terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Teatro do Incêndio realiza oficina de teatro e artes para jovens e crianças na Bela Vista


Entre as ações formativas da Cia. Teatro do Incêndio está o SOL-TE – Oficina Livre de Teatro para crianças e adolescentes. Um projeto a serviço da comunidade na qual se insere: o bairro Bixiga, na região da Bela Vista.

As inscrições - gratuitas - estão abertas entre os dias 27 de fevereiro e 9 de março. Os interessados, acompanhados por um responsável, devem se dirigir à na sede do Teatro do Incêndio (à Rua 13 de Maio, 48), apresentar foto 3 x 4 e cópias de RG e comprovante de residência.

O SOL-TE é dividido em duas turmas de 20 participantes cada: Pe.que.nos (6 a 11 anos) e E.vo.lu.ir (12 a 18 anos). As aulas serão ministradas sempre aos sábados, simultaneamente, das 13h às 14h30, a partir do dia 10 de março.

Esta iniciativa visa estimular a criatividade e o aprendizado, além de ampliar referências por meio das artes cênicas e da conscientização social. Busca por um espaço aberto, vivo, derrubando padrões de aprendizagem para erguer um lugar inquieto e inventivo, onde crianças e adolescentes possam expandir suas experiências, valorizar a cultura e os saberes populares para construir sua própria visão de mundo. O projeto promove acolhimento e mergulho em diversas áreas culturais e artísticas, a partir das artes cênicas - envolvendo teatro, música, dança, circo e cultura popular brasileira.

O objetivo é abrir as portas para a experimentação, estimular a expressão da liberdade e dos direitos e compartilhar o conhecimento, as artes e as emoções. Todas as atividades buscam o contato afetivo com a criança e o adolescente pelo desenvolvimento da linguagem, da lógica e da estética e, principalmente, pelo estímulo à criatividade e à imaginação.

Segundo a idealizadora e coordenadora do projeto, Gabriela Morato, “os encontros do SOL-TE incentivam o diálogo e a pesquisa sobre temas e questões sociais, estimula o ato de aprender não somente para futuros artistas locais, mas também para a formação de cidadãos comprometidos com a importância da cultura, do encontro, da troca entre as pessoas”.

SOL-TE é uma ação permanente da Cia. Teatro do Incêndio que teve início no ano de 2014, sendo oferecida gratuitamente em edições semestrais na sede do grupo.

Serviço

SOL-TE – Oficina Livre de Teatro
Inscrições grátis: até 09/03/18
Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista/SP. Tel: (11) 2609 3730.
Segunda e terça (13h às 20h). Quarta a sábado (13h às 15h)
Apresentar cópias de RG, comprovante de residência e foto 3x4
Público-alvo: jovens e adolescentes da região da Bela Vista.

Início das aulas: 10 de março
Turma Pe.que.nos (6 a 11 anos): sábados, das 13h às 14h30. 20 vagas.
Turma E.vo.lu.ir (12 a 18 anos): sábados, das 13h às 14h30. 20 vagas.


Assessoria de imprensa – Verbena Comunicação
Eliane verbena e João Pedro
Tel.: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Teatro do Incêndio abre inscrições para oficina cênica grátis com Kleber Montanheiro


Estão abertas, até o dia 12 de março, as inscrições para a oficina criativa Iluminar - de cenografia, figurino e iluminação cênica com o diretor Kleber Montanheiro.

Esta é a terceira edição da atividade, promovida pelo Teatro do Incêndio com parte das atividades do projeto A Gente Submersa.

Os interessados devem enviar breve currículo, carta de interesse e contatos para o e-mail produção.teatrodoincendio@hotmail.com. A oficina será realizada no período de 13 de março a 26 de junho, sempre às terças-feiras, às 19h30, na sede do teatro.

Os alunos participam de aulas teóricas e práticas, tendo a oportunidade de conhecer os fundamentos de criação das três áreas abordadas, exercitando-se e debatendo conceitos ao longo dos encontros.

O projeto A Gente Submersa, iniciado em 2017, contemplado pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Serviço

Oficina: Iluminar
Ministrante: Kleber Montanheiro
Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista. SP/SP
Inscrições grátis até 12/03/18 - 20 vagas
Enviar carta de interesse e breve currículo: producao.teatrodoincendio@hotmail.com
Aulas: de 13/03 a 26/06 - Terças-feiras, das 19h30 às 22h30
Público-alvo: artistas de teatro em geral.
Os contemplados serão comunicados por e-mail.
 
Kleber Montanheiro, por Bob Sousa

Assessoria de imprensa – Verbena Comunicação
Eliane verbena e João Pedro
Tel.: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

João da Cruz encerra temporada na Casa das Rosas



Foto de Danilo Batista
O espetáculo João da Cruz - inspirado nos escritos de São João da Cruz, poeta e místico espanhol do século XVI - encerra sua temporada no dia 23 de fevereiro (sexta), na Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos, às 20 horas.

A montagem é um solo de Conrado Caputo com dramaturgia e encenação de Helder Mariani. A ação se passa durante nove meses em que o Frei João da Cruz - canonizado São João da Cruz pela Igreja Católica, em 1726 - foi prisioneiro dos Carmelitas Calçados, seus próprios confrades, numa cela minúscula do Convento de Toledo.

Com uma poesia e uma mística que ultrapassaram os limites do discurso religioso, a obra escrita do Frei João Cruz faz parte da literatura clássica espanhola. O monólogo retrata sua obra literária do santo com suas ideias radicais, expressas pela palavra escrita e pela sua prática de vida. Ele também carrega as contradições existenciais da humanidade que, depois da Idade Moderna, se tornam cada vez maiores. Consumido por uma sede de infinito, de Deus, vivendo numa “noite escura” espiritual, o poeta carmelita se recusa a abrir mão da luta para renovar a sua ordem religiosa e a própria Igreja do seu tempo.

O texto teatral João da Cruz parte de uma colagem de textos traduzidos de várias obras do santo. A proposta do encenador Helder Mariani é discutir sobre o homem, o poeta e o místico; sobre a vivência radical de suas ideias, sentimentos e paixões. “Nosso propósito não é apresentar uma narrativa biográfica de cunho didático”, afirma. A dramaturgia traz um João da Cruz consumido pela sede de infinito nos tempos de prisão, solitário e humilhado, sofrendo altos e baixos emocionais. “Ele reencontra sua pacificação na criação de poemas, num abandono contemplativo e na recusa a uma resposta meramente racional às questões existenciais e, principalmente, foca nos seus planos de fuga – a imaginação artística de um homem que ultrapassa a limitação da realidade e se lança numa contemplação do divino, invisível, silencioso e misterioso”.

João da Cruz ficou preso no Convento Carmelita de Toledo, de meados de dezembro de 1576 a agosto de 1577. Boa parte desse tempo ele ficou numa cela, que era uma cavidade na parede que servia de latrina para hóspedes do convento. Sem condições de higiene, com parca comida, recebendo torturas físicas e psicológicas (inclusive diante da comunidade religiosa do Carmelo), a única ideia que lhe vinha à cabeça, obsessivamente como uma inspiração divina, era a de fugir. Nos interrogatórios, o santo permaneceu firme nas suas convicções de “carmelita descalço”, termo que bem sintetiza as questões éticas e de poder que estavam em jogo, não só os pés no chão, mas o desprendimento e a real pobreza evangélica, preconizada pelo cristianismo. “Consta que João da Cruz, o poeta da noite escura, tinha um temperamento dócil, mas bem intenso, o que o torna um personagem cenicamente interessante. Suas buscas espirituais apaixonadas e suas dúvidas martirizantes tão humanas são vividas numa situação limite: a prisão e a ideia fixa de fuga”. Finaliza o encenador Helder Mariani.

Ficha técnica / serviço

Dramaturgia e encenação: Helder Mariani. Interpretação: Conrado Caputo. Direção de arte: Pedro Faraldo. Trilha sonora: Dagoberto Feliz. Fotos: Danilo Batista. Vídeo: Orion Produtora / Nidowilliam Spadotto. Produção executiva: Paloma Rocha. Realização: Cia. da Palavra

Espetáculo: João da Cruz
Local: Casa das Rosas
Av. Paulista, 37 - Paraíso, São Paulo/SP. Telefone: (11) 3285-6986
Temporada: 19 de janeiro a 23 de fevereiro de 2018. Sextas, às 20h
Ingressos: R$ 40,00 (meia: R$ 20,00). Bilheteria: 1h antes da sessão.
Aceita dinheiro e cartão de débito. Antecipados: www.compreingressos.com
Duração: 60 min. Gênero: Drama. Classificação: 14 anos.
Capacidade: 25 lugares. Acessibilidade. Site: http://www.casadasrosas.org.br/

Foto de Danilo Batista

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Teatro do Incêndio é indicado ao Prêmio Governador do Estado

Fachada do Teatro do Incêndio,
por Giulia Martins

O Teatro do Incêndio está indicado ao Prêmio Governador do Estado de São Paulo para a Cultura 2018 na categoria Territórios Culturais. Os vencedores em todas as categorias serão conhecidos na noite do dia 26 de março.

A companhia entra em cartaz no próximo dia 24 de fevereiro com o espetáculo Rebelião – o Coro de Todos os Santos, segunda peça inédita do projeto A Gente Submersa, trabalho de pesquisa sobre heranças e descaracterização da cultura e da sabedoria popular pelo esquecimento das raízes que moldaram o brasileiro.

O primeiro espetáculo, com mesmo nome do projeto, fez temporada de sucesso em 2017. E a atual montagem segue no caminho de valorizar a cultura brasileira. Trata da manifestação popular como revide contra seu apagamento, como arma de guerra no combate à intolerância religiosa, à infantilização cultural e às ingenuidades que aceitam lutas separadas e compartimentadas na sociedade moderna.

Sediado no Bixiga, o Teatro do Incêndio é tombado como Bem Imaterial e Patrimônio Cultural da cidade de São Paulo. Foi fundado, em 1996, pelo diretor, dramaturgo e ator por Marcelo Marcus Fonseca. Ao longo de sua trajetória construiu uma identidade própria que caracteriza seus espetáculos. Mantém uma oficina livre de teatro para crianças e adolescentes e uma criativa de cenário, figurino e iluminação. Recebe outros coletivos em seu espaço para a realização de residência artística e oferece vagas para jovens artistas acompanharem seus processos, no intuito de dar oportunidade de vazão a vocação e criatividade.



Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena e João Pedro
Tel (11) 2738-3209 / 99373-0181- verbena@verbena.com.br


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Opressão violenta do consumo é abordada de forma onírica no espetáculo Quarenta e Duas

Fotos de Cacá Bernardes
Com texto de Camila Damasceno, o espetáculo Quarenta e Duas – da Cia Artehúmus e do Núcleo Tumulto! - estreia no dia 23 de março (sexta, às 21h) na SP Escola de Teatro com direção conjunta de Daniel Ortega e Emerson Rossini.

O enredo aborda, de forma onírica, desde temas como a opressão do consumo à busca permanente do gozo como sinônimo de felicidade.

A encenação se dá a partir da perspectiva dos últimos momentos de vida de Robson, um adolescente compulsivo que morre após se masturbar 42 vezes. O mundo particular desse garoto é apresentado com suas idiossincrasias e seus desejos tão comuns quanto absurdos, convidando o público a adentrar nos conflitos de uma geração bombardeada por links, likes e imagens editadas.

Em cena, Cibele Bissoli, Cristiano Sales e Daniel Ortega alternam-se nos vários papeis. Álvaro Franco assina os figurinos e divide com Daniel Ortega o cenário e os adereços. A iluminação é de Thatiana Moraes, e a trilha sonora é criação de Vinícius Árabe Penna.

Em ritmos de zapping, flashes de memória e imagens da vida de Robson (vivido por Sales e Ortega) vão expondo questões contemporâneas pelo viés desse adolescente. A relação com o pai ausente, as expectativas idealizadas da mãe, a relação com os padrões sociais e religiosos, o peso de ter que se encaixar em regras, os impulsos primários dos desejos e a solidão nas relações virtuais são como quadros que se alternam no subconsciente de Robson, transbordando tudo que lhe oprime, que lhe consome.

O exagero consumista - não só material, mas também humano e psicológico - aparece com dimensões também extremas em Quarenta e Duas: “a metáfora está nas mutilações presentes na encenação, apontando o quanto nos automutilamos diante do mundo, pois o autoconsumo é uma ferramenta para sobrevivermos”, argumenta Rossini.

Para trazer ao palco as reflexões levantadas no texto, os diretores fazem uso da linguagem da performance ao abordar o universo onírico que conduz a trajetória da personagem. A encenação não se propõe a responder as questões, mas ressaltar a relevância dos temas no contexto atual, quando a agilidade da informação e o descarte humano ocupam lugar de destaque no frenesi urbano. A distorção do tempo e a sobreposição de símbolos permitem que o espectador amplie sua percepção diante da cena e da poesia nesses momentos finais de Robson.

A encenação
 
A dramaturgia foi elaborada a partir de uma notícia veiculada em sites de fake news, em 2012, sobre a suposta morte de um adolescente, no interior de Goiás, após se masturbar 42 vezes, ininterruptamente.

As referências passam pela profusão de informações e pelo ritmo acelerado dos dias atuais. Cenas de filmes, animes, comerciais, redes sociais e situações cotidianas tecem um quadro denso desse “estranho mundo de Robson”, como Ortega costuma se referir, onde não é necessário definir o que é alucinação. “A internet é o universo fake onde se pode ser o que quiser assim como a falsa notícia sobre Robson”, reflete o diretor Emerson Rossini.

Quarenta e Duas quebra a linearidade do tempo onde fantasias e realidades se mesclam no universo das personagens. A opção pela narrativa zapping, pela descontinuidade e fragmentação de imagens e gestos ajuda a revelar o ponto de vista de Robson no momento de epifania diante da morte: uma zona turbulenta onde seu subconsciente se expande.

Os figurinos, objetos de cena e a presença do látex, aplicados sobre algumas peças, trazem a reflexão sobre esse mundo fake em que estamos inseridos. O figurino é composto por peças brancas que fogem ao cotidiano e permitem uma integração maior entre os atores. Com ares nonsense, as personagens vestem saias com tule, reportando ao tutu das bailarinas clássicas. “O contraponto está no figurino e nos traz a leveza do momento onírico, a doçura para essa abordagem densa”, comenta Daniel Ortega.

O cenário segue a linha onírica da encenação. De uma armação suspensa em forma de guarda-chuva surge um emaranhado de fios pretos que envolvem o espaço. Luvas pretas flutuam. Os adereços - máscaras de animais, regadores de plantas, partes de bonecas, moedor de carnes, martelo, serrote, refrigerante - são resignificados e transformados em símbolos para a linha narrativa. Esses elementos dialogam entre si e a cenografia.

A iluminação recortada desenha poeticamente as linhas do caminho de Robson. A trilha sonora criada com base no mundo virtual - é uma referência pop e também é texto. Ela potencializa nossa dependência do consumo enraizado e pincela um quadro cruel de uma realidade quase distópica. Para os diretores, o expectador irá presenciar em Quarenta e Duas um mundo paralelo e individualista, síntese de um aspecto degenerativo da sociedade moderna.
Ficha técnica


Dramaturgia: Camila Damasceno
Direção: Daniel Ortega e Emerson Rossini
Elenco: Cibele Bissoli, Cristiano Sales e Daniel Ortega.
Criação e operação de luz: Thatiana Moraes
Sonoplastia: Vinícius Árabe Penna
Figurinos: Álvaro Franco
Cenário e adereços: Álvaro Franco e Daniel Ortega
Identidade visual: Gustavo Oliveira
Fotografia: Cacá Bernardes
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Produção: Cia Artehúmus
Produção executiva: Daniele Aoki - Árvore Azul Produções Artísticas
Realização: Cia Artehúmus e Núcleo Tumulto!

Serviço

Sinopse: Quarenta e Duas aborda a violência da sociedade de consumo que nos impõe o gozo constante como sinônimo de felicidade, a partir da perspectiva dos últimos dias de vida de um adolescente, que morre após se masturbar 42 vezes. Por meio de uma espécie de zapping, vê-se o mundo de Robson em uma geração bombardeada por links, likes e imagens editadas.

Espetáculo: Quarenta e Duas
Estreia: 23 de março. Sexta, às 21 horas
Local: SP Escola de Teatro (Sala R1)
Praça Franklin Roosevelt, 210 - Consolação. SP/SP
Tel: (11) 3775-8600
Temporada: 23/03 a 23/04
Dias e horários: sextas, sábados e segundas (às 21h) e domingos (às 19h)
Ingresso: R$ 30,00 (meia entrada: R$ 15,00)
Bilheteria: 1h antes das sessões. Aceita cartão de débito e dinheiro.
Duração: 70 min. Classificação: 14 anos. Gênero: Drama. Capacidade: 50 lugares.
Acesso universal. Ar condicionado.

Perfis

Daniel Ortega - É ator formado pela Escola de Arte Dramática - USP. Atuou em mais de 30 espetáculos, além de novelas, minisséries e longas-metragens. Em sua trajetória como ator de teatro, foi dirigido por nomes importantes como Zeno Wilde, José Rubens Siqueira, Luís Damasceno, Cristiane Paoli Quito, Regina Galdino, Marco Antônio Braz, Rubens Rusche, Bete Dorgam, Evill Rebouças, Kiko Mascarenhas e Marcelo Marcus Fonseca. Em 2004, passou a integrar a Cia Artehúmus de Teatro, vencedora de prêmios como APCA, Shell, Mambembe e Coca-cola FEMSA, onde iniciou pesquisa teatral para espaços não convencionais. Em de 2015, o Prêmio Fomento ao Teatro de SP viabilizou a realização da intervenção urbana e performance teatral Neverland ou as (in)existentes Faixas de Gaza. Em 2014, foi convidado pela diretora sueca Bim de Verdier a fazer parte da peça Dissecar uma Nevasca, texto de Sarah Strindberg, que fez temporada no Odin Theater, em Copenhagen, na Dinamarca. Atualmente, assina sua primeira direção na montagem de Quarenta e Duas, na qual também participa como ator.

Emerson Rossini - Bacharel em direção teatral pela USP e ator pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo - USP. Trabalhou como Coordenador de Ação Cultural no CEU Heliópolis, da Prefeitura Municipal de São Paulo. Como ator atuou em espetáculos dirigidos por Luis Fernando Ramos, Luis Valcazaras e Júlio Avanci, além de ter trabalhado com a Cia. do Latão e com a Cia. Teatro de Narradores. Dirigiu grupo de teatro no Projeto Memórias de Heliópolis e participou como orientador no Projeto Ademar Guerra 2012.

Camila Damasceno - É dramaturga do Núcleo Tumulto! de Investigação Cênica. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes da Cena da Unicamp, ela é também mestra pela mesma instituição com orientação de Matteo Bonfitto. Formada no curso regular de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, ela já desenvolveu dramaturgias para a Cia Tenda, coletivo Os Pescadores e Projeto Espetáculo Fábrica de Cultura Vila Nova Cachoeirinha.

Cristiano Sales - É Ator. No teatro, atuou em mais de 15 espetáculos e no cinema participou de longas e curtas-metragens. Entre os diretores teatrais com quem trabalhou estão nomes como Marco Antônio Rodrigues, Regina Galdino, André Garolli, Marco Antônio Braz, Juliana Galdino, Carla Candiotto (Cia. Le Plate du Jour) e Evill Rebouças, entre outros. Cristiano é formado pela Escola de Arte Dramática da USP e possui especialização em circo, clown, commedia dell’arte, canto e dança popular.

Cibele Bissoli - É atriz, contadora de histórias, bonequeira e arte-educadora. Formada pela EAD USP e pela Escola Livre de Teatro de Santo André, atuou em Noel Rosa, O Poeta da Vila e seus Amores (ProAC, em 2009) e Vinicius, de Vida, Amor, Morte, montagens da Cia Coisas Nossas, dirigidas por Dagoberto Feliz. Entre os outros espetáculos em que atuou, destaque para: Bruto, com Direção de Luiz Fernando Marx, texto de Alexandre Dal Farra; Balada de um Palhaço, direção de Gustavo Trestine (Prêmio Miriam Muniz 2007); e Gota D’Água Breviário, musical com direção de Heron Coelho e Georgette Fadel (Prêmio Shell de Melhor Atriz), da Cia Breviário.


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena e João Pedro
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Rebelião - O Coro de Todos os Santos fecha trilogia do Teatro do Incêndio

O Teatro do Incêndio estreia, no dia 24 de fevereiro (sábado, às 20 horas), o espetáculo Rebelião - O Coro de Todos os Santos com texto e direção de Marcelo Marcus Fonseca.

No enredo, Artura (Gabriela Morato), Cacimba (Elena Vago) e Jí (Francisco Silva) saem do interior do país com o intuito de salvar o Brasil, devolvendo para Portugal símbolos da colonização. Para cumprirem a missão eles enfrentam os terríveis Arranca-línguas, figuras míticas que encontram durante a viagem.

Rebelião – O Coro de Todos os Santos é a segunda peça inédita do projeto A Gente Submersa, trabalho de pesquisa do grupo sobre heranças e descaracterização da cultura e da sabedoria popular pelo esquecimento das raízes que moldaram o brasileiro. O primeiro espetáculo, homônimo, fez temporada com lotação esgotada, em 2017. A atual montagem segue no caminho da cultura brasileira. Trata da manifestação popular como revide contra seu apagamento, como arma de guerra no combate à intolerância religiosa, à infantilização cultural produzida atualmente e às ingenuidades que aceitam lutas separadas e compartimentadas na sociedade moderna.

O diretor desabafa: “Esse é o espetáculo ‘de saco cheio’. Saco cheio de insensibilidade, de em cima do muro, de engolir a pobreza de manifestações sociais, políticas e culturais no país de Jorge Amado, Vinícius de Moraes, Nelson Sargento. Saco cheio de dizer que gostamos do que não gostamos, de dar ibope para o que não queremos, de desprezar a cultura do nosso país em prol de uma manifestação rasa. A indústria do entretenimento cria um mundo falso, de barulho ensurdecedor para destruir nossa identidade”. E finaliza: “Teatro não é entretenimento”.

Esta montagem fecha a trilogia iniciada com O Santo Dialético, sobre a investigação e valorização da formação do homem brasileiro, da raça brasileira. Para o autor/diretor Marcelo Marcus Fonseca,Rebelião - O Coro de Todos os Santos fala o que as pessoas querem dizer e não podem. É a revolta de toda a raiz brasileira que se levanta com direito a protestar contra tudo que não lhe representa nas culturas oferecidas pela mídia”.

Protagonistas nas três montagens, Gabriela Morato afirma que o trabalho vem sendo fundamental para sua formação como cidadã e como artista. “A mulher é a própria terra, é a vida. Hoje ela descobriu que pode mudar as coisas e que sua força inspira e transforma. Tive a honra de viver nessa trilogia várias faces e idades da mulher brasileira”.


O projeto A gente Submersa foi viabilizado pela 29ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

A montagem

Com música executada ao vivo - entre temas inéditos de Bisdré Santos e Marcelo Marcus Fonseca e peças de compositores esquecidos do Séc. XVIII - a peça traz elementos da cultura popular traduzidos de forma livre, de forma surrealista ou carnavalesca, explorando a dialética nos motivos religiosos ou sociais que controlam a razão do cidadão brasileiro contemporâneo.

A caminhada de Artura e Cacimba é um levante com destino certo: o ponto exato onde pretendem devolver, para reparo na Europa, um objeto da época da colonização portuguesa que, apesar da boa intenção, trouxe desgraça ao ser usado com maus propósitos.

Acompanhadas por Ji (Francisco Silva), um corcunda que carrega o tal objeto como um estandarte, elas pretendem formar um “exército de fodidos” (pessoas excluídas da sociedade) para enfrentar os misteriosos Arranca-línguas, criaturas que propagam a miséria social e humana por meio do controle da liberdade dos viventes.

Nesse tumultuado caminho encontram João Batista, um ex-pescador sádico e assassino de Arranca-línguas - interpretado pelo diretor Marcelo Marcus Fonseca que volta à cena depois de três anos. Eles começam, então, a entender a extensão das barreiras, a violência que precisam enfrentar para criar um mundo livre e delicado, para chegar ao recomeço do Brasil. Juntam-se ao “exército” um índio filósofo e alcoólatra (André Souza), um açougueiro negro monossilábico (Valcrez Siqueira) e uma dançarina de prostíbulo (Lia Benacon) que teve o filho morto pelos inimigos dos combatentes.

A cruzada de Artura, que está grávida do boto, e de sua fiel companheira Cacimba remonta à jornada de Dom Quixote (personagem de Miguel de Cervantes). O toque surrealista é um artifício usado pelo diretor Marcelo Marcus Fonseca para jogar com a própria existência moderna. Figura extraída do folclore, o Arranca-línguas pode se materializar em forma de pastores alemães (cães ou pregadores?), de lixo cultural, de machismo, de intolerância religiosa e social; de tudo que cerceia a livre expressão das pessoas. “Onde tem Arranca-línguas tem ódio”, comenta o diretor.

Sobre seu personagem João Batista, Fonseca conta que ele se tornou canibal de Arranca-línguas depois de perder tudo. “Ele perdeu o lugar onde vivia para a devastação da floresta. Perdeu a família, os bens e a dignidade para o fanatismo religioso de sua mulher e sua filha. Por isso luta contra tudo que representa aquilo que está programado para gostarmos ou fazermos”, finaliza.

Ficha técnica

Texto e direção: Marcelo Marcus Fonseca
Figurinos: Gabriela Morato
Iluminação: Rodrigo Alves
Direção musical: Bisdré Santos, Erick Malccon e Marcelo Marcus Fonseca
Preparação corporal e coreografias: Gabriela Morato
Operação de som: Ítalo Iago
Música ao vivo: Bisdré Santos, Erick Malccon, Yago Medeiros e elenco.
Operação de luz: Jonathan Yuri e Bruno
Fotos: Giulia Martins e Ítalo Iago
Designer gráfico: Gustavo Oliveira
Adereços: André Souza e Gabriela Morato
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Produção e realização: Teatro do Incêndio

Elenco: Gabriela Morato, Elena Vago, Francisco Silva, Marcelo Marcus Fonseca, Valcrez Siqueira, André Souza, Lia Benacon e Erick Malccon.

Coro de guerra (jovens do projeto de vivência artística 2018): Ana Beatriz do Araújo Borges, Bruno, Giulia Soares, Jonathan Yuri, Luiza Kehdi, Murilo Rocha, Stela Coelho, Thays Ferreira, Thaina Muniz, Vallessa Fagundes e Yago Medeiros.

Serviço

Espetáculo: Rebelião - O Coro de Todos os Santos
Estreia: 24 de fevereiro - Sábado, às 20h
Temporada: 24 de fevereiro a 24 de junho
Horários: sábados (às 20h) e domingos (às 19h)
Duração: 90 min. Gênero: Drama/teatro épico. Classificação: 16 anos
Ingressos: Pague quanto puder
Capacidade: 95 lugares. Acessibilidade. Ar condicionado.

Sinopse: Artura e Cacimba saem do interior do país em direção ao mar com o intuito de salvar o Brasil, devolvendo para Portugal símbolos da colonização. Para cumprirem a missão elas enfrentam na viagem os terríveis Arranca-línguas que são figuras míticas.

Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 – Bela Vista – SP/SP
Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561