Quem com mais de dezoito nunca se meteu num protesto de praça pública, noutro caminhando pelas ruas e praças, com ou sem cartaz, deixando claro o que pretende e em quem confia? Faz parte da juventude e dos sonhos de mudar o mundo de um modo quase exato, mas por caminhos que não dão exatamente onde se sonha. A revolução russa procura uma saída, o atual presidente dos Estados Unidos assim como quase toda a humanidade quer. Quando acha-se que se conseguiu, pode-se morrer na ilusão de que tudo foi conquistado e o que ainda estiver faltando vai ser. Quando se fica mais maduro, as ilusões de felicidade e acertos totais não parecem mais viáveis e sim sonhos. Como os dos olhos das crianças que imaginam o que querem que o mundo seja e ela vai descobrir. Nada toca mais fundo a emoção das avós e avôs e às vezes mesmo quando ainda são pais. É com essa consciência que Jean-Pierre Sarrazac escreveu “Bola de Ouro”, um prêmio recebido pelo jornal revolucionário em que todos os personagens se encontram, como nos velhos tempos, onde lá, além de imprensa, era o partido em que se reuniram por anos. Com os mesmos objetivos.
A decoração do palco assinada por Sylvia Moreira que também criou os ótimos figurinos é valorizada pela música de Zema Tâmatchan e a ótima iluminação de Fran Barros. Os técnicos compõem as cenas com perfeição o que torna a direção do espetáculo de Marco Antônio Braz brilhante, para não falar na interpretação irretocável do elenco pra lá de experiente: Celso Frateschi; Walter Breda; Marlene Fortuna,
Maria Lúcia Candeias
(Doutora em
Tteatro pela USP e Livre Docente pela Unicamp).
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