O dramaturgo inglês Alan Ayckbourn - um dos autores mais montados do mundo - transpõe a nacionalidade ao abordar, de forma crítica, o lado patético do ser humano. O diretor Otávio Martins explica que a comédia inglesa tem forte característica textual. “Somos latinos, estamos trazendo um humor mais físico ao grande texto de Ayckbourn, mas a montagem é uma comédia inteligente e popular”, comenta.
A história se passa, originalmente, na década de 70, mas o diretor optou por ambientá-la nos anos 80, facilitando aos atores a busca por elementos reais de identificação, referências próximas, para compor as complexas personagens. Inclusive o figurino (assinado por Theodoro Cochrane) tem como forte referência a alta costura dos anos 80. A trilha sonora original também segue a mesma referência e consolida a parceria entre o diretor e Ricardo Severo com quem Otavio Martins trabalhou, recentemente, em Vamos? E Circuito Ordinário. “Fazemos uma homenagem aos clichês e costumes da época. O público vai rir do patético. As pessoas são, sim, absurdas e totalmente reais. E as situações a que estão expostas também são absurdas”, finaliza Otavio Martins.
Pessoas Absurdas mostra de forma hilária e sarcástica como o dinheiro e o status social são determinantes até mesmo nas relações, sejam elas amorosas ou de amizade. A encenação lança um divertido olhar sobre como nossas ações e opções cotidianas podem nos tornar pessoas absurdas aos olhos alheios.
O enredo de Pessoas Absurdas transcorre no espaço de três anos. O espectador testemunha a decadência e ascensão financeira das personagens (três casais) e o reflexo dessas mudanças em suas relações conjugais e pessoais e nos seus comportamentos sociais.
O primeiro ato acontece no Natal passado, na cozinha da casa de Jane e Sidney (Fernanda Couto e Marcel Airoldi). Desejosos em ascender socialmente, convidam dois casais abastados para a confraternização. No segundo ato, a peça se passa no Natal presente, na cozinha de Eva e Geofrey (Ester Laccava e Kiko Vianello), que estão em plena crise conjugal e com problemas financeiros. Eles recebem os dois outros casais da história, sendo que o primeiro já ascendeu socialmente. E no último ato, a peça se desenrola no ano próximo, na cozinha dos anfitriões Marion e Ronald (Fabiana Gugli e Eduardo Semerjian), que também enfrentam a terrível queda das finanças. Neste Natal, os casais se encontram em situações financeiras e sociais inversas àquelas apresentadas no primeiro ato, sofrendo as conseqüências da ascensão e queda social.
Peça: Pessoas Absurdas
Texto: Alan Ayckbourn
Direção: Otavio Martins
Elenco: Marcello Airoldi, Kiko Vianello, Eduardo Semerjian, Fernanda Couto, Ester Laccava e Fabiana Gugli
Iluminação: Hugo Peake
Trilha sonora: Ricardo Severo
Cenografia: Mira Andrade
Figurino: Theodoro Cochrane
Fotografia: Luciana Serra
Direção de produção: Carlos Mamberti
Produção executiva: Daniel Palmeira
Produção geral: Mamberti Produções
Teatro Jaraguá (Novotel Jaraguá São Paulo Conventions) - http://www.teatrojaragua.com.br/
Rua Martins Fontes, 71 - Bela Vista/SP – Telefone: (11) 3255-4380
Temporada: 31 de março a 27 de maio - sexta (21h30), sábado (21h) e domingo (19h)
Ingressos: R$ 50,00 - Bilheteria: 3ª, 5ª e dom. (14h-19h), 6ª (14h-21h30) e sab. (14h-21h)
Aceita cartões – Gênero: 80 min - Gênero: Comédia - Class. etária: 12 anos
Antecipados: http://www.ingressorapido.com.br/ (4003-1212) - Estacionamento: R$ 18,00.
Alan Ayckbourn (autor) - O premiado dramaturgo e diretor inglês Alan Ayckbourn (1939) é considerado um dos autores vivos mais encenados em todo o mundo. Escreveu 75 peças, dirigiu mais de 300 espetáculos; suas peças receberam inúmeros prêmios e foram traduzidas para mais de 35 países. No Brasil, ganhou fama com o filme de Alan Resnais, Medos Privados em Lugares Públicos, adaptado de sua obra teatral e avaliado como um dos melhores filmes dos últimos anos. Pessoas Absurdas (Absurd Person Singular), texto de 1972, é considerado um dos seus sucessos no teatro. No Brasil teve sua primeira montagem, em 1975, tendo no elenco Tony Ramos, Ester Goés e Miriam Mehler, com direção de Renato Borghi. Durante algumas décadas, o autor ficou ausente dos nossos palcos. Nos últimos anos suas peças vêm retornando à cena brasileira e despertando interesse tanto pela diversidade dos argumentos, quanto por apresentarem excelente carpintaria teatral e diálogos preciosos. Em 2011, comemorou 50 anos como diretor e 52 como dramaturgo. Atuante junto à sua companhia de teatro, ele continua escrevendo, dirigindo e produzindo páginas do teatro contemporâneo que, certamente, ficarão para a história.
Otávio Martins (diretor) - Otávio Martins é ator, diretor e dramaturgo. Atuou em espetáculos como A Noite Antes da Floresta (2006), de Bernard-Marie Koltès com direção de Francisco Medeiros, Uma Pilha de Pratos na Cozinha (2008), de Mário Bortolotto, e Sideman (2010), de Warren Leigh e direção de Zé Henrique de Paula. Indicado oito vezes a prêmios de melhor ator, dentre os quais duas vezes ao Shell (2006 e 2010), ganhou o Prêmio Contigo! de Teatro 2010 por sua performance em Sideman. Como diretor, fez vários espetáculos, entre eles a comédia Vamos?, de Mário Viana, e Circuito Ordinário, de Jean-Claude Carrière, entre outros. Em cinema, atuou em filmes como Salve Geral, de Sergio Rezende, e Malu de Bicicleta, entre outros. Na TV, atuou na premiada série Mothern, no canal GNT, e atualmente faz sua primeira novela, Amor Eterno Amor, próxima produção das 18h na TV Globo.
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