Haverá tradução em libras (linguagem de
sinais) nas sessões dos dias 2 e 9 de fevereiro, além de uma oficina gratuita de interpretação com o
diretor Moacir Chaves, nos dias 1º e 2 de fevereiro.
O drama A Negra Felicidade leva à cena um material tocante com linguagem cênica inovadora. A peça
discute o homem como objeto de
uso de outro homem, correlacionando o caso verídico de Felicidade, mulher negra
e escrava que lutou na justiça pela sua liberdade, na metade do século XIX, e
um sermão do Padre Antônio Vieira de meados do século XVII.
A comédia
Labirinto
reúne três textos do consagrado autor gaúcho José Joaquim de Campos Leão - Qorpo-Santo (1829-1883): Hoje Sou
Um, e Amanhã Outro; As Relações Naturais; A Separação de Dois Esposos. Sua obra antecipa questões de forte
cunho humano e social, como liberdade sexual, direito ao prazer, emancipação
feminina e outras que permanecem contundentes e atuais.
Serviço / espetáculos
A Negra Felicidade: dias 30 e 31 de janeiro, 1 e 2 de
fevereiro
Gênero:
drama. Duração: 75 min. Classificação etária: 10 anos
Labirinto: dias 6, 7, 8 e 9 de fevereiro
Gênero: comédia.
Duração: 90 min. Classificação etária: 14 anos
Local: CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro/SP. Tel: (11) 3321-4400
Horário: de
quinta a domingo – às 19h45
Grátis (retirar ingressos na bilheteria
com 1h de antecedência)
Capacidade: 80 lugares. Acesso universal.
Haverá tradução em libras (linguagem de sinais) na sessão do dia 2/2
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Serviço / oficina
Oficina: Interpretação Teatral com Moacir Chaves
Dias 1º e 2 de fevereiro (sáb. e dom.) - 15h às 18h
Local: Sala de Ensaios. Inscrição grátis: enviar breve currículo p/ alfandega88@hotmail.com e aguardar confirmação. Os selecionados devem levar texto decorado de até 5 minutos e usar roupas confortáveis.
Haverá tradução em libras (linguagem de sinais) na sessão do dia 2/2
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Serviço / oficina
Oficina: Interpretação Teatral com Moacir Chaves
Dias 1º e 2 de fevereiro (sáb. e dom.) - 15h às 18h
Local: Sala de Ensaios. Inscrição grátis: enviar breve currículo p/ alfandega88@hotmail.com e aguardar confirmação. Os selecionados devem levar texto decorado de até 5 minutos e usar roupas confortáveis.
Os
espetáculos
A Negra Felicidade é
o segundo espetáculo da Cia. Alfândega 88, que foi vencedora do 25º Prêmio
Shell na Categoria Especial pelo seu projeto de residência artística no Teatro
Serrador, onde estreou em abril de 2012. O espetáculo foi indicado ao Prêmio
Shell na categoria Melhor Direção e ao Prêmio Questão de Crítica nas categorias
Melhor Direção e Melhor Espetáculo.
A peça não
tem como ponto de partida um texto de teatro convencional. É fruto de pesquisa
do grupo a partir de dois pilares de composição. O primeiro é um documento
histórico: os autos de um processo judicial de 1870, em que uma mulher negra,
escrava, de nome Felicidade, moveu uma ação na justiça do Rio de Janeiro contra
seu senhor pleiteando sua liberdade. O segundo é o Sermão de Santo Antonio
aos Pixes, do padre Antonio Vieira, grande defensor da igualdade entre os homens
e da abolição da escravatura. O espetáculo é calcado no contraponto entre a
coisificação máxima do ser humano – a escravidão – e o profundo respeito à vida
humana, pregado e defendido por Vieira.
Mas esse
fato verídico, que por si só já é um resgate da nossa história, não é adaptado
a uma dramaturgia convencional, pois os autos da ação de liberdade trazem uma
questão fundamental da reflexão a ser feita: de um lado, a nossa familiaridade
com a forma jurídica, reconhecida de imediato por qualquer um que já tenha tido
algum contato com o aparato judicial (como ao alugar de um imóvel, por exemplo),
de outro, o nosso estranhamento - ou repulsa - ao objeto dessa ação: a compra e
venda de um ser humano.
Porém, é
preciso considerar que, em 1870, o tema do processo não causava qualquer
estranhamento. Será que daqui a 100 anos perceberemos como afrontosas ações que
hoje soam tão naturais? Teremos a capacidade de compreensão assim tão ofuscada
pelo simples fato de sermos contemporâneos aos acontecimentos? Cometeremos,
agora, o pecado da indiferença semelhante ao cometido pelos nossos ancestrais
há tão pouco tempo? Essas questões, que transcendem a pessoalidade e a
temporalidade, são pontos crucias da reflexão: o homem como objeto de uso de
outro homem.
A Negra Felicidade aponta para a triste pergunta: deve a felicidade ser
calcada na derrocada do outro, seja ele um continente, um país, uma classe, um
concorrente? A conciliação final no processo, quando Felicidade e sua mãe concordam
em trabalhar por mais três anos como escravas domésticas para conquistar a
liberdade definitiva da filha, parece abolir de vez o espaço de tempo entre
aquele Rio de Janeiro e o atual.
Sobre
Antônio Vieira - Nascido
em 1608, em Lisboa, Antônio Vieira foi religioso, escritor e orador da
Companhia de Jesus e um dos mais influentes personagens da política e oratória
do século XVII. Destacou-se como missionário no Brasil, defendendo os direitos
dos povos indígenas, os judeus e a abolição da escravatura; criticando os
sacerdotes de sua época e a própria inquisição. Faleceu na Bahia, em 1697.
Chamado por Fernando Pessoa de Imperador da língua portuguesa, seus sermões, de
imensa propriedade imaginativa e ora críticos e satíricos, revelam um apurado
olhar sobre o comportamento humano e possuem importância literária.
Ficha técnica
Textos extraídos de Autos de um
processo de 1870, movido pela escrava Felicidade por sua liberdade e do Sermão
de Santo Antonio aos Peixes, de Padre Antonio Vieira.
Direção e
dramaturgia: Moacir Chaves
Elenco:
Andy Gercker, Adriana Seiffert, Danielle Martins de Farias, Edson Cardoso, Elisa
Pinheiro, Fernando Lopes
Lima, Leonardo Hinckel, rafael Mannheimer, Rita Fischer e Silvano
Monteiro.
Assistência
de direção e coord. de produção: Danielle Martins de Farias
Figurinos: Inês Salgado
Iluminação: Aurélio de Simoni
Direção musical: Tato Taborda
Projeto gráfico: Maurício Grecco
Montagem de luz e cenotécnica SP: Ton Light Iluminação
Produção: Danielle Martins de Farias, Luísa Pitta e Mariana Guimarães Nicholas
Coordenação de produção: Danielle Martins de Faria
Produção local: Monique Carvalho
Realização: Alfândega 88 e Urbana Produções
Figurinos: Inês Salgado
Iluminação: Aurélio de Simoni
Direção musical: Tato Taborda
Projeto gráfico: Maurício Grecco
Montagem de luz e cenotécnica SP: Ton Light Iluminação
Produção: Danielle Martins de Farias, Luísa Pitta e Mariana Guimarães Nicholas
Coordenação de produção: Danielle Martins de Faria
Produção local: Monique Carvalho
Realização: Alfândega 88 e Urbana Produções
LABIRINTO
Idealizado
e dirigido por Moacir Chaves e realizado, em 2011, junto à companhia Alfândega 88, Labirinto reúne três textos do consagrado autor gaúcho José
Joaquim de Campos Leão - Qorpo-Santo. São eles Hoje Sou Um, e Amanhã Outro;
As Relações Naturais e A Separação de Dois Esposos.
Gênio
visionário, o autor antevê
em décadas questões formais que só encontrariam a expressão máxima na
dramaturgia em meados do século XX, como o Teatro do Absurdo. A obra de Qorpo-Santo
mostra a impotência do homem diante do paradoxo de uma estrutura social que, se
por um lado é o único freio possível aos violentos instintos humanos, por outro
serve como instrumento de dominação e manutenção do status quo,
revelando um abismo entre a utopia dos valores morais e éticos almejados pela
coletividade e a possibilidade real de exercê-los.
Na montagem, o encenador Moacir Chaves e seu grupo exploram as
possibilidades cênicas da dramaturgia de Qorpo-Santo, resultando em um
espetáculo impactante, tanto em seu caráter estético como em seu conteúdo
humano e social, valorizando seu alto potencial de comunicação com a plateia. A equipe de criação traz nomes como Fernando Mello da Costa
na cenografia, Aurélio de Simoni na iluminação, Tato Taborda na direção
musical, Inês Salgado, nos figurinos e Maurício Grecco na
programação visual. Juntos com o diretor, eles já realizaram mais de 20
espetáculos e conquistaram inúmeros prêmios e indicações.
Os
textos de Labirinto
As
Relações Naturais é uma peça que retrata uma família em que as filhas são prostitutas, das
quais o pai é cliente e a mãe é cafetina. O Criado é amante da Mãe e aliado do
Pai contra a mesma. Se, por um lado, toda organização social é percebida como
embuste, cuja função é permitir qualquer tipo de exploração, da sexual à força
do trabalho, por outro, há um anseio pelo cumprimento das normas, sem
questionar seus fundamentos. A peça é, como diz o autor na rubrica a respeito
da Cena Primeira do Ato Quarto, “um labirinto, em que ninguém se entende...”.
A
Separação de Dois Esposos mostra a relação de um casal que se mantém sob o mesmo teto
para cumprir o papel social que lhe cabe. O marido encontra a mulher com um
amante e decide tornar-se um imoral: carregando um punhal, sai à rua em busca
de prazer sexual, constatando a impossibilidade de adequação do ser humano a
uma estrutura social que o impele à hipocrisia, mas também admite a
impossibilidade de viver sem regras ou preceitos. A peça encerra-se com um
hilariante diálogo entre os criados - o primeiro casal homossexual da
dramaturgia brasileira.
Hoje
Sou Um, e Amanhã Outro revela o anseio de uma alma por fazer o bem, na esfera da governança
pública, a partir da percepção da falta de importância dos títulos e cargos, da
fatuidade do orgulho e da vaidade e, ao fim e ao termo, da insignificância dos
próprios indivíduos. A peça se constitui em uma fantasia de bom governo, de um
reino de justiça e paz, sem perder, contudo, a virilidade necessária nos
momentos de perigo. O que, entretanto, se percebe, é exatamente a
impossibilidade, ou ao menos a ausência no mundo real, desta forma de agir, e o
desespero de uma alma que anseia que as coisas se passem dessa maneira.
Ficha técnica
Ficha técnica
Textos: José Joaquim de Campos Leão / Qorpo-Santo
Direção: Moacir Chaves
Elenco: Adriana Seiffert, Andy Gercker, Danielle Martins de Farias,
Denise Pimenta, Elisa Pinheiro, Fernando Lopes Lima,
Gabriel Gorosito, Leonardo Hinckel, Luísa Pitta, Rafael Mannheimer, Rita Fischer e Silvano
Monteiro.
Assistência de direção e coord. de produção: Danielle Martins de Farias
Assistência de direção e coord. de produção: Danielle Martins de Farias
Iluminação: Aurélio De Simoni
Cenário: Fernando Mello da Costa
Cenário:Fernando Mello da Costa
Cenário:
Figurinos: Inês Salgado
Direção musical: Tato Taborda
Projeto gráfico: Maurício Grecco
Montagem de luz e cenotécnica SP: Ton Light Iluminação
Produção: Danielle Martins de Farias, Luísa Pitta e Mariana Guimarães Nicholas
Coordenação de produção: Danielle Martins de Faria
Produção local: Monique Carvalho
Realização: Alfândega 88 e Urbana Produções
Direção musical: Tato Taborda
Projeto gráfico: Maurício Grecco
Montagem de luz e cenotécnica SP: Ton Light Iluminação
Produção: Danielle Martins de Farias, Luísa Pitta e Mariana Guimarães Nicholas
Coordenação de produção: Danielle Martins de Faria
Produção local: Monique Carvalho
Realização: Alfândega 88 e Urbana Produções
Estive na oficina de interpretação proposta pelo grupo alfandega 88. Fui avisado da minha participação no mesmo dia da oficina, horas antes, chegando lá para a minha surpresa encontrei apenas duas pessoas. Fiquei sabendo que fora dezessete inscritos, este não compareceram provavelmente porque não foram avisados em tempo hábil. O diretor chegou atrasado. A sala era inadequada. Não sei como é no Rio de Janeiro, mas nós artista paulistanos primamos pelo horário, pelo compromisso e pelo respeito as pessoas que nos procuram.
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