Fotos: Ligia Jardim |
A
trama se passa em um futuro próximo, mais precisamente em 2036, quando uma
jovem - garota de programa - tenta salvar sua vida, fugindo de um psicopata pela
porta de uma dispensa que, surpreendentemente, a leva ao mesmo local, porém 20
anos no passado, em 2016. Perseguida no passado e no presente, ela tem a chance
de salvar sua vida, bem como a de duas outras mulheres envolvidas na história.
Inédito no Brasil, o texto, inspirado em filmes como De Volta Para o Futuro
(de Robert Zemeckis) e Psicose (de Alfred Hitchcock), é um dos maiores sucessos de
Ayckbourn, sendo premiado em diversas partes do mundo.
Segundo
o diretor Eduardo Muniz, “Tudo no Seu Tempo não é comédia, não é
drama, é como um thriller policial, uma mistura de gêneros, uma
homenagem à ficção científica que promete sobressaltos, risos e muita emoção”.
Tendo a história policial como fio condutor, a peça aborda, sobretudo, a força
da mulher, o feminino. Fala da mulher que tem a sensibilidade necessária para colocar as coisas no eixo, para
mudar o mundo. “Na peça, as mulheres representam o encontro da razão com o
coração: diante da trama de assassinato e da possibilidade de mudar o desfecho
da história, elas ganham força e coragem, e o resultado aparece de forma
potente”, reflete o diretor.
Tudo
acontece em um quarto de hotel: os fatos se sucedem, o tempo oscila entre futuro, passado e presente. Os atores
vivem personagens na faixa dos 70 e 40 anos. Nessa trama de assassinato, Kelly
(interpretada por Cynthia Falabella) vira testemunha de uma história macabra e
vê sua vida ameaçada, mas ao entrar no “túnel do tempo”, ela encontra
cumplicidade em Wanda (Fernanda Couto), mulher muito correta, ética, casada com
o mau caráter Rubens (Joca Andreazza) que ordenou a Juliano (Gustavo Trestini)
que matasse a primeira esposa Jéssica (Bete Correia) e também planeja
matar Wanda para que suas falcatruas não sejam reveladas. Juntas, e com a ajuda
do segurança Haroldo (Edu Guimarães), elas tentam mudar o rumo das coisas e
salvar a própria pele.
A
encenação de Tudo no Seu Tempo tem uma estrutura ágil e dinâmica
com mudanças de cenários e épocas. “Em alguns momentos é quase um vaudeville”,
diz o diretor. O futuro apresentado por Eduardo Muniz é caótico, carrega as
marcas das catástrofes naturais e as consequências do caos social. O diretor
conta que a iluminação (Domingos Quintiliano) explora efeitos inéditos
de luz para mostrar esse túnel do tempo. Tanto a luz, os figurinos (de Alice Alves) e o cenário (de Chris Aizner) ganham tons distintos nas
diferentes épocas: mais claros e leves no tempo passado; mais escuros e sóbrios,
no presente, marcado por símbolos cênicos que denotam esse caos do futuro. E a
trilha sonora (Daniel Maia) tempera as cenas.
A
relação de Eduardo Muniz com o autor vai bem além da direção de Tudo no
Seu Tempo. Muniz é um aficionado por Alan Ayckbourn, há 10 anos, desde
que viu uma montagem de Pessoas Absurdas em Nova York, em 2005. Três
anos depois, comprou os direitos, traduziu e produziu Tempo de Comédia,
que estreou em 2010, na qual também atuou. Logo depois, conheceu Ayckbourn, e
foi estagiar com ele por dois meses, na Inglaterra. Hospedado em sua casa,
acompanhou todo o seu processo criativo, da leitura do texto à montagem do
espetáculo. “Alan Ayckbourn é um artista que ‘respira’ teatro há mais de meio
século. Ele é um gênio do teatro. Foi fascinante ver de perto a sua forma de
pensar a arte, observar como ele concebe a obra”. Revela Muniz, que ainda
produziu e atuou em Isso é o que ela pensa (2012) e dirigiu Afogando
em Terra Firme (2013) ambas de Ayckbourn.
Alan
Ayckbourn
- autor
Alan
Ayckbourn (1939), premiado dramaturgo e diretor inglês, é considerado um dos
autores vivos mais encenados em todo o mundo. Escreveu 79 peças, dirigiu mais
de trezentos espetáculos, suas peças receberam inúmeros prêmios e foram
traduzidas para mais de 35 países. Seus textos despertam interesse tanto pela
diversidade dos argumentos, quanto por apresentarem uma excelente carpintaria
teatral, além de diálogos preciosos. Tudo no seu Tempo (Communicating
Doors), escrita em 1993, é sua 46ª peça, de um montante de quase 80 textos.
Alan Ayckbourn é um homem de teatro. Em 2015, comemora 56 anos de carreira como
dramaturgo e 54 como diretor. Com sua companhia de teatro continua escrevendo,
dirigindo e produzindo páginas do teatro contemporâneo que ficarão para a
história.
Eduardo Muniz -
diretor
Nascido
no Rio de Janeiro, Eduardo Muniz (33 anos) é ator, diretor e locutor
formado na escola de teatro Michael Howard Studios de Nova Iorque e
na CAL no Rio de Janeiro. Em 2011, fez um estagio de direção com Sir
Alan Ayckbourn, em Scarborough, Inglaterra, fazendo parte do documentário
Imagine, série sobre grandes artistas mundiais, da BBC, sobre a vida de
Ayckbourn, apresentado por Alan Yentob. Lançou em Setembro de 2012, pela
Editora Perspectiva, em parceria com a atriz e diretora Denise Weinberg, a tradução
do livro How to Stop Acting, de Harold Guskin, um dos maiores coachs
de atores da atualidade. Eduardo treinou pessoalmente com Harold em Nova
Iorque. Seus mais recentes trabalhos em teatro incluem: Bull, de Mike
Bartlett (co-direção junto com Flavio Tolezani), Afogando em Terra Firme,
de Alan Ayckbourn (direção), e Isso É o Que Ela Pensa, de Alan Ayckbourn
(ator), entre outras. Eduardo é membro do Clube da Voz, a maior associação de
locutores do Brasil. Atualmente, é a voz brasileira do canal Sundance Channel. Desde
2014 reside em Nova Iorque onde é associado à SAG/AFTRA (Screen Actors Guild).
Ficha técnica
Espetáculo:
Tudo no Seu Tempo
Texto:
Alan Ayckbourn
Tradução: Eduardo Muniz e Alexandre Tenório
Direção:
Eduardo Muniz
Elenco:
Cynthia Falabella, Joca Andreazza, Fernanda Couto, Gustavo Trestini, Bete
Correia e Edu Guimarães.
Iluminação:
Domingos Quintiliano
Cenário:
Chris Aizner
Figurino:
Alice Alves
Música original e trilha sonora: Daniel Maia
Assitente de direção: Mateus Monteiro
Direção de produção: Carlos Mamberti
Direção de produção: Carlos Mamberti
Produção executiva: Daniel Palmeira
Coordenação financeira: Cleo Chaves
Programação visual: Alexandre Ormond
Programação visual: Alexandre Ormond
Assessoria de Imprensa: Verbena Comunicação
Realização: Mamberti Produções e Geradora Teatral
Serviço
Estreia: 23 de janeiro. Sábado, às 21 horas
Teatro
Jaraguá
– Novotel Jaraguá
Rua Martins Fontes, 71 - Bela Vista/SP –
Telefone: (11) 3255-4380
Temporada: sexta (21h30), sábado (21 horas) e
domingo (19 horas) – Até 20/03
Ingressos: R$ 50,00 (meia R$ 25,00)
Bilheteria: terça a quinta (16h às 19h), sexta
e sábado (a partir das 16h) e domingo (a partir das 15h) - Aceita todos os
cartões de crédito e débito.
Duração: 105 min. Gênero: comédia dramática.
Indicação de idade: 14 anos.
Acesso universal - Ar condicionado –
Estacionamento c/ manobrista: R$ 30,00.
Site: http://www.mamberti.com.br/jaragua/
Site: http://www.mamberti.com.br/jaragua/
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