Premiada Kompanhia do Centro da Terra realiza
nova experiência cênica multimídia com linguagem inédita e dramaturgia que
envolve tecnologias de ponta.
Reconhecido
por montagens ousadas e inusitadas, o artista multimídia Ricardo Karman estreia, no dia
5 de novembro (sábado, às 20 horas), seu novo espetáculo OVONO
no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde permanece em cartaz até o
dia 12 de dezembro.
A montagem é uma
aventura de ficção científica, satírica e filosófica, na qual um gigantesco osso
vindo do espaço está prestes a destruir a Terra. A única esperança do planeta é
Ovono, o mais perfeito cérebro artificial já criado, mas esta “máquina” está
aprendendo a pensar – a ter sentimentos – e pode não estar preparada para a
difícil missão de destruir o objeto ameaçador e salvar a humanidade.
Além
de Ricardo Karman (texto, direção e
cenografia), a ficha técnica traz Amir Admoni na direção de animação e vídeo, Tito Sabatini como diretor de projeto multimídia, José
de Anchieta no figurino, Domingos Quintiliano na iluminação e Otávio
Donasci em projeto e consultoria de inflável. O elenco é formado por Gustavo Vaz, Paula Arruda, Paula
Spinelli, Fábio Herford, Bruno Ribeiro e César Brasil.
O enredo discute a ambição pelo progresso
tecnológico no decorrer da evolução da civilização. Com uma linguagem multimídia inusitada a encenação ousa em
técnicas de vídeo maping com
projeções em suportes esféricos e infláveis (seres e imagens criadas
digitalmente). Ricardo Karman e a Kompanhia
do Centro da Terra levam para o teatro
uma reflexão fundamental sobre os rumos do progresso e o ônus do
desenvolvimentismo irrefreável em nossa época. OVONO é híbrido de teatro, mímica, vídeo e animação computadorizada:
as personagens interagem com animações digitais, criando uma dinâmica cênica
que mistura o real e o virtual - linha mestra da pesquisa de 27 anos da
Kompanhia.
A
criação de Karman foi inspirada, de forma irônica, na corrida espacial dos anos
60 e 70, em filmes de ficção científica como 2001 - Uma Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick,
1968) e no livro de Gênesis (Bíblia). O osso arremessado para o alto por um
macaco (no filme) como alusão ao brilhante futuro da raça humana, marca a utopia
do final do século XX. O eloquente orgulho da inteligência humana, das conquistas
tecnológicas e da exploração do espaço contrasta aqui com um futuro perverso,
com o ônus do modelo de progresso insustentável. Este é o contexto da parábola
de OVONO: o Osso retorna e ameaça
quedar-se, gigantesco, sobre nossas cabeças com o efeito devastador de uma
bomba atômica.
Ovono
é um computador dotado de inteligência artificial; é o paroxismo do intelecto
humano, a mais sofisticada idealização da tecnologia, a mimese da inteligência
humana. Segundo o diretor, a sociedade do consumo confunde evolução tecnológica
com desenvolvimento civilizatório. “Há uma certa hipnose gerada pela tecnologia
que nos ilude, infla nossa autoestima e nos faz sentir orgulho da nossa raça.
Percebemos de forma irrefutável um evolucionismo sempre benéfico. Tecnologia
não deveria ser a única referência para o desenvolvimento da civilização. O
verdadeiro progresso deveria ser o da evolução humana e dos ganhos sociais de
toda a população”, explica Karman.
O
espetáculo procura refletir com bom humor sobre essas questões da evolução. Há
dois conflitos dramáticos, duas linhas de discussão no texto. Uma crê no
progresso e quer manter o Osso no ar: acredita que a humanidade vai conseguir
superar seus problemas e continuar evoluindo (e o osso continuará voando no
espaço). A outra quer destruí-lo: não acredita na superação dos problemas (e o
Osso cairá e nos destruirá). O computador Ovono defende a primeira hipótese,
mas, diferentemente do HAL do filme de Kubrick, ele adquiriu fé no Osso.
Afinal, ele seria o seu “pai”, a razão única de sua existência. E, contra todas
as evidências científicas, “acredita” que ele não destruirá o planeta.
Para
Ricardo Karman “o desafio em OVONO é
manter a ‘simplicidade’ teatral sem deixar transparecer o inerente rigor
técnico e a sofisticação eletrônica para que a história tenha um curso natural
e envolvente, diante de uma dramaturgia que assume meios digitais de
comunicação como ponte para a estética contemporânea”. Ele ainda explica o
significado do título: “ovon-o” remete a novo, a grafia é o contrário de “o-novo”.
Ricardo Karman & Kompanhia do Centro da Terra
Com
nove prêmios e nove montagens realizadas, há 27 anos no
cenário artístico paulista, a Kompanhia do Centro da Terra se destaca pela intensa
pesquisa para integrar diferentes linguagens cênicas, performances e
arte-tecnologia em grandes instalações interativas e montagens teatrais
inovadoras.
Desde 1989, vem realizando projetos, espetáculos e instalações, solidificando
sua pesquisa experimental no campo da tecnologia e interatividade, dialogando
com espaços não convencionais e se consolidando como grupo de teatro inovador.
Além de dramaturgo e diretor
teatral, Ricardo Karman é formado em Arquitetura (FAU-USP). Cursou
Biologia (USP), Direção Teatral (ECA-USP) e Música (piano, clarineta e
composição). Em Londres, estudou direção teatral na British Theatre
Association, onde estagiou com o diretor Peter Gill no National Theatre of
Great Britain. Karman é fundador e diretor da Kompanhia do Centro da Terra
(1989) e do Teatro do Centro da Terra (2001). Profissional de várias áreas,
integrou a Seleção Brasileira de Rugby (1979) e é piloto de helicóptero.
No teatro, foi vencedor, no Rio de
Janeiro, do Prêmio Shell Especial de Produção com o espetáculo Viagem ao
Centro da Terra II. O mesmo espetáculo, na montagem original em São
Paulo, foi destaque na Time Magazine (EUA), Corriere della Sera (Itália) e em diversos jornais do mundo, além
de obter grande repercussão na mídia nacional. Esta foi sua I Expedição
Experimental Multimídia (1 km dentro de um túnel abandonado sob o Rio
Pinheiros, em São Paulo, em parceria com Otávio Donasci).
A II Expedição Experimental Multimídia de
Karman, A Grande Viagem de Merlin, aconteceu em 1995 (com 5h de
duração e 130 Km de extensão, entre São Paulo e Jundiaí, também com Otávio
Donasci). O espetáculo também apareceu em páginas da Time Magazine e no The New
York Times (EUA), Agência Reuters (Inglaterra) e jornais do mundo, incluindo
inclusive o Japão. Em 2003, dirigiu e produziu uma versão multimídia da peça O Santo e a Porca, de Ariano
Suassuna, que ganhou o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo Jovem. Outra realização
do diretor é a montagem infantil O Ilha do Tesouro (2005) que ainda
permanece em cartaz (uma expedição dentro de um percurso-instalação de 500m, feito de ambientes sensoriais, nos
quais as crianças contracenam com os adultos). Por ele, recebeu o prêmio APCA
de Melhor Direção Infantil e Coca-Cola FEMSA de Melhor Produção.
Sua primeira aventura de ficção
científica, O Kronoscópio, estreou em 2007, com direito a efeitos especiais
como chuva, fogo, teletransporte, interação ao vivo com personagem virtual e
efeitos multimídia. Seu espetáculo Teatrokê, de 2010, inaugurou um formato
inédito no Brasil: os protagonistas eram voluntários da plateia que utilizavam
um ponto eletrônico sem fio para receber o texto dado por atores profissionais
e, assim, realizavam as cenas. Outra bem sucedida e inusitada montagem foi Biliri
e o Pote Vazio (2011), na qual Karman
usou recursos multimídia para integrar a milenar técnica chinesa de teatro de
sombras com a mais contemporânea técnica de animação computadorizada. Esse
infantil ganhou vários prêmios: APCA de Melhor Cenografia (José de Anchieta) e
Coca-Cola FEMSA de Melhor Espetáculo, Melhor Cenografia, Revelação pela direção
de animação e sobras (Amir Adnomi) e Melhor Trilha Sonora (Ricardo
Karman e Bernardo Galegale).
Karmam e Kompanhia do Centro da
Terra também atuou em grandes eventos: Festa-Instalação para entrega do II Prêmio Multicultural Estadão; Em Busca da Fonte da Fortuna (lançamento
da água Brahma); e A Grande Viagem de
Marathon (lançamento da bebida Marathon, da Brahma). Karman lecionou no curso de
teatro profissionalizante do Colégio INDAC; participou, junto com outros artistas
multimídia, da 21ª Bienal de São Paulo no projeto Reflux - Arte e Telecomunicação, de Artur Matuck; foi assistente
de direção de Antunes Filho e de Ulysses Cruz; trabalhou ao lado de José Celso
Martinez Correa (Os Mistérios Gososos, Oswald de Andrade, e outras); dirigiu
a peça experimental 525 Linhas, de Marcelo Rubens Paiva (1989); foi a
ator e clarinetista na peça Xica da Silva (1987), de Antunes Filho, e
também clarinetista em Um Dibuk Para Duas Pessoas, de Iacov Hillel
(1983).
Ficha
técnica
Espetáculo:
OVONO
Texto e direção geral: Ricardo Karman
Diretor de animação e vídeo: Amir Admoni
Diretor de projeto multimídia: Tito Sabatini
Elenco: Gustavo Vaz, Paula Arruda, Paula
Spinelli, Fábio Herford, Bruno Ribeiro e César Brasil.
Participação
especial nos vídeos: Lulu Pavarin, Vivian Bertocco, Beatriz Bianco e Vivian
Vineyard
Assistência de direção: Bernardo Galegale
Iluminação: Domingos Quintiliano
Cenografia: Ricardo Karman
Dramaturgista: Rui Condeixa Xavier
Sonoplastia: Ricardo Karman e Bernardo Galegale
Projeto e consultoria de inflável: Otávio Donasci
Consultor de imagem: Hugo Mendes e Damian Campos
Projeto gráfico: Keren Ora Karman
Administração: Norma Lyds
Produção executiva: Vivian Vineyard;
Adereços: Marcela Donato, Paulo
Galvão, Josué Torres
Trilha sonora: Raul Teixeira e Rodrigo
Florentino
Operação de som: Rodrigo Florientino
Animação: Amir Admoni e Fabrício
Melo
Rigging verme: Leonardo Cadaval
Animação verme: Diego Souza
Operação de luz e vídeo: Leonardo
Patrevita
Contrarregra: Cesar Brasil, Bruno Ribeiro e Moisés Saron
Lopes
Costureira: Lande
Figurinos
Confecção de inflável: Juanito
Cusicanki
Fotografia: Leekyung Kim
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Idealização:
Kompanhia do Centro da Terra
Realização:
Centro Cultural Banco do Brasil
Patrocínio:
Banco do Brasil
Copatrocínio:
Sabesp
Serviço
Centro
Cultural Banco do Brasil (130 lugares)
Rua Álvares Penteado, 112. Centro/SP
Tel: (11) 3113.3651
/ 3113.3652. Capacidade: 130
lugares.
Acessos: Estações Sé e São Bento do Metrô. Praças do
Patriarca e da Sé.
Acesso para pessoas com deficiência. Ar condicionado. Loja. Café Cafezal
Estacionamento: Estapar – Rua Santo Amaro, 272 – R$ 15,00 pelo período de 5h.
É necessário carimbar tíquete na bilheteria do CCBB.
Transporte
gratuito: uma van faz o traslado gratuito no trajeto
estacionamento - CCBB. Na volta, parada no Metrô República antes do
estacionamento.
Espetáculo:
OVONO
Estreia: dia 5 de
novembro de 2016
Horários:
Sábado e segunda (às 20h) e domingo (às 19h)
Temporada:
até 12 de dezembro
Ingressos:
R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia)
Funcionamento/bilheteria:
das 9 às 21h, de quarta a segunda. Pela Internet: www.ingressorapido.com.br
Duração: 100 minutos. Recomendação: 16 anos.
Capacidade: Gênero: Ficção científica (drama).
ENSAIOS
ABERTOS
Dias 29, 30 e 31 de
outubro -
Sábado e segunda (às 20h) e domingo (às 19h)
Grátis
(distribuição de senhas 1h antes)
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