terça-feira, 3 de maio de 2011

“Joana d’Arc” - A Virgem de Orleans

Cia. Teatro do Incêndio estreia “Joana d’Arc”, texto inédito de Schiller em
língua portuguesa, no Bibi Ferreira.


A Cia. Teatro do Incêndio apresenta, a partir de 18 de maio (quarta-feira, às 21 horas) a história de “Joana d’Arc”, a guerreira herética tornada santa e mito, que há séculos atrai e fascina multidões. O texto do alemão Friedrich Von Schiller, de 1801, foi traduzido por Mario Vitor Santos especialmente para esta encenação, cuja direção leva a assinatura de Marcelo Marcus Fonseca.

A peça traz uma visão particular da trajetória da heroína francesa, cognominada de a “Virgem de Orleans”, que foi acusada, julgada e queimada viva por heresia: na obra de Schiller, ela é perdoada em vida e tem uma morte gloriosa no campo de batalha. A obra é um dos maiores sucessos de Schiller como dramaturgo, projetando o autor como um dos maiores expoentes do Romantismo alemão. Nela, o autor recria poeticamente a história para fazer uma reflexão sobre guerra, paz, fé e amor. Ao concluir a obra, Schiller a enviou a Goethe e este lhe escreveu: “Devolvo-lhe a obra com meu agradecimento; é tão bela e tão boa, que não tenho com que compará-la.”
   
  
A montagem do grupo para a saga romântica da camponesa semiletrada que libertou a França reúne 20 atores em cena e uma trupe de renomados profissionais do teatro brasileiro. A atriz Liz Reis interpreta a protagonista transitando entre a pureza, a dúvida amorosa e a vingança, os traços da humanidade da Joana D’Arc de Schiller. “Não se trata de representar, mas de aceitar Joana em mim”, diz a atriz, que dirige a companhia ao lado do encenador.

Schiller faz uso do mito de Joana d’Arc para discutir ética, igualdade, intolerância e para subverter as ideias sobre o feminino. O autor se apoia na filosofia de Kant, cujo pensamento é a reafirmação “do bom, do belo e do verdadeiro”, na arte e no homem. Nesta montagem, a narrativa assume múltiplos significados. Assim, dialeticamente é construída uma crítica ao cinismo, à mentira e à destruição do homem pelo homem. “A peça discute a crença, não a fé, mas o acreditar nas coisas, que elas podem dar certo, algo tão banalizado nos dias de hoje”, completa o diretor Marcelo Marcus Fonseca.

O diálogo, ao longo de cenas rápidas, é preciso e tem o sentido de crítica aos valores sociais e morais, à desigualdade, transcendendo os limites do Romantismo vigente à época do autor. Na versão do Teatro do Incêndio para a peça, o simbólico e o visual se fundem ao tom trágico do autor. O intuito é emocionar pela palavra e pelo prazer da apreciação do épico de Joana d’Arc, numa montagem que apresenta ainda momentos de humor dentro da trama.

Ficha técnica
Texto: Friedrich Von Schiller
Direção geral: Marcelo Marcus Fonseca
Elenco: Liz Reis, André Latorre, Wanderley Martins, Luis de Tolledo, Marcelo Marcus Fonseca, Thiago Molfi, Urias Garcia, David Guimarães, Cláudio José, Sonia Molfi, João Sant’Ana, Caio Blanco, Giulia Lancellotti, Robson Monteiro, Marcus Fernandes, Talita Righini, Paulo Solar, Louis Caetano, Vander Lins e Eraldo Junior.
Iluminação: Davi de Brito e Vânia Jaconis
Figurinos: Liz Reis e André Latorre
Trilha sonora: Marcelo Marcus Fonseca e Thiago Molfi
Preparação corporal: Liz Reis
Adereços: André Latorre e Beto Silveira
Maquiagem: Robson Monteiro
Assessoria de luta: Tarcísio Lakatos e Sérgio Uberti
Tradução: Mario Vitor Santos
Direção de produção: Liz Reis
Produção executiva: Cia. Teatro do Incêndio - www.teatrodoincendio.com.br
Publicitário: Giuliano Henrique de Carvalho
Serviço
Espetáculo: “Joana d’Arc”
Estréia: 18 de maio – quarta-feira – às 21 horas
Local: Teatro Bibi Ferreira - www.teatrobibiferreira.com.br
Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 931 – Tel: 3105-3129
Temporada: quartas e quintas - às 21 horas – Até 4 de agosto
Ingressos: R$ 50,00 (antecipados: www.ingresso.com, 3105-3129) - Gênero: Drama
Duração: 150 min – Estacionamento conveniado: R$ 10,00.



Fotos: Lenise Pinheiro

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