Montagem debate a morte da alma brasileira e explora a sobrevivência de uma mitologia da
miscigenação.
Para comemorar os 20
anos da companhia, o Teatro do Incêndio
reestreia o espetáculo O Santo Dialético, no dia 15 de outubro (sábado, às 20h), que
fica em cartaz até 4 de dezembro. Com texto e direção de Marcelo Marcus Fonseca, a montagem - resultante do processo de
pesquisa do projeto A Teoria do Brasil - investiga os vestígios da essência
ancestral do brasileiro por meio de pessoas que, vivendo em São Paulo, perderam
o contato com suas origens, habitando um mundo determinado por valores urbanos.
Dividido em dois
atos, o espetáculo parte do ponto de vista de pessoas comuns inquietas por
questões perdidas de sua própria história que vão à busca de uma mitologia que
possa explicá-la. Propõe o entendimento da descaracterização do negro, do índio
e do próprio europeu (transformados em outra raça), indo à procura desse “novo
povo”, o brasileiro, levando cada personagem numa espécie de voo interior rumo
à própria raiz.
Itinerante, a peça
percorre os dois andares do Teatro do Incêndio, levando o público por diversos
cenários e instalações. No intervalo, pratos da culinária brasileira como baião
de dois, galinhada, acarajé etc, preparados durante o primeiro ato pelo próprio
diretor do espetáculo, são oferecidos ao público, por um valor à parte, em
grandes mesas comunitárias. “A ideia é que o teatro seja, além de um lugar de
apresentações, um espaço de agradável permanência, mesmo depois da sessão”, diz
Marcelo Marcus Fonseca, autor e diretor de O
Santo Dialético.
O enredo traz seis histórias paralelas, entrecortadas,
que criam um mosaico da mistura racial brasileira: um índio, tirado aos oito anos
de sua tribo por padres, retorna do seminário para encontrar sua aldeia; uma
moradora de rua entende ser chamada para uma missão e encontra o sincretismo
pelo caminho; um casal negro, evangélicos, vive o drama de não conseguir ter
filhos, enquanto o marido é atormentado por sons antigos que ele não conhece;
um publicitário não se encontra no próprio corpo, enquanto sua mulher sofre de
uma doença terminal.
Com música ao vivo e
trilha original, O Santo Dialético
cumpriu temporada de quatro meses no primeiro semestre de 2016 e agora se
despede de São Paulo com essas 16 apresentações.
Sinopse
O Santo Dialético explora a perda da ancestralidade e da
identidade da formação étnica do brasileiro na cidade de São Paulo, por meio de
pessoas comuns que buscam respostas para o chamado da própria raiz. Misturando
teatro, dança e música ao vivo, a temporada inicia as comemorações de 20 anos
do grupo.
Ficha técnica
Texto e direção
geral: Marcelo Marcus Fonseca
Direção musical, composições
originais e música ao vivo: Bisdré Santos
Figurino: Gabriela
Morato
Iluminação: Helder
Parra e Marcelo Marcus Fonseca
Preparação vocal:
Alessandra Krauss Zalaf
Assistência de
direção: Sérgio Ricardo
Assistência de produção:
Victor Castro
Adereços: Fabrízio
Casanova
Trilha sonora
mecânica: Marcelo Marcus Fonseca e Bisdré Santos
Coreografia: Gabriela
Morato
Operação de luz:
Helder Parra
Operação de som:
Victor Castro
Responsável técnico:
Antonio Rodrigues
Fotos: Giulia Martins
e João Caldas
Assessoria de
imprensa: Eliane Verbena
Realização e produção:
Cia. Teatro do Incêndio
Atores: Gabriela Morato,
Francisco Silva, Elena Vago, Valcrez Siqueira, André Souza, Victor Dallmann,
Pamella Carmo, Juan Velasquez, Anderson Negreiro, Thiago Molfi e Lígia Souto.
Links
Serviço
Espetáculo: “O
Santo Dialético”
Reestreia: 15 de outubro. Sábado, às 20h
Endereço: Teatro do Incêndio
Rua 13 de Maio, 53.
Bela Vista/SP. Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561
Temporada: sábados (às
20h) e domingos (às 19h) – Até 4/12
Ingresso: Pague
quanto puder (dinheiro ou cartão de débito)
Duração: 150 min (com
intervalo de 20 min e jantar opcional)
Gênero: Drama
musical. Classificação: 14 anos. Capacidade: 80 lugares.
Ar Condicionado. Local
para comer. Wifi. Estacionamento ao
lado do teatro
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