quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Arte urbana é tema de encontros em escolas da Zona Sul realizados pelo Terreiros Nômades

 

O projeto TERREIROS NÔMADES - Macamba Faz Mandinga - Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena, realizado pela N’Kinpa - Núcleo de Culturas Negras e Periféricas, recebe a artista visual Soberana Ziza em encontros com alunos e professores de escolas Zona Sul de São Paulo.

Afrofuturismo nas Ruas - Fragmentos de Memórias é o tema das atividades e vivências que serão conduzidas por Soberana Ziza. Na EMEI Cruz e Souza o encontro acontece no dia 3 de setembro e na EMEF Ana Maria Alves Benetti, no dia 10 de setembro; em ambas, nos dois turnos escolares. A abordagem não se restringe ao encontro, sendo retomada pelas escolas junto aos alunos, expandindo as possibilidades de entendimento.

Soberana Ziza integra o Estamxs Vivxs - coletivo de arte urbana em grafite - que atua, desde 2006, expondo seus trabalhos em intervenções urbanas e galerias, respaldados pela pesquisa estética sobre negritude e sobre feminino numa abordagem afrofuturista. Em sua pesquisa mais recente, a artista se dedica a investigar o apagamento negro na cidade de São Paulo, ocupando e reivindicando as histórias, tendo a figura da mulher como condutora dessa nova jornada.

Contemplado na 41ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, TERREIROS NÔMADES - Macamba Faz Mandinga - Saberes Afrodiaspóricos nas Corporeidades da Cena visa valorizar as culturas africanas, afrodiaspóricas e originárias colaborando para a aplicação efetiva, por meio da linguagem artístico-pedagógica, das Leis Federais nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de história e de culturas afro-brasileira e indígena nas grades curriculares do ensino fundamental e médio. As duas escolas envolvidas no projeto - EMEF Ana Maria Benetti e EMEI Cruz e Sousa - foram contempladas por serem instituições onde essas leis são aplicadas levando a educação antirracista para além do material didático.

Ao longo de 2024, várias atividades e estudos vêm sendo realizados nas escolas numa parceria da N’kinpa com coletivos do entorno: vivências com mestres da cultura afrodiaspóricas, palestras e bate-papos com pensadores da cultura negra e indígena, encontros com pais, alunos e comunidade, programas de Podcast (Diáspora - A Cor da Nossa Cultura em Encontros e Redes) e criação de um espetáculo de teatro performático, concebido a partir desse percurso, cuja estreia está prevista para novembro.

Segundo Joice Jane Teixeira, idealizadora e proponente do projeto Terreiros Nômades e coordenadora da coletiva N’kinpa, “a escolha das duas escolas, além de serem instituições cujos projetos políticos-pedagógicos se pautam na implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08, deve-se ao fato de estarem localizadas no bairro do Jabaquara, na região sul da cidade, um dos territórios de grande relevância histórica para o povo negro”. E completa: “buscamos com ações, conteúdos e vivências estabelecer, além de um diálogo com crianças, jovens e adultos, devolver o que lhes foi negado, ou seja, as histórias e os saberes de povos que, por conta do racismo estrutural histórico, foram e ainda são invisibilizados. Acreditamos que a partir disso ampliaremos as reflexões políticas, culturais e sociais/econômicas, além de fomentar e formar um público ativo na luta pelos os direitos, propositivo e participativo da vida de sua comunidade”.

N’KINPA -  Núcleo de Culturas Negras e Periféricas é uma coletiva formada do encontro entre artistas-educadoras/es e agentes culturais negros e negras, dispostos/as e politicamente comprometidos/as a bulir, criar e propor ações contra coloniais para crianças, adolescentes e jovens a partir das cosmovisões africanas, afrodiaspóricas e originárias, visando a implementação das leis federais 10.639/03 e a 11.645/08.

Projeto: TERREIROS NÔMADES - Macamba Faz Mandinga
Encontro/vivência: Afrofuturismo nas Ruas - Fragmentos de Memórias
Artista convidada: Soberana Ziza
Horários: Manhã - às 9h30 / Tarde - às 13h30
Duração: 2h. Evento restrito às escolas. 

3 de setembro - Terça
EMEI Cruz e Souza
Rua Henrique da Costa, 348 - Jardim Itacolomi. São Paulo/SP.

10 de setembro - Terça
EMEF Ana Maria Benetti
Rua Cruz das Almas, 74 - Vila Campestre. São Paulo/SP.

Informações à imprensa: VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
Tel.: (11) 99373-0181 -
verbena@verbena.com.br

Helena Black desembarca na Bienal do Livro para contar histórias africanas e fábulas de Esopo

 

Helena Back (foto de David Costa)

Helena Black, a primeira drag queen contadora de histórias do Brasil, está de volta à Bienal do Livro, para repetir o sucesso de sua participação em 2022.

A 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, maior evento cultural da América Latina, acontece de 6 e 15 de setembro de 2024, no Distrito Anhembi, com várias atrações. E Helena Black é uma delas. Ela chega com sua mala de caixeira viajante cheia de lendas africanas e de Fábulas de Esopo, além de adereços, objetos e bonecos/as que ajudam no encantamento da atividade.

Nos dias 10, 11 e 13 de setembro, com duas sessões por dia, no Estande das Bibliotecas Municipais de São Paulo (CSMB), Helena Black desembarca com seu reportório na mala para encantar as crianças e também celebrar 14 anos de carreira. A cada dia, a drag queen performa duas sessões de contação de histórias, As Viagens do Menino Akin e Fábulas de Esopo, mostrando que a arte drag pode, sim, estar em todos os lugares.

As Viagens do Menino Akin traz um compilado de histórias e lendas africanas. Helena Black compartilha suas aventuras pelo continente africano, acompanhada de seu novo amigo, o Menino Akin (personagem “boneco”), que ela conheceu numa viagem pela Savana Africana. O Menino Akin é esperto, muito curioso e cheio de histórias para contar. Helena Black e Akin prometem encantar a garotada, e também os adultos, com histórias como: Porque os Cachorros Foram Morar com os Humanos; A Galinha de Angola; Os Sete Novelos; e A História de Abaomy. O nome Akin - que tem origem no iorubá e significa corajoso, guerreiro ou herói - foi escolhido pelo ator por ser um nome curto e poderoso, para se referir a um menino.

A sessão com Fábulas de Esopo contempla algumas histórias retiradas da coletânea organizada por Russel Ash e Bernard Higton. Entre elas estão: A Reunião Geral do Ratos; A Gralha Vaidosa; O Sapo e o Boi; A Lebre a Tartaruga; e O Lobo e a Cegonha. As fábulas são narradas por Helena Black que, com sabedoria e muito humor, instiga as crianças a refletirem sobre valores fundamentais nas relações humanas como respeito, amor e empatia.

Helena Black é uma personagem criada pelo ator e educador Paulo Reis. “Celebrar a educação é o maior legado de um educador”, afirma. Segundo ele, esse trabalho é uma missão que lhe foi incumbida ao desejar se tornar educador, ainda criança, após sofrer homofobia na escola com a conivência da professora, que não o defendeu e nem mesmo reprendeu os alunos. Então, Paulo disse a si mesmo: “vou me tornar educador para que nenhuma criança ou adolescente sofra o que eu hoje eu sofri”. E veio também o sonho, já realizado, de se tornar ator, mesmo com toda a dificuldade constatada em nosso país. “Hoje eu vivo de arte, já comprei minha casa fazendo arte. O teatro mudou minha vida, e a arte drag é a soma dessa transformação”.

Serviço

Contação de histórias: com Helena Black
Local: Estande das Bibliotecas Municipais de São Paulo
CSMB - Coordenação do Sistema Municipal de Bibliotecas
Duração/sessão: 30 minutos. Classificação: Livre.
IG - @helenablackoficial | FB - @ helenablack2 

10/9 - Terça-feira
11h - História: As Viagens do Menino Akin
12h - História: Fábulas de Esopo 

11/09 - Quarta feira
16h - história: As Viagens do Menino Akin
17h - História: Fábulas de Esopo 

13/09 - Sexta-feira
16h - História: As Viagens do Menino Akin
17h - História: Fábulas de Esopo 

27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Distrito Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana. SP/SP. 02012-000.
Ingressos: R$ 35,00 (inteira) e R$ 17,50 (meia). Cashback: R$ 15,00 e R$ 10,00.
https://www.bienaldolivrosp.com.br/

Informações à imprensa: VERBENA ASSESSORIA
Eliane Verbena
Tel: (11) 99373-0181- verbena@verbena.com.br

terça-feira, 27 de agosto de 2024

III Festival SP Choro In Jazz acontece de 6 a 8/9 no Teatro Paulo Eiró, em São Paulo, e na Escola dos 7 Portões, em Araçariguama

Entre os dias 6 e 8 de setembro, de sexta a domingo, acontece a terceira edição do Festival SP Choro in Jazz, com programação no Teatro Paulo Eiró, zona sul da capital, e na Escola dos 7 Portões, em Araçariguama, SP. O evento - com direção musical assinada por Filó Machado - tem ingressos gratuitos em todos os concertos e atividades.

O Festival também faz homenagem ao choro, manifestação musical nascida no Brasil, há mais 150 anos, que recentemente tornou-se patrimônio imaterial da humanidade pelo IPHAN. Nos três dias do FSPCJ, acontece sessão de projeção mapeada na fachada do Teatro Paulo Eiró, às 19h, durante a performance aérea do Grupo Ares

O duo de piano Léa Freire e Thais Nicodemo (6/7, às 20h) abre o Festival, no Teatro Paulo Eiró, onde ocorrem também as demais atrações programadas para São Paulo: show Tati de Paula e Shu Sigolo (7/9, às 18h); show Jazzmin’s Big Band (7/9, às 20h); aula-espetáculo com Chorando as Pitangas, João Poleto, Alessandro Penezzi e Julio Cesar Barro (8/9, às 11h); Roda de Choro com Chorando as Pitangas, João Poleto, Alessandro Penezzi, Julio Cesar Barro, Stanley Carvalho e Cleber Silveira (8/9, às 12h); show Fabio Bergamini e Marcus Simon (8/9, às 15h); Ricardo Vignini e O Gajo (8/9, às 17h); e Lula Barbosa convida Amandha e Selma Fernands (8/9, às 19h).

A programação na Escola dos 7 Portões, em Araçariguama, acontece no dia 7/9, sábado, com as seguintes atrações: concerto comentado (Ressonâncias) com Antônio Loureiro e Rafael Martini (10h); oficina Improvisação intuitiva: Diálogos entre o Jazz e a Música Brasileira (11h), com Filó Machado; oficina A Tradição Oral nos Ritmos Brasileiros: Diálogos entre o Konnakol Indiano e a Música Brasileira (12h), com Fabio Bergamini; oficina História Ilustrada do Choro (14h), com Roberta Valente e participação de Zé Barbeiro e Stanley Carvalho; show Olivia Mônaco e Leo Bergamini (15h); aula-espetáculo com Escola de Choro de São Paulo (16h); e show com músicos da Escola do Choro de São Paulo (17h).

Idealizado e dirigido por Adriana Belic, o Festival SP Choro in Jazz busca evidenciar criações da música instrumental brasileira, do chorinho e do jazz, com gratuidade em toda a programação. Segundo a idealizadora Adriana Belic, “entre outros motivos, a realização de um festival com esse perfil contribui não só para o reconhecimento da importância desses gêneros musicais, mas também para que as novas gerações de apreciadores da música brasileira possam ouvi-los e conhece-los”. Além de Filó Machado na direção musical, a ficha técnica tem Fabio Bergamini na direção das oficinas, Roberta Valente na curadoria de chorinho e Belic Arte.Cultura na produção geral.

Em 2024, o festival foi contemplado pelo Edital Lei Paulo Gustavo 21/2023 - Difusão Cultural, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.

Serviço | Programação

III Festival SP Choro in Jazz
De 6 a 8 de setembro de 2024 - Sexta, sábado e domingo
Onde: Teatro Paulo Eiró (São Paulo/SP) e Escola dos 7 Portões (Araçariguama/SP)
Ingressos: Gratuitos - Distribuição e inscrições nos locais, 1h antes.
Horários: Diversos. Classificação: Livre.
Acesse a programação nas redes sociais: @festivalspchoroinjazz
Locais com acessibilidade. Apresentações com intérprete de Libras.
FOTOS + programação: FOTOS e PROGRAMAÇÃO completa - Clique aqui!! 

Teatro Paulo Eiró - Teatro e fachada
Av. Adolfo Pinheiro, 765 - Santo Amaro. São Paulo/SP - 04733-100.
Metrô Adolfo Pinheiro. Tel.: (11) 5546-0449. 467 lugares. Acessibilidade. 

6/9 - Sexta-feira
20h - Concerto: Léa Freire e Thais Nicodemo 

7/9 - Sábado
18h - Show: Tati de Paula e Shu Sigolo
20h - Show: Jazzmin’s Big Band 

8/9 - Domingo
11h - Aula-espetáculo: Chorando as Pitangas, Alessandro Penezzi, João Poleto e Julio Cesar Barro
12h - Roda de Choro: Chorando as Pitangas, Alessandro Penezzi, Cleber Silveira, João Poleto, Julio Cesar Barro e Stanley Carvalho
15h - Concerto: Fabio Bergamini e Marcus Simon - em Akshara – Percussão Cósmica

17h - Show: Ricardo Vignini e O Gajo (PT) - em Terra Livre
19h - Show - Lula Barbosa convida Amandha e Selma Fernands

6, 7 e 8/9 - Sexta e sábado (19h) - Domingo (12h e 19h)
Site Specific: Grupo Ares - Performance aérea com homenagem ao chorinho em projeção mapeada (fachada)

Escola dos 7 Portões
Estrada São Roque a Araçariguama, 1.971, Araçariguama/SP - 181147-000.
Tel.: (11)  99259 909. 278 lugares. Acessibilidade. 

7/9 - Sábado
10h Concerto comentado: Antônio Loureiro e Rafael Martini - em Ressonância
11h - Oficina: Improvisação intuitiva: Diálogos entre o Jazz e a Música Brasileira - com Filó Machado
12h - Oficina: A Tradição Oral nos Ritmos Brasileiros: Diálogos entre o Konnakol Indiano e a Música Brasileira - com Fabio Bergamini
14h - Oficina:  História Ilustrada do Choro - com Roberta Valente, participação especial de Zé Barbeiro e Cleber Silveira
15h - Show: Olivia Mônaco e Leo Bergamini - em O que Nasce do Rio É Doce
16h - Aula-espetáculo: Escola de Choro de São Paulo
17h - Show: Escola do Choro de São Paulo

ATRAÇÕES - TEATRO PAULO EIRÓ

Léa Freire e Thais Nicodemo (6/9, às 20h)

Léa Freire é pianista, flautista, compositora, arranjadora e orquestradora. Thais Nicodemo é pianista, compositora, arranjadora e produtora. No Festival SP Choro in Jazz as artistas apresentam concerto em duo de pianos, cujo repertório é formado por composições de Léa, como “Vento em Madeira”, “Mamulengo”, “Copenhaguen”, “Temperança”, “Turbulenta”, “Brincando com Theo”, “Samba da Lana” e “Sem Dó Nem Piedade”. O programa traz ainda “Trani”, música de Thais Nicodemo.

Léa Freire iniciou a carreira musical nos anos 1970, como flautista autodidata. E em 2022, celebrou 50 anos de carreira. Em sua trajetória comprovou, rompendo as fronteiras entre erudito, popular e jazz. Realizou várias turnês com seus discos nos Estados Unidos, Portugal e Inglaterra. Celebrada compositora, tem parcerias com Joyce Moreno lançadas; dois CDs lançados com trombonista Bocato - Antologia da Canção Brasileira I e II; três CDs com Amilton Godoy, sendo o mais recente Novos Caminhos; fundou o grupo Vento em Madeira (2009) com o qual gravou três CDs. Gravou, na Dinamarca, o CD Waterbikes. Em 2020, lançou CinePoesia, disco solo de piano, acompanhado por uma série de filmes criados por Lucas Weglinski. Como arranjadora e orquestradora atua com o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e em concertos com orquestras no Brasil e no exterior. Criou a Maritaca Discos, gravadora que há mais de 25 anos dedica-se ao cenário instrumental brasileiro. Em 2022, fez uma série de concertos e gravações no EUA com os flautistas Keith Underwood e Ali Ryerson, junto com o pianista Felipe Senna e o Toomai Quintet. A Música Natureza de Léa Freire é o documentário de Lucas Weglinski que entrou em circulação nacional, recentemente. Thais Nicodemo é pianista, compositora, arranjadora e docente do Departamento de Música do Instituto de Artes, da Unicamp. Faz parte da cena da canção e da música instrumental de São Paulo, atuando ao lado de artistas como Léa Freire, Tatiana Parra, Tarita de Souza, Juçara Marçal, Verônica Ferriani, Juliana Amaral, Renato Braz, Alessandra Leão e outros. Na Unicamp é uma das coordenadoras do Laboratório de Pianoe responsável pelas disciplinas práticas da área de piano popular; atua na pós-graduação em musicologia e performance, com foco em música popular. Possui experiência como pesquisadora na Universidade de Lisboa, Universidade de Bolonha, Universidade de Roma, La Sapienza, Berklee College of Music e Instituto de Estudos Brasileiros, da USP. É autora do capítulo A Case Study of Brazilian Music and Censorship, no Oxford Handbook of Music Censorship (org. HALL, Patricia. Oxford University Press, 2017).

Tati di Paula e Shu Sigolo (7/9, às 18h)

As musicistas Tati di Paula (piano e voz) e Shu Sigolo (bateria) apresentam um show regado a muita brasilidade, nos ritmos, nas composições e nos arranjos. A apresentação conta com participação de Renê Ricardo no contrabaixo. No repertório estão canções como "Se Todos Fossem Iguais a Você" (Tom Jobim e Vinícius de Morais), "Lilás" (Djavan) e "Altar Particular" (Maria Gadú), entre outras. A paulistana Tati de Paula perdeu a visão quando, recém-nascida, teve descolamento de retina na incubadora.  Iniciou na música aos oito anos, tendo o primeiro contato com o teclado. Sua formação, em grande parte, se deu de forma autodidata. Mais tarde começou a cantar. Na igreja, atua como tecladista e cantora, também compõe canções em parceria com a irmã. Paralelamente, desenvolve trabalho de releitura de obras da música popular brasileira. Estudou Musicografia Braille, Teoria Musical e História da Música. Em 2010, lançou o disco Desejos (independente), tendo como carro-chefe a canção homônima junto a clássicos nacionais. Em 2018, iniciou aperfeiçoamento técnico em piano popular com Karlinhos Ferreira.

Jazzmin’s Big Band (7/9, às 20h)

Pioneira como grupo exclusivamente feminino, a Jazzmin’s Big Band reúne 17 instrumentistas de diferentes tendências musicais e gerações. Idealizada pela saxofonista Paula Valente e pela pianista Lis de Carvalho, apresenta uma sonoridade particular tendo na formação vibrafone, clarinete, clarone, trompa e flautas, além dos instrumentos tradicionais de uma big band. A Jazzmin’s estreou em 2017 no 7º Festival Jazz na Fábrica (Sesc Pompeia) e vem se apresentando em espaços e festivais, incluindo Rio Montreux Jazz Festival e as séries Instrumental Sesc Brasil e TUCCA Concertos Internacionais.  A banda ganhou o Prêmio Profissionais da Música - Orquestras e lançou o CD QuandoTe Vejo - Jazzmin’s Big Band (2021). O repertório privilegia a música brasileira e apresenta composições originais e arranjos feitos especialmente para esta formação: “Feminina” (Joyce Moreno, arr. Rodrigo Morte) e “Se as estrelas falassem (Elisete Cardoso, arr. Rodrigo Morte, “Alguém Me Avisou” (D. Ivone Lara, arr. Paulo Malheiros) “Essa Mulher” (Joyce Moreno e Ana Terra, arr. Paula Valente), “Dois Amores” (Fátima Guedes, arr. Tiago Costa), “Pagu” (Rita Lee, arr. Rafael Rocha), “Corta Jaca” (Chiquinha Gonzaga, arr. Rafael Rocha), “Esperança” (Lis de Carvalho, arr. Rodrigo Morte) e “Frevo in Changes”, “7X1” e “Fanka” (comp. e arr. Gê Cortes).

Chorando as Pitangas (aula-espetáculo - 8/9, às 11h)

 

A aula-espetáculo com o grupo Chorando as Pitangas e convidados estimula a reflexão cultural e histórica do Brasil a partir da história de sua música, intercalando-se músicas emblemáticas e textos falados sobre temas diversos. A plateia se encanta com a beleza e profundidade da música popular brasileira e seus intérpretes. O objetivo é mostrar como “funciona” um grupo, como os instrumentos dialogam entre si, a função de cada instrumento dentro do grupo etc. Cada músico fala sobre si e seus instrumentos, com muito humor, descontração e leveza. O grupo tem um trabalho sólido, construído em 20 anos de existência e registrado em três CDs. Nesta apresentação, o Chorando as Pitangas, formado por Vitor Lopes (gaita), Roberta Valente (Pandeiro), Milton Mori (bandolim), Ildo Silva (cavaquinho) e Gian Correa (violão de 7 cordas), recebe os músicos João Poleto (sax e flauta), Alessandro Penezzi (violão) e Julio Cesar Barro (percussão). Logo após a aula-espetáculo, o grupo e seus convidados fazem uma grande rode de choro, quando recebem mais dois convidados. Repertório:

Roda de Choro - Chorando as Pitangas e Alessandro Penezzi, Cleber Silveira, João Poleto, Julio Cesar Barro e Stanley Carvalho (8/9, às 12h)

Com um trabalho sólido, de mais de 20 anos e três CDs lançados, o grupo Chorando as Pitangas - formado por Vitor Lopes (gaita), Roberta Valente (Pandeiro), Milton Mori (bandolim), Ildo Silva (cavaquinho) e Gian Correa (violão de 7 cordas) - comanda uma Roda de Choro com participação de músicos convidados, mestres do choro. São eles: Alessandro Penezzi (violão), Cleber Silveira (acordeon), João Poleto (sax e flauta), Julio Cesar Barro (percussão) e Stanley Carvalho (clarinete) e. O espetáculo traz uma diversidade de timbres, instrumentos e gerações extremamente ricas.

Chorando as Pitangas nasceu no início dos anos 2000, e logo de estabeleceu como uma das principais referências do choro paulista, tocando ao lado de Paulo Moura, Yamandu Costa, Proveta e outros. Em 2005, gravou seu primeiro CD, que rendeu a Vitor Lopes o Prêmio APCA de Instrumentista do ano. Em 2013, gravou o segundo disco, Um Passeio na Benedito Calixto, seguido por Terceira Dose, disco autoral, em 2022, com a participação de Ricardo Herz, Chico Pinheiro e Barbatuques. Alessandro Penezzi (Piracicaba, SP) é um dos virtuoses do violão brasileiro. Seus concertos já foram vistos em países como EUA, Rússia, Japão, Gabão, Angola, Itália, Alemanha, Dinamarca, Kosovo, Macedônia, Bélgica, Holanda, Argentina, Uruguai, Colômbia, Marrocos e Portugal. Formado em Música Popular pela Unicamp com especialização em Processos Criativos pela Faculdade Souza Lima, ministra cursos, oficinas e seminários em festivais no Brasil e no exterior. Multi-instrumentista - toca violão de 7 cordas, violão tenor, cavaquinho, bandolim e flauta - e compositor fecundo teve destaque nos prêmios Visa MPB Instrumental (2001), Tim de Música Brasileira (2006), Shell de Teatro e Prêmio da Música Brasileira (2006). Cleber Silveira é considerado um virtuose do acordeon, sendo um dos instrumentistas mais requisitados de São Paulo. Dono de excepcional técnica e muito bom gosto, Cleber segue a antiga escola musical dos regionais de choro, inspirado em grandes acordeonistas como Orlando Silveira, Caçulinha e Luiz Gonzaga. Já se apresentou com Inezita Barroso, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Wanderléa, Sérgio Reis, Claudette Soares, Carmen Queiroz muitos outros. 

Fábio Bergamini e Marcus Simon: Akshara - Percussão Cósmica (8/9, às 15h)

Formado pelo músico compositor Fabio Bergamini em parceria com o percussionista e musicoterapeuta Marcus Simon, o Akshara - Percussão Cósmica é um projeto que traz o universo percussivo como protagonista, tanto na criação das composições originais, quanto em arranjos de músicas conhecidas adaptadas para os mais diversos instrumentos de percussão brasileiros e de outras culturas mundiais. Instrumentos melódicos como o handpan, o balafon africano, a mbira, a marimba de vidro e o kântele compõem esse universo de sonoridades, junto a ouros como tabla indiana, djembê, kalimba, taças tibetanas, gongos, frame drums e instrumentos eletrônicos. Bergamini e Simon são percussionistas, pesquisadores, compositores, musicoterapeutas e professores. O espetáculo trabalha as diversas facetas do universo percussivo, desde as percussões melódicas e paisagens sonoras, até os ritmos e timbres das mais diversas culturas do planeta, criando assim uma linguagem ímpar e uma experiência sinestésica com elementos trazidos tanto da “world percussion”, quanto do soundscape e do sound healing (terapia do som). 

Ricardo Vignini e O Gajo - Terra Livre (8/9, às 17h)

Esse é um encontro transatlântico dos violeiros O Gajo (João Morais), na viola campaniça de Lisboa, e Ricardo Vignini, na viola caipira de São Paulo. O show é baseado no álbum Terra Livre (2023 - vinil e CD), território exploratório dos violeiros, que têm suas origens ligadas ao rock, no qual expandem os seus horizontes criativos sem fórmulas ou regras pré-definidas. O disco e o show trazem a fusão de dois diferentes países e, ao mesmo tempo, com povos tão parecidos. Uma união singular faz de Terra Livre um grito pela liberdade em um mundo cheio de intolerâncias. O álbum foi lançado nas plataformas de streaming, e as apresentações aconteceram em Portugal, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, seguindo também para Coimbra, Braga e Évora. Agora, em Setembro, é a vez do Brasil receber a turnê do duo. Uma sintonia musical surgiu na participação de Vignini no disco Não Lugar, do Gajo (2023). Rapidamente surgiu numa regular troca de ideias e vontade de cruzar os dois mundos artísticos e culturais que caracterizam os tocadores. No Brasil, Ricardo Vignini, que tem uma carreira solo de 20 anos, leva a sua viola caipira em grandes viagens, desde as referências tradicionais a abordagens mais personalizadas e contemporâneas. Em Portugal, O Gajo, com uma trajetória de sete anos, faz um caminho similar levando a sua tradicional viola campaniça para territórios artísticos mais urbanos e atuais, inspirado na sua carreira musical de mais de 25 anos ligada ao rock.

Lula Barbosa convida Amandha e Selma Fernands (8/9, às 19h)

O cantor, violonista e compositor Lula Barbosa apresenta o show show Amigos, Sonhos e Canções, no qual convida as cantoras Amandha e Selma Fernands para apresentar um primoroso repertório. A formação instrumental tem Lula ao violão, Omar Campos na guitarra, Sidão no baixo e Jica na percussão. No roteiro, composições de Lula como “Mira Ira” (com Vanderlei de Castro), “Tempo de Fé”, “Um Menino e Seu Violão”, “Moleca” (com Ary Marcos) e “Rio Potengi” (parceria com Almir Padilha), além de “Brincos” (de Amaury Falabella).

Paulistano de belíssimo timbre vocal, Lula Barbosa iniciou sua carreira aos 15 anos, na efervescência do final dos anos 70, com o seu Grupo Semente. No início dos anos 80, lançou em carreira solo. Gravou o primeiro compacto, em 1981, e em 1982 cantou no LP Cau Pimentel Entre Amigos. Quatro anos mais tarde, ficou em segundo lugar no Festival dos Festivais, da Rede Globo, com “Mira Ira”. Suas músicas foram gravadas por Roberto Carlos, Fábio Jr. e Jair Rodrigues, Jessé, Sergio Reis. Em 2000 interpretou “Brincos” (Amauri Falabella) que ganhou o prêmio Preferência do Público no Festival da Música Brasileira, na Globo. Seus CDs autorais são Os Tempos São Outros, A Voz do Violão (indicado ao Prêmio Sharp), Amigos, Sonhos e Canções (indicado ao Prêmio TIM), Mar de Espanha (parceria com Ricardo Castro), Simplesmente Assim e A Casa de Don Inácio (parceria com Zéca Aquino). Já tocou em cidades por todo o Brasil e fez show em New Jersey, USA (Selebrate Southlake, Texas 7) representando o Brasil na música popular brasileira. Amandha, de Montes Claros (MG) radicada em São Paulo, é cantora, compositora e educadora. Imprime em sua arte musical tons da sua ancestralidade em clássicos do MPB, jazz brasileiro, forró, samba e bossa nova. Recentemente Amandha lançou seu primeiro single como interprete, Teletransportar. Selma Fernands - paulista de Itapevi – apresenta um trabalho musical contemporâneo com influências da música mineira, do jazz, do blue e do samba. Participando do The Voice 2005 (Rede Globo), a cantora lançou dois discos: Tudo É Rarefeito e Samba de Maria.

Grupo Ares

Criado em 2010, dirigido por Monica Alla, o Ares é um núcleo artístico de pesquisa e criação que tem como principal objetivo buscar a verticalidade em cena por meio dos mais diferentes aparelhos aéreos, unindo-os à dança, ao teatro físico e ao circo contemporâneo para a criação de espetáculos, performances e intervenções. Usando estas linguagens, as criações sempre buscam mudar a perspectiva da cena e contrapor o virtuosismo e a força do movimento à sensibilidade e leveza do voo, do salto. O Grupo Ares faz da busca por novas possibilidades estéticas e de estados corporais o seu grande desafio, colocando os corpos e as ideias no ar. A escolha de locais inusitados para as apresentações também é uma característica do trabalho do grupo, que já performou em fachada de prédios de São Paulo (e de outras cidades), em piscinas, galerias de arte, espaços públicos diversos, além de teatros convencionais.

ATRAÇÕES - ESCOLA DOS 7 PORTÕES

Antonio Loureiro e Rafael Martini - Ressonância (concerto comentado, 7/9, às 10h)

Antonio Loureiro e Rafael Martini são parceiros na música, há 15 anos. Iniciando a história conjunta como músicos da banda do cantautor Kristoff Silva, tiveram uma experiência com a canção em seu entendimento, sua execução e sua gênese. Os dois foram também membros fundadores de grupos de música instrumental - Misturada Orquestra, Associação Livre e Ramo (Prêmio Pixinguinha / FUNARTE e Marco Antônio Araújo de melhor disco instrumental do ano de 2009). Transitam entre as linguagens da canção e da música instrumental como choro e jazz contemporâneo, como pode ser conferido nos trabalhos solo e no álbum do duo, Ressonância, que coloca em evidência a influência mútua entre os músicos, deixando-se escutar, justamente, a ressonância das musicalidades nas obras de cada um, em músicas inéditas e releituras de faixas de álbuns individuais, nas quais arranjos e espontaneidade se confundem. Tocando simultaneamente vários instrumentos e cantando, o duo alcança sonoridades surpreendentes. Antonio assume a bateria, synths, piano acústico e elétrico; Rafael, o piano, synth, eletrônica e acordeon. Os dois dividem os vocais. Além de Antonio e Rafael, o disco tem os letristas Renato Negrão, Makely Ka e Leonora Weissmann. Produzido por André Mehmari, o álbum foi gravado ao vivo e tem como parceiro o selo Japonês NRT.

Improvisação intuitiva: Diálogos Entre o Jazz e a Música Brasileira - com Filó Machado (oficina, 7/9, às 11h). Inscrições no local.

Nessa aula magna, o multi-instrumentista, compositor, arranjador e violonista brasileiro Filó Machado fala sobre improvisos e as principais técnicas vocais, demonstrando a utilização da voz com os ritmos brasileiros. Na aula expositiva Filó faz demonstrações de técnica vocal, além orientar os participantes sobre prática de repertório. A atividade é indicada para musicistas em geral, em especial cantores, violonistas/guitarristas. Os participantes devem levar seus instrumentos.

A Tradição Oral nos Ritmos Brasileiros: Diálogos Entre o Konnakol Indiano e a Música Brasileira - com Fabio Bergamini (oficina, 7/9, às 12h). Inscrições no local.

Na oficina, o percussionista Fabio Bergamini compartilha um pouco de sua trajetória como professor e pesquisador. Aborda sobre o método de aprendizagem dos ritmos, tanto no contexto da música popular brasileira como na música carnática do sul da Índia, na qual o uso de sílabas onomatopaicas são usadas como ferramenta da expressão rítmica na linguagem chamada Konnakol. Bergamini conduz o público em algumas vivências práticas relacionando as sílabas indianas com ritmos brasileiros, e também apresenta algumas de suas composições feitas ao longo de suas viagens pela África, Índia, Portugal e EUA. Fabio lança, em breve, um novo álbum dedicado às percussões do mundo, e nessa oficina dá uma prévia das composições estarão nas plataformas digitais.

História Ilustrada do Choro - com Roberta Valente e participação de Zé Barbeiro e Cleber Silveira (oficina, 7/9, às 14h). Inscrições no local.

A pandeirista, produtora e pesquisadora Roberta Valente ministra a oficina História Ilustrada do Choro, gênero mais antigo da música urbana do Brasil, com mais de 150 anos de história, e que recentemente virou patrimônio imaterial da humanidade pelo IPHAN. Para essa oficina, Roberta convida os músicos Cleber Silveira (acordeon) e Zé Barbeiro (violão de 7 cordas). Entre uma história e outra, o trio vai tocar clássicos de grandes compositores como Jacob do Bandolim, Pixinguinha, Waldir Azevedo, Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth, Sivuca, dentre outros. 

Roberta Valente, com 34 anos de carreira, é referência no samba e no choro de São Paulo. Integra os grupos Chorando as Pitangas e Panorama do Choro, do qual é uma das idealizadoras, além de ter seu próprio quarteto e acompanhar cantores de samba e MPB. É coautora do livro Antologia Musical Popular Brasileira - As Marchinhas de Carnaval (Musa Editora) e organizadora e coautora de Brasil Toca Choro (em comemoração aos 50 anos da TV Cultura). É professora de História do Choro na Escola de Choro de SP.  Já tocou ao lado de nomes como Hamilton de Holanda, Altamiro Carrilho, Beth Carvalho, Martinho da Vila, D. Ivone Lara, Diogo Nogueira, Fabiana Cozza, Riachão, Billy Blanco, Baby Consuelo, Paulo Moura e muitos outros. Fez turnês por todo o Brasil e pelo exterior - Austrália, Índia (com Yamandu Costa), Nova Zelândia, EUA, Argentina, Uruguai, França, Itália, Portugal, Espanha, Londres e Holanda. Apresentou-se nos últimos 21 anos no bar Ó do Borogodó, em Pinheiros, importante reduto de música brasileira. Zé Barbeiro é considerado pela crítica especializada um dos mais modernos compositores de choro da atualidade, com cerca de 300 músicas. É um representante importante do movimento de renovação do gênero, não só pela maneira criativa e intuitiva de tocar seu violão de 7 cordas, mas também pelas características de suas composições. Figura veterana da noite de São Paulo, orientou, acompanhou ou influenciou boa parte dos jovens intérpretes e compositores da cena atual da música paulista.  Com 50 anos de carreira e 71 anos de idade, Zé Barbeiro tem 14 discos (com grupo e/ou solo), acompanhou e gravou com gente boa como Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Silvio Caldas, Noite Ilustrada, Raul de Barros, Raul de Souza, Altamiro Carrilho, Mônica Salmaso, Armandinho, Emilinha Borba, Dominguinhos, Martinho da Vila, Leci Brandão, Zeca Pagodinho e outros. Cleber Silveira é considerado um virtuose do acordeon, sendo um dos instrumentistas mais requisitados de São Paulo. Dono de excepcional técnica e muito bom gosto, Cleber segue a antiga escola musical dos regionais de choro, inspirado em grandes acordeonistas como Orlando Silveira, Caçulinha e Luiz Gonzaga. Já se apresentou com Inezita Barroso, Cauby Peixoto, Ângela Maria, Wanderléa, Sérgio Reis, Claudette Soares, Carmen Queiroz muitos outros. 

Leo Bergamini e Olivia Monaco (show, 7/9, às 15h)

Com carreiras que se desenvolveram lado a lado, o duo formado pelo violonista Leo Bergamini e pela cantora Olivia Monaco, traz uma proposta musical pautada no sonho bucólico de uma juventude paulistana. Leo e Olivia começaram a tocar juntos no Quinteto Sapoti e, atualmente, são estudantes de música na Unicamp. No show O que Nasce do Rio É Doce, o duo explora o universo temático de Guimarães Rosa, trazendo uma experiência musical rica e diversa. A abordagem evoca uma atmosfera ribeirinha, presta homenagem a importantes compositores da música brasileira de forma original e sensível. No programa, músicas de Leo Bergamini - “Revolução das Bananas”, “Um dia Quem Sabe”, “Ribeirinha” (com Miguel Marques), “Beiras” e “Quero Mato” - e obras de Dori Caymmi (“Mercador de Siri”, “Rio Amazonas” e “Estrela da Terra”), Edu Lobo (“Choro Bandido”), Milton Nascimento (“Irmão de Fé” e “Pai Grande) e Joyce Moreno (“Mistérios”).

Nascido em Valinhos e criado em São Paulo, Leo Bergamini é violonista e compositor desde os 6 anos. Em 2022, ingressou na EMESP Tom Jobim, iniciando a carreira profissional. Seu repertório é eclético, abrangendo samba, jazz, MPB, forró e cultura popular brasileira. Como compositor, Leo traz em suas obras uma conexão profunda com a natureza e usa suas letras para refletir sobre o contexto do mundo atual. Em 2023, Leo participou da criação do coletivo artístico jovem Selo Esquina. Hoje, ele atua tanto em São Paulo, onde produz eventos e se apresenta, quanto em Barão Geraldo, onde estuda e reside. Olivia Monaco é uma cantora paulistana que iniciou os estudos musicais aos 7 anos. Aluna de Tatiana Parra (canto) e Marcelo Elias (piano), Olivia atualmente estuda canto popular na Unicamp. Participou como cantora mirim em produções para TV e publicidade; apresentou-se ao lado de Tatiana Parra e Antonio Loureiro em evento da Casinha do Núcleo e participou no coro do álbum Samurai, de Hamilton de Holanda.

Escola de Choro de São Paulo (aula-espetáculo, 7/9, às 16h)

 

Nesta aula-espetáculo, seis professores da Escola de Choro de São Paulo mostram seus respectivos instrumentos, explicam de que forma eles interagem, falam sobre a importância do aluno entender a música pela via acústica ao invés da visual e comentam conceitos como dinâmica, afinação, interpretação, postura, respiração, disciplina, criatividade, ritmo, repertório, trabalho coletivo, improviso e outras habilidades necessárias para tocar em grupo. A Escola de Choro de São Paulo surgiu da vontade de um grupo de chorões em organizar uma escola de música na capital paulistana que fosse voltada especificamente para o gênero, gratuita e com pedagogia apoiada na tradição da oralidade, no "tocar de ouvido". Além de cursos de instrumentos tradicionais (cavaquinho, clarinete, violão de 7 cordas, pandeiro, flauta, saxofone e bandolim), a Escola de Choro de SP oferece aulas de História do Choro, práticas de conjunto, rodas de Choro, palestras e apresentações musicais.

 

Escola de Choro de São Paulo (show, 7/9, às 17h)

 

Apresentação do sexteto formado por músicos da Escola de Choro de São Paulo que interpretam músicas de diferentes períodos que passam por compositores como Pixinguinha (“Os Oito Batutas”), Jacob do Bandolim (“Cochichando”), Radamés Gnatalli (“Remexendo”) e Chiquinha Gonzaga (“Corta Jaca”), Joaquim Callado (Flor Amorosa”) e Ernesto Nazareth (“Odeon”), entre outros.

 

Informações à imprensa: VERBENA Assessoria
Eliane Verbena
(11) 99373-0181 |
verbena@verbena.com.br



Comédia de Ariano Suassuna, A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo estreia no Parlapatões

Foto de Erik Almeida 


No dia 7 de setembro, sábado, a comédia A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo – peça escrita por de Ariano Suassuna com direção de Fernando Neves – estreia no Espaço Parlapatões, onde segue em temporada até o dia 29/9 com sessões às quartas e aos sábados, às 20h30, e aos domingos, às 19h.

A montagem traz ao palco Pedro Diniz Ferreira Quaderna, personagem originário do Romance d’A Pedra do Reino (1971), em meio a um imbróglio que envolve uma parteira, seu marido cafajeste, uma prostituta, o juiz da comarca, o Frei, um advogado, além do Diabo, que deve ser julgado por não cumprir um acordo. Com um humor ácido e preciso, o mestre Suassuna apresenta uma obra rica, delirante e excepcional, para além dos costumes sertanejos.

No enredo de A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo, Dona Júlia (Patricia Gaspar), a parteira da cidade, tem seu marido “tomado” por Carmelita (Fernanda Cunha), a prostituta do rói couro. Para ter o marido de volta ela faz um pacto com o Diabo para levar a alma de Manuel Souza (Fábio Espósito) para o inferno. Como o diabo não cumpre o acordo, ela o intima para um julgamento. O circo está montado. O juiz da comarca, Dr. Rolando Sapo (Guryva Portela), é quem julgará o caso. Na defesa de Dona Julia, o advogado Ivo Beltrão (Henrique Stroeter) e na defesa de Manuel Sousa e Carmelita está Frei Roque (Tay Lopez). Fazendo os conchavos para solucionar o caso, o protagonista Quaderna (Jorge de Paula) tenta de todas as formas ganhar tempo para amenizar o possível final tragicômico. Nesta brincadeira teatral Suassuna une a “justiça de Deus" e a "justiça dos Homens" em um mesmo imbróglio.

 

Em meio à toda essa confusão, tem a carola Dona Adelaide (Renata Maciel) que exige proteção do juiz para que Carmelita não tome de volta seu porco, pois acredita ter o direto de ficar com o animal, já que ele quebrou sua cristaleira. E não é que o atrapalhado e decadente juiz acaba confundindo o porco de Carmelita com o marido “porco” de Dona Júlia? Mais um quiproquó que tempera a hilária trama de Suassuna.

 

A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo é uma comédia de caráter popular e diálogo direto que une a estética sertaneja, inspirada no romanceiro nordestino, do trovador ibérico ao circo-teatro que tanto fascinava Ariano; uma combinação de arquétipos das manifestações e brincadeiras populares do povo do sertão. A cenografia - assinada por Manuel Dantas Suassuna (artista plástico, filho de Ariano) - traz painéis de traços e elementos característicos da cultura popular do nordeste e do universo visual de Suassuna. A trilha sonora original foi composta por Renata Rosa e a sonoridade ao vivo, criada e executada por Renata Maciel e pelos atores. Os figurinos têm assinatura de Carol Brada, e Rodrigo Bella Dona é responsável pela luz da montagem.

A concepção de Fernando Neves é uma reinterpretação do circo-teatro, uma junção do circo-teatro com a obra de Suassuna. “A questão técnica deve ser preciosa na composição do ator: tempo e ritmo são fundamentais para o protagonismo das cenas, trazendo a graça e fisgando o público pelas ironias irretocáveis, pela qualidade cômica do texto que dispensa cacos e improvisos”, comenta. Segundo ele, a música potencializa os dramas e os sons incidentais ajudam a revelar emoções, sensações e reações. “A peça é como uma partitura. A música no circo-teatro cumpre funções importantíssimas: cria o clima das cenas e dá o ritmo e o tempo para a atuação, revelando estados emocionais e ligando as situações que preparam o público para o final”. Neves completa: “os elementos e conceitos criados pelo circo-teatro são os melhores anfitriões para receber a dramaturgia corrosiva de Ariano Suassuna: mágica, sem vínculo psicológico, repleta de metáforas”.

As histórias de A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo podem ser vistas, em um primeiro momento, como absurdas, mas Suassuna capricha nos estereótipos sociais, muito bem entrelaçados na narrativa, a exemplo da prostituta de personalidade forte, da parteira que comete destinos para defender seu casamento, do marido que trai e diz que ama a esposa, da carola que gosta de arrolar uma confusão, do ateu que apela para Deus quando lhe convém e do juiz que dança conforme a música. O Diretor comenta sobre a narrativa do autor: “Esse texto é muito próximo da realidade do nosso país. O brasileiro acredita no impossível, transita entre a lógica e a fé. E quando poderia haver algum ruído quanto à lógica da história, Suassuna apela brilhantemente para o artifício dramático criativo, mantendo o grotesco e o sublime lado a lado, em toda a peça”.

Foi em uma matéria de página policial de jornal que Ariano Suassuna ouviu pela primeira vez a história da mulher que queria prender o diabo. O autor escreveu a história, em 1961, por encomenda de Hermilo Broba Filho, a partir do fato verídico ocorrido em Limoeiro/PE. A Caseira e Catarina ou o Processo do Diabo trata-se do terceiro ato da obra As Conchambranças de Quaderna, ao lado de O Caso do Coletor Assassinado e Casamento com Cigano pelo Meio. Na versão para os palcos, Suassuna dá novos ares ao seu Quaderna: um rei lunático do sertão, astrólogo e intelectual sertanejo, de personalidade megalomaníaca, um verdadeiro pícaro e gracioso palhaço de circo popular.

FICHA TÉCNICA - Texto: Ariano Suassuna. Direção: Fernando Neves. Elenco: Jorge de Paula, Fábio Espósito, Guryva Portela, Henrique Stroeter, Tay Lopez, Fernanda Cunha, Patrícia Gasppar e Renata Maciel. Concepção cenográfica: Manuel Dantas Suassuna. Trilha sonora original: Renata Rosa. Trilha sonora incidental e sonoridades ao vivo: Renata Maciel e Fernando Neves. Figurinos: Carol Brada. Desenho de luz e operação: Rodrigo Bella Dona. Produção executiva: Madu Arakaki e Gabriela de Sá. Idealização e produção: Cia. Vurdon de Teatro Itinerante. Fotos: Erik Almeida. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Edital: ProAC - Programa de Ação Cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo - Edital nº 01/2023 - Teatro / Produção de Espetáculo Inédito.

Serviço

Espetáculo: A Caseira e a Catarina ou O Processo do Diabo

Estreia: 7 de setembro - Sábado, às 20h30

Temporada:  7 a 29 de setembro de 2024
Dias/horários: Quartas e sábados, às 20h30, e domingos, às 19h.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada).
Vendas antecipadas: www.sympla.com.br
Bilheteria: 1 hora antes das sessões.
Duração: 75 minutos. Recomendação: 12 Anos. Gênero: Comédia.

Na rede: @caseiraecatarina.

 

Espaço Parlapatões

Praça Roosevelt, 158 - Consolação. São Paulo/SP. CEP 01303-020.
Telefone: (11) 3258-4449. Capacidade: 96 lugares.
Instagram: @parlapatoes. Facebook: Espaco Parlapatõeos. 

Sobre Ariano Suassuna (autor) 

Paraibano, Ariano é um dos mais importantes escritores brasileiros e dono de uma escrita única. Autor de obras como Romance d'a Pedra do Reino e Auto da Compadecida, ele foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1970, criou e dirigiu o Movimento Armorial com o objetivo de valorizar aspectos da cultura do Nordeste brasileiro, como literatura de cordel, música, dança e teatro, entre outros. Suassuna teve seu primeiro contato com o teatro dentro de um circo, nos melodramas e espetáculos de mamulengos (teatro popular de boneco nordestino). As apresentações aconteciam em circos pobres que chegavam à Taperoá. As Conchambranças de Quaderna marca a retomada teatral do autor, em 1987, depois de 25 anos se dedicando a outras vertentes literárias e artísticas, e foi publicada somente em 2018, no teatro completo e em texto individual.

Sobre Fernando Neves (diretor)

É ator, diretor teatral, professor e coreógrafo. Graduado em Letras pela Faculdade de Letras – USP; estudou Teatro Brasileiro com Décio de Almeida Prado, Preparação Vocal com Maria do Carmo Bauer, Expressão Corporal com Klaus Vianna, e Dramaturgia com Mariângela Alves de Lima. Entre as peças dirigidas: Auto de Natal Caipira (de Carlos Alberto Soffredini, 1992), A Mulher do Trem (de Maurice Hanequin, Cia Os Fofos Encenam, 2003/04), Ferro em Brasa (de Antonio Sampaio, Cia Os Fofos Encenam, 2006), O Médico e os Monstros (adap. Mário Viana, Grupo La Mínima e Sesi Paulista, 2008), Maconha, o Veneno Verde (Circo de Teatro Tubinho, 2011), O Deus da Cidade (de Cássio Pires, Cia Os Fofos Encenam, 2016). Com Os Fofos Encenam, criou o Baú da Artehuzza - montagem de 5 espetáculos de acervo do Circo-Teatro Arethuzza, em 2013. Recebeu prêmios: Governador do Estado (Melhor ator - Lampião e Maria Bonitinha no Reino do Divino, 1988), FESTIVALE - Festival de Teatro do Vale (A Mulher do Trem - vários, entre os quais Melhor Espetáculo e Direção, 2003), Qualidade Brasil (Melhor Ator por Assombrações do Recife Velho, 2005).

Informações à imprensa: VERBENA ASSESSORIA
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