Com
concepção, coreografia e direção assinadas por Woody Santana, a montagem
foi inspirada no mito grego de Medeia, retratada na tragédia de Eurípedes.
Paula
Miessa faz sua estreia em espetáculo solo. Ela - que também está no elenco do
musical Jesus Cristo Superstar, de Jorge Takla, previsto para entrar em
cartaz em março – afirma que R-entorno lhe trouxe a possibilidade
de expor, de forma autoral, linguagem de dança-teatro que vem pesquisando ao
longo de 10 anos de carreira. Talento é tradição na família de Paula que é neta
do casal de atores Paulo Goulart e Nicette Bruno.
Após as
apresentações dos dias 6, 13 e 19, haverá bate-papo com a plateia sobre o
processo criativo, a obra inspiradora da montagem e sobre a pesquisa de dança e
teatro de Paula Miessa.
A partir da
narrativa de Eurípides sobre a vingança de Medeia contra o infiel marido Jasão,
R-entorno traz a protagonista sob o ponto de vista de uma mulher
moderna, de volta ao velho conflito. Medeia teria matado os próprios filhos em
um acesso de loucura, antes de fugir para Atenas. O espetáculo faz um
retrocesso ao auge de seu frio e premeditado “projeto”, retornando a um lugar
de catarse por carregar consigo a culpa do desfecho estabelecido.
Segundo Paula Miessa, “o espetáculo objetiva a comunicação direta com o público, a partir da linguagem da dança-teatro, ao tratar de questões humanas por meio de um novo olhar sobre Medeia, figura forte de mulher, e refletir sobre até onde o ser humano pode ir e o que ele é capaz de fazer quando seus sentimentos são feridos e a sua dignidade tirada”. A encenação aponta os conflitos internos e questionamentos dessa mulher e, considerando o contexto contemporâneo e a inquietude desse ser moderno, segue caminhos “simbióticos” entre a dança e o teatro. A transição desses territórios dilata sensações na intérprete para mostrar a complexidade existente entre fúria e amor. O trabalho não pretende julgar ou fixar valores, mas mostrar as esferas aonde esse indivíduo pode transitar.
Segundo Paula Miessa, “o espetáculo objetiva a comunicação direta com o público, a partir da linguagem da dança-teatro, ao tratar de questões humanas por meio de um novo olhar sobre Medeia, figura forte de mulher, e refletir sobre até onde o ser humano pode ir e o que ele é capaz de fazer quando seus sentimentos são feridos e a sua dignidade tirada”. A encenação aponta os conflitos internos e questionamentos dessa mulher e, considerando o contexto contemporâneo e a inquietude desse ser moderno, segue caminhos “simbióticos” entre a dança e o teatro. A transição desses territórios dilata sensações na intérprete para mostrar a complexidade existente entre fúria e amor. O trabalho não pretende julgar ou fixar valores, mas mostrar as esferas aonde esse indivíduo pode transitar.
“O grande
desafio foi achar o equilíbrio entre a dança e o teatro, descobrir como
unificar essas linguagens e atingir o objetivo que queríamos. Desde o
princípio, o intuito não foi ser fiel ao texto, somente usá-lo como ponto de
partida. Optamos por usar fragmentos do texto, expressões e palavras que
surgiram a partir de laboratórios e exercícios de improvisação, para
intensificar as emoções e mostrar as várias facetas dessa mulher naquela
situação”. Afirma o diretor e coreógrafo Woody Santana.
Sobre
Medeia
A partir do
antigo mito grego, que se insere no ciclo narrativo dos Argonautas, a obra de
Eurípides narra a história da vingança da altiva Medeia - filha do rei Eetes e
da princesa da Cólquida, descrita como sacerdotisa de Hécata e, por vezes, como
filha da deusa, o que explicaria os seus conhecimentos profundos das artes
mágicas - contra Jasão (aquele que conquistou o velo de ouro), depois que este
a rejeita para se casar com a filha do rei de Corinto.
Na primeira
encenação, ainda na Grécia Antiga, a peça não obteve uma boa classificação,
porém isso não refletia uma suposta inferioridade da tragédia, mas a
incompreensão do público diante de um autor que subverteu forma e conteúdo
tradicionais da poesia trágica. A posteridade, contudo, soube extrair desse
elemento subversivo um forte aspecto de modernidade: deslocando o foco do
coletivo para o individual, introduzindo aí os motivos da psicologia humana e
dando relevo inédito às personagens femininas, o livro de Eurípides se
transformaria em um dos pilares da dramaturgia moderna - e a figura de Medeia
numa das mais marcantes de toda a literatura. Medeia é uma das personagens mais
terrivelmente fascinantes da mitologia grega, envolvendo sentimentos
contraditórios e profundamente cruéis, que inspiraram muitos artistas ao longo
da história, nas mais diversas artes.
Ficha técnica
Espetáculo:
R-entorno
Direção e
coreografia: Woody Santana
Interpretação:
Paula Miessa
Concepção
de iluminação, figurino e cenário: Woody Santana
Direção de
interpretação: Rodrigo Andrade
Consultoria
de encenação: Dinah Perry
Assistente
de coreografia: Camila Ribeiro
Música: Andrei Presser e Lucas Santoro
Música: Andrei Presser e Lucas Santoro
Fotos: Gal
Oppido
Produção
executiva: Artista do Corpo
Serviço
Dias 5,
6, 12, 13 e 19 de fevereiro
Horário:
quartas e quintas-feiras - às 20 horas
Teatro
Sérgio Cardoso –
Sala Paschoal Carlos Magno
Rua Rui
Barbosa, 153. Bela Vista/SP. Tel: (11) 3288-0136
Ingressos:
R$ 20,00 (meia: R$ 10,00). Bilheteria: de qua. a sáb (a partir de 14h).
Gênero:
dança-teatro. Duração: 45 min. Classificação etária: 14 anos
Ar
condicionado. Bar & café. Wi-fi. Acesso universal. Aceita todos os cartões.
Ingressos/Internet:
ingressorapido.com.br (4003 1212)
Site:
teatrosergiocardoso.org.br
Haverá bate-papo após espetáculos dos dias 6, 13 e
19/2.
Woody Santana – diretor e
coreógrafo
Woody Santana é
formado em dança pela Faculdade de Artes do Paraná, como bacharel e licenciatura,
em 2007, e especialista em Direção Teatral pela Escola Superior de Artes Celia
Helena em 2013. Atualmente, ele faz mestrado em Artes Cênicas com ênfase em
dança na Universidad Rey Juan Carlos em Madri. Foi bailarino da Companhia
Masculina Jair Moraes (2004- 2007), de Balé Teatro Guaíra (2005-2007), do Cisne
Negro Companhia de Dança (2008), de Projeto Mov-ola (2009-2010), do Balé da
Cidade de São Paulo (2009 -2013) e, hoje, participa de projeto junto ao
Conservatório Superior de Danza de Madrid – Mária de Ávila. Como coreógrafo,
criou para workshops nas companhias com as quais atuou, além de trabalhos
independentes, como Fronteira em Volume, Fragile, Sadik, Instante,
Reverie, Passagem e Butterflies in my Stomach. Mais
recentemente, R-entorno e Fenômeno Privado (este em fase de
criação).
Paula Miessa – bailarina e atriz
Paula Miessa, 25 anos, é atriz e bailarina com formação
acadêmica e formação nas linguagens de dança contemporânea, teatro musical,
teatro coreográfico e Ginástica Rítmica Desportiva. Iniciou sua carreira
profissional na companhia de dança-teatro Artista do Corpo ,
dirigida por sua mãe Dinah Perry, onde desenvolveu diversos trabalhos com essa
linguagem, sendo um deles dirigido por Jairo Mattos. Trabalhou com Paulo
Goulart Filho (seu pai) nos espetáculos Eu e Ela (de Clodovil Hernandez)
e A Viúva Alegre; atuou na novela Dance Dance Dance (Rede Band)
como Funny Lu; participou da companhia internacional Houston Metropolitan Dance
Company, em Houston, EUA; atuou nos espetáculos de teatro-musical O Rei e Eu
e Evita, com direção de Jorge Takla; e integrou a companhia Balé da
Cidade de São Paulo. Intérprete-criadora, atualmente, Paula desenvolve trabalho
autoral e de pesquisa com base em teatro e dança contemporânea e, agora,
estreia seu primeiro espetáculo solo, R-entorno. Trabalhos com a companhia Artista do Corpo : Fração
de Segundo (2005), de Dinah Perry; Sonhos de Uma Noite de Verão
(2006), de Dinah Perry; Por Um Triz (2007), de Dinah Perry e direção de
Jairo Mattos; Ir, Pra Onde Ir (2009), de Dinah Perry; Por Enquanto
(2009), de Fernando Machado; Solos, Duos e Trios (2010), de Dinah Perry;
Pensando Sobre (2011), de Dinah Perry. Trabalhos com o Balé da Cidade de São Paulo (de 2011 a 2013): Onde Está a
Dança?, Projeto Didático; Semana de Arte Moderna, 90 anos Teatro
Municipal; Cidade Incerta, de André Mesquita; T.A.T.O, de Jorge
Garcia; Paraíso Perdido, de Andonis Foniadakis.
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