Encerrando a mostra de repertório da companhia carioca Alfândega 88,
dirigida por Moacir Chaves, a CAIXA Cultural São Paulo apresenta a comédia Labirinto, com sessões entre os
dias 6 e 9 de fevereiro, de quinta a domingo, às 19h15. Os ingressos (gratuitos)
devem ser retirados 1 hora antes de cada sessão.
Labirinto – primeira montagem da Alfândega 88 - reúne três textos do
consagrado autor gaúcho José Joaquim de Campos Leão - Qorpo-Santo (1829-1883):
Hoje Sou Um, e Amanhã Outro; As Relações Naturais; A Separação de
Dois Esposos. Sua obra antecipa questões de forte cunho humano e social,
como liberdade sexual, direito ao prazer, emancipação feminina e outras que
permanecem contundentes e atuais.
O projeto apresentou também a peça A Negra Felicidade, (de 30/1 a 2/2), drama que
discute o homem como objeto de uso de outro homem, correlacionando o
caso verídico de Felicidade, mulher negra e escrava que lutou na justiça pela
sua liberdade, na metade do século XIX, e um sermão do Padre Antônio Vieira de
meados do século XVII.
Labirinto
Idealizado e dirigido por Moacir Chaves, Labirinto
é o espetáculo que inaugurou, em 2011, a companhia Alfândega 88. A peça reúne três
textos do consagrado autor gaúcho José Joaquim de Campos Leão - Qorpo-Santo: Hoje
Sou Um, e Amanhã Outro; As Relações Naturais e A Separação de Dois
Esposos.
Gênio visionário, o autor antevê em décadas questões
formais que só encontrariam a expressão máxima na dramaturgia em meados do
século XX, como o Teatro do Absurdo. A obra de Qorpo-Santo mostra a impotência
do homem diante do paradoxo de uma estrutura social que, se por um lado é o
único freio possível aos violentos instintos humanos, por outro serve como
instrumento de dominação e manutenção do status quo, revelando um abismo
entre a utopia dos valores morais e éticos almejados pela coletividade e a
possibilidade real de exercê-los.
Na montagem, o encenador Moacir Chaves e seu grupo exploram
as possibilidades cênicas da dramaturgia de Qorpo-Santo, resultando em um
espetáculo impactante, tanto em seu caráter estético como em seu conteúdo
humano e social, valorizando seu alto potencial de comunicação com a plateia.
A equipe de criação traz nomes como Fernando Mello da Costa
na cenografia, Aurélio de Simoni na iluminação, Tato Taborda na direção
musical, Inês Salgado, nos figurinos e Mauricio Grecco na programação visual.
Juntos com o diretor, eles já realizaram mais de 20 espetáculos e conquistaram
inúmeros prêmios e indicações.
Os textos de Labirinto
As Relações Naturais é uma peça que retrata uma família
em que as filhas são prostitutas, das quais o pai é cliente e a mãe é cafetina.
O Criado é amante da Mãe e aliado do Pai contra a mesma. Se, por um lado, toda
organização social é percebida como embuste, cuja função é permitir qualquer
tipo de exploração, da sexual à força do trabalho, por outro, há um anseio pelo
cumprimento das normas, sem questionar seus fundamentos. A peça é, como diz o
autor na rubrica a respeito da Cena Primeira do Ato Quarto, “um labirinto, em
que ninguém se entende...”.
A Separação de Dois Esposos mostra a relação de um casal que se
mantém sob o mesmo teto para cumprir o papel social que lhe cabe. O marido encontra
a mulher com um amante e decide tornar-se um imoral: carregando um punhal, sai
à rua em busca de prazer sexual, constatando a impossibilidade de adequação do
ser humano a uma estrutura social que o impele à hipocrisia, mas também admite
a impossibilidade de viver sem regras ou preceitos. A peça encerra-se com um
hilariante diálogo entre os criados - o primeiro casal homossexual da
dramaturgia brasileira.
Hoje Sou Um, e Amanhã Outro revela o anseio de uma alma por
fazer o bem, na esfera da governança pública, a partir da percepção da falta de
importância dos títulos e cargos, da fatuidade do orgulho e da vaidade e, ao
fim e ao termo, da insignificância dos próprios indivíduos. A peça se constitui
em uma fantasia de bom governo, de um reino de justiça e paz, sem perder,
contudo, a virilidade necessária nos momentos de perigo. O que, entretanto, se
percebe, é exatamente a impossibilidade, ou ao menos a ausência no mundo real,
desta forma de agir, e o desespero de uma alma que anseia que as coisas se passem
dessa maneira.
Espetáculo: Labirinto
Textos: José Joaquim de Campos Leão / Qorpo-Santo
Direção e dramaturgia: Moacir Chaves
Elenco: Adriana Seiffert, Andy Gercker, Danielle Martins de
Farias, Denise Pimenta, Elisa Pinheiro, Fernando Lopes Lima, Gabriel Gorosito,
Leonardo Hinckel, Luísa Pitta, Rafael Mannheimer, Rita Fischer e Silvano
Monteiro.
Iluminação: Aurélio de Simoni
Assistência de direção: Danielle Martins de Farias
Cenário: Fernando Mello da Costa
Figurinos: Inês Salgado
Direção musical: Tato Taborda
Projeto gráfico: Maurício Grecco
Montagem de luz e cenotécnica SP: Ton Light Iluminação
Coord. de produção: Danielle Martins de Farias
Produção: Danielle Martins de Farias, Luísa Pitta e Mariana
Guimarães Nicholas
Produção local: Monique Carvalho
Realização: Alfândega 88
Local: CAIXA
Cultural São Paulo
Praça da Sé,
111 – Centro/SP. Metrô Sé. Tel: (11) 3321-4400
Dê preferência ao
transporte público.
Dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro -
quinta a domingo – às 19h15.
Gênero: comédia. Duração: 90 min.
Classificação etária: 14 anos
Haverá tradução em libras
na sessão do dia 9/2
Entrada franca (retirar ingressos na bilheteria
com 1h de antecedência)
Capacidade: 80 lugares. Acesso
universal.
Patrocínio: Caixa
Econômica Federal
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