Figura ímpar na história da música
popular brasileira, a cantora e compositora Alaíde Costa realiza, aos 78 anos, o antigo sonho de gravar um disco
somente com composições próprias. Com a mesma
afinação e interpretação personalíssima dos tempos pré-bossa nova, quando
iniciou a carreira como crooner do Avenida Dancing no Rio de Janeiro, há 60 anos, a intérprete se consagra também como
autora com o lançamento do CD Canções de
Alaíde (selo Nova Estação), que tem produção musical de Thiago Marques
Luiz.
Em dezembro, a cantora se apresenta
no Teatro Décio de Almeida Prado (dia 2, às 21 horas) e na Galeria
Olido (dia 3, às 20 horas) com entrada franca. Os shows de lançamento têm participação dos músicos Giba Estebez (piano),
Conrado Paulino e Fernando Corrêa (violões) e Vitor Alcântara (flauta).
Alaíde compôs a sua primeira canção
aos 16 anos. Mesmo
tendo se destacado mais como intérprete, as
novas melodias sempre permearam sua carreira. Várias de suas canções foram feitas em parceria com amigos, ilustres poetas e
compositores e alguns estão no CD: Vinícius de Moraes, Antônio Carlos Jobim,
Johnny Alf, Hermínio Bello de Carvalho e Geraldo Vandré,
além de Geraldo Julião, José Márcio Pereira, João Magalhães e Paulo
Alberto Ventura.
A cantora gravou Canções de Alaíde acompanhada por músicos com quem trabalha há muito tempo: o
pianista Giba Estebez (que também assina a direção musical do CD e a maioria
dos arranjos), o flautista Vitor Alcântara e os violonistas Conrado Paulino e
Fernando Corrêa (também arranjadores de algumas faixas). O disco tem ainda
participação especial do pianista Gilson Peranzzeta em “Amigo Amado”, da cantora Adyel Silva em “Banzo”, do cantor
e violonista Marcelo Lima (filho de Alaíde) em
“Meu Sonho” e do baixista Mário Andreotti.
A capa do CD também representa uma
passagem importante em sua história musical. Nela, Alaíde aparece ao lado do piano que
utiliza para compor suas melodias, e não é um piano qualquer. Foi nele que começou a tomar aulas com o maestro
Moacir Santos e, mais tarde, o instrumento lhe foi dado de presente pelo amigo
e parceiro Vinícius de Moraes.
Canções de Alaíde mostra uma cantora autêntica que nunca
se dobrou aos modismos comerciais, mantendo-se fiel ao seu próprio estilo. Ela
revela que enfrentou dificuldades na profissão por buscar por “uma música que
fosse diferente”. “O que me fascinava era o que soava diferente aos meus
ouvidos”, confessa. E se lembra de quando conheceu Johnny Alf, grande parceiro
e amigo com quem trabalhou no Brasil e na Europa. “Eu gostava de sue estilo de música”. Eles se conheceram em 1952, no
Rio de Janeiro, quando ela o ouviu tocando “O
Que é Amar” em um programa de TV: “fiquei encantada com aquela música, ele
tinha uma forma única de tocar”. Mas, com a timidez mútua, só foram se
aproximar anos depois, em São Paulo. A primeira vez que ela cantou ao seu lado foi dando uma canja em uma boate onde
Johnny se apresentava. Ela escolheu “Dindi” (Tom Jobim), mas pediu que fosse em
si maior. E ele retrucou: “não tinha um tom melhor não?”, diverte-se Alaíde ao
lembrar.
A semente desse disco foi lançada no
final da década de 90, quando Alaíde Costa fez um show no Teatro Denoy de Oliveira
cantando suas músicas a convite de Luiz Carlos Bahia com produção de Nelson
Valência. Poucos sabiam, até então, que ela é a autora de todas as melodias de
suas composições. Anos se passaram e muitas
pessoas estavam interessadas em realizar esse sonho da artista: Cervantes
Sobrinho e Paulo Gomes (produtores executivos de Canções de Alaíde),
Thiago Marques Luiz, Gilson Peranzzetta.
Em 2012, Valência produziu um novo
show de Alaíde com repertório autoral. Paulo e Cervantes então constataram que
o CD já estava delineado; show e repertório, prontos; músicos e cantora,
afinados. Faltava o registro. “Era o momento”, comenta Cervantes. Amigos e
admiradores da cantora, empenharam-se na busca
de recursos para fazer o disco, que foi viabilizado com o apoio do ProAC.
“Alaíde sempre se destacou pelo timbre e afinação impecável. No início, ela
encantava - e até intrigava - pela erudição que emanava naturalmente de seu
canto: uma cantora de música popular com requintes próprios do canto lírico na
interpretação.” Comenta Cervantes, fã declarado de Alaíde Costa.
Repertório / Canções de Alaíde: “Qual a Palavra” (Alaíde Costa), “Tudo o Que É Meu” (Alaíde Costa e Vinícius de Moraes), “Ternura” (A. C. e Geraldo Julião),
“Cadarços” (A. C. e Hermínio Bello de Carvalho), “Afinal” (A. C.),
“Meu Sonho” (A. C. e Johnny Alf), “Tempo Calado” (A. C. e
Paulo Alberto Ventura), “Saída” (A. C.), “Banzo” – (A. C.
e José Márcio Pereira), “Apesar de
Tudo” (A. C. e João Magalhães), “Você é Amor” (A. C. e
Tom Jobim), “Canção do Breve Amor” (A. C. e
Geraldo Vandré) e “Amigo Amado” (A. C. e Vinícius de Moraes).
Ficha
Técnica
CD: Canções de Alaíde
Repertório e interpretação: Alaíde
Costa
Direção musical, arranjos e piano:
Giba Estebez
Violões: Fernando Corrêa e Conrado
Paulino
Flauta: Vitor Alcântara
Arranjos: Conrado Paulino (faixas 1
e 5), Fernando Corrêa (faixas 6 e 9), Giba Esteves (faixas 2, 4, 7, 8, 10, 11 e
12) e Gilson Peranzzetta (3 e 13).
Produção: Thiago Marques Luiz
Produção executiva: Cervantes
Sobrinho e Paulo Gomes
Participação especial: Adyel Silva,
Gilson Peranzzetta, Marcelo Lima e Mário Andreotti
Administração: PG Music
Design gráfico / capa: Paulo Neto
Selo: Nova Estação
Distribuição: Eldorado
Preço sugerido / CD: R$
27,00
Serviço - SHOWS
2 de
dezembro (terça-feira, às 21 horas)
Teatro
Décio de Almeida Prado
Rua Cojuba,
45-B. Itaim Bibi. Tel: (11) 3079-3438
Grátis
(ingressos 1h antes do show).
Duração: 75
min. Classificação: livre. Capacidade: 170 lugares.
3 de
dezembro (quarta-feira, às 20 horas)
Galeria
Olido
(Sala Olido)
Av. São João, 473. República. Tel: (11) 3331-8399
Grátis
(ingressos 1h antes do show).
Duração: 75
min. Classificação: livre. Capacidade: 298 lugares.
Parabéns minha amiga linda!!
ResponderExcluirSucesso!! bjs