Aimar Labaki Malcolm Montgomery
No dia 18 de setembro (segunda), o dramaturgo e
diretor Aimar Labaki e o ginecologista Malcolm Montgomery
participam de bate-papo sobre violência contra a mulher após sessão do
espetáculo O Orgulho da Rua Parnell, na SP Escola de Teatro.
O encontro tem mediação do diretor da peça, Darson Ribeiro, e da advogada Carla
Boin. A peça narra a história de amor de um casal que tem desfecho dramático
mediante um ato medonho de violência por parte do marido.
A temporada de O Orgulho da Rua Parnell
- sábados (21h), domingos (19h) e segundas (20h) - e os bate-papos fazem parte
residência artística que Darson Ribeiro realiza na SP Escola de Teatro,
até o dia 25 de setembro.
Os encontros, para discutir o tema da peça,
vêm acontecendo desde o dia 4, sempre às segundas-feiras, e já contou com
participação do chef Henrique Fogaça, do jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri,
do ator e diretor Paulo Betti e da atriz Eloisa Vitz. E, encerrando a
programação, no dia 25/9, participam do evento a advogada Kátia Boulos e
a atriz Luana Piovani.
O Orgulho da Rua Parnell
Depois da primeira temporada, em janeiro,
quando foi encenada dentro do Antiquário Verniz, O Orgulho da Rua Parnell,
de Sebastian Barry, segue em temporada na SP Escola de Teatro, até o dia 25 de
setembro. Esta primeira montagem brasileira tem tradução e direção assinadas
por Darson Ribeiro.
A peça é uma compilação de monólogos
interconectados – interpretados por Alexandre Tigano e Claudiane Carvalho -
onde um casal relata minuciosamente o resultado caótico de uma relação de amor
que foi ceifada por um ato medonho de violência por parte do marido. A
encenação tem ainda participação especial do garoto Enrico Bezerra - de 10 anos
– que abre a peça interpretando uma canção.
O Orgulho da Rua Parnell narra 10 anos dessa
complicada e também bela história de amor. Em movimentos delicados – quase
paralisados – as personagens descrevem entre lágrimas, risos, tesão e orgulho
tudo o que os levou à situação atual. São lembranças pesadas e até insanas, mas
permeadas de um amor sem igual. A peça revela o grau de perigo, quase sempre
perniciosamente velado, que existe na paixão e o estrago que isso pode
provocar, caso esse sentimento seja sublimado ou potencializado em substituição
às vontades próprias, fazendo do egoísmo uma arma fatal.
Na obra de Barry as limitações e o controle
das emoções vêm no formato de prosa, ao mesmo tempo áspera e macia. Joe Brady é um ladrãozinho insignificante que
tem o apelido de “homem-meio-dia”. Ele e sua esposa Janet vivem na periferia de
Dublin, na Irlanda, e apesar da vida marginalizada mantêm orgulho de seu lifestyle,
como ocorre com a maioria das personagens de Sebastian Barry.
No enredo, a derrota
que marcou a desmoralizante desclassificação da Irlanda na Copa do Mundo de
1990, na Itália, cobrou seu preço. E parece que para o casal Joe e Janet a
cobrança veio com juros altíssimos. O déficit desses dois foi maior do que o da
seleção naquela noite. Alguns anos se passaram e agora eles revelam a
intimidade de um amor eterno, mas também a ruptura desastrosa do casamento.
É um início de
relação pobre, mas feliz. Ela, mãe aos 16 anos, sofre para criar os três
filhos. Ele, apelidado de “midday man”, vive à sombra e água fresca, roubando
carros. Eles vão se aturando até que o primogênito Billy morre atropelado por
um caminhão de cerveja. Este é talvez o início do fim, não só da relação, mas
até mesmo do amor pela Irlanda. Será? Ao voltar para casa, após a quarta de
final dos jogos, Joe quase mata a esposa, espancando-a. Desfacelada, ela foge
para um abrigo de mulheres, levando as crianças. Apesar da ausência do marido -
e pai - ela vai reconstruindo sua vida, enquanto ele se afunda na heroína, nas
prisões e sofre com a AIDS.
Segundo
o diretor Darson Ribeiro, O Orgulho Da Rua Parnell a peça de Barry traz
a simplicidade como aliada, respeitando o não naturalismo indicado pelo autor,
principalmente na relação interpretativa dos atores. E a direção se apropria da
precisão para contar essa trágica história de amor, brincando com o imagético e
criando camadas no arquétipo das personagens. “A história é narrada como se
‘esfregássemos’ as situações na cara do espectador”, comenta.
“Vivemos numa época em que cada vez mais o
homem, ainda que inconscientemente, vem tentando contar com seus sentidos. É
nesse estado que ele, paradoxalmente, provoca em si atitudes que ultrapassam
limites da consciência. Só depois, já com o ato consumado, é que busca a
qualquer custo se livrar das armadilhas de seu próprio desejo. Assim,
empenha-se desmedidamente em valorizar o que era simples, belo e eficaz: o
viver... Quase numa espécie de sublimação”, finaliza o diretor.
Ficha técnica
Texto: Sebastian Barry. Direção, tradução, Trilha, cenografia e figurino: Darson
Ribeiro. Elenco: Alexandre Tigano (Joe) e
Claudiane Carvalho como (Janet) e participação especial de Enrico Bezerra. Iluminação: Rodrigo Souza. Assistência de direção: Arnaldo D’Avila. Iluminotécnica: LPL Lighting Designer. Edição/trilha: Lalá Moreira DJ. Fotografia: Eliana Souza.
Design gráfico: Iago Sartini. Assessoria
de imprensa: Eliane Verbena. Produção: DR
Produções - Ribeiro Produções
Serviço
Espetáculo: O Orgulho da Rua Parnell
Praça
Franklin Roosevelt, 210. Consolação/SP – Tel: (11) 3775-8600
Temporada:
de 2 a 25 de setembro
Horários: sábados (21h), domingos (às 19h) e
segundas (20h)
Ingressos: R$ 40,00 (meia: 20,00).
Bilheteria: 1h antes das sessões (aceita
somente dinheiro).
Classificação: 12 anos. Duração: 75 min.
Gênero: drama. 60 lugares.
Reservas: 3775-8600 ramal 19 (c/ Paulo) e
98921-4158 (c/ Giovana).
Encontros:
18/9 – Aimar Labaki e
Malcolm Montgomery
25/9 – Kátia Boulos e
Luana Piovani
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