Gabriela em foto de Thiago Bugallo |
Dirigida por Helder Mariani, a peça conta a
história da jovem Thérèse de Lisieux que ficou conhecida popularmente como Santa
Teresinha. A montagem fica em cartaz até o final de novembro com apresentações
aos domingos, às 18h.
O espetáculo Theresinha foi concebido a
partir dos escritos autobiográficos e poéticos da jovem francesa Thérèse de Lisieux (1873-1897), freira carmelita
descalça, canonizada em tempo recorde pela Igreja Católica. No Brasil, é
popularmente conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus.
A
peça - que tem dramaturgia e encenação assinadas por Helder Mariani e interpretação de Gabriela Cerqueira - reestreia
no dia 6 de novembro (domingo, às 18 horas) no Teatro do Mosteiro de São Bento de São Paulo.
A
montagem faz uma radiografia do dilema do homem moderno – o conflito entre a
razão e a fé, na pele de Theresinha, não privilegiando a dimensão puramente
religiosa, mas a dimensão humana dessa jovem mulher que virou santa, e que, no
final do séc. XIX, vivenciou as questões e contradições que marcariam o séc. XX
e a pós-modernidade.
A encenação de Helder Mariani apresenta a personagem através de uma jovem
atriz, sozinha. A atriz conduz a plateia até o século XIX, na França, e nos
traz a jovem freira, sozinha; ambas diante do mesmo vazio. Essas duas jovens
mulheres de épocas tão diferentes têm em comum a ânsia da busca pelo sentido da
existência humana e o desejo compulsivo de transformar a realidade vazia de
sentido. São buscas humanas num tempo onde um racionalismo exacerbado e
prepotente domina – e já dominava no XIX - nossas cabeças.
Segundo o dramaturgo, “Thérèse de Lisieux” entendia a espiritualidade
e a arte como únicas formas possíveis de subverter a realidade humana, dando-lhe
um novo significado, transcendendo. Na dramaturgia, criada em parceria cênica
com a atriz Gabriela Cerqueira, Theresinha recebe os
espectadores para uma visita reservada, onde cada gesto, cada olhar, cada
expressão revela o que ela esconde no coração, a sua noite escura. Ela conta
sua história, valendo-se das palavras e do teatro; e representando de maneira
crítica e bem humorada os personagens que aparecem na sua trajetória. Na cena, Theresinha
vai revelando as suas diferentes e ambíguas facetas, e seu desejo obsessivo de
se tornar uma “santa”.
Sobre
o intuito da montagem, a atriz Gabriela Cerqueria diz: “Como vem acontecendo
nestes dois anos de apresentações, queremos que esta obra continue encontrando
públicos diversos, espaços diferentes, multiplicidade. Que seja provocativa.
Não pretendemos defender ou acusar Thérèse, mas prestar uma homenagem”.
Pesquisa e trajetória
Para realizar este espetáculo, uma ampla
pesquisa histórica foi realizada pelo professor de direito e advogado Thiago
Britto e pelo ator e professor de filosofia Helder Mariani. Foram cinco anos,
reunindo pesquisas de campo em Lisieux (pequena cidade onde Thérèse viveu, na
Baixa Normandia, norte da França), e imersão em amplo material bibliográfico,
fonográfico, literário e artístico (peças de teatro, filmes, romances). Entre
os registros de Thérèse de Lisieux estão três cadernos autobiográficos, mais de
250 cartas, 50 poesias, 20 orações e oito peças teatrais. Seu acervo inclui ainda
pinturas, pequenos cartões, roupas, objetos pessoais e mais de 20 fotografias.
Theresinha estreou em 2014, em São
Paulo, na Casa das Rosas, Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, onde
cumpriu três temporadas, sendo a última no final de 2015. Outra temporada
ocorreu no centenário Colégio Santa Inês (Bom Retiro), além de apresentações em
outros locais da cidade de São Paulo, como o Teatro das Edições Paulinas,
igrejas, mosteiros, museus e colégios. O espetáculo também foi apresentado no
interior do estado - em Barretos, Ribeirão Preto, Taboão da Serra, Osasco,
Itapecirica da Serra, Aparecida (várias vezes) e Vinhedo - e também nas
capitais Curitiba (PR) e Belo Horizonte (MG).
Ficha técnica / serviço
Espetáculo: Theresinha
Atriz: Gabriela Cerqueira
Dramaturgia e encenação: Helder Mariani
Direção musical: Dagoberto Feliz
Desenho de luz: Gabriel Greghi
Cenografia: Flávio Tolezani
Figurino: Marcela Donato
Pesquisa: Thiago Britto
Orientação artística: Denise Weinberg
Produção: Gabriela Cerqueira e Helder Mariani.
Fotos: Thiago Bugallo e Luciney Martins
Realização: Cia. da Palavra e Pulo do Gato Produções Artísticas
Reestreia: 6 de novembro –
Domingo, às 18h
Teatro do Mosteiro de São Bento de São Paulo
Largo de São Bento,
s/n. Centro/SP. Metrô São Bento. Tel: (11) 3328-8799.
Temporada:
6 a 27 de novembro – domingos, às 18h
Ingressos: R$ 30,00 (meia: R$ 15,00). Aceita
dinheiro, cheque e cartão de débito.
Gênero: Drama. Duração: 60 min.
Classificação: 12 anos
Informações/espetáculo: (11) 97283-2727. Capacidade: 290
lugares
Acessibilidade. Não possui estacionamento.
Teaser:
https://vimeo.com/103260519
PERFIS
Helder
Mariani
No teatro, é ator, encenador e dramaturgo. No Grupo Folias, participou
como ator dos dois espetáculos: Folias Galileu e Folias D’Arc,
dirigidos por Dagoberto Feliz. Desde 2005, encena e atua em vários projetos
poético-teatrais na Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e
Literatura, sendo os últimos espetáculos apresentados naquela Casa: A Casa É
Sua! Caos de Poesias, de 2014, Cabaré Falocrático, de 2015, e
Theresinha, 2014 e 2015. Como ator, atuou também na Cia. As Graças (Noite
de Reis, direção de Marco Antonio Rodrigues), no Centro Cultural Silvio
Santos (A Flauta Mágica, direção de Roberto Lage), Teatro Fábrica (Os
Pequenos Burgueses, direção de Roberto Rosa). E ainda nos espetáculos Malkhut,
direção de Denise Weinberg, Cartas ao Futuro, direção de Eduardo
Coutinho, Os Cafundó e Flores Sertanejas, direções de Francisco
Bretas, entre outros. Atualmente, como ator: Os Jecas, (da Cia. da
Palavra, premiado como melhor espetáculo pelo júri popular do 43º Fenata,
Festival Nacional de Ponta Grossa-PR), Single Singers Bar (Produção de
Nossa Senhora da Produção) e Vinícius, de Vida Amor & Morte (Cia. Coisas
Nossas), com direções de Dagoberto Feliz; como assistente de direção: Hamlet
ao Molho Picante; e encenador: Theresinha e A lucidez Alucina, Poemas
de Orides Fontela. Como dramaturgo, escreveu Devaneios do Bárbaro
Solitário (Proac de dramaturgia inédita 2011), sobre os filósofos franceses
Rousseau e Voltaire; Theresinha, a partir dos escritos de Santa Thérèse
de Lisieux; e agora assina as dramaturgias de Os Jecas e Cabaré
Falocrático. Educador com formação em Direito, Filosofia, Pedagogia,
Psicodrama e Teatro. É professor de filosofia e teatro, com trabalhos em várias
instituições de ensino e do meio organizacional. Mestre em Filosofia pela
PUC-SP, com o título: A Mentira-Verdade do Ator. Hoje, doutorando pela
PUC-SP com a pesquisa: O Ator Iluminista.
Gabriela Cerqueira
Gabriela Cerqueira é atriz, formada pela
EAD/Escola de Arte Dramática da USP. Integrante fundadora do Grupo 59 de Teatro
que tem em seu repertório as peças: O
Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, direção
Cristiane Paoli Quito, Mockinpó - Estudo
Sobre um Homem Comum, direção Claudia Schapira, A Última História, direção Tiche Viana, e Terra à Vista, direção Fabiano
Lodi. Atuou nos espetáculos: O Sonho
de Jerônimo da Fabulosa Companhia; Navalha
na Liga, do projeto Poeta em Cena
dirigido por Helder Mariani; no musical Flores
Sertanejas, direção de Francisco Bretas; Avoar e O Gato Malhado e
a Andorinha Sinhá, ambos sob
direção de Vladimir Capella. Na teleisão, atuou nas minisséries O Negócio (HBO, duas temporadas); Morando Sozinho (Multishow – três
temporadas); Som e Fúria (Rede
Globo); Descolados (MTV); no
quadro Super Sincero, do
Fantástico (Rede Globo); e nos curtas-metragens O Fim do Filme, direção de André Dib (melhor atriz no Cine PE –
Festival do Audiovisual de Pernambuco), e O
Jogo, direção de Pedro Coutinho (melhor atriz no 38º Guarnicê - Festival de
Cinema / São Luiz do Maranhão).
Thérèse de Lisieux
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