Remencius, Dandrah e Bellissoni - foto por Heloisa Bortz |
Nos dias 2, 9 e 16 de julho
(segundas-feiras), espetáculo À Espera, faz sessões extras na Oficina
Cultural Oswald de Andrade, às 20h. A montagem – que tem texto de Sérgio
Roveri e direção de Hugo Coelho -segue em cartaz até o dia 21 de julho, com
apresentações às quintas e sextas (às 20h) e sábados (às 18h). Os ingressos são
grátis.
Com elenco formado
por Ella Bellissoni, Jean Dandrah e Regina Maria Remencius,
a história traz três personagens que podem estar em qualquer lugar, em qualquer
tempo: duas mulheres, sem nenhum tipo de memória acordam sempre na mesma hora,
à espera de algo, até que um dia recebem a visita inesperada de um homem que
veio comemorar um aniversário.
A ação acontece no
despertar do que deveria ser um sono profundo, Uma (Remencius) e Outra
(Bellissoni) se deparam com o sol que insiste em nascer todos os dias, numa
indecifrável realidade. Uma é a mais velha. Não anda, vive na cadeira de rodas,
não dorme nunca, não sonha e gosta de falar. À noite, conta os pingos que caem
de uma torneira e, durante o dia, ocupa-se ouvindo relatos dos sonhos de Outra.
Uma não tem memória, nem lembrança do passado. Outra é jovem e cuida de Uma.
Sente medo. Dorme, sonha e inventa sonhos para entreter Uma. Ela também não tem
memória de quem foi. Ambas não sabem como foram parar ali e esperam que um dia
haja explicação para tamanha espera.
Ele
(Dandrah) chega sem avisar para uma festa de aniversário, trazendo duas
garrafas de bebida, a promessa de um bolo e algumas histórias. Ele conta que em
uma festa já foi capaz de cantar 137 vezes uma mesma canção. Logo após sua
chegada, Outra aproveita para sair e conhecer o mundo lá fora, e volta com algumas
respostas.
Sérgio Roveri diz
que o texto, escrito há cerca de dois anos, foi inspirado em uma imagem do
juízo final que sempre o perseguiu, desde criança. “Como seria acordar em um
(não) lugar apocalíptico e nada acontecer? Embora não saibam exatamente o que
estão fazendo ali, os personagens têm as mesmas inquietações, têm a consciência
de que haja algum propósito. Estariam aguardando o tal dia do juízo final?”.
Ele explica ainda que, nessa espera atemporal, o que os une talvez seja a
esperança. “Eles podem representar o fim, mas nada impede que seja também um
início. Ainda que o juízo final seja um conceito muito ligado à religião, não é
esta particularidade que o texto aborda, completa o autor”.
Ao contrário do que
seria um espetáculo realista, À Espera coloca o espectador diante
da intrigante historia dessas personagens que se encontram em lugar e tempo
indefinidos. “Apesar de não terem qualquer pista que as remetam a alguma ideia
de tempo e identidade, essas mulheres não se desesperam”, diz Bellissoni. “Ao
levar uma existência misteriosamente rotineira, acreditam que algo maior está
por acontecer, que alguma coisa pode alterar ou mesmo dar um sentido a um
cotidiano tão vazio. Não é uma espera por acomodação. Não tem outra
possibilidade”, diz Remencius.
Regina Maria Remencius - foto por Heloisa Bortz |
Embora se encontrem
em uma situação de contornos extremados, os três personagens podem ser uma
metáfora do ser humano diante do risco, do perigo, do desconhecido e,
principalmente, diante da necessidade de reconstrução. Abordando a
impossibilidade de entendimento da vida, do significado da nossa existência, a
peça questiona dois caminhos possíveis, o da desistência ou da possibilidade de
enfrentá-la. Para o diretor Hugo Coelho, “À Espera é um texto que
induz à reflexão. Não reafirma certezas, propõe questionamentos sobre nossos
posicionamentos diante da vida, fazendo do teatro um espaço de reflexão crítica
sobre a realidade. A falta de memória - dos personagens assim como da nossa
história - nos impossibilita de construirmos uma identidade e decidirmos o
nosso destino”.
Ficha
técnica / Serviço
Texto:
Sergio Roveri. Direção: Hugo Coelho. Elenco: Ella Bellissoni,
Jean Dandrah e Regina Maria Remencius. Cenário: David Schumaker. Iluminação:
Fran Barros. Design de aparência de atores:
Adriana Vaz Ramos. Música original, produção musical e desenho de som:
Ricardo Severo e Rafael Thomazini. Assistência de direção: Fernanda
Lorenzoni e Larissa Matheus. Direção de produção: Fernanda Moura. Produção:
Palimpsesto Produções Artísticas. Assistência de produção: Fernanda
Ramos. Fotos: Heloísa Bortz. Identidade visual: Denise Bacellar. Mídias
sociais: Verá Papini. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Realização:
Ella Bellissoni, RMR Produção Artística e Núcleo 137.
Sinopse
- Duas mulheres acordadas do que deveria ser um sono profundo se deparam com o
sol que insiste em nascer, todos os dias, na mesma hora numa indecifrável
realidade. Elas recebem a visita inesperada de um homem para uma festa de
aniversário. Embora não saibam exatamente o que estão fazendo naquele lugar, os
personagens têm consciência de que estão ali por algum propósito.
Espetáculo: À
Espera
Temporada: 8 de
junho a 21 de julho
Horários: Quintas e
sextas (às 20h) e sábados (às 18h)
Apresentações extras: 2, 9 e 16 de
julho – segundas, às 20h
Ingressos: Grátis
- Retirar com 1h de antecedência.
Classificação:
de 14 anos. Gênero: Drama. Duração: 60 min.
Oficina
Cultural Oswald de Andrade (Sala 7)
Rua Três Rios, 363 - Bom
Retiro - São Paulo/SP
Tel: (11) 32215558.
Capacidade: 30 lugares.
Acessibilidade.
Café. Não possui estacionamento.
Assessoria de imprensa: VERBENA
Comunicação
Eliane Verbena / João
Pedro
Tel: (11) 2738-3209 /
99373-0181 - verbena@verbena.com.br
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