quarta-feira, 15 de março de 2017

Teatro do Incêndio realiza encontro com o Samba de Bumbo da Dona Maria Esther

Samba de Bumbo da Dona Maria Esther - foto por Rafael Leitão
No dia 21 de março (terça, às 19h), acontece no Teatro do Incêndio o segundo encontro das Rodas de Conversa - A Gente Submersa – com o Samba de Bumbo da Dona Maria Esther, de Pirapora do Bom Jesus, considerado berço do samba paulista.

Com entrada franca, os eventos reúnem sempre mestres da cultura popular e comunidades tradicionais do estado de São Paulo em bate-papos seguidos por vivências.

Liderado pelos mestres Dona Maria Esther (com mais de 90 anos) e João Mário, o grupo é um importante representante da tradição do samba de bumbo (ou samba rural paulista). A roda aberta ao público aborda as características dessa manifestação afro-brasileira, como o batuque, a dança e o canto responsorial - contribuições dos povos banto para a cultura do Brasil.

O samba de bumbo nasceu nas fazendas de café, com os escravos, cuja marca principal é a percussão (zabumba, caixa, surdo e chocalho). O ritmo vem da matriz africana, onde o solo é do instrumento mais grave, e as cantigas, improvisadas, são compostas por apenas quatro versos que se repetem.

Rodas de Conversa - A Gente Submersa

O projeto A Gente Submersa foi contemplado pela 29ª edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, em comemoração aos 21 anos da Cia. Teatro do Incêndio. A programação das Rodas de Conversa prima pela diversidade saberes e fazeres tradicionais. São vivências com temas ligados à dança, música, religiosidade, dialeto e culinária.

O ciclo de vivências teve início no dia 7 de abril (com Congada de Santa Efigênia) e segue até 10 de outubro. Em parceria com a Comissão Paulista de Folclore, que ao longo de 67 anos vem mapeando, fomentando e salvaguardando as manifestações culturais tradicionais e os patrimônios culturais imateriais, o Teatro do Incêndio torna-se o terreiro, o quintal para esses encontros de artistas, públicos e griôs. Esta iniciativa vem de encontro à verticalização da busca de raízes brasileiras pelo Teatro do Incêndio que apontou caminhos necessários de aprimoramento e investigação, ações vitais para o presente do coletivo. Esses encontros com a cultura popular fazem parte da pesquisa para montagem de seu novo espetáculo.

Samba de Bumbo de D. Maria Esther -
foto por Rafael Leitão
Na programação, as raízes da cultura brasileira se manifestam em grupos que resistem e mantém viva a nossa história. De Campinas vêm os tambores do Jongo da Roseira, comandado por Dito Ribeiro. As festas tradicionais também estão contempladas: Festa de Santa Cruz, Festa do Divino e Folia de Reis. E o dialeto caipira tem destaque também nos encontros: o Mestre Amarildo, de Lagoinha, e a culinarista Cida do João Deitado, de São Francisco Xavier, vão compartilhar seus saberes populares por meio de canções, causos e receitas. Os sapateados e palmeados tropeiros marcam presença pela Catira de Mestre Edson Fontes e Seu Oliveira (seu pai), de Guarulhos, e pelo Fandango da Comunidade de Iguape. Outros temas como Cantos das Verônicas, Catira, Samba de Umbigada, Moçambique e Recomenda de Almas, bem como as aldeias urbanas da tribo indígena Wassu Cocal, estão no roteiro das Rodas de Conversa no Teatro do Incêndio.

Serviço

Roda de Conversa / Vivência: A Gente Submersa
Com Samba de Bumbo da Dona Maria Esther
Dia 21 de março. Terça, às 19 horas
Local: Teatro do Incêndio
Rua Treze de Maio, 53 – Bela Vista/SP. Tel: (11) 2609 3730 / 2609 8561
Ingressos: Grátis (não há necessidade de retirar ingresso).
Duração: 150 min. Capacidade: 80 lugares.

Próximas Rodas de Conversa (terças-feiras, às 19h)

4 de abril - Catira (Guarulhos)
Tema: Favorito da Catira – Palmeado, Sapateado e Viola.

18 de abril - Samba de Umbigada (Capivari)
Tema: Dona Anicides - Samba de Umbigada

2 de maio - Fandango (Iguape)
Tema: Bate Mão Bate Pé

16 de maio - Artesanato / Benzedeira / Temperos (São Francisco Xavier/SP)
Tema: Cida do João Deitado - Caipira na Cozinha

30 de maio - Cururu, Violas e Divino (Lagoinha)
Tema: Dialeto Caipira, Violadas, Reis e Cururu

13 de junho - Folia de Reis (Atibaia)
Tema: Cantos para Reis - A Folia, o Giro, a Festa

27 de junho - Jongo (Campinas)
Tema: Jongo da Roseira - Comunidade de Campinas

11 de julho - Reisado (Guarujá)
Tema: Reisado Sergipano

25 de julho - Congadas (Olímpia e Taubaté)
Tema: Congada Chapéu de Fitas - Cantos que Curam

8 de agosto - Aldeia Indígena (Guarulhos)
Tema: Wassu Cocal - Aldeias Urbanas: Toré como Resistência

22 de agosto - Dança de Santa Cruz (Carapicuíba)
Tema: Festa de Santa Cruz - O Profano e o Sagrado Caminhando Juntos

5 de setembro - Cantos Sagrados (Joanópoles)
Tema: Canto das Verônicas - Mulheres que Choram

26 de setembro - Moçambique (São José dos Campos)
Tema: Moçambique - Passos e Entrelaço de Bastões

10 de outubro - Recomenda de Almas (Bom Jesus dos Perdões)
Tema: Recomendas e Excelências - Os Cantos Sagrados para a Morte 

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