Ney Piacentini (foto de João Caldas) |
Após
a última apresentação de Espelhos, no dia 19 de novembro (sábado, às 18h), o ator Ney Piacentini e a diretora Vivien
Buckup convidam o público para conhecer o processo de criação do
espetáculo.
Após explanação de ambos, o encontro será aberto às perguntas da
plateia.
A
montagem está em cartaz, na Oficina
Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363, Bom Retiro), de quinta-feira
a sábado, com entrada é franca.
A
encenação de Espelhos reúne os contos
O Espelho, de Machado de Assis (integrante de Papéis Avulsos, de 1882), e O
Espelho, de Guimarães Rosa (publicado em 1962, no livro Primeiras Estórias). A montagem
apresenta na íntegra os dois contos, compondo um só trabalho teatral que
explora as relações entre literatura e teatro.
No
primeiro ato, Piacentini investe-se de Jacobina, personagem de Machado de Assis
que conta a amigos uma misteriosa passagem de sua juventude na qual precisou
enfrentar a solidão. Em seguida, o ator assume a personagem criada por
Guimarães Rosa que parte em busca de sua essência. O trabalho propõe o diálogo
entre a aguda percepção de Machado acerca da formação do sujeito brasileiro e a
poética descoberta que Rosa nos oferece com sua inquieta personagem.
Espelhos é provocador: propõe uma reflexão sobre as
relações entre imagem e subjetividade por meio do pensamento de dois
escritores, referências fundamentais da literatura e da arte brasileira. Ney
Piacentini afirma que a peça volta-se para o Brasil colocando em cena uma
literatura de qualidade inquestionável. “Em minhas leituras da obra Machadiana,
encontrei em O Espelho a forma
literária com possibilidades de encenação. Fui seduzido pela construção do
texto, carregado de elementos da formação do caráter do sujeito brasileiro,
vulnerável às influências externas”.
A
diretora conta que o projeto nasceu com a obra de Machado de Assis, mas tanto
ela quanto o Ney percebiam a necessidade de algo mais para compor a encenação.
“Foi pesquisando críticas e estudos sobre o texto de Machado que chegamos ao
conto homônimo de Guimarães Rosa, escrito 80 anos depois. Era o que faltava
para o espetáculo: estávamos diante de dois momentos do Brasil, tão diferentes na
forma quanto complementares para o que buscávamos”.
Por
não se tratarem de textos dramatúrgicos propriamente ditos, o empenho maior foi
em sublinhar o caráter narrativo dos contos e permitir que a força literária de
cada um encontrasse seu equivalente em teatralidade. A encenação confere ao
espectador a oportunidade de entrar em contato com a lucidez e a sutileza das
palavras de dois grandes intérpretes da cultura brasileira, tanto do ponto de vista estético quanto histórico.
Ficha técnica /
serviço
Espetáculo:
Espelhos
Textos:
Machado de Assis e Guimarães Rosa
Interpretação:
Ney Piacentini
Direção:
Vivien Buckup
Assistência
de direção: Aline Meyer
Figurino:
Fábio Namatame
Cenário
e iluminação: Marisa Bentivegna.
Preparação
vocal: Mônica Montenegro
Criação
de som: Miguel Caldas
Direção
de produção e administração: Maurício Inafre
Programação
visual: Regilson Feliciano
Fotografia:
João Caldas
Apoio: Prêmio
Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a
cidade de São Paulo.
Oficina Cultural
Oswald de Andrade
(Sala 7)
Rua Três Rios, 363
Bom Retiro/SP. Tel: (11) 32215558
Temporada: quintas e sextas (às 20h) e sábados (às 18h) – Até 19/11
Bate-papo/processo criativo: 19/11 (sábado)
– com ator e diretora
Ingressos: Grátis (devem
ser retirados 1h antes das sessões)
Duração: 50 min.
Gênero: Drama. Classificação: 14 anos. Lotação: 45 lugares.
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