sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Aimar Labaki e Malcolm Montgomery participam de bate-papo em sessão de O Orgulho a Rua Parnell

 
      Aimar Labaki                                                                  Malcolm Montgomery

No dia 18 de setembro (segunda), o dramaturgo e diretor Aimar Labaki e o ginecologista Malcolm Montgomery participam de bate-papo sobre violência contra a mulher após sessão do espetáculo O Orgulho da Rua Parnell, na SP Escola de Teatro. O encontro tem mediação do diretor da peça, Darson Ribeiro, e da advogada Carla Boin. A peça narra a história de amor de um casal que tem desfecho dramático mediante um ato medonho de violência por parte do marido.

A temporada de O Orgulho da Rua Parnell - sábados (21h), domingos (19h) e segundas (20h) - e os bate-papos fazem parte residência artística que Darson Ribeiro realiza na SP Escola de Teatro, até o dia 25 de setembro.

Os encontros, para discutir o tema da peça, vêm acontecendo desde o dia 4, sempre às segundas-feiras, e já contou com participação do chef Henrique Fogaça, do jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri, do ator e diretor Paulo Betti e da atriz Eloisa Vitz. E, encerrando a programação, no dia 25/9, participam do evento a advogada Kátia Boulos e a atriz Luana Piovani.

O Orgulho da Rua Parnell

Depois da primeira temporada, em janeiro, quando foi encenada dentro do Antiquário Verniz, O Orgulho da Rua Parnell, de Sebastian Barry, segue em temporada na SP Escola de Teatro, até o dia 25 de setembro. Esta primeira montagem brasileira tem tradução e direção assinadas por Darson Ribeiro.

A peça é uma compilação de monólogos interconectados – interpretados por Alexandre Tigano e Claudiane Carvalho - onde um casal relata minuciosamente o resultado caótico de uma relação de amor que foi ceifada por um ato medonho de violência por parte do marido. A encenação tem ainda participação especial do garoto Enrico Bezerra - de 10 anos – que abre a peça interpretando uma canção.

O Orgulho da Rua Parnell narra 10 anos dessa complicada e também bela história de amor. Em movimentos delicados – quase paralisados – as personagens descrevem entre lágrimas, risos, tesão e orgulho tudo o que os levou à situação atual. São lembranças pesadas e até insanas, mas permeadas de um amor sem igual. A peça revela o grau de perigo, quase sempre perniciosamente velado, que existe na paixão e o estrago que isso pode provocar, caso esse sentimento seja sublimado ou potencializado em substituição às vontades próprias, fazendo do egoísmo uma arma fatal.

Na obra de Barry as limitações e o controle das emoções vêm no formato de prosa, ao mesmo tempo áspera e macia. Joe Brady é um ladrãozinho insignificante que tem o apelido de “homem-meio-dia”. Ele e sua esposa Janet vivem na periferia de Dublin, na Irlanda, e apesar da vida marginalizada mantêm orgulho de seu lifestyle, como ocorre com a maioria das personagens de Sebastian Barry.

No enredo, a derrota que marcou a desmoralizante desclassificação da Irlanda na Copa do Mundo de 1990, na Itália, cobrou seu preço. E parece que para o casal Joe e Janet a cobrança veio com juros altíssimos. O déficit desses dois foi maior do que o da seleção naquela noite. Alguns anos se passaram e agora eles revelam a intimidade de um amor eterno, mas também a ruptura desastrosa do casamento.

É um início de relação pobre, mas feliz. Ela, mãe aos 16 anos, sofre para criar os três filhos. Ele, apelidado de “midday man”, vive à sombra e água fresca, roubando carros. Eles vão se aturando até que o primogênito Billy morre atropelado por um caminhão de cerveja. Este é talvez o início do fim, não só da relação, mas até mesmo do amor pela Irlanda. Será? Ao voltar para casa, após a quarta de final dos jogos, Joe quase mata a esposa, espancando-a. Desfacelada, ela foge para um abrigo de mulheres, levando as crianças. Apesar da ausência do marido - e pai - ela vai reconstruindo sua vida, enquanto ele se afunda na heroína, nas prisões e sofre com a AIDS.

Segundo o diretor Darson Ribeiro, O Orgulho Da Rua Parnell a peça de Barry traz a simplicidade como aliada, respeitando o não naturalismo indicado pelo autor, principalmente na relação interpretativa dos atores. E a direção se apropria da precisão para contar essa trágica história de amor, brincando com o imagético e criando camadas no arquétipo das personagens. “A história é narrada como se ‘esfregássemos’ as situações na cara do espectador”, comenta.

“Vivemos numa época em que cada vez mais o homem, ainda que inconscientemente, vem tentando contar com seus sentidos. É nesse estado que ele, paradoxalmente, provoca em si atitudes que ultrapassam limites da consciência. Só depois, já com o ato consumado, é que busca a qualquer custo se livrar das armadilhas de seu próprio desejo. Assim, empenha-se desmedidamente em valorizar o que era simples, belo e eficaz: o viver... Quase numa espécie de sublimação”, finaliza o diretor.

Ficha técnica

Texto: Sebastian Barry. Direção, tradução, Trilha, cenografia e figurino: Darson Ribeiro. Elenco: Alexandre Tigano (Joe) e Claudiane Carvalho como (Janet) e participação especial de Enrico Bezerra. Iluminação: Rodrigo Souza. Assistência de direção: Arnaldo D’Avila. Iluminotécnica: LPL Lighting Designer. Edição/trilha: Lalá Moreira DJ. Fotografia: Eliana Souza. Design gráfico: Iago Sartini. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Produção: DR Produções - Ribeiro Produções

Serviço

Espetáculo: O Orgulho da Rua Parnell
Local: SP Escola de Teatro | Sala R8 - http://spescoladeteatro.org.br
Praça Franklin Roosevelt, 210. Consolação/SP – Tel: (11) 3775-8600
Temporada: de 2 a 25 de setembro
Horários: sábados (21h), domingos (às 19h) e segundas (20h)
Ingressos: R$ 40,00 (meia: 20,00).
Bilheteria: 1h antes das sessões (aceita somente dinheiro).
Venda online: Sampa Ingressos - www.sampaingressos.com.br.
Classificação: 12 anos. Duração: 75 min. Gênero: drama. 60 lugares.
Reservas: 3775-8600 ramal 19 (c/ Paulo) e 98921-4158 (c/ Giovana).

Encontros:
18/9 – Aimar Labaki e Malcolm Montgomery
25/9 – Kátia Boulos e Luana Piovani


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