Um
clássico do teatro brasileiro, a comédia Toda Donzela Tem Um Pai que é
Uma Fera, de Gláucio Gill
(1932-1965), estreia no dia 12 de março, quarta-feira, no Teatro Folha, às 21 horas. Com direção
de Roberto Lage, a peça conta a
divertida história de um coronel que defende a honra de sua filha, forçando-a a
se casar com o amigo libertino de seu namorado, em consequência de um mal
entendido.
O
elenco é formado por Augusto Zacchi,
Elvis Shelton, Greta Antoine, Isser Korik e
Mariana Hein. A ficha técnica traz
ainda Heron
Medeiros na cenografia, Kleber Montanheiro no figurino, Paulo Henrique Jordão na iluminação, Aline Meyer na trilha
sonora e Maurício
Inafre na direção de produção.
A
história - escrita em 1962 - se passa na década de 50, retratando a juventude
brasileira dos Anos Dourados. O diretor Roberto Lage diz que é “um grande
deleite trabalhar com uma peça de época”. Ele argumenta que o texto é muito bem
escrito: “Gill propõe um jogo lúdico, arquitetado em uma dramaturgia que
envolve e diverte o espectador com as surpresas da trama”.
Gláucio
Gill usa o humor também como pano de fundo para fazer uma crítica aos valores
morais vigentes na metade do século passado. “Se não fosse para retratar fielmente
aquela sociedade não haveria sentido em montar esse texto”, afirma o diretor,
lembrando que os conceitos morais e sociais sofreram grandes transformações
desde que o autor escreveu Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera.
O figurino e o cenário, além da trilha sonora, ajudam a embalar o público nessa
hilária viagem aos anos 50 para testemunhar as atitudes e os comportamentos da
época.
A
idéia de remontar essa peça surgiu em 2005, quando o ator Elvis Shelton foi
convidado por Roberto Lage para participar de uma produção desta mesma obra
para a TV Cultura, dentro da série Senta
que Lá Vem Comédia. “Apaixonei-me pelo texto e pensei na importância de
trazer aos palcos comédias clássicas de autores importantes que estejam
esquecidas”. A ideia amadureceu e, há cerca de dois anos, Elvis deu início à
concretização de seu projeto com a compra dos direitos para encenar Toda
Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera. O ator afirma que não pretende parar
por aqui. Já tem um ciclo de leituras programado para o segundo semestre com
oito textos de oito comediógrafos brasileiros. “Quem sabe não surgirá uma nova
montagem a partir desses encontros?”, finaliza.
O enredo
Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma
Fera
apresenta Dayse (Greta
Antoine), filha de um coronel linha dura (Isser
Korik), que vai morar com o namorado Joãozinho (Elvis
Shelton). O pai, quando descobre, fica uma fera e vai
armado atrás do rapaz. Desesperado, o moço pede ao amigo e vizinho Porfírio (Augusto
Zacchi) que receba Dayse por alguns minutos. O
coronel vasculha o apartamento e não a encontra, mas o porteiro lhe conta que ela
está no apartamento de Porfírio, um libertino. Pensando que a filha não é mais
virgem, ele obriga Porfírio a se casar com ela. Enquanto o coronel prepara os
papeis do casamento, os dois amigos pedem para a vizinha Loló (Mariana
Hein) fingir ser casada com Porfírio, na esperança de
melar a união.
Mas a moça se atrapalha,
o Coronel descobre a farsa e obriga Porfírio a assinar os papéis. Dayse,
sentindo-se praticamente casada, diz ao “noivo” que terá que sustentá-la, porém
não irá para a cama com ele, pois passará as noites com seu amado Joãozinho.
Porfírio abre o jogo e conta ao Coronel que sua filha morava com Joãozinho,
afirmando que ele é um rapaz respeitador e que Dayse ainda é virgem. O pai da
moça vai falar com o verdadeiro namorado, mas um mal entendido se instala: Joãozinho pensa que ele
está falando da vizinha Loló; confessa que ela não é mais virgem e que vai se
casar com ela.
Depois de esclarecidos os fatos, Dayse
se prepara para retornar à casa do pai. Vai ao apartamento do ex-namorado apanhar
os seus pertences e desaba a chorar por causa da separação. Joãozinho a consola
e o inevitável acontece. Ele entra em desespero: vai ter que encarar a fera.
Enquanto isso, Porfírio tenta seduzir Loló. Ofendida, a moça sai do apartamento
aos prantos e encontra o coronel que acaba se apaixonando por ela. O Coronel
precisa, então, ter uma conversa séria com seu “noivo” Joãozinho, e vice versa.
E os dois casais decidem se casar no mesmo dia. Porfírio, sentindo-se
mal-sucedido no amor, faz as malas e volta a morar com a mãe.
Ficha
técnica
Espetáculo:
Toda Donzela Tem Um Pai que é Uma Fera
Texto:
Gláucio Gill
Direção:
Roberto Lage
Elenco: Augusto Zacchi (Porfírio),
Elvis Shelton (Joãozinho), Greta Antoine (Dayse), Isser Korik (Coronel) e Mariana Hein (Loló).
Cenografia: Heron Medeiros
Figurino: Kleber Montanheiro
Iluminação: Paulo Henrique Jordão
Trilha sonora: Aline Meyer
Assistência de direção: Paulo Henrique Jordão
Direção de produção: Maurício Inafre
Produção executiva: Regilson Feliciano
Design gráfico: Lucas Blat
Costureira: Euda Alves de Souza
Fotos: Manolo Pacheco
Realização:
Abideque Produções
Patrocínio:
Theraskin
Co-patrocínio:
Sonda Supermercados
Apoio:
J. Macedo
Serviço
Estréia:
dia 12 de março - quarta-feira - às 21 horas
Teatro
Folha - Shopping
Pátio Higienópolis (Terraço)
Avenida
Higienópolis, 618 - SP/SP. Tel: (11) 3823-2323.
Ingressos: Setor 1 - R$ 30,00 (meia: R$ 15,00); Setor 2 - R$ 10,00.
Bilheteria: ter. a qui. (15h-21h), sex. (15h-24h), sáb. (12h-24h) e dom. (12h-20h).
Aceita todos os cartões de crédito.
Bilheteria: ter. a qui. (15h-21h), sex. (15h-24h), sáb. (12h-24h) e dom. (12h-20h).
Aceita todos os cartões de crédito.
Temporada:
quartas e quintas - às 21 horas – Até 29 de Maio
Duração:
80 min. Gênero: Comédia. Classificação etária: 12 anos.
Capacidade:
305 lugares. Acesso universal. Ar condicionado.
Ingressos
Antecipados: www.ingresso.com
Os PERFIS
Gláucio Gill - autor
Gláucio Gill foi dramaturgo, ator
de teatro e fundador do Teatro Santa Rosa, criado no início dos anos 60 junto
com Hélio Bloch e Léo Jusi. O teatro foi assim batizado em homenagem ao artista
plástico Thomaz Santa Rosa. Gláucio escreveu peças como Toda Donzela Tem Um
Pai que é Uma Fera, que Roberto Farias levou para a telona, com o mesmo
título da peça original, além de Procura-se uma Rosa, que inspirou o
filme italiano Una Rosa per Tutti, dirigido por Franco Rossi e estrelado
por Cláudia Cardinale. Toda Donzela Tem um Pai que é uma Fera e O Bem
Amado (de Dias Gomes) foram dois dos maiores sucessos de Gláucio no Teatro
Santa Rosa. Ele também era muito ligado ao dramaturgo Nelson Rodrigues.
Tido pelos companheiros de cena
como um empresário generoso, Gláucio é desconhecido até mesmo pela maioria dos
funcionários do teatro que leva o seu nome, cujas paredes não possuem sequer
uma foto sua. Ele foi ainda precursor dos talk shows, apresentando o programa Show
da Noite (TV Globo), produzido por Domingos de Oliveira, e, ao lado de Ziraldo,
foi relações-públicas da revista O Cruzeiro, publicação com tiragem semanal de
mais de 700 mil exemplares.
Apesar de dar seu nome a um
teatro e a uma avenida, no Rio de Janeiro, pouco se sabe sobre a vida de Gláucio
Gill, que nasceu em 1932, sendo uma das personalidades mais populares da
televisão brasileira, nos anos 60, e um importante nome do teatro carioca. Morreu, aos 33
anos, de um ataque cardíaco diante das câmeras de TV, quando apresentava o Show
da Noite, no dia 13 de agosto de 1965, 10 minutos depois da introdução, quando
proferiu o texto: "Hoje é sexta-feira, 13 de agosto. Dia aziago, mas até
agora vai tudo caminhando bem, felizmente".
Roberto
Lage - diretor
Roberto
Lage começou a carreira de diretor, em 1969, no teatro amador. Em 1974 dirigiu
seu primeiro sucesso, Mrozek, reunião dos textos Strip Tease e Em Alto Mar , de
Slawomir Mrozek. Com o espetáculo A Flor da Pele, de Consuelo de Castro ,
recebeu o Prêmio Molière de melhor direção. Em 1993 dirigiu, em Portugal, Para Tão
Longo Amor de Maria Adelaide Amaral. A montagem de Clips e Clops,
uma colagem de quadros clássicos de clowns,
rendeu-lhe o prêmio APCA de melhor diretor, em 1998, ano em que ao lado do ator
Celso Frateschi fundou o Ágora – Centro para Desenvolvimento Teatral.
Em
2002 dirigiu A Mandrágora, de Maquiavel, para o projeto de formação de
público da Secretaria Municipal de Cultura, com curadoria de Gianni Ratto. No
ano seguinte levou à cena Orgia, de Pier Paolo Pasolini, uma produção do
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), além de Distante, de Caryl
Churchill, e Quase Nada, de Marcos Barbosa, textos desenvolvidos no
Royal Court Theatre, centro britânico que promove intercâmbio entre a
dramaturgia inglesa e autores de outros países (produção do Teatro Popular do
SESI). No mesmo ano estreou no Ágora a montagem inédita Os Justos, de
Albert Camus, e, a seguir, dirigiu Celso Frateschi em Sonho de Um Homem
Ridículo, de Dostoievski, Ricardo III, de W. Shakespeare,
espetáculos produzidos pelo Ágora.
A
Flauta Mágica,
adaptação de Vladimir Capela, foi a sua primeira direção em 2007, numa produção
do Teatro Imprensa e Centro Cultural Grupo Silvio Santos. Em 2008, voltou a
Portugal para dirigir Um Merlin, de Luis Alberto de Abreu, uma produção
da Seiva Trupe de Portugal. De volta ao Brasil o desafio foi adaptar a obra de
Milton Hatoum, Dois Irmãos (também uma produção do CCBB) e, em 2010,
dirigiu a comédia Escola de Mulheres, de Molière, e o monólogo Dos
Escombros de Pagu, de Tereza Freire, uma homenagem ao centenário de Pagu.
Em 2011 dirigiu a ópera Carmen, de G. Bizet, no Theatro São Pedro/SP. Francesca (de Luís
Alberto de Abreu) e Enlace – A Loja dos
Ourives (de Karol
Wojtyla, dramaturgia de Elísio Lopes Jr.) são produções que ele comandou em
2012. Em 2013, dirigiu Coração Bandoleiro (de José Antônio de
Souza) e Tic Tic Tati (com a cantora
Fortuna), entre outros.
Augusto Zacchi - ator
Augusto Zacchi é formado
em Artes Cênicas pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e fez a oficina de
atores da Rede Globo. Estreou no teatro, em 1999, com o espetáculo Um Homem Chamado Shakespeare, com texto
e a direção da Bárbara Heliodora. Em 2000 fez Fausto Gastrônomo, de Richard Scheschner, direção de Luis
Furlanetto, e pelo seu personagem - Mefistófeles - foi indicado ao prêmio de
melhor ator.
Em 2001, fez Trainspotting, de Harry Gibson, direção
de Luis Furlanetto. No ano seguinte, atuou em Laranja Mecânica, de Anthony Burges, direção de Paulo Afonso de
Lima; em 2003, O Dia do Redentor, de
Bosco Brasil, direção de Ariela Goldman; em 2004, fez Indecência Clamorosa, de Moises Kaufman, direção de Jackeline
Laurence; e, em 2005, atuou em Bent,
de Martin Sherman, direção de Luis Furlanetto.
No cinema, Zacchi interpretou Pedro no filme Foliar Brasil, de Carolina Paiva, e, em 2004 atuou em Olga, de Jayme Monjardim, vivendo um garoto de Moabit. Na televisão, participou de Malhação (Rede Globo, 2004), como Mateus, e Maria esperança (SBT, 2007) interpretando Thomas.
Elvis Shelton – ator e idealizador
Elvis Shelton é ator, produtor, apresentador de programas e
locutor. Em seu currículo constam as peças Bodas
de Sangue, de Federico Garcia Lorca, Zona
Contaminada, de Caio Fernando Abreu, e As
Aventuras de Pardoca, todas com Direção de Atílio Bellini Vaz. Ainda merece
destaque Pente Fino, espetáculo
realizado dentro do banheiro do Teatro Renaissance, com direção de Roberto
Lage, e De Corpo Presente, texto e
direção de Mara Carvalho.
No cinema, ele atuou nos curtas Identidade, com direção de Fernando Meirelles e Nando Olival, e A Última Partida, com direção de André
Vianco. Com forte atuação em peças publicitárias, participou de mais de 80
filmes para marcas como Parmalat, Peugeot, Telefônica e Tim, entre outras.
Atualmente, pode ser visto em duas séries de programas pela Internet; fez parte
do elenco do programa Senta que Lá Vem Comédia, da TV Cultura, e das novelas
Pícara Sonhadora e Amigas e Rivais, ambas no SBT; também integra o programa
Telecurso Tec, veiculado na Rede Globo, TV Cultura e Canal Futura. Seu trabalho
mais recente é no espetáculo Novelo,
de Nanna de Castro, direção de Zé Henrique de Paula, apresentado no Teatro
Augusta, em São Paulo.
Greta
Antoine - atriz
Greta
Antoine começou como modelo em 1998. Em 1999, apesar da pouca idade, passou nos
testes para a telenovela infantil Chiquititas, do SBT, onde interpretou a
ambiciosa Inês. Em 2002, retornou à televisão no seriado Ilha Rá Tim Bum (TV
Cultura), onde viveu Rouxinol, uma garota mimada que possuía uma bela voz,
apaixonada por Gigante (Paulo Nigro), irmã de Micróbio (Rafael Chagas) e melhor
amiga (e às vezes rival) de Majestade (Thuanny Costa). Devido à boa aceitação,
a série não parou em 25 episódios previstos, sendo prorrogada em mais 54, além
render um filme, lançado em 2003. Greta fez duas vezes o Teatro Rá Tim Bum,
onde apresentou A Odisseia de Arlecchino
e O Doente Imaginário, junto com a
Cia. da Revista, do Mini Teatro, na Praça Roosevelt, em São Paulo.
Em
2006, de volta ao SBT, atuou na telenovela Cristal, onde interpretou duas
personagens, em fases distintas: Vitoria Ascanio, quando jovem, e Eliana
Ascanio. Ainda no SBT, em 2007, participou de Maria Esperança, vivendo Isabel
Muniz Hurtado, uma adolescente fútil e perigosa. Em 2010 Greta integrou o
elenco de Uma Rosa com Amor, remake da novela exibida originalmente, em 1972,
pela Rede Globo, agora adaptada por Tiago Santiago para o SBT, no papel de Cleide.
Isser
Korik - ator
Paulistano, Isser Korik nasceu em 28 de junho de 1961.
Iniciou sua carreira como ator, em 1985, com o dramaturgo e diretor Carlos Alberto Soffredini, líder do Grupo de Teatro Mambembe e do Núcleo de Estética
Teatral Popular. Durante oito anos ininterruptos atuou em Vacalhau e Binho , peça de sucesso de Zé Fidélis.
Entre seus trabalhos como ator, destaque para O Dia que Raptaram o Papa, de João Bethencourt, e O Vento Não Levou,
direção de Roberto Lage.
Como diretor, além de liderar a Cia. do Pátio, concebeu o projeto Nunca Se Sábado..., que marcou a cena
paulistana durante quatro anos, e dirigiu o sucesso O Mala, de Larry Shue, em 2008, o infantil A Pequena Sereia (2009), também de Fábio Torres, baseado no conto
de Hans Christian Andersen, e Grandes
Pequeninos, projeto idealizado por Tania Khalill e Jair Oliveira. Assinou
ainda a direção da trilogia Enquanto Isso..., versão brasileira da peça The Norman Conquests, de Alan Ayckbourn. Isser é também diretor
artístico da Conteúdo Teatral, que administra o Teatro Folha, em São Paulo, e
Teatro do Parque D. Pedro Shopping, em Campinas.
Mariana Hein - atriz
A
atriz Mariana Hein nasceu em São Paulo, em 24 de setembro de 1979. Aos 17 anos,
depois de fazer um curso de interpretação nos Estados Unidos, decidiu que seria
atriz. De volta ao Brasil, chegou a se matricular na faculdade de Letras, mas
logo abandonou o curso. Também tentou dar aulas de inglês para crianças e
adultos, mas a carreira artística falou mais alto.
Antes
de se firmar na teledramaturgia, fez dez campanhas publicitárias e atuou na
peça Anjo Proibido, de Nelson
Rodrigues. Sua estreia na televisão foi em 2000, quando participou do programa humorístico
Garotas do Programa, da Rede Globo. Logo depois participou de programas, seriados,
minisséries e novelas, entre eles: Brava Gente (2001), Um Anjo Caiu do Céu
(2001), O Quinto dos Infernos (2002), Malhação (2002/2003), Kubanacan (2003),
Vídeo Show (como repórter - 2004/2005), Zorra Total (2007), Casos e Acasos
(2008). Na rede Record, Mariana atuou nas novelas Chamas da Vida (2008) e
Ribeirão do Tempo (2010). No cinema, ela estreou em 2001, no filme Cidade de
Deus, de Fernando Meirelles.
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