terça-feira, 4 de junho de 2024

Terreiros Nômades promove encontro entre escolas e comunidade com participação de Deivison Nkosi, Ilê Aláfia, MaracaGueto e outros

Evento, aberto à toda a comunidade, acontece na Zona Sul da cidade de São Paulo, na EMEF Ana Maria Alves Benetti, na Rua Cruz das Almas, 74 - Vila Campestre.

No dia 8 de maio, sábado, a partir das 9 horas, a N’Kinpa - Núcleo de Culturas Negras e Periféricas, em parceria com o grupo Ilê Aláfia, realiza o Terreiros Nômades - Encontro com a Comunidade com participação do professor e doutor em Ciências Sociais Deivison Nkosi, sendo aberto à toda a comunidade e demais pessoas interessadas.

O evento promove o diálogo entre alunos, pais, mães, professores/as, funcionários/as, educadores/as e cuidadores/as - da EMEF Ana Maria Alves Benetti (onde acontece o encontro) e EMEI Cruz e Souza - sobre a importância das epistemologias de matriz africana para a formação social, cultural e econômica do Brasil.

O programação tem início com um café da manhã para os presentes, seguido pela Chegança Artística com a Coletiva N’Kinpa, que abre o evento uma performance poética, um instante encantatório que aguça os sentidos para evidenciar a representatividade negra e indígena. Na sequência, ocorrem: roda de conversa com o palestrante convidado; workshop Maracatu de Baque Virado com Mestre Rogério de Souza; e apresentações de maracatu com os grupos Ilê Aláfia e MaracaGueto. A vivência gastronômica leva a assinatura do chef Lucas Abreu.

Esse é o segundo de quatro encontros com a comunidade que acontecem durante o ano de 2024, sob coordenação da N’Kinpa, integrando as ações do projeto TERREIROS NÔMADES: Macamba Faz Mandinga - Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena, contemplado pela 41ª Edição do Programa de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo. O projeto visa valorizar as culturas africanas, afrodiaspóricas e originárias colaborando para a aplicação efetiva, por meio da linguagem artístico-pedagógica, das Leis Federais nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino das histórias, saberes e culturas africanas, afro-brasileiras e originárias nos currículos do ensino fundamental e médio. As duas escolas envolvidas no projeto são instituições onde essas leis são aplicadas levando a educação antirracista para além do material didático.

Segundo Joice Jane Teixeira, idealizadora e proponente do projeto Terreiros Nômades e coordenadora da coletiva N’kinpa, “a escolha dessas escolas se deve ao fato de seus projetos políticos-pedagógicos se pautarem na implementação das referidas Leis, e ambas estão localizadas no bairro do Jabaquara, um dos territórios de grande relevância histórica para o povo negro”. E completa: “buscamos com ações, conteúdos e vivências estabelecer, além de um diálogo com crianças, jovens e adultos alargando o acesso às artes, devolver o que lhes foi negado, ou seja, as histórias e os saberes de povos que, por conta do racismo estrutural histórico, foram e ainda são invisibilizados. Acreditamos que a partir disso ampliaremos as reflexões políticas, culturais e sociais/econômicas, além de fomentar e formar um público ativo na luta pelos os direitos, propositivo e participativo da vida de sua comunidade”.

Deivison Nkosi - Graduado em Ciências Sociais, mestre em Ciências da Saúde / Epidemiologia, doutor em Sociologia e pós-doutor em Psicologia Clínica. Foi Consultor do Fundo das Nações Unidas para Populações UNFPA, professor de História da África na Faculdade São Bernardo, Visiting Scholar PDSE junto ao Department of Philosophy (University of Connecticut, UConn) e recebeu, em 2016, a Menção Honrosa do Prêmio Capes de Tese na área de Sociologia. É professor do Departamento de Saúde Educação e Sociedade e do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social e Políticas Sociais da Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista; integrante do Instituto Amma Psique e Negritude e membro do comitê editorial das Coleções Palavras Negras (Perspectiva) e Diálogos da Diáspora (UCITEC). Autor dos livros Frantz Fanon: um revolucionário, particularmente negro; Frantz Fanon e as encruzilhadas: teoria, política e subjetividade; O colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana; e Balanço Afiado: estética e política em Jorge Bem.

Mestre Rogério de Souza - Mestre de tradição do maracatu, o pernambucano de Igarassu Rogério de Souza reside no ABC. Seu trabalho preserva o legado de Dona Olga e da Nação do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, fundada em 1824, e completa 200 anos de tradição, no ano de 2024.

Ilê Aláfia - Surgido no Jabaquara, bairro da zona sul da cidade de São Paulo, em 1999, o Ilê Aláfia celebra as raízes afro-brasileiras a partir da musicalidade. Também conhecidos como Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, as manifestações nasceram da tradição do Rei do Congo, assim como os congados e moçambiques. Ilê Aláfia, em yorubá, significa "casa da felicidade".

Grupo MaracaGueto - O Maracagueto é um grupo que pesquisa dos ritmos, danças, figuras e folguedos da cultura popular pernambucana, com imersão nas sonoridades do coco, do maracatu de baque solto, do cavalo marinho, do frevo e da ciranda. O grupo, fundado há mais de 20 anos, é formado por artistas e músicos de Diadema, de Cidade Ademar (Zona Sul) e da Grande São Paulo.

Lucas Abreu - Chef de cozinha, pesquisador orgânico e oficineiro do Sesc tem transitado pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, chefiando restaurantes renomados como o Casa Nossa Lounge (RJ) e o Cura Restaurante Bar e Café (MG). Como pesquisador orgânico, instiga a discussão sobre como a alimentação brasileira é influenciada pela cultura caipira e afrodiaspórica, sobretudo, pela região da Mata Atlântica e do Cerrado, honrando os saberes ancestrais dessas populações. Transmite seu conhecimento pela oficina Memórias do Futuro, ministrada nos Sesc’s Catanduva, Florêncio de Abreu e Santana.

N’Kinpa -  O Núcleo de Culturas Negras e Periféricas é uma coletiva formada do encontro entre artistas-educadoras/es e agentes culturais negros e negras, dispostos/as e politicamente comprometidos/as a bulir, criar e propor ações contra coloniais para crianças, adolescentes e jovens a partir das cosmovisões africanas, afrodiaspóricas e originárias, visando a implementação das leis federais 10.639/03 e a 11.645/08.

Serviço

Encontro: Terreiros Nômades com as Comunidades
Participantes: EMEF Ana Maria Benetti e EMEI Cruz e Souza
Data: 8 de maio - Sábado
Local: EMEF Ana Maria Benetti
Rua Cruz das Almas, 74 - Vila Campestre. CEP: 04330-060. SP/SP.
Entrada gratuita. Livre. 

9h - Café da manhã
9h30 - Chegança artística: Coletiva N’Kinpa
10h - Roda de Conversa: Deivison Nkosi
11h20 - Workshop: Maracatu de Baque Virado - Mestre Rogério de Souza
13h - Vivência gastronômica: Chef Lucas Abreu
14h - Apresentação: Ilê Aláfia
14h30 - Apresentação: Grupo MaracaGueto

Informações à imprensa: VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
Tel.: (11) 99373-0181 -
verbena@verbena.com.br

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