Acontece no dia 8 de dezembro (sexta-feira, às 18h30) a Homenagem à Companhia Cinematográfica Vera Cruz em cerimônia para
convidados na Sala Olido, no Centro
Cultural Olido (Avenida São João, 473), em São Paulo. O evento tem curadoria
dos cineastas e produtores Fabby Oliveira e Clery Cunha e da apresentadora de televisão
Mara Cedro.
Fundada em São Bernardo do Campo/SP,
pelo produtor italiano Franco Zampari e pelo industrial Francisco
Matarazzo Sobrinho, em novembro de 1949, a Vera Cruz é um importante
estúdio cinematográfico que produziu mais de 40 filmes de longa-metragem,
entre 1949 e 1954, além de alguns documentários. A companhia,
que deu origem e consolidou a indústria do cinema brasileiro com repercussão e
reconhecimento internacional, ainda hoje atua no campo da sétima arte.
Entre os homenageados estão David Cardoso, Ruth de Souza, Alain Fresnot, João Batista de Andrade, Célia Helena, Ugo Lombardi,
Oswaldo Massaini Elísio de Albuquerque, Pedro Nobile, José Parisi, Máximo Barro,
Galileu Garcia, Luigi Picchi, João Restiffe e outros. Haverá
também homenagens especiais a artistas pelo conjunto de suas obras em cinema,
teatro e televisão.
Serão exibidos vídeos sobre a história da Companhia
Cinematográfica Vera Cruz e sobre os homenageados. O evento conta ainda com participação
da Orquestra Instituto GPA, com regência do maestro
Daniel Misiuk. Os curadores também prometem uma surpresa, uma novidade para
2018 que só será anunciada na noite do evento.
As homenagens serão entregues por autoridades
políticas, autoridades do Instituto Cultural Italiano e Circolo Italiano
Brasil, diretores, produtores e atores. A realização do evento é do Cineclub
Show, Centro Cultural Olido e Prefeitura Municipal de São Paulo.
Os homenageados
Alain Fresnot (homenagem especial) - Um dos mais importantes cineastas
paulistas, Fresnot, assim como Hermano Penna e Henry Klotzel, montou sua
produtora na Vila Madalena. Seus filmes mais importantes são Ed Mort, Desmundo e Trem Fantasma.
Celia
Helena
(in memoriam) - Popular pelo trabalho como atriz em TV e cinema, foi no teatro
paulistano que consolidou sua carreira, ao lado de atores como Paulo Autran e
Cacilda Becker. Faz parte da história do teatro brasileiro ao participar
ativamente das bases que influenciariam a prática cênica até hoje (Teatro de
Arena, Oficina, Teatro Cacilda Becker, Cia. Rubens de Falco). Participou de
filmes como Chamas do Cafezal, Fatalidade e A Virgem. Fundou o Teatro
Escola Célia Helena, em 1977, transformado em Escola Superior de Artes Célia Helena, em
2008.
David
Cardoso
– Iniciou a carreira como assistente e, depois, diretor da produção de Walter
Hugo Khouri e Mazzaropi na Vera Cruz. Tornou-se um dos maiores produtores - e
galã - do nosso cinema pela sua empresa Dacar Filmes, nas décadas de 70, 80 e
90.
Elísio
de Albuquerque
- Pioneiro de televisão onde se firmou como ator em novelas no Grande Teatro
Tupi e TV de Vanguarda. No Cinema, na Vera Cruz, foi protagonista de grandes
atuações (Appassionata, Nadando em
Dinheiro, Esquina da Ilusão, Família Lero-Lero, Osso, Amor e Papagaios).
Galileu
Garcia
- Um dos técnicos pioneiros da Vera Cruz, onde ainda muito jovem iniciou a
trajetória de sucesso e competência, passando por quase toda a filmografia,
incluindo atuação como assistente de direção em O Comprador de Fazendas, O
Homem dos Papagaios e O Cangaceiro. Dirigiu LB Persona e Osso, Amor e
Papagaios.
João Batista de Andrade (homenagem especial) - Cineasta respeitado pela seriedade de suas realizações.
Entre seus mais famosos filmes, Doramundo,
O Tronco e A Próxima Vítima. Em incursão pela televisão, produziu e dirigiu na
TV Globo o polêmico Wilsinho da Galileia,
sobre a vida do famoso marginal. Foi Secretário da Cultura do estado de SP e
diretor do Memorial da América Latina.
João Restiffe (homenagem especial) - Pioneiro da televisão brasileira, participou de quase
toda programação da TV TUPI como produtor, redator e ator. E na televisão teve
como parceiro o futuro astro do cinema: Mazzaropi.
José
Parisi
- Primeiro herói da TV brasileira (o Falcão Negro, na TV Tupi), Parisi
destacou-se também na série TV de Vanguarda e fez sucesso em novelas. Seu forte
físico o levou ao cinema por Anselmo Duarte em Veredas da Salvação. Atuou também em Não Matarás, Uma Certa
Lucrécia (com Darcy Gonçalves) e O
Sobrado (de Cassiano Gabus Mendes e Valter Durst).
Luigi Picchi - Integrante
da equipe de técnicos pioneiros que movimentaram a Vera Cruz no Brasil e
exterior, seu belo porte foi o passe para estrear como ator no filme Modelo 19. Atuou até a década de 80.
Alguns filmes: A Ilha, Estranho Encontro (de Walter Hugo
Khouri) e A Garganta do Diabo.
Máximo
Barro
– Importante nome na história do cinema nacional. Autor de vários livros sobre
o gênero, além de ser um dos mais competentes editores e montadores de filmes.
É curador e professor de cinema da USP.
Oswaldo
Massaini
– Vanguardista do cinema nacional, produtor e distribuidor de filmes
brasileiros. Iniciou, em 1950, com Rua sem Sol e, tornando-se um dos mais
ativos produtores do nosso cinema. Realizou mais de 60 filmes, fundou a
produtora Cinedistri e foi o único produtor da América Latina a
ganhar a Palma de Ouro, em Cannes, com O Pagador de Promessas.
Pedro
Nobile
- Um dos melhores técnicos de som da sétima arte. Montou vários estúdios de
dublagem em São Paulo (BKS, AIC, Odil Fono Brasil). É professor de sonorização
para cinema profissional na FAAP.
Procópio
Ferreira
(in memoriam) - Um dos mais expressivos ícones do teatro e cinema nacional.
Entres seus filmes mais famosos estão O
Comprador de Fazendas (Vera Cruz) Quem
Matou Anabela (da concorrente Maristela), entre outros.
Ruth de
Souza
- Primeira atriz a ser contratada na Vera Cruz. Atuou em quase todas as
produções da empresa. Alguns filmes: Sinhá
Moça, Ravina, A Sombra da Outra, Candinho e A Morte Comanda o
Cangaço.
Ugo Lombardi
(in
memoriam) - Fotógrafo e cineasta italiano radicado
no Brasil, desde 1948. Já trabalhava com fotografia no cinema italiano,
desde a década de 1920. Atuou como fotógrafo na Atlântida no filme de
Ricardo Fredda, Caçula do Barulho,
com participação de Oscarito, além de Desiderio,
junto com seu irmão Rodolfo. Dirigiu os longas Paisá, filmado na Itália com roteiro de Federico Fellini, Areião, com Maria Della Costa, É Proibido Beijar, com Otelo
Zeloni, Ziembinski, Inezita Barroso e Renato Consorte, e A Desforra, de Gino Palmisano com Tarcísio
Meira.
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