Exposição aborda, por meio de nove obras inéditas,
importância da preservação dos acervos de documentos relacionados à história do
Brasil
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Perguntas às Pedras (Giselle Beiguelman), foto de Júnior Pacheco |
A partir de 22 de
agosto de 2019, o Sesc São Paulo
apresenta, na unidade Belenzinho, a
exposição Meta-Arquivo: 1964-1985. Espaço de Escuta e Leitura de Histórias da Ditadura. Com curadoria e pesquisa de Ana Pato e em parceria com o Memorial da Resistência, a mostra reúne
nove obras inéditas, elaboradas por Ana
Vaz, Grupo Contrafilé, O grupo inteiro, Giselle Beiguelman, Ícaro
Lira, Mabe Bethônico, Paulo Nazareth, Rafael Pagatini e Traplev,
e que seguem expostas até o dia 24 de novembro de 2019.
Com caráter pedagógico, a exposição surge
como um espaço expandido de aprendizado, cujo objetivo primordial é despertar a
reflexão acerca da documentação pública arquivada pelo Estado Brasileiro: como
ler esses arquivos? Como construir memória a partir deles? Como aprender
coletivamente sobre a história do país e de seu povo, a partir de sua análise? Como
preservar esses acervos e, como consequência, a memória dos processos
civilizatórios que alicerçam a sociedade atual?
Tais ponderações nortearam a gênese da exposição,
a partir do programa de ação curatorial Arquivo e Ficção, desenvolvido por Ana Pato desde 2014, que busca
valorizar os processos de construção da história brasileira. Sua metodologia de
trabalho consiste na articulação de pesquisas artísticas e na formação de
grupos de trabalho em torno de arquivos e acervos, diante da invisibilidade, do
abandono e do risco de desaparecimento que os acervos documentais e artísticos
vivenciam.
Um desses grupos de trabalho se consolidou em
julho de 2018, tendo como foco de pesquisa o período da Ditadura Civil Militar
Brasileira (1964-1985), formado pela curadoria, os artistas e equipe do
Memorial da Resistência. Os artistas passaram a desenvolver uma ação artística junto a esses arquivos,
que culminou nas obras que serão apresentadas na exposição. Criadas a partir
desses documentos históricos, tais obras visam trazer à discussão os processos
que levam ao apagamento da memória - e a importância de se manter relevantes e
presentes os acervos documentais da história.
Dentre as fontes consultadas para construção
dessas obras estão o Arquivo Público do Estado de São Paulo, Arquivo Nacional, Brasil:
Nunca Mais digit@l, Memorial da Resistência de São Paulo, Centro de Documentação
e Memória da Unesp, Instituto Vladimir Herzog, Museu do Índio, Sesc Memórias,
Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Caaf) - Unifesp, Fundación
Augusto y León Ferrari Arte y Acervo, entre outros centros de memória, arquivos,
institutos e fundações. Seu desenvolvimento partiu de temas específicos, norteado
pelas questões: “como construir um arquivo?”, “como torná-lo público?” e “como
falar do trauma?”.
Todo o conjunto foi reunido em um projeto
arquitetônico desenvolvido por Anna
Ferrari, cujas estruturas metálicas aparentes atravessam o galpão expositivo
do Sesc Belenzinho, fixadas entre o
piso e o teto, enquadrando as obras e suas superfícies em madeira. A estrutura
sem paredes permite a sobreposição das histórias ali apresentadas e faz
referência ao mobiliário arquivístico e escolar.
A exposição conta também com o Espaço de Pesquisa Meta-Arquivo, que
disponibiliza ao público a consulta dos livros, documentos e referências
levantados durante o processo de pesquisa dos artistas. Esse material, coletado
pelo grupo de trabalho, foi reunido pela curadoria em dossiês e organizado como
uma pequena biblioteca.
Os temas abordados ao longo do período
expositivo serão complementados com os Programas
Públicos, formados por uma série
de atividades propostas para aprofundamento e reflexão acerca das pesquisas
realizadas pelos artistas presentes em Meta-Arquivo:
1964-1985, e a Programação Integrada
que, de agosto a novembro, traz atividades diversas que dialogam com os
assuntos abordados pela exposição.
AS OBRAS
Ana Vaz, na obra Apiyemiyekî? [Por
quê?], aborda questões como a marcha para o centro-oeste e o genocídio
do povo Waimiri-Atroari, durante a
década de 1970, quando suas terras foram invadidas para a construção da BR 174
(rodovia que liga Manaus-AM à Boa Vista-RR) e instalação de uma mineradora. A
obra, criada a partir de filme em 16mm e transferida para vídeo, destaca
ilustrações criadas pelos indígenas sobre o período.
Giselle Beiguelman com a instalação Gaveta
de Ossos (áudio e jato de tinta sobre papel algodão) reflete sobre as
histórias reveladas pela medicina forense e seus procedimentos na busca de
mortos e desaparecidos. Tal trabalho é reflexo do acompanhamento do grupo de
trabalho sobre a Vala de Perus, descoberta no Cemitério Dom Bosco, em 1990, com
1.047 ossadas enterradas clandestinamente. A obra é complementada por Perguntas
às Pedras, Série 2 (neon), jogo no qual se interroga: “O que você
esqueceu de esquecer?”, “o que você esqueceu de lembrar?”, “o que você lembrou
de esquecer?” e “o que você lembrou de lembrar?”. Ainda na exposição, e
problematizando questões sobre arte, arquivo e história, a artista apresenta a
publicação Impulso Historiográfico (impressão offset, 50 pps) uma tradução, em
forma de paráfrase, do texto ainda inédito em português, “An
Archival Impulse”, de Hal Foster, publicado na revista estadunidense de crítica
de arte October.
O Grupo Contrafilé traz a obra Escola de Testemunhos, com um espaço
formado por uma mesa-lousa redonda, quinze cadeiras escolares e fones de
ouvido, onde serão reproduzidos relatos pertencentes ao arquivo do programa
Coleta Regular de Testemunhos - projeto do Memorial da Resistência de São Paulo
para ampliar o conhecimento sobre a história do DEOPS - Departamento Estadual
de Ordem Política e Social. Tais testemunhos partem de ex-presos e perseguidos políticos,
de familiares de mortos e desaparecidos ou de trabalhadores e frequentadores
dessa instituição.
Ícaro Lira apresenta Crítica
Radical, uma estrutura biográfica formada a partir de fotos, recortes
de jornais, áudio, objetos e vídeo que revisita a memória viva do grupo
cearense, cuja alcunha dá nome a sua obra. Formado em Fortaleza em 1973, o
Crítica Radical teve importante papel na fundação do Movimento Feminino pela
Anistia, nos anos 1970, essencial para a formulação da Lei de Anistia, de 1979
(Lei nº 6.683/79). Várias integrantes do movimento fundaram, posteriormente, a União das Mulheres Cearenses, ainda
ativa, que luta contra a violência de gênero, contra o feminicídio e pela
solidariedade às vítimas de violência e suas famílias.
Mabe Bethônico, com a obra Elite
Mineral [Gabinete de Aprendizado] traz, por meio de impressos e vídeos,
o estudo da atuação de empresas mineradoras no período da Ditadura Civil
Militar e a memória do evento Semana Popular em Defesa ao Minério, realizada na
década de 1960, em Minas Gerais. O trabalho toma a forma de um “gabinete de
aprendizado” para transmissão de conteúdos, buscando resgatar meios pedagógicos
dos anos 1960, como cartilhas e cartazes, tomando como referência materiais do
programa de alfabetização de adultos do Movimento de Educação de Base,
elaboradas em convênio com o Ministério da Educação (MEC), que visava educar o
adulto para exercer seus direitos, além de ensinar a escrever.
O grupo inteiro, formado
por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor César discute os sistemas
de informação e vigilância do Estado. Com referências ao conto Na Colônia Penal (1914), de Franz Kafka,
a peça instalativa Texto-Tecido-Teia, em tricô e metal, parte de palavras/ações/verbos
encontrados nas apostilas de formação dos agentes do Serviço Nacional de
Informações - SNI, órgão criado em 1964 para controlar as atividades de
informação e contrainformação no Brasil e no exterior, visando à segurança
nacional. Palavras como nomear, infiltrar, manipular e interrogar fazem parte do universo vocabular
da obra.
A semântica dos inquéritos policiais e a
criminalização de negros e negras são tratadas por Paulo Nazareth na obra Inquérito, que apresenta uma leitura
de inquéritos policiais, gravados em colaboração com os artistas Michelle
Matiuzzi e Ricardo Aleixo. No espaço, estará disposta a série de desenhos de
Nazareth, denominadas Histórico do
Camburão, com representações desse automóvel e a série de fotografias Autorretrato
com os Mortos.
Rafael Pagatini, com a instalação
Tecituras, traz imagens que abordam as relações entre o setor
cultural e a esfera política durante o período da ditadura, as histórias e
mecanismos de colaboração entre o universo cultural e o regime ditatorial, e de
como se desenvolveram e se financiaram as instituições de arte nesse período. A
obra é um desdobramento da pesquisa que realizou nos arquivos do Centro de
Pesquisa e Biblioteca do Masp, Centro de Documentação da Pinacoteca de São
Paulo e Acervo do Memórias do Sesc.
Arma da Crítica
/ Orientação para a Prática, obra
desenvolvida por Traplev, partiu de
extensa pesquisa em arquivos, como do Brasil: nunca mais (1979-1985), projeto
realizado clandestinamente pela sociedade civil, por iniciativa do Conselho
Mundial de Igrejas e da Arquidiocese de São Paulo, que se debruçou nas mais de
850 mil páginas de processos do Superior Tribunal Militar. O nome da instalação
traz dois títulos de documentos do MR8, de 1970, e apresenta dois painéis, em
lados opostos, com organogramas pertencentes ao Departamento de Ordem Política
e Social (DOPS): um sobre organizações de esquerda e outro sobre órgãos de
repressão. Traplev também apresenta Antimonumento
para Anísio Teixeira (2018), que traça linha histórica a partir da
Escola Parque Anísio Teixeira.
Programas Públicos
Ao longo do período expositivo, diversas
atividades serão propostas para aprofundamento das temáticas apresentadas na
exposição Meta-Arquivo: 1964-1985.
No dia 22 de agosto, quinta, às 18h,
o bate-papo Encontro com Artistas –
Apresentação dos Processos de Pesquisa marca o encerramento do Grupo de
Trabalho Meta-Arquivo, com participação de Ana Pato e de todos os artistas
envolvidos na exposição, e apresentação de seus processos de pesquisa ao longo
da produção das obras.
Ainda no dia 22, ocasião da abertura
da exposição, Paulo Nazareth apresenta, às 20h30, a performance Inquérito, ação na qual
reproduzirá, a partir de uma matriz em pedra de litogravura, um documento dos
militantes do Comando Nacional da VAR-Palmares encontrado em um “aparelho”, que
ensina como sobreviver à tortura. Um escrivão aposentado, em uma mesa de
delegacia, datilografará o documento que ficará exposto como resíduo da ação.
No dia 24
de agosto, sábado, às 15h, haverá o encontro Memória e Resistência, com
o artista Ícaro Lira e o grupo Crítica Radical (CE), representado
pelas integrantes Rosa da Fonseca, Maria Luiza Fontenele e Jorge Paiva, que se reúnem
para uma fala pública; às 16h30, o
encontro Memória e Resistência com
Traplev e a escritora, feminista e
membro da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos Amelinha Teles, que abordam
a memória das organizações clandestinas do período de 1960-1970 que lutaram
contra a ditadura militar no Brasil; já às 18h,
o encontro Mineração e Ditadura, que traz uma aula pública com Mabe Bethônico. A partir de pesquisa
sobre a atuação de empresas mineradoras durante a ditadura militar brasileira,
Mabe Bethônico, em colaboração com o artista Victor Galvão, apresenta uma aula
pública com a convidada Ana Carolina Reginatto Moraes, doutora pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a tese A Ditadura Empresarial-militar e as Mineradoras (1964-1988).
A programação segue até o fim de novembro com
as atividades:
Escola de Testemunho (dias 7/9, 5/10
e 9/11, sábados, 16h): Aula-performance com o Grupo Contrafilé e convidados. Em três encontros, os integrantes do
Grupo Contrafilé realizam conversas abertas entre o público e os depoentes da
Coleta Regular de Testemunhos, iniciativa do Memorial da Resistência.
Impulso Historiográfico (dias 7/9 e 23/11, sábados, 18h): Aula-performance com Giselle Beiguelman e lançamento de
livro. Giselle Beiguelman toma como ponto de partida o texto, ainda inédito em
português, An Archival Impulse, de
Hal Foster, publicado na revista estadunidense de crítica de arte October. Beiguelman propõe uma tradução,
em forma de paráfrase e fac-símile, indagando, a partir da obra dos brasileiros
Bruno Moreschi, Bianca Turner e Tiago Sant’ana, o impulso historiográfico, que
levaria os artistas do Sul Global contemporâneo de volta à história e ao
(re)processamento dos documentos.
A Ditadura nos Vernissages: Construção Hegemônica
e Relações de Controle em Espaços Culturais de São Paulo (dia 5/10, sábado,
18h): Encontro com Rafael Pagatini e
Paulo César Gomes, historiador e autor do livro Liberdade Vigiada - as Relações entre a Ditadura Militar Brasileira e o
Governo Francês.
Memória e Resistência (dia
9/11, sábado, 18h): Encontro com Traplev
e Marília Bonas.
A partir de sua pesquisa sobre a memória das organizações
clandestinas do período de 1960 a 1970 que lutaram contra a Ditadura Civil
Militar no Brasil, Traplev propõe uma conversa com Marília Bonas, historiadora
e coordenadora do Memorial da Resistência de São Paulo.
Programação
Integrada
Dentre as atividades que dialogam com a
exposição, o Sesc Belenzinho
apresenta a temporada do espetáculo teatral Comum, do Grupo Pandora de Teatro, de 30 de agosto a 15 de setembro, com
histórias ligadas à descoberta de uma vala comum clandestina, criada no período
da Ditadura Militar Brasileira. Com texto e direção de Lucas Vitorino, o enredo
traz a busca de um filho por informações de seus pais desaparecidos políticos,
o dilema de dois coveiros encarregados da criação de uma vala e uma jovem
estudante que se aproxima do ativismo político, em três períodos históricos
diferentes, entre 1970 e 1990.
De 30
de agosto a 8 de setembro, a Cia
Estável de Teatro apresenta o espetáculo Patética que, por meio de
estética circense, reflete sobre as circunstâncias e o assassinato do
jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog
(1937-1975), morto nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de
Informações/Centro de Operações de Defesa Interna) em outubro de 1975. O texto
foi escrito um ano depois de seu falecimento, por seu cunhado e também
dramaturgo João Ribeiro Chaves Neto.
De 11
de setembro a 2 de outubro, o curso O
Documentário como Arquivo da Ditadura, ministrado por Liniane Haag Brum, aborda a história política contemporânea por
meio da linguagem audiovisual e cinematográfica, propondo o arquivo como
conceito
transdisciplinar e como método.
Por fim, haverá a exibição de quatro filmes originalmente censurados durante o
período da ditadura: em 10 de setembro,
O
Bandido Da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla, Brasil, 1968); em 17 de setembro, Eles não Usam Black‑Tie
(Leon Hirszman, Brasil, 1981); em 24 de
setembro, Pra Frente, Brasil (Roberto Farias, Brasil, 1982) e, em 1º de outubro, Cabra Marcado Para Morrer (Eduardo
Coutinho, Brasil, 1984).
Sobre o Memorial da Resistência
O Memorial da Resistência de São Paulo é uma instituição de memória política
constituída a partir de parceria entre sociedade civil organizada e Estado. Seu
trabalho consiste na preservação de referências das memórias da resistência e
da repressão políticas do Brasil republicano (1889 à atualidade), na
valorização da democracia e dos Direitos Humanos por meio de suas pesquisas,
exposições e ações educativas. É gerido pela Associação Pinacoteca Arte e
Cultura e localizado na Estação Pinacoteca, antigo edifício do Departamento de
Ordem Política e Social - Deops-SP. O Memorial da Resistência é uma Organização
Social da Cultura, vinculado à Associação Pinacoteca Arte e Cultura – APAC.
Desde 2009, é Membro Institucional da Coalizão Internacional de Sítios de
Consciência, uma rede mundial que agrega instituições em lugares históricos
dedicados à preservação das memórias de eventos passados de luta pela justiça.
Sobre a
curadoria
Ana Pato (São Paulo, SP) é curadora,
pesquisadora e professora. Doutora pela
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (2017),
mestra em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina (2011), bacharel
em Comunicação Social pela Fundação Armando Alvares Penteado (1994) e possui
especialização em Gestão da Cultura pela Fundação Getúlio Vargas (1996). Desde
2009 investiga a relação entre arte contemporânea e arquivo.
É autora do livro Literatura Expandida: o Arquivo e
a Citação na Obra de Dominique Gonzalez-Foerster, de 2013, lançado
pelas Edições Sesc. Pato foi curadora-chefe
da 3ª Bienal da Bahia (Salvador, 2014) e foi diretora da Associação Cultural
Videobrasil, onde trabalhou entre 2000
e 2012. Dentre os principais projetos que ela coordenou no Videobrasil
estão o banco de dados on-line do Acervo Videobrasil e a direção executiva das
exposições dos artistas Sophie Calle (2009), Joseph Beuys (2010), Olafur
Eliasson (2011) e Isaac Julien (2012), além de quatro edições do Festival
Internacional de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (2001, 2005, 2007 e 2011)
e duas exposições dedicadas à arte contemporânea africana (2000 e 2005). Em
2017 integrou o grupo de curadores convidados do 20º Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil.
Sobre os artistas
Ana Vaz (Brasília, DF) - Em filmes,
instalações e performances, Ana Vaz explora as relações entre ambientes,
territórios e histórias. Com associações entre imagens, sons e textos, seus
trabalhos propõem uma experiência corporal e subjetiva do estar no mundo.
Participou de mostras em instituições como Tate Modern (Londres - Reino Unido),
Palais de Tokyo (Paris - França), Jeu de Paume (Paris - França), Cinéma du Réel
(Paris - França), New York Film Festival (Nova York - EUA), Festival Sesc_Videobrasil
(São Paulo) e outras.
Giselle Beiguelman (São
Paulo, SP) - Artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo (FAU USP). Pesquisa preservação de arte digital, arte
e ativismo na cidade em rede e as estéticas da memória no século 21. Desenvolve
intervenções artísticas no espaço público e com mídias digitais. Entre seus
projetos artísticos recentes destacam-se Odiolândia
(2017); Memória da Amnésia
(2015); e as exposições individuais Monumento
nenhum (2019), Cinema Lascado e Quanto pesa uma Nuvem? (2016). É autora
de Memória da Amnésia: Políticas do Esquecimento
(Edições Sesc, 2019), entre outros livros, artigos e ensaios.
Grupo Contrafilé (São Paulo, SP)
- Grupo Contrafilé é um coletivo transdisciplinar, formado por Cibele Lucena,
Joana Zatz Mussi e Rafael Leona, que investiga as possíveis relações entre
arte, política e educação e indaga como essas relações ampliam o direito à
produção criativa da/na cidade. Entre seus projetos, destacam-se: Programa para a Descatracalização da própria
Vida (2004); A Rebelião das Crianças
(2005), que deu origem a Parque para Brincar
e Pensar (2011), e a Quintal (2013);
A Árvore-escola (2014); A Batalha do Vivo (2016). O grupo
participou de mostras como Arte-Veículo
(Sesc, 2018/2019); Talking to Action
(Art, Pedagogy and Activism in the Americas, Los Angeles, Chicago, Nova York,
2017-2019); Playgrounds 2016 (MASP,
2016); 31ª Bienal de São Paulo (2014); Radical
Education (Eslovênia, 2008); If You
See Something Say Something (Austrália, 2007); La Normalidad (Argentina, 2006); e Collective Creativity (Alemanha, 2005).
Ícaro Lira (Fortaleza, CE)
- Ícaro Lira investiga as implicações e os desdobramentos de atos políticos e históricos
da história brasileira através de um trabalho documental, arquivista,
arqueológico e de ficção. Suas exposições apresentam estruturas similares a
pequenos “museus”, onde reúne fragmentos esquecidos, produzindo um sistema de
objetos que articula materiais artísticos e não artísticos, e um conjunto de
ações, não necessariamente confinadas a um objeto, mas dispersas em exposições,
livros, oficinas, debates e caminhadas. Em 2013, recebeu o prêmio Honra ao
Mérito Arte e Patrimônio do Iphan.
Mabe Bethônico (Belo
Horizonte, MG) - É artista-pesquisadora, professora da Escola de Belas Artes da
Universidade Federal de Minas Gerais, com doutorado pelo Royal College of Art
(Londres - Reino Unido). Trabalha a partir de materiais de arquivo, construindo
ficções, viabilizando debates. Lida com os limites entre documentação e
construção, evidenciando como a informação pode ser construída e retrabalhada
continuamente. Na forma de jornal, pôster, website, palestra e instalação, seu
trabalho foi exibido em mostras como as 27ª e 28ª edições da Bienal de São
Paulo, Museu da Pampulha, Centre de la Photographie (Genebra - Suíça), Museo de
Antioquia (Medellín – Colômbia), Kunstverein Muenchen (Munique - Alemanha),
hmkv (Dortmund - Alemanha) e Kunsthal Aahus (Aahus - Dinamarca), entre outros.
O grupo inteiro (São Paulo, SP) - Composto
por Carol Tonetti, Cláudio Bueno, Ligia Nobre e Vitor Cesar, reúne, desde 2014,
diferentes formações e práticas - nos campos da arquitetura, design, arte,
comunicação, aprendizagem e tecnologia - que convergem, estabelecem
correspondências e se expandem. Os projetos realizados pelo grupo incluem: Condutores (Masp e Sesc Interlagos,
2016); Manejo, em colaboração com
Jorge Menna Barreto (32ª Bienal de São Paulo, 2016); Campos de Preposições (Sesc Ipiranga, 2016); Octopus (Sesc Belenzinho, 2018); e Correspondence (Pro- Helvetia/FAR°/Collège de Marens, Suíça).
Paulo Nazareth (Governador
Valadares, MG) - O trabalho de performance e instalação de Paulo Nazareth
explora, com frequência, suas raízes africanas e indígenas. Sua
caminhada-performance representa um questionamento lento e em tempo real de sua
própria experiência e daquela dos indivíduos que encontra, traçando uma sutil
matriz de conexões que vincula pessoas, comunidades e histórias compartilhadas.
Ganhou o Prêmio MASP de Artes Visuais (2012). Seu trabalho já foi apresentado
em mostras individuais e coletivas ao redor do mundo. Sua obra integra as
coleções Boros Collection (Alemanha), Thyssen-Bornemisza Art (Áustria), Pinault
Collection (França), Rubbel Family Collection (EUA), Coleção Banco Itaú, MAM
São Paulo e Pinacoteca de São Paulo.
Rafael Pagatini (Caxias do
Sul, RS) - É professor e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo.
Seu trabalho faz uso principalmente de mídias associadas a linguagens da
gravura e fotografia. Investiga as relações entre arte, memória e política.
Realizou projetos como Retrato Oficial
(2017); Manipulações, DOPS (série
Movimentos religiosos) e Camadas e Grito Surdo
(2016); e Bem-vindo, Presidente!
(2015-2016), a partir de pesquisas nos arquivos do DOPS do Espírito Santo.
Entre suas exposições, estão Fissuras
(2016), Conversas com a Paisagem
(2014), Rumos Itaú Cultural (2013) e Em Suspensão
(2012). Recebeu o Prêmio Energias Artes Visuais, Bolsa Estímulo à Produção em
Artes Visuais (Funarte), Bolsa Iberê Camargo e V Prêmio Açorianos de Artes
Plásticas.
Traplev (Caçador, SC)
- Em pesquisas sobre outras formas de narrar os acontecimentos políticos, o
artista discute as estratégias de comunicação da grande mídia, a partir da
apropriação e da interferência gráfica em material jornalístico e notícias
compartilhadas em redes sociais. É editor geral e cofundador da publicação Recibo, com mais de 74 mil exemplares
distribuídos gratuitamente de 2002 a 2016. Entre as exposições recentes,
destacam-se as Individuais Novas
Bandeiras entre Almofadas Pedagógicas, na Sé Galeria, e Sistemas de Estruturas e Elementos de Fachada, Sala 7, na Galeria Fayga Ostrower em
Brasília (DF) / Funarte, e as coletivas Mitomotim,
no Galpão Videobrasil, e Trienal Frestas
de Arte Contemporânea, em Sorocaba (SP).
Sobre o Sesc São Paulo
Mantido pelos empresários do comércio de
bens, turismo e serviços, o Sesc - Serviço Social do Comércio é uma entidade
privada que tem como objetivo proporcionar o bem-estar e a qualidade de vida
aos trabalhadores deste setor e sua família. Sua base conceitual é a Carta da
Paz Social e sua ação é fruto de um sólido projeto cultural e educativo que
trouxe, desde a criação pelo empresariado do comércio e serviços em 1946, a
marca da inovação e da transformação social.
Ao longo destes mais de 70 anos, o Sesc
inovou ao introduzir novos modelos de ação cultural e sublinhou, na década de
1980, a educação como pressuposto para a transformação social. A concretização
desse propósito se deu por uma intensa atuação no campo da cultura e suas
diferentes manifestações, destinadas a todos os públicos, em diversas faixas
etárias e estratos sociais. Isso não significa apenas oferecer uma grande
diversidade de eventos, mas efetivamente contribuir para experiências mais
duradouras e significativas.
No estado de São Paulo, o Sesc conta com uma
rede de 40 unidades operacionais – centros destinados à cultura, ao esporte, à
saúde e à alimentação, ao desenvolvimento infantojuvenil, à terceira idade, ao
turismo social e a demais áreas de atuação. Este patrimônio forma um conjunto
arquitetônico de múltiplas linguagens e influências, constituído a partir da
contribuição de nomes como Lina Bo Bardi, autora do Sesc Pompeia, e Paulo
Mendes da Rocha, responsável pelo Sesc 24 de Maio.
SERVIÇO
Exposição:
META-ARQUIVO: 1964–1985 - Espaço de Escuta e Leitura de Histórias
da Ditadura
Curadoria e pesquisa: Ana Pato
Artistas convidados: Ana Vaz, Contrafilé,
Giselle Beiguelman, O grupo inteiro, Ícaro
Lira, Mabe Bethônico, Paulo Nazareth, Rafael Pagatini e Traplev
Projeto expográfico: Anna Ferrari
Design gráfico: O grupo inteiro
Produção executiva: Nós da produção | Alita
Mariah e Rafael Moretti
Coordenação editorial: Julia Ayerbe
Parceria: Memorial da Resistência de São
Paulo | APAC - Associação Pinacoteca Arte e Cultura | Secretaria de Cultura e
Economia Criativa | Governo do Estado de São Paulo
Realização: Sesc São Paulo
Abertura: 22 de agosto
de 2019, quinta-feira, às 20h
Visitação: 23 de agosto
a 24 de novembro de 2019
Terça a sábado, das 10h às 21h. Domingos e
feriados, das 10h às 19h30
Local: Galpão
Grátis
Livre para todos os públicos
Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000.
Belenzinho – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2076-9700
Estacionamento - De terça a sábado, das 9h às 22h. Domingos e feriados,
das 9h às 20h.
Valores: Credenciados plenos do Sesc: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2,00 por
hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 12,00 a primeira hora e R$ 3,00
por hora adicional.
Transporte
Público - Metro Belém (550m) | Estação Tatuapé
(1400m)
Informações
à Imprensa
Verbena Comunicação
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181
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