quarta-feira, 11 de março de 2020

Tecendo Diálogos - Coletivo As Caracutás estreia espetáculo de teatro-dança na ZL de São Paulo

As apresentações acontecem entre os dias 28 de março e 24 de abril,
na Favela Galeria e na Casa de Cultura São Rafael com entrada franca.

Estreia adiada!

Acontece no dia 28 de março (sábado, às 20h) a estreia de Tecendo Diálogos, com o coletivo As Caracutás, no ateliê Favela Galeria, em São Mateus (ZL), com entrada franca. O espetáculo de teatro-dança tem criação e direção coletiva das intérpretes Ester Lopes e Monica Soares com preparação corporal de Mika Rodrigues.

Tecendo Diálogos é resultado de um trabalho de pesquisa em movimento com foco nas lutas e os saberes das mulheres residentes no Parque São Rafael e imediações. O universo dos valores femininos norteia o espetáculo como uma procura pela força da resistência e do cuidado, pela paixão e inocência - dualidade peculiar ao feminino.

A linguagem cênica é híbrida; reúne artifícios teatrais (incluindo o teatro narrativo) junto às danças populares brasileiras e ao canto, dialogando com a estética contemporânea. As cenas foram alinhavadas por esses elementos para tecer o caminho da dramaturgia. A força e, ao mesmo tempo, a leveza da dança e do trabalho de corpo são fundamentais para as histórias dessas 12 mulheres que se apresentam: histórias que invertem os valores machistas, traçando paralelos e unindo mulheres em suas diversidades. “O corpo feminino carrega muitos traços tanto do cerceamento quanto da expressividade; ele pode ser fechado ou aberto para o que está a sua volta”, comenta Ester Lopes.

Monica e Ester recriam e rememoram as vivências dessas mulheres criando diálogos cênicos a partir das lembranças da infância e da juventude e também da sabedoria trazida pelo tempo. O espetáculo mergulha no estado do corpo em cada expressão de vida, seja ela alegre, agitada, tímida, cuidadosa ou acanhada. “São personagens reais e corajosas que carregam a simplicidade como beleza, que espelham um mundo futuro de igualdades, desejos comuns à maioria de nós”, reflete Monica Soares. As expressões do corpo são o principal artifício usado pelas atrizes/dançarinas para mostrar o lugar que cada uma dessas mulheres habita no mundo, mas também que mundo habita suas almas. O enredo passa pelos lugares do trabalho, da relação com o próprio corpo, da violência sexual, da fé, da espiritualidade e da maternidade.

Em Tecendo Diálogos cada personalidade é também traduzida por um ritmo da tradição popular brasileira (jongo, frevo, carimbó, samba, coco, maracatu rural, batuque de umbigada, ijexá, caboclinho, capoeira). “Para contar as histórias dessas mulheres, vamos além do corpo, usando nossos corpos como instrumento em cada cena”, explicam as atrizes, que se conheceram quando faziam curso de formação no Instituto Brincante. “Foi realmente um encontro: os caminhos de duas atrizes da periferia se cruzando na Vila Madalena, no Brincante, era um sinal de que algo bom viria dali”, brincam elas e dividem a emoção do encontro.

A ambientação cênica é marcada pela linha, pelo fio que remete aos diálogos que vão sendo ‘tecidos’ no espetáculo. Os ambientes partem da sala de uma casa que se transforma em quintal, bar, cozinha e no lugar de fé (com referências ao sincretismo religioso, característica inerente à população periférica, à população brasileira). E as músicas cantadas por Monica e Ester em cena são canções da tradição cultural brasileira ao lado de composições autorais da orientadora cênica Mika Rodrigues.

O projeto para este espetáculo foi contemplado pelo VAI - Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais 2019, da Prefeitura Municipal de São Paulo.

FICHA TÉCNICATexto, dramaturgia e direção: As Caracutás. Elenco: Ester Lopes e Monica Soares. Preparação corporal: Mika Rodrigues. Orientação de iluminação: Gabriela Cerqueira. Iluminação: As Caracutás e Everton Santos. Cenografia: As Caracutás. Sonoplastia: Mika Rodrigues e Rodrigo Dias. Figurinos e adereços: Isa Santos. Depoimentos: Adriana da Silva, Celeide da Silva Lyrio dos Santos, Clotilde Luiza de França, Elza Maria Lopes de Souza, Erineide dos Santos Almeida, Ester Lopes, Francisca Pereira Barbosa, Jacira Celestino Ribeiro da Silva, Maria Terezinha Pedro, Maria Eliza da Silva Lyrio e Monica Soares. Fotografia e filmagem de entrevistas: Andressa Santos. Filmagem do espetáculo: Coletivo Via. Produção gráfica: Valter de Oliveira Silva. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Produção geral e idealização: As Caracutás. Produção executiva: Pião Produções.

Serviço

Espetáculo: Tecendo Diálogos
Com As Caracutás - Nas redes: @ascaracutas
Classificação: 12 anos. Duração: 60 minutos. Gênero: Teatro-dança.
Ingressos: Grátis. Informações: (11) 97983-4902

28 de março (sábado, às 20h) - Favela Galeria
3 de abril (sexta, às 20h) - Casa de Cultura São Rafael
4 de abril (sábado, às 19h) - Casa de Cultura São Rafael
9 de abril (quinta, às 20h) - Casa de Cultura São Rafael
11 de abril (sábado, às 19h) - Casa de Cultura São Rafael
17 de abril (sexta, às 20h) - Favela Galeria
18 de abril (sábado, às 20h) - Favela Galeria
24 de abril (sábado, às 20h) - Favela Galeria

Favela Galeria (sede do Grupo Opni)
Rua Archângelo Archiná, 587 – São Mateus. Tel: (11) 2011-5884

Casa de Cultura São Rafael
Rua Quaresma Delgado, 354 - Jardim Vera Cruz. Tel: (11) 3793-1071

As Caracutás

O coletivo As Caracutás, desde 2017, pesquisa as artes do corpo (dança e teatro) com foco na cultura popular brasileira e suas intersecções com o contemporâneo nas grandes cidades. Ester Lopes e Monica Soares - artistas e educadoras residentes em regiões periféricas - notaram a dificuldade dos habitantes em ter acesso às artes (teatro, exposições, shows), bem como à possibilidade de estudá-las, diante da escassez de equipamentos culturais nessas regiões. Partilhando dessas questões, durante o Curso de Formação de Novos Brincantes, em 2016, no Instituto Brincante, zona oeste de São Paulo, elas sentiram que era possível fazer das vivências algo transformador de suas realidades. O coletivo já realizou a vivência Caracutando no bairro Parque São Rafael, em parceria com o Grupo Rosas Periféricas, e no Centro de Pesquisa da Máscara (evento Aglutinação). Ministrou a Oficina de Samba de Coco na Universidade Nove de Julho (Semana da Pedagogia) e na Formação Na Quebrada o Espelho Reflete, em parceria com o Coletivo Espelho, Espelho Meu. Apresentou a performance Elas, Todas Elas, baseada na poesia de Ester Lopes, no Sarau da Galeria CRUA. Em 2018, iniciou os estudos (abertos ao público) de Tecendo Diálogos, que incluiu encontros entre ritmos brasileiros, brincadeiras e cena teatral, utilizando ritmos jongo, cacuriá, carimbó, batuque de umbigada, cavalo marinho e maracatu. Em 2019, o coletivo foi contemplado pelo VAI – Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais e iniciou o processo de criação do espetáculo Tecendo Diálogos.


Assessoria de imprensa: VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2548-38409 / 99373-0181- verbena@verbena.com.br

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