sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O circo-teatro do Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços continua em dezembro

A trupe se apresenta na Zona Leste - de 3 a 7 em Ermelino Matarazzo  (Ecoponto da R. Arnould Lima, União de Vila Nova) e de 10 a 14 no Jardim Jaú (Parque Linear Tiquatira) - e na Zona Sul, de 15 a 19 na Vila do Sol (CEU VIla do Sol). Grátis.

Com direção de Fernando Neves (Os Fofos), O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços iniciou, em novembro, uma temporada itinerante que vai levar cinco espetáculos de rua para 10 localidades de diferentes regiões da capital.

A trupe permanece por cinco dias em cada lugar, onde apresenta cinco montagens (uma por dia) encenadas em uma Kombi-Palco. O repertório traz clássicos do circo-teatro e peças de autores populares, passando pelo drama circense, pantomima, teatro de revista e comédia de costumes.

Os espetáculos são apresentados na seguinte ordem: O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa (1º dia), versão do grupo para O Mambembe, burleta (comédia musicada) de Artur Azevedo; Lágrimas de Mãe (2º dia), uma adaptação do dramalhão de José Soares; As Desgraças de uma Criança (3º dia), comédia de Martins Pena; Nosferatu: O Vampiro das Sombras (4º dia), pantomima baseada nos filmes homônimos de Friedrich Murnau e Werner Herzog; e A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho (5º dia), uma versão inusitada do clássico drama religioso da tradição popular.

Desde 2007, o grupo de atores da Academia de Palhaços, egressos do curso de artes cênicas da Unicamp, produz espetáculos a partir de sua pesquisa sobre palhaço de picadeiro e circo-teatro. Agora, com O Maravilhoso Teatro Ambulante a companhia tem olhar voltado para o universo do ator popular e faz um mergulho em sua dramaturgia e em seu caráter itinerante. A Kombi da trupe foi adaptada e se transformou em um teatro ambulante e autônomo, a Kombi-Palco, que carrega no porta-malas sua própria maquinaria, cenários, figurinos e instrumentos musicais.

Fernando Neves e a Academia de Palhaços já trabalharam juntos na Unicamp e na montagem de O Mistério Bufo, em 2012. Segundo o diretor, O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços traz o necessário olhar libertário para a arte: “o circo é antropofágico e nesse trabalho todos os estilos são transportados para a linguagem circense”. Ele explica que os espetáculos, pinçados de estéticas diversas, têm como unidade a coerência como o a essência do circo-teatro.

Sobre o trabalho com os atores, Fernando explica que o tipo da personagem já determina o caminho e já vem impregnado pelo tom que ele deve ter. “No circo o trabalho é feito com linhas estabelecidas; há um rigor muito grande em seguir os caminhos determinados pelas personagens”. E finaliza: “o olhar é sempre para o público porque ‘aqui’ reza a cartilha do circo-teatro”.

Intercâmbio com moradores

Além dos espetáculos, a Academia de Palhaços promoverá um intercâmbio artístico em todas as localidades por onde passar com O Maravilhoso Teatro Ambulante, nos cinco dias de permanência. Serão convidados artistas do lugar e demais interessados. O espetáculo, criado conjuntamente, será apresentado no último dia, protagonizado pelos moradores.

Roteiro dos espetáculos, a cada dia, em cada localidade

1º dia - O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa (50 min)
2º dia - Lágrimas de Mãe (35 min)
3º dia - As Desgraças de Uma Criança (55 min)
4º dia - Nosferatu - O Vampiro das Sombras (45 min)
5º dia - A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho (50 min)

Programação – próximas apresentações

3 a 7 de dezembro - Ermelino Matarazzo
Quarta-feira a domingo – às 20h – Grátis. Livre
Parceria com as ONGs Varre Vila e Mundo em Foco
Ecoponto da R. Arnould Lima, S/N (próx. ao Parque Central). União de Vila Nova. ZL.

10 a 14 de dezembro - Jardim Jaú
Quarta-feira a domingo – às 20h. Grátis. Livre
Parceria com a Subprefeitura da Penha
Parque Linear Tiquatira. Av. Governador Carvalho Pinto, S/N – Zona Leste

15 a 19 de dezembro – Vila do Sol
Segunda a sexta-feira – às 20 horas. livre
Parceria com o CEU Vila do Sol
CEU Vila do Sol. Avenida dos Funcionários Públicos, 369. Zona Sul

Programação de 2015 será divulgada oportunamente.

Espetáculos - sinopses
  
O  Teatro Mambembe do Dr.  Fracassa - A montagem é uma versão da Academia de Palhaços para O Mambembe, der Arthur de Azevedo, com pitadas de comedia dell’arte. Nesta revista o tema principal o próprio teatro e as multifacetas do artista que tem que se virar para colocar o pão na mesa. Uma trupe de atores mambembes faz uma viagem para apresentar seu trabalho, mas o dinheiro acaba e algo deve ser feito para conseguirem voltar para sua cidade natal. O  Teatro Mambembe do Dr.  Fracassa, Peça de abertura da temporada, conta sua história através de músicas tocadas e cantadas pelos próprios atores - violino, banjo, acordeon, sousafone (uma tuba especial para marchas) e washboard (tábua de lavar roupa usada como instrumento de percussão).

Lágrimas de Mãe - O dramalhão Lágrimas de Mãe, de José Soares, conta as tristezas de uma pobre mãe que sofre os maus tratos de seu filho ingrato, enquanto espera a volta do outro filho, o bom e trabalhador, que fora trabalhar além da fronteira para ganhar dinheiro e mudar de vida. A peça mescla referências do sertão agreste nordestino e do México com sua Fiesta de los Muertos e Nossa Senhora de Guadalupe. Esses dois lugares nem tão opostos assim, permeiam a estética da peça. O colorido da santa contrasta com o tema dramático do texto peça.

As Desgraças de Uma Criança - De Martins Pena, “As Desgraças de uma Criança” traz à cena uma sequência de quiproquós e divertidas histórias que se encontram na noite da Missa do Galo. Os arquétipos da comédia dell’arte e as sucessões de desencontros fazem da peça um humor leve e ágil. Uma jovem mãe apaixonada, um sacristão desviado, um velho libidinoso, um soldado picareta e a empregada bagaceira se revezam para cuidar do pobre bebê que, apesar de estar no título da peça, acaba ficando totalmente em segundo plano.


Nosferatu: o Vampiro das Sombras - Um clássico do expressionismo alemão, esta adaptação foi baseada em dois filmes ícones do cinema mundial: Nosferatu - Eine Symphonie des Grauens (1922), dirigido por Friedrich W. Murnau e Nosferatu - Phantom der Nacht (1979), de Werner Herzog. A pantomima Nosferatu: O Vampiro das Sombras conta a história de um corretor de imóveis que vende a casa ao lado da sua para o estranho Conde de Orlok. Sem saber, o ingênuo corretor traz para sua cidade a peste e a morte personificadas em um vampiro terrível, o lendário Nosferatu. Por ser uma pantomima, a peça é muda e conta apenas com narrações em off para situar a ação. Os atores usam o corpo expressionista para dialogar com a música e criar as atmosferas de terror e suspense.

A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho - Esta é uma história universal, o espetáculo teatral mais montado na história do país. O texto foi escrito pela própria Academia de Palhaços, com referências dos mais diversos filmes e textos teatrais, dentre eles, A Última Tentação de Cristo, de Martin Scorcese. A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho conta esta célebre história a partir de um fictício evangelho apócrifo escrito por São Rubinho, um suposto décimo terceiro apóstolo que, além de discípulo de Cristo, era ator. É uma tragicomédia, cuja preocupação maior não é contar a história, mas sim encená-la e trazê-la para perto do público. Cristo, por exemplo, mescla em suas falas frases de Gandhi e Martin Luther King Jr.

Ficha técnica

Projeto: O Maravilhoso Teatro Ambulante da Academia de Palhaços
Elenco: Breno Tavares, Bruno Spitaletti, Laíza Dantas, Paula Hemsi e Rodrigo Pocidônio
Direção: Fernando Neves
Assistência de direção: Kátia Daher
Cenário: Breno Tavares e Os Demolidor e as Pantera
Maquiagem e figurino: Bruno Spitaletti e Carolina Hovaguimian
Iluminação: Guilherme Bonfanti e Paula Hemsi
Assistência de iluminação: Grissel Piguillem
Desenho de som: Kako Guirado e Laiza Dantas
Assistência de desenho de som: Michel de Oliveira (Xerxes)
Composições originais: Bruno Spitaletti
Locuções: Eduardo Reyes
Gravação e mixagem de som: Tiago de Mello
Aulas de canto: Fernanda Maia
Estrutura e visagismo da Kombi-Palco: Leopoldo Pacheco, Breno Tavares e Laíza Dantas
Funilaria da Kombi-Palco: Oficina Artesanal
Fotografia: Lígia Jardim
Design gráfico: Carlos Roncoletta Jr.
Produção: Mauricio Inafre e Rodrigo Pocidônio
Assistência de produção: Régis Feliciano
Apoio: Os Fofos Encenam
Suporte administrativo: Cooperativa Paulista de Teatro
Coordenação geral: Academia de Palhaços
Realização: Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo e Academia de Palhaços

O Teatro Mambembe do Dr. Fracassa - Autor: Arthur de Azevedo. Arranjo e direção musical: Fernando Esteves. Adaptação dramatúrgica: Academia de Palhaços.

Lágrimas de Mãe - Autor: José Soares. Violonista: Marco Spitaletti

As Desgraças de Uma Criança - Autor: Martins Pena

Nosferatu – O Vampiro das Sombras - Dramaturgia: Academia de Palhaços. Ilustrações: Paloma Franca Amorim. Animação: Carlos Roncoletta Jr.. Narração: Eduardo Reyes

A Paixão de Cristo Segundo São Rubinho - Texto: Academia de Palhaços

Academia de Palhaços - perfil

A Academia de Palhaços surgiu em 2007 quando cinco estudantes do curso de Artes Cênicas da Unicamp decidem mergulhar no universo da linguagem cômica. Em 2008, montam o primeiro espetáculo, A Academia de Palhaços com orientação de Luís Monteiro. Em 2009, o grupo estreou a comédia clássica Vespas, de Aristófanes, com direção de Isa Etel Kopelman, que integrou a tese de doutorado da diretora. Em 2010, pelo Edital Chamamento SESI - SP, a companhia produziu o infantil Reciclonices, de Enéas Carlos, com direção de Charles Giraldi. O espetáculo fez mais de 50 apresentações viajando pelo Rio de Janeiro e por São Paulo. Em 2012, sob a direção de Fernando Neves, o grupo estreou O Mistério Bufo, de Vladimir Maiakovski, que fez breves temporadas no Teatro Popular João Caetano, na Sala Olido e na Funarte-SP, além de viajar por mais de 10 cidades do interior paulistano. No mesmo ano, ao lado do ator e diretor José Roberto Jardim, a Academia de Palhaços se aventurou pelo universo shakesperiano, a partir da obra Titus Andronicus, e realizou uma performance no Espaço dos Fofos. No início de 2013 o grupo retornou às suas origens com a reencenação de seu primeiro espetáculo: A Academia de Palhaços se Apresenta, que foi criado coletivamente, em 2008, e ganhou versão dirigida por Fernando Neves, além de novo cenário, novo figurino e uma banda ao vivo.


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