Darueira, em 2018, contemplado no 1° Edital de Apoio à Criação e Exposição Fotográfica, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo por meio da Supervisão de Fomento às Artes. Realizado, em 2019, ganhou exposição na Biblioteca Mario de Andrade, de outubro a dezembro. Em 2020 (no formato online, devido à pandemia), a exposição passou pela Galeria Municipal de Arte, do Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes (Chapecó/SC), Cali Foto Fest (Colômbia) e Pequeno Encontro de Fotografia (Olinda/PE). Em 2021, integrou o Festival Photothings (exposição online no metrô de São Paulo; ensaio escolhido para integrar a Coleção Photothings). Em 2022, além da circulação por unidades do SESI São Paulo, foi selecionada para a Exposição Latinas en París (Fotografas Latam, Fundación Fotógrafas Latinoamericanas).

Dani Sandrini - Fotógrafa e artista visual vivendo em São Paulo, Dani Sandrini desenvolve projetos documentais e artísticos, desde 2014, apesar de ser fotógrafa comercial, desde 1998. A depender do projeto e suas singularidades, sua fotografia é colocada nas telas ou papéis, mas também pode conter outros elementos que adicionam significados à imagem final, bem como camadas extras de subjetividade. Pesquisa o entrelaçamento de materiais e suportes com a imagem fotográfica e a ação do tempo sobre a mesma. Dani tem experiência em processos fotográficos alternativos e desenvolve projetos utilizando impressão por transferência, fotografia estenopeica, cianotipia, antotipia e fitotipia.

Serviço

Exposição: Terra Terreno Território
Artista: Dani Sandrini
Abertura para convidados: 2 de junho
Temporada: 3 de junho a 30 de julho de 2022
Horário: terça a sábado, das 9h às 20h
Visitação gratuita. Livre.

Acessibilidade: a exposição conta com piso tátil, audioguia, 5 obras táteis e 10 obras com audiodescrição.

SESI Itapetininga
Centro de Atividades Benedito Marques da Silva
Av. Padre Antônio Brunetti, 1360 - Vila Rio Branco. Itapetininga/SP
Tel: (15) 3275-7920 | itapetininga.sesisp.org.br 

Após a temporada no SESI Itapetininga, Terra Terreno Território seguirá para as unidades Campinas Amoreiras (agosto), São José do Rio Preto (outubro) e São Paulo (2023).


Informações à imprensa | VERBENA ASSESSORIA
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(11) 99373-0181 | verbena@verbena.com.br

terça-feira, 10 de maio de 2022

Companhia de Danças de Diadema apresenta-se no Festival Internacional de Dança de Taubaté

Foto de Ligiane Braga


A Companhia de Danças de Diadema apresenta o espetáculo EU por detrás de MIM no 7º Festival Internacional de Dança de Taubaté (SP). A sessão acontece no dia 12 de maio (quinta) no palco do Teatro Metrópole, às 20h, com ingressos grátis.

A programação do Festival inclui ainda o Workshop de Dança Contemporânea, ministrado pela bailarina da Companhia, Carolini Piovani, no Centro Cultural Municipal Toninho Mendes. Com inscrições gratuitas, a atividade acontece no mesmo dia, às 14h, sendo destinada aos profissionais e estudantes de dança e demais interessados.

Com direção e coreografia de Ana Bottosso, EU por detrás de MIM foi inspirado em obras do artista visual dinamarquês Olafur Eliasson e no conto O Espelho, de Guimarães Rosa. A montagem foi agraciada com os prêmios APCA 2017 - Melhor Criação Coreográfica - e Governador do Estado de São Paulo para a Cultura 2018 - modalidade Dança / Coreografia.

Transitando pelos meandros dos reflexos e das reflexões, Ana Bottosso imaginou um universo por detrás dos espelhos, um mundo além  deste que conhecemos, para conceber a coreografia de EU por detrás de MIM. Seria este mundo mais - ou menos - real? Esta, e outras questões, surgiram durante o processo de criação, norteando as pesquisas cênicas, construído em conjunto com o elenco da Companhia de Danças de Diadema. Já a trilha sonora foi especialmente criada por Fábio Cardia, fazendo uma analogia aos reflexos sonoros.

Desde o primeiro contato com Olafur Eliasson na exposição Seu Corpo da Obra, na Pinacoteca de São Paulo, em 2012, Ana Bottosso se sentiu motivada a criar algo que tratasse dos espelhos e seus reflexos. Na exposição, espelhos eram posicionados em locais inusitados que se revelavam de forma inesperada, aguçando a sensibilidade da coreógrafa e levando-a a iniciar uma pesquisa sobre o assunto. “As situações espaciais provocadas pelos espelhos eram de profunda ambiguidade sobre o dentro e o fora. E esta ambiguidade foi trazida para o corpo, traduzida pela dança”, comenta a coreógrafa.

Após o primeiro momento criativo, o espetáculo recebeu influências também do poético conto O Espelho, de Guimarães Rosa, no qual apresenta uma inquieta personagem e a descoberta de sua essência. “Encontrar ou pelo menos ter ciência da existência de outro(s) eu(s) que possa(m) coexistir com o nosso EU comum é o desafio do espetáculo, que também convida o expectador a uma reflexão”, argumenta Ana Bottosso. 

A Companhia de Danças de Diadema - que comemora 27 anos em maio de 2022 - tem apoio da Prefeitura do Município de Diadema, Secretaria de Cultura de Diadema e Associação Projeto Brasileiro de Dança.

Ficha técnica | EU por detrás de MIM - Direção geral e concepção coreográfica: Ana Bottosso. Assistência de direção e produção administrativa: Ton Carbones. Assistência de coreografia: Carolini Piovani. Elenco: Carlos Veloso, Carolini Piovani, Daniele Santos, Danielle Rodrigues, Guilherme Nunes, Leonardo Carvajal, Noemi Esteves, Thaís Lima, Ton Carbones e Zezinho Alves. Concepção musical: Fábio Cardia. Desenho de luz: Silviane Ticher. Operação de luz: Zullu. Assistência de produção e sonoplastia: Jehn Sales. Concepção figurino e adereços cênicos: Ana Bottosso. Confecção figurino: Cleide Aniwa. Professores de dança clássica: Márcio Rongetti e Paulo Vinicius. Dança moderna: Reinaldo Soares. Condicionamento físico: Carolini Piovani. Professor de View Points: Bruno de Oliveira. Professora convidada: Daniela Moraes (improvisação). Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Assistência de comunicação: Cristina Ávila.  

7º Festival Internacional de Dança de Taubaté (10 a 14/05/2022)
Espetáculo: EU por detrás de MIM
Com a Companhia de Danças de Diadema
12 de maio. Quinta, às 20h
Teatro Metrópole
Rua Duque de Caxias, 312 - Centro. Taubaté/SP.
Ingressos: Grátis. Duração: 35 min. Classificação: Livre. 

Workshop de Dança Contemporânea
12 de maio. Quinta, às 14h
Centro Cultural Municipal Toninho Mendes
Praça Coronel Vitoriano, 01 - Centro. Taubaté/SP.
Inscrições Grátis. Público-alvo: maiores de 14 anos.

www.ciadedancas.apbd.org.br | WhatsApp: (11) 99992-7799.
Facebook: @companhiadedancas | Instagram: @ciadancasdiadema

 

Informações à imprensa | VERBENA Assessoria
Eliane Verbena
Tel: (11) 99373-0181 | verbena@verbena.com.br

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Companhia de Danças de Diadema apresenta SCinestesia no Sesc Santo Amaro integrando a programação do festival Visões Urbanas

SCinestesia - ©SilviaMachado

Integrando a programação do Visões Urbanas, Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas, a Companhia de Danças de Diadema apresenta o espetáculo SCinestesia, no dia 7 de maio (sábado, às 19h), na Área de Convivência do Sesc Santo Amaro. O acesso é gratuito.

Com direção geral e concepção coreográfica de Ana Bottosso, SCinestesia transita pelo universo surrealista, associado às possibilidades de integração entre dança contemporânea, teatro, música e artes visuais. Ana também assina a dramaturgia cênica, junto com o ator-performer Matteo Bonfitto, e a montagem conta ainda com participação de Luciano Sallun na criação da trilha sonora.

A animação surrealista “Tango”, do polonês Zbigniew Rybczynski, foi a principal inspiração para a Companhia. O título SCinestesia surge dos diferentes significados das palavras sinestesia (mistura de sentidos) e cinestesia (conjunto de sensações que torna possível perceber os movimentos musculares). No palco, as possibilidades se multiplicam a cada repetição de hábitos corriqueiros, que podem ser parecidos, mas nunca iguais. Como em um processo de causa e efeito, ação e reação tudo pode se modificar a partir da mínima desordem, do inesperado, do acaso da vida.

A Companhia de Danças de Diadema - que comemora 27 anos em maio de 2022 - tem apoio da Prefeitura do Município de Diadema, Secretaria de Cultura de Diadema e Associação Projeto Brasileiro de Dança.

VISÕES URBANAS - Criado pelos artistas e pesquisadores Ederson Lopes e Mirtes Calheiros e realizado pela Cia. Artesãos do Corpo, o Visões Urbanas é um encontro artístico que tem a dança e a cidade como focos principais na sua programação. Ao longo de 14 edições, já participaram do festival artistas de vários estados do Brasil e de países como Portugal, Espanha, França, Argentina, Uruguai, Colômbia, Turquia, México, EUA, Cuba, Alemanha, Bélgica, Itália, Japão, Moçambique e Ucrânia.

FICHA TÉCNICA | SCinestesiaDireção geral e concepção coreográfica: Ana Bottosso. Dramaturgia cênica: Ana Bottosso e Matteo Bonfitto. Intérpretes colaboradores: Carlos Veloso, Carolini Piovani, Daniele Santos, Danielle Rodrigues, Guilherme Nunes, Leonardo Carvajal, Noemi Esteves, Thaís Lima, Ton Carbones e Zezinho Alves. Assistência de direção e produção administrativa: Ton Carbones. Assistência de coreografia: Carolini Piovani. Assistente de ensaio: Zezinho Alves. Concepção musical: Luciano Sallun. Cenografia e adereços cênicos: Júlio Dojcsar. Figurinos: Bruna Recchia. Confecção de figurinos: Zezé de Castro. Art designer: Tono Guimarães. Professores de dança clássica: Márcio Rongetti e Paulo Vinícius. Professor de dança moderna: Reinaldo Soares. Professores de dança contemporânea: Ana Bottosso e Ton Carbones. Condicionamento físico: Carolini Piovani. Orientação em Yoga: Daniele Santos. Professor de View Points: Bruno de Oliveira. Professora convidada: Daniela Moraes (improvisação). Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Assistência de comunicação: Cristina Ávila. Assistência de produção e sonoplastia: Jehn Sales.

Serviço

Festival: Visões Urbanas | www.visoesurbanas.com.br
Espetáculo: SCinestesia
Com a Companhia de Danças de Diadema
7 de maio. Sábado, às 19h
Duração: 35 min. Indicação: Livre.
Grátis (Área de Convivência)

Sesc Santo Amaro
Rua Amador Bueno, 505 - Santo Amaro. SP/SP
Tel: (11) 5541-4000 | @sescsantoamaro
www.sescsp.org.br/unidades/santo-amaro/ 

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quarta-feira, 4 de maio de 2022

Mamãe, Tem Uma Drag Queen Contando Histórias! É a Helena Black!

Helena Black (Paulo Reis), foto de Andressa Santos

Helena Black leva o conto de fadas
A Princesa e a Costureira às Casas de Cultura da capital paulista.

A partir do dia 11 de maio, Helena Black leva todo seu encanto de drag queen contadora de histórias às Casas de Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Persona criada pelo ator Paulo Reis, Helena Black narra A Princesa e a Costureira, de Janaína Leslão, um conto de fadas bem diferente do convencional e fundamental
quanto ao respeito à diversidade.

Esta circulação dá continuidade ao projeto Mamãe, Tem Uma Drag Queen Contando Histórias, que Helena Black vem apresentando, desde 2017. As apresentações ocorrem na Casa de Cultura do Hip Hop Leste (11/5, às 10h), Casa de Cultura da Brasilândia (19/5, às 15h), Casa de Cultura Raul Seixas (4/6, às 11h, e 8/6, às 15h), Casa de Cultura da Vila Guilherme - Casarão (4/6, às 16h) Casa de Cultura Municipal de Guaianases (17/6, às 14h) e Casa de Cultura Municipal da Freguesia do Ó (22/6, às 14h).

O livro A Princesa e a Costureira conta a história de Cíntia, uma princesa que foi prometida em casamento ao príncipe Febo, desde que nasceu. Mas, devido a um encantamento de sua Fada Madrinha, Cíntia só poderia se casar com seu amor verdadeiro, que lhe seria revelado assim que essa pessoa tocasse em suas costas. Qual não foi a surpresa, na idade adulta, ao ver-se apaixonada.

Na versão de Helena Black, ela própria assume o papel da Fada Madrinha e narra a história com carisma, bom humor e respeito à perspicácia infantil, estimulando as crianças a refletirem sobre valores fundamentais nas relações humanas, como respeito, amor e empatia.

Helena Black, a primeira drag queen contadora de histórias do Brasil, lembra que as histórias são fundamentais para a formação do cidadão e para o convívio em sociedade. “As crianças nunca vão sozinhas aos lugares, sempre tem um adulto acompanhando. E nesse ato reside a magia, o encanto de presenciar a relação de troca e respeito na interação das crianças com o lúdico. É urgente que esse convívio com a literatura e com a diversidade chegue à periferia, que haja estímulo à possibilidade de sonhar e de acreditar que é possível ocupar seu espaço por meio da leitura e do diálogo”, declara. “É possível acessar o imagético tanto para quem conta como para quem ouve a história. A leitura e a imaginação, se cultivadas desde a primeira infância, possibilita a transformação, tão essencial nesse momento de intolerância e agressividade com o diferente”, finaliza Helena Black.

FICHA TÉCNICA - Conto: Princesa e a Costureira. Autora: Janaina Leslão. Direção e contação da história: Paulo Reis / Helena Black. Adereços: Carol Ferreira Costa. Figurino: Isa Santos. Cenografia: Paulo Reis. Produção artística: Paulo Reis. Produção geral e executiva: Monica Soares e Paulo Reis. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Fotografia: Andressa Santos. Filmagem: Lado Sujo da Frequência. Realização: Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

Paulo Reis é ator e produtor cultural, integrante do Grupo Rosas Periféricas e formado em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes. Criou Helena Black, em 2010, como um presente de aniversário para sua avó paterna que comemorava de 85 anos. E ela já performou até na Casa Mídia Ninja, em Lisboa (Portugal). Como arte-educador, trabalhou no Sesc 24 de Maio e Sesc Santo André, onde sua Helena Black foi convidada para contar histórias, em 2017, tornando-se então a primeira drag queen contadora de histórias do Brasil, que já tem extenso currículo incluindo as bibliotecas da capital paulista.

Janaína Leslão
é escritora de alguns dos primeiros contos de fadas a abordarem direitos sexuais e reprodutivos. Seu primeiro livro, A Princesa e a Costureira, foi adaptado para o teatro (Prêmio APCA 2016). Psicóloga pela UNESP. Foi eleita conselheira no CRP SP para os anos de 2010 a 2016. Tem especialização em Saúde Mental pela Universidade de São Paulo USP. Funcionária pública​, ​trabalha com prevenção às violências, como sexismo, racismo e homofobia. Livros publicados: A Princesa e a Costureira, Joana Princesa e A Rainha e os Panos Mágicos.

Serviço

Mamãe, Tem Uma Drag Queen Contando Histórias!
Contação de histórias: A Princesa e a Costureira
Com Helena Black
Gratuito. Duração: 40 min. Classificação: Livre (indicação - 4 anos)
Helena Black no Instagran: @helenablackoficial 

11 de maio. Quarta, às 10h
Casa de Cultura do Hip Hop Leste
Rua Sara Kubitschek, 165 A - Cidade Tiradentes. SP/SP. 

19 de maio. Quinta, às 15h
Casa de Cultura da Brasilândia
Praça Benedicta Cavalheiro, s/nº - Freguesia do Ó. SP/SP.

4 de junho. Sábado, às 11h
Casa de Cultura Raul Seixas
Rua Murmúrios da Tarde, 211 - José Bonifacio. SP/SP. 

4 de junho. Sábado, às 16h
Casa de Cultura da Vila Guilherme - Casarão
Praça Oscár da Silva, 110 - Vila Guilherme, SP/SP. 

8 de junho. Quarta, às 15h
Casa de Cultura Raul Seixas
Rua Murmúrios da Tarde, 211 - José Bonifacio. SP/SP. 

17 de junho. Sexta, às 14h
Casa de Cultura Municipal de Guaianases
R. Castelo de Leça, s/n - Jardim Soares. SP/SP. 

22 de junho. Quarta, às 14h
Casa de Cultura Municipal da Freguesia do Ó
Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215 - Freguesia do Ó. SP/SP. 

 

Informações à imprensa | VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
Tel: (11) 2548-38409 / (11) 99373-0181- verbena@verbena.com.br