Bola
de Ouro é o primeiro texto de Jean-Pierre Sarrazac, expoente da
dramaturgia francesa contemporânea, que ganha montagem brasileira. A estreia
acontece no dia 14 de novembro, quinta-feira, no Sesc Santo Amaro, às 21 horas.
Com direção de Marco Antônio Braz, o espetáculo tem
elenco formado por Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luis Serra e Carolina
Gonzalez. No enredo, os personagens são levados a ter um encontro
com o passado, provocando o confronto de gerações, visto pelo espelho das
próprias histórias.
Bola de Ouro é o nome de um café parisiense
que não existe mais. Em seu lugar funciona uma livraria. Nele se reunia, em 1968,
um grupo de jovens "revolucionários" que conspiravam contra o sistema
vigente e planejavam a revolução futura. Passados 30 anos, três membros deste
grupo recebem uma estranha convocação anônima: e-mails, assinados por um pseudônimo,
diz que eles devem retornar ao Café Bola de Ouro para uma reunião. Este
convite, com cheiro de vingança, desencadeia um processo reflexivo sobre suas
vidas e atitudes.
O diretor Marco Antônio
Braz afirma que “o atrativo maior desta trama é provocar a reflexão sobre as
gerações e discutir sobre como pensa a pessoa que era jovem quando se torna
velha”. Cada personagem da história é uma parte simbólica de sua geração. O Escritor Herói (Celso Frateschi) era
um rapaz de forte veia revolucionária que se tornou autor consagrado,
assimilado pelo Estado. O Jornalista
(Walter Breda) saiu dos panfletos revolucionários para ser editor de um jornal
burguês. A Imóvel (Marlene Fortuna), que foi grande jornalista
de causas feministas dos anos 70, tornou-se pintora reclusa, voltada para si
mesma. E O Praguejador (Luis Serra) não
quis abrir mão dos seus ideais, ficou esquecido e foi aquele que mais
envelheceu.
A Estagiária (Carolina Gonzalez) é
quem puxa o fio condutor da narrativa. Filha de A Imóvel, ela chega à redação do
velho jornalista e suscita nele as lembranças que vão revelando ao público os
meandros da trama e a relação entre os personagens que, possivelmente, levará
ao ajuste de contas.
A
trama apresenta diferentes lugares que se misturam e os personagens podem falar
na presença um de outro ou mesmo à distância. A “conspiração”, divulgada no
passado, pode ir se modificando nestes lugares “invisíveis”, onde os protagonistas
tentam se libertar do passado, reencontrando-o.
Marco Antônio Braz explica
que uma das características da dramaturgia de Sarrazac é não deixar explícito o que é diálogo e o que é pensamento.
“Os solilóquios são frutos do movimento interno da obra e não revelam se eles
estão pensando ou dialogando. Esta pequena desordem na estrutura dramatúrgica é
a maior riqueza desse texto. Bola de Ouro é teatro que se assume
como teatral”.
Segundo o diretor, esta
obra mostra a amplitude da dramaturgia francesa: “o teatro na França vai bem
além dos autores tradicionais e excelentes que conhecemos”. E completa dizendo
que para encenar Jean-Pierre Sarrazac,
lança mão das “ferramentas”
contemporâneas para que a estética da montagem tenha reflexo na força de síntese
do dramaturgo. E finaliza: “é claro que mais que fundamental é ter em cena
atores experientes, conscientes de serem atores, conscientes de estarem no
teatro vivendo personagens”.
Jean-Pierre Sarrazac - autor
Jean-Pierre Sarrazac, nascido na França, em 1946, é ensaísta, autor dramático, encenador, professor emérito no Instituto de Estudos Teatrais da Universidade de Paris III– Sorbonne Nouvelle e professor convidado na Universidade Católica de Louvain. Nos últimos trinta anos, vem desenvolvendo uma importante reflexão sobre as dramaturgias modernas e contemporâneas, registrada em uma importante e obra ensaística, premiada recentemente com Prêmio Thalia 2008, da Associação Internacional de Críticos de Teatro. Sarrazac é autor de mais de 20 peças de teatro, entre elas, A Paixão do Jardineiro, Cantiga para J.A., Diverte-me, Envelhecer, Lázaro, Também ele Sonhava com o Eldorado, O Menino Rei e A Paixão do Jardineiro, além dos livros A Invenção da Teatralidade, Brecht em Processo,O Jogo dos Possíveis e O Futuro do Drama.
Ficha técnica Espetáculo: Bola de Ouro
Texto: Jean-Pierre
Sarrazac
Tradução: Carolina Gonzalez
Direção: Marco Antônio Braz
Elenco: Celso Frateschi, Walter Breda, Marlene Fortuna, Luis Serra
e Carolina Gonzalez.
Elenco/apoio: Luiz Amorim
Cenografia e figurino: Silvia Moreira
Cenografia e figurino: Silvia Moreira
Iluminação: Fran Barros
Trilha sonora: Zema Tämatchan
Assistência de direção: Marcelo Peroni
Visagismo: Jorge Abreu
Direção de produção: Henrique Benjamin
Assistente produção: Fernanda Lorenzoni
Produção administrativa: Fabio Hilst
Produção executiva: Ana Nero
Assessoria jurídica: Martha Macruz de Sá
Assessoria contábil: Paulo Exel
Programação visual: Benoit Jeay
Fotografia: Lenise Pinheiro
Patrocínio: Ache laboratórios e
Vedacit
Realização: Sesc SP
Serviço
Temporada: 14 de novembro a 21 de dezembro
Sesc Santo Amaro - Teatro
Rua
Amador Bueno, 505 - Santo Amaro/SP – Tel (11) 5541-4000
Horário: de quinta a
sábado - às 21 horas
(Dia 15/11 a peça será apresentada,
excepcionalmente, às 19 horas)
Ingressos: R$ 16,00
(inteira), R$ 8,00 (usuários, estudantes, maiores de 60 anos, aposentados,
pessoa com deficiência e professor da rede pública), R$ 3,20 (comerciário), pelo
Ingressosesc (Unidades e Portal Sesc).
Duração: 80 min.
Classificação etária: 12 anos. Gênero: drama
Ar
Condicionado. Acesso universal. Capacidade: 270 lugares
Estacionamento:
R$ 3,00 a
R$ 6,00 (1ª hora). www.sescsp.org.br
Eu e minha família vamos com certeza :D
ResponderExcluir