quarta-feira, 13 de março de 2024

Terreiros Nômades promove encontro com o mestre capoeirista Peroba em escolas municipais

Terreiros Nômades - Macamba Faz Mandinga - Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena é um projeto desenvolvido pela N’Kinpa - Núcleo de Culturas Negras e Periféricas.


Nos dias 19 e 26 de março, terças-feiras, a N’Kinpa - Núcleo de Culturas Negras e Periféricas promove o Encontro Capoeira Angola e Ancestralidade, com Mestre Peroba, em duas escolas municipais da Zona Sul de São Paulo: respectivamente, na EMEF Ana Maria Alves Benetti e na EMEI Cruz e Souza, em dois horários, às 9h30 e às 13h30.

A atividade é constituída por um bate-papo e uma vivência prática envolvendo os alunos e professores, na qual Mestre Peroba apresenta a capoeira no contexto da ressignificação da história do povo preto, mostrando que “antes da raiz vem a semente”. O mestre é também educador, mediador cultural, contador de histórias, percussionista e artesão com práticas ligadas a causas sociais; integra a Escola Cultural Capoeira Gerais - Mestre Mão Branca.

Este Encontro integra o projeto TERREIROS NÔMADES - Macamba Faz Mandinga - Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena que visa valorizar as culturas africanas, afrodiaspóricas e originárias colaborando para a aplicação efetiva, por meio da linguagem artístico-pedagógica, das Leis Federais nº 10.639/03 e nº 11.645/08; elas estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história e de culturas afro-brasileira e indígena nas grades curriculares do ensino fundamental e médio. As duas escolas envolvidas foram contempladas no projeto por serem instituições onde essas leis são aplicadas levando a educação antirracista para além do material didático.

Ao longo de 2024, o projeto - contemplado na 41ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - reúne várias atividades e estudos em ambas escolas. Trata-se das ações da coletiva N’kinpa em parceria com coletivos do entorno, vivências com mestres da cultura afrodiaspóricas, palestras e bate-papos com pensadores da cultura negra e indígena, encontros com pais, alunos e comunidade, programas de Podcast (A Cor da Nossa Cultura em Encontros e Redes) e criação de um espetáculo de teatro performático, concebido a partir de todo esse percurso, cuja estreia está prevista para novembro. Os temas abordados não serão restritos aos dias em que ocorrem as atividades. Nas semanas seguintes às ações, as escolas irão abordá-los e estudá-los junto aos alunos, expandindo as possibilidades de entendimento.

Segundo Joice Jane Teixeira, idealizadora e proponente do projeto Terreiros Nômades e coordenadora da coletiva N’kinpa, “a escolha da EMEF Ana Maria Alves Benetti e da EMEI Cruz e Sousa, além de serem escolas cujos projetos políticos-pedagógicos se pautam na implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, deve-se ao fato de estarem localizadas no bairro do Jabaquara, na região sul da cidade, um dos territórios de grande relevância histórica para o povo negro”. E completa: “buscamos com estas ações, conteúdos e vivências estabelecer, além de um diálogo com crianças, jovens e adultos alargando o acesso às artes, devolver o que lhes foi negado, ou seja, as histórias e os saberes de povos que por conta do racismo estrutural histórico foram e ainda são invisibilizados. Acreditamos que a partir disso ampliaremos as reflexões políticas, culturais e sociais/econômicas, além de fomentar e formar um público ativo na luta pelos os direitos, propositivo e participativo da vida de sua comunidade”.

Joice ainda declara: “Terreiros Nômades busca formas e meios de erradicar as violências e os genocídios cometidos aos corpos racializados. Quer bulir sobre o nosso propósito no fazer artístico e cultural, na educação, expondo as dores e os cacos, mas também as dádivas, as estratégias e rotas que nos fizeram permanecer. Não há como não trazer a ética Ubuntu, a ética da matrilinearidade, as práticas e estratégias organizacionais dos diversos terreiros, pois os saberes africanos, por inúmeros processos de cognição, asserção e metamorfose, criaram e performaram as suas presenças nas Américas”.

Terreiros Nômades traz os pontos riscados das filosofias do povo negro, tão apagada, usurpada e violentada na colonialidade. “Evidencia nossa própria memória como um elemento recuperador e mantenedor de quem somos, de onde viemos e onde queremos chegar. É preciso retirar os corpos negros das ilusões e falácias de pertencer a um sistema racista colonial que nunca nos quis e nunca nos viu como seres humanos”, finaliza Joice Jane Teixeira.

N’KINPA -  Núcleo de Culturas Negras e Periféricas é uma coletiva formada do encontro entre artistas-educadoras/es e agentes culturais negros e negras, dispostos/as e politicamente comprometidos/as a bulir, criar e propor ações contra coloniais para crianças, adolescentes e jovens a partir das cosmovisões africanas, afrodiaspóricas e originárias, visando a implementação das leis federais 10.639/03 e a 11.645/08.

Serviço

Encontro/vivência: Capoeira Angola e Ancestralidade
Com Mestre Peroba
19/03 (terça) - EMEF Ana Maria Benetti
26/03 (terça) - EMEI Cruz e Souza
Horários: 9h30 e 13h30 – Duração: 2h.
Evento restrito às escolas. 

Informações à imprensa: VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
Tel.: (11) 99373-0181 -
verbena@verbena.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário