“Trata-se
de uma verdadeira ‘aula’ de como contar histórias no palco. (...) Aula no
sentido de que a técnica dos contadores está toda ali, esmiuçada, trabalhada e retrabalhada.
Repetições, reiterações, dinâmicas de palco, respirações, pausas musicais,
silêncios estratégicos, articulações vibrantes, timbres, olhares perfeitos,
linguagens corporais.” (Dib Carneiro Neto)
O
espetáculo infantojuvenil Histórias de Alexandre, do
Grupo 59 de Teatro, reestreia no dia
24 de março no Teatro João
Caetano para uma breve temporada que vai até o dia 15 de abril, sempre aos
sábados e domingos, às 16 horas. Concebida a partir da obra de Graciliano Ramos, a montagem tem direção
de Cristiane Paoli Quito.
A
peça está indicada em cinco categorias ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem e sua diretora ganhou
o Prêmio APCA como Personalidades Artísticas
pela direção, em 2017.
Histórias
e fanfarronices de um típico mentiroso do sertão estão nessa encenação, permeada
por canções inéditas. Publicado em 1944 por Graciliano, o livro reúne contos
coletados na cultura oral do folclore nordestino, resgatando crenças, costumes
e mitos da região. Na transposição para o palco, foram selecionadas algumas histórias,
mantendo na íntegra as palavras do autor.
Alexandre
é um homem já velho, tem um olho torto e fala bonito: um típico contador de
histórias. Está sempre acompanhado pelos moradores das redondezas e até por pessoas
de consideração que vêm à sua modesta casa para ouvir suas narrativas “fanhosas”:
Seu Libório, cantador de emboladas; o cego preto Firmino; mestre Gaudêncio
Curandeiro, que reza contra mordedura de cobras; e Das Dores, benzedeira de
quebranto. Cesária, mulher de Alexandre, está sempre por perto, e pronta para
socorrer o marido quando ele se “engancha” ou é questionado em suas narrativas.
Apropriando-se
do universo linguístico e das imagens sugeridas por Graciliano Ramos, Histórias
de Alexandre dá corpo e voz à palavra escrita, tecendo uma “colcha de
retalhos” onde os atos de contar, cantar e dramatizar se entrecruzam e criam
uma poética propícia à invocação da memória afetiva.
A
diretora fala da importância da apropriação das palavras pelos atores no
processo criativo, já que o texto foi escrito há mais de 70 anos, com um
vocabulário distinto do atual: “é fundamental que as histórias sejam
compreendidas por todas as crianças e adolescentes, por isso as experimentações
que fizemos com presença de público foram tão importantes para encontramos o
caminho da encenação”, explica Cristiane Paoli Quito.
“A
primeira coisa a se observar é o quanto o elenco está luminoso. (...). Você
olha da plateia para cada um dos rostos em cena, em qualquer momento da duração
do espetáculo, e é pura luz que se vê saindo de suas expressões, brotando de
seus ‘jeitos de corpo’.” (D.C.N.)
A
montagem reflete a atmosfera da obra literária para aconchegar os ouvintes das
histórias de Alexandre, promovendo uma experiência de troca onde a simplicidade
e o despojamento do ato cênico, em tom de conversa, convocam a imaginação de
todos.
A
musicalidade característica do Grupo 59 de Teatro tem lugar de destaque no
espetáculo. As canções foram criadas coletivamente a partir de passagens do
livro, tendo algumas citações ao cancioneiro popular brasileiro. O repertório traz
embolada, repente, reza, canções populares e modas de viola. O coro de atores interpreta,
acompanhados por violão, viola, acordeom, flautas, pífaro, berimbau e percussão,
tocados ao vivo. A palavra cantada não só dá suporte à encenação como exerce
função narrativa épica, lírica e dramática.
Com
Histórias
de Alexandre o grupo dá continuidade à investigação iniciada, em 2009,
com O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
(também dirigido por Cristiane Paoli Quito), na qual busca uma forma de
comunicar com a criança por meio de um jogo-brincadeira de contação de
história, apoiado fundamentalmente na palavra e no trabalho corporal dos
atores. A arte do grupo busca estimular nos pequenos espectadores a
criatividade, a imaginação e a inventividade, características das tradicionais
brincadeiras de rua e quintais.
Sinopse
Na
pequena sala de Alexandre os amigos se reúnem para ouvir suas aventuras e
façanhas, sempre narradas com exagero e entusiasmo. Sua mulher, Cesária, acompanha
tudo de perto e nunca deixa o marido perder o fio da meada. São as histórias de
Alexandre que o Grupo 59 “conta cantando” e “canta contando”: um convite para a
deliciosa aventura de imaginar o possível e o impossível, pelas palavras de
Graciliano Ramos.
Ficha técnica /
Serviço
Texto: Graciliano Ramos. Roteiro: Cristiane Paoli
Quito e Grupo 59 de Teatro. Direção
geral: Cristiane Paoli Quito. Elenco:
Grupo 59 de Teatro – Carol Faria, Felipe Alves, Felipe Gomes Moreira, Fernando
Oliveira, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes, Nathália
Ernesto, Nilcéia Vicente, Ricardo Fialho e Thomas Huszar. Figurino: Claudia Schapira. Iluminação
e ambientação: Cristina Souto. Preparação
corporal: Letícia Sekito. Direção
musical: Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar. Registro audiovisual: Vítor Meloni. Técnico de luz: Alexandre Souto e Gabriel Greghi. Técnico de Som: Nicholas Rabinovitch. Produção: Grupo 59 de Teatro. Assessoria de imprensa:
Verbena Comunicação.
Espetáculo:
Histórias
de Alexandre
Temporada:
24 de março a 15 de abril
Dias
e horários: Sábado, e domingos, às 16 horas
Duração:
60 minutos. Classificação: 6 anos. Gênero: infantojuvenil
Dia 8/4 não haverá espetáculo.
Local:
Teatro João Caetano
Rua
Borges Lagoa, 650 - Vila Clementina, SP/SP. Tel: 5573-3774
Ingressos:
R$ 16,00 (meia entrada: R$ 8,00).
Bilheteria:
1h antes das sessões. Aceita dinheiro e cartão de débito.
Ingressos
antecipados: www.sympla.com.br/historiasdealexandre
Não
possui estacionamento. Acessibilidade parcial. Capacidade: 100 lugares.
Assessoria de
imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João
Pedro
(11) 2738-3209 / 99373-0181
- verbena@verbena.com.br
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