A trupe se
apresenta na Zona Leste - de 3
a 7 em Ermelino Matarazzo (Ecoponto da R. Arnould
Lima, União de Vila Nova) e de 10
a 14 no Jardim Jaú (Parque Linear Tiquatira) - e na
Zona Sul, de 15 a
19 na Vila do Sol (CEU VIla do Sol). Grátis.
Com direção de Fernando Neves (Os
Fofos), O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços iniciou,
em novembro, uma temporada itinerante que vai levar cinco espetáculos de rua
para 10 localidades de diferentes regiões da capital.
A trupe permanece por
cinco dias em cada lugar, onde apresenta cinco montagens (uma por dia) encenadas
em uma Kombi-Palco.
O repertório traz clássicos do circo-teatro e peças de
autores populares, passando pelo drama circense, pantomima, teatro de revista e
comédia de costumes.
Os espetáculos são
apresentados na seguinte ordem: O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa (1º dia), versão do grupo para O Mambembe, burleta
(comédia musicada) de Artur Azevedo; Lágrimas de Mãe (2º dia),
uma adaptação do dramalhão de José Soares; As Desgraças de uma Criança
(3º dia), comédia de Martins Pena; Nosferatu: O Vampiro das Sombras
(4º dia), pantomima baseada nos filmes homônimos de Friedrich Murnau e Werner
Herzog; e A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho (5º dia), uma
versão inusitada do clássico drama religioso da tradição popular.
Desde 2007, o grupo de
atores da Academia de Palhaços, egressos do curso de artes cênicas da Unicamp,
produz espetáculos a partir de sua pesquisa sobre palhaço de picadeiro e
circo-teatro. Agora, com O Maravilhoso Teatro Ambulante a companhia tem
olhar voltado para o universo do ator popular e faz um mergulho em sua
dramaturgia e em seu caráter itinerante. A Kombi da trupe foi adaptada e se
transformou em um teatro ambulante e autônomo, a Kombi-Palco, que carrega no
porta-malas sua própria maquinaria, cenários, figurinos e instrumentos
musicais.
Fernando Neves e a
Academia de Palhaços já trabalharam juntos na Unicamp e na montagem de O Mistério Bufo, em 2012. Segundo o diretor, O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços traz o necessário
olhar libertário para a arte: “o circo é antropofágico e nesse trabalho todos
os estilos são transportados para a linguagem circense”. Ele explica que os
espetáculos, pinçados de estéticas diversas, têm como unidade a coerência como
o a essência do circo-teatro.
Sobre o trabalho com os
atores, Fernando explica que o tipo da personagem já determina o caminho e já
vem impregnado pelo tom que ele deve ter. “No circo o trabalho é feito com
linhas estabelecidas; há um rigor muito grande em seguir os caminhos
determinados pelas personagens”. E finaliza: “o olhar é sempre para o público
porque ‘aqui’ reza a cartilha do circo-teatro”.
Intercâmbio com moradores
Além dos espetáculos, a
Academia de Palhaços promoverá um intercâmbio artístico em todas as localidades
por onde passar com O Maravilhoso Teatro Ambulante, nos cinco dias de
permanência. Serão convidados artistas do lugar e demais interessados. O
espetáculo, criado conjuntamente, será apresentado no último dia, protagonizado
pelos moradores.
Roteiro dos espetáculos, a cada
dia, em cada localidade
1º dia - O
Teatro Mambembe do Dr. Fracassa (50 min)
2º dia - Lágrimas
de Mãe (35 min)
3º dia - As
Desgraças de Uma Criança (55 min)
4º dia - Nosferatu
- O Vampiro das Sombras (45 min)
5º dia - A
Paixão de Cristo Segundo São Rubinho (50 min)
Programação
– próximas apresentações
Quarta-feira a domingo – às 20h –
Grátis. Livre
Parceria com as ONGs Varre Vila e
Mundo em Foco
Ecoponto da R. Arnould Lima, S/N
(próx. ao Parque Central). União de Vila Nova. ZL.
Quarta-feira a domingo – às 20h.
Grátis. Livre
Parceria com a Subprefeitura da
Penha
Parque Linear Tiquatira. Av.
Governador Carvalho Pinto, S/N – Zona Leste
Segunda a sexta-feira – às 20 horas. livre
Parceria
com o CEU Vila do Sol
CEU Vila do
Sol. Avenida dos Funcionários Públicos, 369. Zona Sul
Programação de
2015 será divulgada oportunamente.
Espetáculos
- sinopses
Lágrimas de Mãe - O dramalhão Lágrimas
de Mãe, de José Soares, conta as tristezas de uma pobre mãe que sofre os
maus tratos de seu filho ingrato, enquanto espera a volta do outro filho, o bom
e trabalhador, que fora trabalhar além da fronteira para ganhar dinheiro e
mudar de vida. A peça mescla referências do sertão agreste nordestino e do
México com sua Fiesta de los Muertos e Nossa Senhora de Guadalupe. Esses dois
lugares nem tão opostos assim, permeiam a estética da peça. O colorido da santa
contrasta com o tema dramático do texto peça.
As Desgraças de Uma Criança - De Martins
Pena, “As Desgraças de uma Criança” traz à cena uma sequência de
quiproquós e divertidas histórias que se encontram na noite da Missa do Galo.
Os arquétipos da comédia dell’arte e as sucessões de desencontros fazem da peça
um humor leve e ágil. Uma jovem mãe apaixonada, um sacristão desviado, um velho
libidinoso, um soldado picareta e a empregada bagaceira se revezam para cuidar
do pobre bebê que, apesar de estar no título da peça, acaba ficando totalmente
em segundo plano.
Nosferatu: o Vampiro das Sombras - Um clássico
do expressionismo alemão, esta adaptação foi baseada em dois filmes ícones do
cinema mundial: Nosferatu - Eine Symphonie des Grauens (1922), dirigido
por Friedrich W. Murnau e Nosferatu - Phantom der Nacht (1979), de
Werner Herzog. A pantomima Nosferatu: O Vampiro das Sombras conta a
história de um corretor de imóveis que vende a casa ao lado da sua para o
estranho Conde de Orlok. Sem saber, o ingênuo corretor traz para sua cidade a
peste e a morte personificadas em um vampiro terrível, o lendário Nosferatu.
Por ser uma pantomima, a peça é muda e conta apenas com narrações em off para
situar a ação. Os atores usam o corpo expressionista para dialogar com a música
e criar as atmosferas de terror e suspense.
A Paixão de Cristo Segundo São
Rubinho - Esta é uma história universal, o
espetáculo teatral mais montado na história do país. O texto foi escrito pela
própria Academia de Palhaços, com referências dos mais diversos filmes e textos
teatrais, dentre eles, A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese. A
Paixão de Cristo Segundo São Rubinho conta esta célebre história a partir
de um fictício evangelho apócrifo escrito por São Rubinho, um suposto décimo
terceiro apóstolo que, além de discípulo de Cristo, era ator. É uma
tragicomédia, cuja preocupação maior não é contar a história, mas sim encená-la
e trazê-la para perto do público. Cristo, por exemplo, mescla em suas falas
frases de Gandhi e Martin Luther King Jr.
Ficha
técnica
Projeto:
O
Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços
Elenco:
Breno Tavares, Bruno Spitaletti, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio
Direção:
Fernando Neves
Assistência
de direção: Kátia Daher
Cenário:
Breno Tavares e Os Demolidor e as Pantera
Maquiagem
e figurino: Bruno Spitaletti e Carolina Hovaguimian
Iluminação:
Guilherme Bonfanti e Paula Hemsi
Assistência de
iluminação: Grissel Piguillem
Desenho
de som: Kako Guirado e Laiza Dantas
Assistência
de desenho de som: Michel de Oliveira (Xerxes)
Composições originais:
Bruno Spitaletti
Locuções:
Eduardo Reyes
Gravação
e mixagem de som: Tiago de Mello
Aulas
de canto: Fernanda Maia
Estrutura
e visagismo da Kombi-Palco: Leopoldo Pacheco, Breno Tavares e Laíza Dantas
Funilaria
da Kombi-Palco: Oficina Artesanal
Fotografia:
Lígia Jardim
Design
gráfico: Carlos Roncoletta Jr.
Produção:
Mauricio Inafre e Rodrigo Pocidônio
Assistência
de produção: Régis Feliciano
Apoio:
Os Fofos Encenam
Suporte
administrativo: Cooperativa Paulista de Teatro
Coordenação
geral: Academia de Palhaços
Realização:
Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e Academia
de Palhaços
O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa - Autor: Arthur de
Azevedo. Arranjo e direção musical: Fernando Esteves. Adaptação dramatúrgica:
Academia de Palhaços.
Lágrimas de Mãe - Autor: José Soares.
Violonista: Marco Spitaletti
As Desgraças de Uma Criança - Autor: Martins Pena
Nosferatu – O Vampiro das Sombras - Dramaturgia: Academia
de Palhaços. Ilustrações: Paloma Franca Amorim. Animação: Carlos Roncoletta
Jr.. Narração: Eduardo Reyes
A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho - Texto: Academia de
Palhaços
Academia
de Palhaços - perfil
A
Academia de Palhaços surgiu em 2007 quando cinco estudantes do curso de Artes
Cênicas da Unicamp decidem mergulhar no universo da linguagem cômica. Em 2008,
montam o primeiro espetáculo, A Academia de Palhaços com orientação de
Luís Monteiro. Em 2009, o grupo estreou a comédia clássica Vespas, de
Aristófanes, com direção de Isa Etel Kopelman, que integrou a tese de doutorado
da diretora. Em 2010, pelo Edital Chamamento SESI - SP, a companhia produziu o
infantil Reciclonices, de Enéas Carlos, com direção de Charles Giraldi.
O espetáculo fez mais de 50 apresentações viajando pelo Rio de Janeiro e por
São Paulo. Em 2012, sob a direção de Fernando Neves, o grupo estreou O
Mistério Bufo, de Vladimir Maiakovski, que fez breves temporadas no Teatro
Popular João Caetano, na Sala Olido e na Funarte-SP, além de viajar por mais de
10 cidades do interior paulistano. No mesmo ano, ao lado do ator e diretor José
Roberto Jardim, a Academia de Palhaços se aventurou pelo universo
shakesperiano, a partir da obra Titus Andronicus, e realizou uma
performance no Espaço dos Fofos. No início de 2013 o grupo retornou às suas
origens com a reencenação de seu primeiro espetáculo: A Academia de Palhaços
se Apresenta, que foi criado coletivamente, em 2008, e ganhou versão
dirigida por Fernando Neves, além de novo cenário, novo figurino e uma banda ao
vivo.
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