A trupe permanece por cinco dias em cada lugar
e mostra uma montagem diferente a cada dia, que é encenada em uma Kombi-Palco. O
repertório é formado por clássicos do circo-teatro e peças de autores
populares, passando pelo drama circense, pantomima, teatro de revista e comédia
de costumes.
Os espetáculos em
questão são: O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa, versão do grupo para O Mambembe, burleta (comédia musicada) de Artur
Azevedo; Lágrimas de Mãe, uma adaptação do dramalhão de José
Soares; As Desgraças de uma Criança, comédia de Martins Pena; Nosferatu:
O Vampiro das Sombras, pantomima baseada nos filmes homônimos de
Friedrich Murnau e Werner Herzog; A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho,
uma versão inusitada do clássico drama religioso da tradição popular.
Desde 2007, o grupo de
atores da Academia de Palhaços, egressos do curso de artes cênicas da Unicamp,
produz espetáculos a partir de sua pesquisa sobre palhaço de picadeiro e
circo-teatro. Agora, com O Maravilhoso Teatro Ambulante a companhia tem
olhar voltado para o universo do ator popular e faz um mergulho em sua dramaturgia
e em seu caráter itinerante. A Kombi da trupe foi adaptada e se transformou em
um teatro ambulante e autônomo, a Kombi-Palco, que carrega no porta-malas sua
própria maquinaria, cenários, figurinos e instrumentos musicais.
Sobre o trabalho com os
atores, Fernando explica que o tipo da personagem já determina o caminho e já
vem impregnado pelo tom que ele deve ter. “No circo o trabalho é feito com
linhas estabelecidas; há um rigor muito grande em seguir os caminhos
determinados pelas personagens”. E finaliza: “o olhar é sempre para o público
porque ‘aqui’ reza a cartilha do circo-teatro”.
Além dos espetáculos, a
Academia de Palhaços promoverá um intercâmbio artístico em todas as localidades
por onde passar com O Maravilhoso Teatro Ambulante, nos cinco dias de permanência.
Serão convidados artistas do lugar e demais interessados. O espetáculo, criado
conjuntamente, será apresentado no último dia, protagonizado pelos moradores.
Roteiro de apresentação dos
espetáculos em cada localidade
1º dia - O Teatro Mambembe do Dr.
Fracassa (50 min)
2º dia - Lágrimas de Mãe (35 min)
3º dia - As Desgraças de Uma Criança
(55 min)
4º dia - Nosferatu - O Vampiro das Sombras
(45 min)
5º dia - A Paixão de Cristo Segundo São
Rubinho (50 min)
Programação – novembro e dezembro de
2014
Sábado a
quarta-feira – às 20h. Grátis
Parceria com o
Condomínio Cultural Mundo Novo
Rua Mundo Novo,
342. Zona Oeste
Terça-feira a
sábado – às 20h. Grátis
Parceria com as
ONGs Varre Vila e Mundo em Foco
Rotatória da Rua
Cinturão Verde, S/N. Vila Santa Inês. Zona Leste
Quarta-feira a
domingo – às 20h – Grátis
Parceria com as
ONGs Varre Vila e Mundo em Foco
Ecoponto da R. Arnould
Lima, S/N (próx. ao Parque Central). União de Vila Nova. ZL.
Quarta-feira a
domingo – às 20h. Grátis
Parceria com a Subprefeitura
da Penha
Parque Linear
Tiquatira. Av. Governador Carvalho Pinto, S/N – Zona Leste
Segunda a sexta-feira – às 20 horas
Parceria com o CEU
Vila do Sol
CEU Vila do Sol. Avenida
dos Funcionários Públicos, 369. Zona Sul
Programação de
janeiro/2015 – será divulgada oportunamente.
Espetáculos - sinopses
O Teatro Mambembe do
Dr. Fracassa
A montagem é uma versão da Academia
de Palhaços para O Mambembe, der Arthur de Azevedo, com pitadas de comedia
dell’arte. Nesta revista o tema principal o próprio teatro e as multifacetas do
artista que tem que se virar para colocar o pão na mesa. Uma trupe de atores
mambembes faz uma viagem para apresentar seu trabalho, mas o dinheiro acaba e
algo deve ser feito para conseguirem voltar para sua cidade natal. O Teatro Mambembe do
Dr. Fracassa, Peça de abertura da temporada, conta
sua história através de músicas tocadas e cantadas pelos próprios atores -
violino, banjo, acordeon, sousafone (uma tuba especial para marchas) e
washboard (tábua de lavar roupa usada como instrumento de percussão).
Lágrimas de Mãe
O dramalhão Lágrimas de Mãe,
de José Soares, conta as tristezas de uma pobre mãe que sofre os maus tratos de
seu filho ingrato, enquanto espera a volta do outro filho, o bom e trabalhador,
que fora trabalhar além da fronteira para ganhar dinheiro e mudar de vida. A
peça mescla referências do sertão agreste nordestino e do México com sua Fiesta
de los Muertos e Nossa Senhora de Guadalupe. Esses dois lugares nem tão opostos
assim, permeiam a estética da peça. O colorido da santa contrasta com o tema
dramático do texto peça.
As Desgraças de Uma Criança
De Martins Pena, “As Desgraças de
uma Criança” traz à cena uma sequência de quiproquós e divertidas histórias
que se encontram na noite da Missa do Galo. Os arquétipos da comédia dell’arte
e as sucessões de desencontros fazem da peça um humor leve e ágil. Uma jovem
mãe apaixonada, um sacristão desviado, um velho libidinoso, um soldado picareta
e a empregada bagaceira se revezam para cuidar do pobre bebê que, apesar de
estar no título da peça, acaba ficando totalmente em segundo plano.
Nosferatu: o Vampiro das Sombras
Um clássico do expressionismo
alemão, esta adaptação foi baseada em dois filmes ícones do cinema mundial: Nosferatu
- Eine Symphonie des Grauens (1922), dirigido por Friedrich W. Murnau e Nosferatu
- Phantom der Nacht (1979), de Werner Herzog. A pantomima Nosferatu: O
Vampiro das Sombras conta a história de um corretor de imóveis que vende a
casa ao lado da sua para o estranho Conde de Orlok. Sem saber, o ingênuo
corretor traz para sua cidade a peste e a morte personificadas em um vampiro
terrível, o lendário Nosferatu. Por ser uma pantomima, a peça é muda e conta
apenas com narrações em off para situar a ação. Os atores usam o corpo
expressionista para dialogar com a música e criar as atmosferas de terror e
suspense.
A Paixão de Cristo Segundo São
Rubinho
Esta é uma história universal, o
espetáculo teatral mais montado na história do país. O texto foi escrito pela
própria Academia de Palhaços, com referências dos mais diversos filmes e textos
teatrais, dentre eles, A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese. A
Paixão de Cristo Segundo São Rubinho conta esta célebre história a partir
de um fictício evangelho apócrifo escrito por São Rubinho, um suposto décimo
terceiro apóstolo que, além de discípulo de Cristo, era ator. É uma
tragicomédia, cuja preocupação maior não é contar a história, mas sim encená-la
e trazê-la para perto do público. Cristo, por exemplo, mescla em suas falas
frases de Gandhi e Martin Luther King Jr.
Ficha técnica
Projeto: O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de
Palhaços
Elenco: Breno Tavares, Bruno Spitaletti, Laíza
Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio
Direção: Fernando Neves
Assistência de direção: Kátia Daher
Cenário: Breno Tavares e Os Demolidor e as
Pantera
Maquiagem e figurino: Bruno Spitaletti e
Carolina Hovaguimian
Iluminação: Guilherme Bonfanti e Paula Hemsi
Assistência de iluminação: Grissel
Piguillem
Desenho de som: Kako Guirado e Laiza Dantas
Assistência de desenho de som: Michel de
Oliveira (Xerxes)
Composições originais: Bruno Spitaletti
Locuções: Eduardo Reyes
Gravação e mixagem de som: Tiago de Mello
Aulas de canto: Fernanda Maia
Estrutura e visagismo da Kombi-Palco: Leopoldo
Pacheco, Breno Tavares e Laíza Dantas
Funilaria da Kombi-Palco: Oficina Artesanal
Fotografia: Lígia Jardim
Design gráfico: Carlos Roncoletta Jr.
Produção: Mauricio Inafre e Rodrigo Pocidônio
Assistência de produção: Régis Feliciano
Apoio: Os Fofos Encenam
Suporte administrativo: Cooperativa Paulista
de Teatro
Coordenação geral: Academia de Palhaços
Realização: Programa Municipal de Fomento ao
Teatro para a Cidade de São Paulo e Academia de Palhaços
O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa - Autor: Arthur de
Azevedo. Arranjo e direção musical: Fernando Esteves. Adaptação dramatúrgica:
Academia de Palhaços.
Lágrimas de Mãe - Autor: José Soares.
Violonista: Marco Spitaletti
As Desgraças de Uma Criança - Autor: Martins Pena
Nosferatu – O Vampiro das Sombras - Dramaturgia:
Academia de Palhaços. Ilustrações: Paloma Franca Amorim. Animação: Carlos
Roncoletta Jr.. Narração: Eduardo Reyes
A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho - Texto: Academia de
Palhaços
Academia de Palhaços
A Academia de Palhaços surgiu
em 2007 quando cinco estudantes do curso de Artes Cênicas da Unicamp decidem
mergulhar no universo da linguagem cômica. Em 2008, montam o primeiro
espetáculo, A Academia de Palhaços com orientação de Luís Monteiro. Em
2009, o grupo estreou a comédia clássica Vespas, de Aristófanes, com
direção de Isa Etel Kopelman, que integrou a tese de doutorado da diretora. Em
2010, pelo Edital Chamamento SESI - SP, a companhia produziu o infantil Reciclonices,
de Enéas Carlos, com direção de Charles Giraldi. O espetáculo fez mais de 50
apresentações viajando pelo Rio de Janeiro
e por São Paulo. Em 2012, sob a direção de Fernando Neves , o grupo
estreou O Mistério Bufo, de Vladimir Maiakovski, que fez breves
temporadas no Teatro Popular João Caetano, na Sala Olido e na Funarte-SP, além
de viajar por mais de 10 cidades do interior paulistano. No mesmo ano, ao lado
do ator e diretor José Roberto Jardim, a Academia de Palhaços se aventurou pelo
universo shakesperiano, a partir da obra Titus Andronicus, e realizou
uma performance no Espaço dos Fofos. No início de 2013 o grupo retornou às suas
origens com a reencenação de seu primeiro espetáculo: A Academia de Palhaços
se Apresenta, que foi criado coletivamente, em 2008, e ganhou versão
dirigida por Fernando
Neves , além de novo cenário, novo figurino e uma banda ao
vivo.
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