Sesc Vila Mariana apresenta
a última semana de Logos-Diálogos - 6 Suítes de J. S. Bach para
Violoncelo Solo e Dança. O espetáculo,
concebido pelo violoncelista Dimos Goudaroulis reúne criações originais
de coreógrafos brasileiros contemporâneos, especialmente para as seis Suítes de
Bach. Fechando a programação, Tíndaro
Silvano, Ismael Ivo (foto) e Deborah Colker mostram suas coreografias para a segunda trilogia das Suítes de Bach para Violoncelo e Dança.
As apresentações acontecem nos dias 25, 26 e 27 de outubro, sexta e sábado, às 21
horas, e domingo, às 18 horas. No palco, uma performance única que coloca a música de Bach,
executada ao vivo por Goudaroulis, em constante diálogo e sintonia com a dança.
Goudaroulis estreou Logos-Diálogos em maio de 2012, no
Teatro Alfa, em São Paulo. A curta temporada só não atingiu o ápice porque o
músico sofreu um acidente fraturando o punho direito, fato que o impediu de
tocar durante as apresentações. O espetáculo seguiu com a música mecânica de
seu álbum Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo.
Dimos Goudaroulis é o fio condutor deste singelo e também sofisticado jogo
entre a multiplicidade cênica dos coreógrafos e a unidade musical do
compositor. Cada um exibe sua leitura poética em forma de dança para esta obra
prima universal. A primeira trilogia foi apresentada
nos dias 18, 19 e 20 de outubro. Jorge Garcia abriu o espetáculo com
uma leitura teatral para esta trilogia, muito
propícia ao início, à criação, ao Gênesis. Na Suíte II, de tonalidade mais
escura, Luis Arrieta interiorizou Bach,
em solo mais conceitual para simbolizar a queda, o sofrimento. Fechando a
primeira trilogia, com a eloquente e sonora Suite III, Henrique Rodovalho inspirou-se na luminosidade para expressar o sentimento
que eleva e liberta a alma.
A coreografia de Tíndaro Silvano para a Suíte IV
(primeira da segunda trilogia) tem estética neoclássica para reportar à figura
do Pai, à nobreza, à reverência. Para a Suíte V, a mais escura e profunda de
toda a obra, Ismael Ivo apresenta uma performance contemporânea/instalação
de corpo e música, interiorizando as notas de Bach carregadas do simbolismo da
Paixão. Fechando a trilogia, bem como o espetáculo concebido por Goudaroulis, Deborah
Colker traz para a excepcional e virtuosística Suíte VI uma coreografia que
simboliza a transformação, a salvação, a iluminação.
“Minha opção é a de tocar as suítes
o mais fielmente possível ao original” (D.G.)
Para todos os grandes violoncelistas, as seis Suítes Para
Violoncelo Solo de Bach são fontes inesgotáveis de todo conhecimento e
sabedoria, um caminho para a iluminação. “As Suítes de Bach têm me acompanhado
durante toda a minha vida de músico. Elas são o meu pão de cada dia, o texto
sagrado que nunca parei de tentar entender, explicar, decodificar,
interpretar...”, afirma o músico grego, radicado no Brasil desde 1996.
Logo depois do lançamento, em Julho de 2011, de seu álbum
duplo Johann Sebastian Bach - 6 Suítes a Violoncello Solo, executadas
com violoncelo barroco e absoluta fidelidade ao manuscrito de Anna Magdalena, Goudaroulis
passou a se dedicar ao audacioso projeto Logos-Diálogos - 6 Suítes de J.
S. Bach para Violoncelo Solo e Dança.
O músico propôs a cada coreógrafo convidado uma determinada
suíte. A partir do diálogo contínuo sobre o caráter e cor de cada suíte, eles
trabalharam individualmente na concepção e elaboração das coreografias. “As
Suítes são música pura, íntima, profunda; e a música de Bach é um discurso,
segue as leis da retórica. Assim, as coreografias foram concebidas também como
discurso. Um discurso de gestos ricos na representação do simbólico resultando
num mergulho profundo em Bach, traduzindo as muitas e muitas camadas de
significado que estão presentes na obra dele”.
Logos-Diálogos é carregado de significados.
“Logos”, palavra grega, significava inicialmente a palavra, o Verbo, mas também
o Princípio. No cristianismo, passou a referir, especificamente, Jesus Cristo:
“No princípio era o verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” [O
Evangelho Segundo João, 1:1,2]. Ao longo do tempo, acabou ganhando novos
sentidos, passando a traduzir amplamente o conceito de ‘razão’, tanto a
capacidade de racionalização como o princípio cósmico da Ordem e da Beleza. ‘Diálogos’,
palavra também vinda do grego [dia = através, logos = palavra], traduz uma
conversação estabelecida entre duas ou mais pessoas. No caso do projeto
simboliza todos os diálogos – entre música e dança, entre som e movimento,
entre passado e presente, que inclui os envolvidos, inclusive a plateia.
Ficha técnica
Espetáculo:
LOGOS-DIÁLOGOS
6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança
6 Suítes de J. S. Bach para Violoncelo Solo e Dança
Concepção,
direção artística e violoncelo: Dimos Goudaroulis
Realização:
Sesc SP
Idealização:
Luiz Felipe d’Ávila
Coreógrafos:
Jorge Garcia, Luis Arrieta, Henrique Rodovalho, Tíndaro
Silvano, Ismael Ivo e Déborah Colker.
Cenografia
e figurinos: Fábio Namatame
Iluminação:
Joyce Drummond
Direção de
produção: Darson
Ribeiro
Serviço
Dias 25, 26 e 27 de outubro (sexta a domingo) - segunda trilogia:
- Tíndaro Silvano e nove bailarinos do Grupo Vórtice: Suíte IV
- Ismael Ivo solo: Suíte V
- Deborah Colker e seis bailarinos convidados: Suíte VI
Local: Sesc Vila Mariana (Teatro) - www.sescsp.org.br
Rua Pelotas, nº 141. Vila Mariana/SP. Tel: (11) 5080-3000
Horários: sextas e sábados (21 horas) e domingos (18 horas)
Ingressos: R$ 32,00, R$ 16,00 , R$ 6,40. Bilheteria: Terça a
sexta (9h-21h30), sábado (10h-21h30), domingo (10h-18h30).
Classificação etária: 12 anos. Duração: 75 min (1ª trilogia) e 80 min (2ª
trilogia). Estacionamento: R$3,00 (R$1,00, h
adicional) e R$ 6,00 (R$2,00, h adicional)
Tíndaro Silvano formou-se bailarino pelo Palácio das Artes, em Belo Horizonte
e aperfeiçoou-se com mestres como Hugo Dellavalle e Bettina Bellomo. É hoje
maître de balé e coreógrafo do Ballet Jovem do Palácio das Artes de Belo
Horizonte, e ao mesmo tempo atua com diversas companhias de dança brasileiras,
entre elas Ballet Guaíra, Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Grupo
Cisne Negro. Tem forte presença no exterior, com atividades em Portugal,
Alemanha, França, Holanda, Argentina e Finlândia.
O paulistano Ismael Ivo teve carreira meteórica como
bailarino, destacando-se rapidamente no Brasil e logo na cena internacional. Em
1983 tornou-se membro da Alvin Ailey Dance Center. De 1985 a 1996 viveu em
Berlim trabalhando com Johann Kresnik, coreógrafo da German Dance Theatre, e
com Ushiu Amagatsu, diretor e coreógrafo do grupo Sankai Juku. Por dez anos foi
diretor artístico do International Festival Tanzwochen, em Viena. Em 2005 foi
nomeado curador do Festival Internacional de Dança Contemporânea da Bienal de
Veneza.
Deborah Colker cursou Psicologia, foi jogadora de vôlei e estudou piano
por 10 anos. A partir de 1980 dançou, coreografou e deu aulas durante oito anos
no Grupo Coringa. Convidada para coreografar os movimentos da peça A
Irresistível Aventura, em 1984, deu início à vertente mais importante de
sua carreira nos anos seguintes - diretora de movimento -, vindo a trabalhar
com grandes diretores e atores do País. Em 1994 fundou sua própria companhia de
dança. Em 2009 criou e dirigiu "Ovo", espetáculo do Cirque Du Soleil.
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