No
dia 25 de setembro (segunda), acontece o último bate-papo sobre
violência contra a mulher após sessão do espetáculo O Orgulho da Rua
Parnell, na SP Escola de Teatro, com participação de Luana
Piovani (atriz) e Kátia Boulos (advogada e Presidente da Comissão da
Mulher Advogada e da OAB).
O
encontro tem mediação do diretor da peça, Darson Ribeiro, e da advogada Carla
Boin. A peça narra a história de amor de um casal que tem desfecho
dramático mediante um ato medonho de violência por parte do marido. A temporada de O Orgulho da Rua Parnell -
sábados (21h), domingos (19h) e segundas (20h) - e os bate-papos fazem parte
residência artística que Darson vem realizando na SP Escola de Teatro,
no mês de setembro.
Os
encontros, para discutir o tema da peça, tiveram início no dia 4, sempre às
segundas-feiras, e já contou com participação do chef Henrique Fogaça, do
jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri, do ator e diretor Paulo Betti, da atriz
Eloisa Vitz, do dramaturgo e diretor Aimar Labaki e do ginecologista Malcolm
Montgomery.
O Orgulho da Rua Parnell
Depois
da primeira temporada, em janeiro, quando foi encenada dentro do Antiquário
Verniz, O Orgulho da Rua Parnell, de Sebastian Barry, segue em temporada
na SP Escola de Teatro, até o dia 25 de setembro. Esta primeira montagem
brasileira tem tradução e direção assinadas por Darson Ribeiro.
A
peça é uma compilação de monólogos interconectados – interpretados por Alexandre
Tigano e Claudiane Carvalho - onde um casal relata minuciosamente o resultado
caótico de uma relação de amor que foi ceifada por um ato medonho de violência
por parte do marido. A encenação tem ainda participação especial do garoto
Enrico Bezerra - de 10 anos – que abre a peça interpretando uma canção.
O
Orgulho da Rua Parnell narra
10 anos dessa complicada e também bela história de amor. Em movimentos
delicados – quase paralisados – as personagens descrevem entre lágrimas, risos,
tesão e orgulho tudo o que os levou à situação atual. São lembranças pesadas e
até insanas, mas permeadas de um amor sem igual. A peça revela o grau de
perigo, quase sempre perniciosamente velado, que existe na paixão e o estrago
que isso pode provocar, caso esse sentimento seja sublimado ou potencializado
em substituição às vontades próprias, fazendo do egoísmo uma arma fatal.
Na
obra de Barry as limitações e o controle das emoções vêm no formato de prosa,
ao mesmo tempo áspera e macia. Joe Brady é
um ladrãozinho insignificante que tem o apelido de “homem-meio-dia”. Ele e sua
esposa Janet vivem na periferia de Dublin, na Irlanda, e apesar da vida
marginalizada mantêm orgulho de seu lifestyle, como ocorre com a maioria
das personagens de Sebastian Barry.
No enredo, a derrota que marcou a
desmoralizante desclassificação da Irlanda na Copa do Mundo de 1990, na Itália,
cobrou seu preço. E parece que para o casal Joe e Janet a cobrança veio com
juros altíssimos. O déficit desses dois foi maior do que o da seleção naquela
noite. Alguns anos se passaram e agora eles revelam a intimidade de um amor
eterno, mas também a ruptura desastrosa do casamento.
É um início de relação pobre, mas
feliz. Ela, mãe aos 16 anos, sofre para criar os três filhos. Ele, apelidado de
“midday man”, vive à sombra e água fresca, roubando carros. Eles vão se
aturando até que o primogênito Billy morre atropelado por um caminhão de
cerveja. Este é talvez o início do fim, não só da relação, mas até mesmo do
amor pela Irlanda. Será? Ao voltar para casa, após a quarta de final dos jogos,
Joe quase mata a esposa, espancando-a. Desfacelada, ela foge para um abrigo de
mulheres, levando as crianças. Apesar da ausência do marido - e pai - ela vai
reconstruindo sua vida, enquanto ele se afunda na heroína, nas prisões e sofre
com a AIDS.
Segundo
o diretor Darson Ribeiro, O Orgulho Da Rua Parnell a peça de Barry traz
a simplicidade como aliada, respeitando o não naturalismo indicado pelo autor,
principalmente na relação interpretativa dos atores. E a direção se apropria da
precisão para contar essa trágica história de amor, brincando com o imagético e
criando camadas no arquétipo das personagens. “A história é narrada como se
‘esfregássemos’ as situações na cara do espectador”, comenta.
“Vivemos
numa época em que cada vez mais o homem, ainda que inconscientemente, vem
tentando contar com seus sentidos. É nesse estado que ele, paradoxalmente,
provoca em si atitudes que ultrapassam limites da consciência. Só depois, já
com o ato consumado, é que busca a qualquer custo se livrar das armadilhas de
seu próprio desejo. Assim, empenha-se desmedidamente em valorizar o que era
simples, belo e eficaz: o viver... Quase numa espécie de sublimação”, finaliza
o diretor.
Ficha técnica
Texto:
Sebastian Barry. Direção, tradução, Trilha,
cenografia e figurino: Darson Ribeiro. Elenco:
Alexandre Tigano (Joe) e Claudiane Carvalho como (Janet) e participação
especial de Enrico Bezerra. Iluminação: Rodrigo
Souza. Assistência de direção: Arnaldo
D’Avila. Iluminotécnica: LPL Lighting
Designer. Edição/trilha: Lalá Moreira DJ. Fotografia: Eliana Souza.
Design gráfico: Iago Sartini. Assessoria
de imprensa: Eliane Verbena. Produção: DR
Produções - Ribeiro Produções.
Serviço
Espetáculo:
O Orgulho da Rua Parnell
Local: SP Escola de Teatro | Sala
R8 - http://spescoladeteatro.org.br
Endereço: Praça Franklin Roosevelt,
210. Consolação. SP/SP – Tel: (11) 3775-8600
Temporada:
de 2 a 25 de setembro
25/9 – Bate-papo com Kátia Boulos e Luana
Piovani
Horários:
sábados (21h), domingos (às 19h) e segundas (20h)
Ingressos:
R$ 40,00 (meia: 20,00).
Bilheteria:
1h antes das sessões (aceita somente dinheiro).
Venda
online: Sampa Ingressos - www.sampaingressos.com.br.
Classificação:
12 anos. Duração: 75 minutos. Gênero: drama. Capacidade: 60 lugares.
Reservas:
3775-8600 ramal 19 (c/ Paulo) e 98921-4158 (c/ Giovana).
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