Há 20 anos, o grupo coloca nos palcos teatrais os anseios e vivências da realidade do bairro de Heliópolis, na zona Sul de São Paulo. Registrada em livro, esta trajetória dá o tom a encontro de artistas e gestores para debater sobre a importância da documentação de experiências teatrais. A conversa é mediada por Alexandre Mate, autor do livro sobre a trupe a ser lançado na ocasião. Antes disso, a noite abre com trecho de CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos, peça recém-estreada pela cia, que aborda a forte presença feminina no contexto do encarceramento.
Acompanhando as comemorações dos 20 anos de fundação da Companhia de Teatro Heliópolis, o Itaú Cultural realiza no dia 30 de março (quarta-feira), às 20h, programação para celebrar tanto a trajetória quanto o momento atual do grupo. Além de marcar o lançamento do livro Giras Épico-Poéticas nas Obras-Quilombola, em Processos de Empoderamento – e não apenas – Negro, da Companhia de Teatro Heliópolis: 20 Anos de Belezas e/em Lutas, promove debate e apresentação de cena teatral.
Além de uma mesa com artistas e gestores para falarem sobre a necessidade de registro dessa memória teatral, o público é brindado com uma cena de CÁRCERE ou Porque as Mulheres Viram Búfalos. Trata-se de uma pílula do espetáculo que acaba de estrear na sede da companhia, no bairro Ipiranga, onde ficará em cartaz até 5 de junho. O grupo completou duas décadas de existência em 2020, mas, devido à pandemia, comemora neste ano junto ao público (mais abaixo, o serviço completo das atividades).
A programação será realizada na Sala Itaú Cultural, que volta a operar presencialmente com total capacidade. Como todas as atividades e ações da instituição, a entrada é gratuita. Os ingressos devem ser reservados pela plataforma Inti, com acesso pelo site da instituição - itaucultural.org.br.
Força feminina
A noite abre tendo no palco da Sala Itaú
Cultural a atriz Dalma
Régia, atriz e fundadora da Companhia de Teatro Heliópolis, apresentando um
trecho de CÁRCERE ou Porque as Mulheres
Viram Búfalos. Com encenação de Miguel Rocha e texto de Dione Carlos, a
trama parte da história das irmãs gêmeas Maria dos Prazeres e Maria das Dores.
Ela trata das estratégias de sobrevivência de mulheres – em especial em suas
comunidades – que, como elas, têm suas vidas marcadas pelo encarceramento de um
integrante da família.
Trazendo no título uma referência à força feminina, que transmuta as energias de violência e morte para reinventar a realidade, o espetáculo coloca no centro dessa abordagem mães, esposas, companheiras e irmãs. Todas carregam o peso e os desdobramentos do encarceramento, emocionais, físicos ou financeiros. A montagem acaba por refletir o isolamento social desde o início da pandemia em 2020 e suas consequências.
Livro e debate
Após a apresentação da cena, o público é
convidado a acompanhar a mesa de lançamento do livro. Com mediação de Alexandre
Mate, autor da publicação, mestre em teatro e doutor em história social, o
encontro reúne Galiana Brasil, gerente do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú
Cultural, a atriz e diretora Simone Carleto e o ator e doutor em ciências
sociais Judson Cabral. A partir do livro, os convidados tratam da importância da
documentação de experiências teatrais como a da Companhia de Teatro Heliópolis.
“Por um lado, o livro trata de uma narrativa que, por diversas abordagens, apresenta a história de sujeitos que montaram obras tão essenciais”, observa Mate. “Por outro, traz as singularidades de pessoas e artistas excepcionais, gente-ícone e alegorias das ancestralidades que enfrentam tudo”, completa.
Para ele, acompanhar a obra e percebê-la em suas minúcias significa ir ao encontro dos antepassados, que lutaram todo o tempo e de modos tão diversos, para ser e existir em plenitude. “Adoro e admiro muito essa gente artista da Companhia de Teatro Heliópolis.”
Sobre os participantes
A Companhia de Teatro Heliópolis foi criada no ano
2000, com o objetivo de ampliar o universo cultural e artístico da comunidade.
Desde então, pesquisa a violência e suas reverberações, tema que afeta os
membros do coletivo que moram na favela homônima e que, em alguma medida, tem
relação intrínseca com este território. Esse levantamento tem sido realizado de
forma colaborativa, permeado por múltiplas vozes e fundamentado em diversos
expedientes do teatro experimental e igualmente do épico, tomado basicamente como
chão histórico, a fim de incluir as mentalidades e os modos de vida de homens e
mulheres que ainda não figuram na história, tanto social como esteticamente.Cárcere ou Porque as Mulheres... (foto de Weslei Barba)
Alexandre Mate é autor do livro Giras Épico-Poéticas nas Obras-Quilombola, em Processos de Empoderamento – e não apenas – Negro, da Companhia de Teatro Heliópolis: 20 Anos de Belezas e/em Lutas. Ele tem mestrado em teatro e doutorado em história social, ambos pela Universidade de São Paulo/USP. Professor aposentado pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual de São Paulo/Unesp e professor da pós-graduação da mesma instituição, também é autor de livros e ensaios sobre a produção teatral, com ênfase às formas populares, de rua, épico e paulistano.
Dalma Régia é atriz e sócia-fundadora da Companhia de Teatro Heliópolis, ao lado de Miguel Rocha. Entre seus principais trabalhos, destaca-se o espetáculo (IN)JUSTIÇA (2019), que foi indicado ao Prêmio SHELL 2019 na categoria Música e ao Prêmio Aplauso Brasil 2019 na categoria Melhor Espetáculo de Grupo. O espetáculo rendeu a Dalma o prêmio de Melhor Atriz no 4º FESTKAOS – Festival nacional de Teatro do Kaos e no 41º FESTE – Festival Nacional de Teatro Pindamonhangaba. Por Um Lugar ao Sol, de 2013, ela recebeu no mesmo ano o prêmio de Melhor Atriz no IX Festival Nacional de Limeira.
Galiana Brasil é gestora do Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural. É atriz, cursando mestrado profissional em Artes da Cena na Escola Superior de Artes Célia Helena (SP). Possui produção teórica com perspectiva decolonial nos campos da gestão cultural e pedagogia das artes cênicas, com foco em mediação cultural, formação e curadoria. Durante 15 anos atuou na coordenação das artes cênicas do Sesc Pernambuco, sendo gestora do Festival Palco Giratório-Recife e curadora do projeto em âmbito nacional.
Judson Cabral nasceu em Ipanguaçu, no Rio Grande do Norte. É ator formado pela Escola Livre de Teatro de Santo André/ELT, bacharel em Sociologia e Política, sendo Mestre e doutor em Ciências Sociais. É pesquisador do Núcleo de Estudo em Arte, Mídia e Política/NEAMP. Faz parte da equipe de coordenação da Escola Livre de Teatro de Santo André, sendo também professor da Escola de Arte Cênicas Wilson Geraldo de Santos e professor convidado da pós-graduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo/FESP-SP. Desenvolve pesquisa nas áreas de sociologia da cultura, política cultural, arte e política e história do teatro.
Simone Carleto é atriz, diretora e artista-pedagoga de teatro. Mestre, doutora e pós-doutoranda em Artes Cênicas pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista/Unesp. Coordenou a Escola Viva de Artes Cênicas de Guarulhos e o Programa Municipal de Fomento ao Teatro e à Dança da mesma cidade. É pesquisadora de teatro épico, teatro latino-americano, cultura e teatro popular e pedagogia teatral, e dá aula no Curso Profissionalizante em Teatro do Centro de Artes Cênicas (CAC) Walmor Chagas, em São José dos Campos. Assessora de diversos grupos teatrais, e também é autora de ensaios e artigos nas áreas de pedagogia, crítica e interpretação teatral.
SERVIÇO
Lançamento/livro:
Giras Épico-Poéticas nas Obras-Quilombola, em Processos de Empoderamento – e
não apenas – Negro, da Companhia de Teatro Heliópolis: 20 Anos de Belezas e/em
Lutas
Mesa com Galiana Brasil, Simone Carleto e
Judson Cabral. Mediação de Alexandre Mate
Apresentação de cena do espetáculo Cárcere
ou Porque as Mulheres Viram Búfalos
Dia 30 de março (quarta-feira), às
20h
Duração: 120 minutos. Classificação indicativa:
não recomendado para menores de 12 anos (apresenta consumo de droga lícita)
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo) - Capacidade:
272 lugares
Entrada
gratuita
- Reservas de ingressos a partir de 23 de março (quarta-feira), pela plataforma
Inti – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br.
Traduação em Libras.
Custo/livro: R$ 55,00 (livro físico,
diretamente com a CTH); Grátis (PDF liberado para download no site da CTH).
Protocolos:
- É necessário apresentar o QR Code do
ingresso na entrada da atividade até 10 minutos antes do seu início. Após este
horário, o ingresso não será mais válido.
- Para ingressar na sede do Itaú Cultural, é
obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação. Serão válidos o
comprovante físico ou o digital (disponível nos aplicativos fornecidos pelos
governos federal, estadual e/ou municipal).
- Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante
contendo duas doses da vacina. Quem tiver abaixo desta idade, não precisa
comprová-lo.
- Continua obrigatório o uso da máscara
cobrindo boca e nariz durante toda a permanência nos ambientes internos do Itaú
Cultural.
Cancelamentos:
- Em virtude dos protocolos sanitários
adotados para conter o avanço da transmissão do coronavírus e, assim, manter-se
a segurança e a saúde de artistas, produção e público, o Itaú Cultural informa
que sua programação, virtual ou presencial, poderá ser cancelada em caso de
contaminação por covid-19 de qualquer artista envolvido.
- Em caso de cancelamento, os ingressos adquiridos
perdem sua validade. O público que reservou o ingresso antecipadamente será
notificado por e-mail.
- Um eventual reagendamento da programação,
em data futura, ficará a exclusivo critério do Itaú Cultural de acordo com a
disponibilidade de agenda, sem preferência a quem adquiriu os ingressos
anteriormente.
Espetáculo CÁRCERE ou Porque as
Mulheres Viram Búfalos
Com a Companhia de Teatro Heliópolis
Em cartaz até 5 de junho de 2022
Casa de Teatro Mariajosé de Carvalho, sede da
companhia (Rua Silva Bueno, 1533, Ipiranga)
Ingressos: pague quanto puder (público em
geral) e grátis para estudantes e professores de escolas públicas.
Reserva online: https://www.sympla.com.br/produtor/companhiadeteatroheliopolis
Informações: http://ciadeteatroheliopolis.com/
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, próximo à estação
Brigadeiro do metrô
Tel.: 11. 2168-1777
Acesso para pessoas com deficiência
física
Estacionamento: entrada pela Rua
Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para
bicicletas.
www.itaucultural.org.br
| Nas redes: @itaucultural
ASSESSORIAS DE IMPRENSA:
Pelo Itaú Cultural | Conteúdo
Comunicação
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Larissa Corrêa: (11) 9 8139 9786 / 9 9722
1137 | larissa.correa@terceiros.itaucultural.org.br
Mariana Zoboli: (11) 9 8971 0773 | mariana.zoboli@conteudonet.com
Roberta Montanari: (11) 9 9967 3292 | roberta.montanari@conteudonet.com
Vinicius Magalhães: (11) 9 9295 7997 | vinicius.magalhaes@conteudonet.com
Programa Rumos Itaú Cultural:
Carina Bordalo: (11) 9 8211 6595 | carina.bordalo@terceiros.itaucultural.com.br
Pela Companhia:
Verbena Assessoria
Eliane Verbena / João Pedro
(11) 2548-38409 / 9 9373-0181 | verbena@verbena.com.br
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