quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Grupo Arte Simples de Teatro estreia espetáculo em Heliópolis sobre bola de futebol, infância e sonhos

Foto: Weslei Barba


Comemorando 10 anos, grupo formado somente por mulheres ‘coloca em campo’ A Bola: Histórias que Rolam, com direção de Pedro Pires.

O Grupo Arte Simples de Teatro inspirou-se no livro O Chute que a Bola Levou, de Ricardo Azevedo, para falar sobre sonhos, infância e memórias em seu novo projeto infantojuvenil, A Bola: Histórias que Rolam, espetáculo que tem a bola de futebol como protagonista. Com direção de Pedro Pires (da Cia. do Feijão), o espetáculo será apresentado gratuitamente em espaços da região de Heliópolis, entre os 20 de fevereiro a 13 de março.

O elenco é formado somente por mulheres - Andréa Serrano, Eugenia Cecchini, Isadora Petrin, Marcela Arce, Marília Miyazawa, Tatiana Eivazian e Tatiana Rehder. A ficha técnica traz ainda nomes como Kleber Montanheiro no cenário e figurino, Adilson Rodrigues na direção musical e Daniel Gaggini na articulação de produção.

A adaptação segue a ideia principal do livro em que a bola (ou bolas) de futebol conta a história. Elas, em diversos modelos, chegam cheias de sonhos à prateleira da loja: querem jogar com os craques mundiais e balançar as redes em grandes campeonatos. Mas, fora da loja, a história é outra: a bola passa por situações inesperadas, bem diferentes daquelas sonhadas, seja como protagonistas ou como testemunhas de experiências da vida-jogo. As bolas vão descobrindo os outros caminhos traçados pela vida, que podem ser tão divertidos quanto seus sonhos. “O prazer da bola é rolar; o prazer é o brincar”, comenta o diretor Pedro Pires.

Montar um espetáculo a partir do universo da bola de futebol era desejo antigo do Arte Simples. Atuantes há sete anos na Comunidade de Heliópolis, as atrizes constataram a importância do futebol na vida das crianças, dos jovens e adultos. Em 2014, caiu em suas mãos o livro O Chute que a Bola Levou, que usava o futebol para tratar de outros assuntos. Apresentado a meninos e meninas de uma oficina, entre 10 e 13 anos, foi encanto imediato e ele foi usado no trabalho teatral com a turma. Esta foi a semente para a montagem de A Bola: Histórias que Rolam, um espetáculo cujo ingrediente principal é a bola, a vida que rola. A peça mostra os ciclos da vida de pessoas simples e suas alegrias, frustrações, sonhos e esperanças.

Segundo o diretor, o enredo tem a bola como narradora e protagonista – desde o sonho de consumo à legitimidade dos desejos – para apresentar cenas ora líricas, ora de relações afetivas, ora cômicas. “A narrativa em forma de mosaico e a independência das histórias permite o uso de várias linguagens. A música original dá um tom lúdico ao espetáculo ao lado de outros elementos teatrais, como a manipulação e a ressignificação de objetos, resultando na pluralidade de contato com espectador”, argumenta o diretor.

A bola - também usada como metáfora - conhece pessoas diferentes, reflete sobre o futuro, vai parar numa comunidade, aprende a lidar com a imprevisibilidade da vida e desvenda o universo humano. Tudo é apresentado com muito bom humor, com graça e diversão. Pedro Pires explica que o processo de criação, além da inspiração no livro, traz elementos das memórias das integrantes do grupo. “A partir da história original, criamos juntos o argumento, o roteiro e a dramaturgia”, comenta. A direção segue a linha de pesquisa que o diretor desenvolve na Cia do Feijão: a narrativa, a dramaturgia brasileira e a ressignificação de objetos.

A Bola: Histórias que Rolam é uma realização com apoio do Prêmio Zé Renato (Programa de Fomento ao Teatro da Secretaria Municipal de Cultura) e ProAC (Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura).

Ficha técnica
foto: Daniel Gaggini

Espetáculo: A Bola: Histórias que Rolam
Inspirado no livro O Chute que a Bola Levou de Ricardo Azevedo
Direção: Pedro Pires
Dramaturgia: Grupo Arte Simples de Teatro e Pedro Pires
Elenco: Andréa Serrano, Eugenia Cecchini, Isadora Petrin, Marcela Arce, Marília Miyazawa, Tatiana Eivazian e Tatiana Rehder.
Direção de arte: Kléber Montanheiro
Direção musical e músicas originais: Adilson Rodrigues
Músicos: Lucas Paiva e Fernando Stelzer
Produção: Andréa Serrano e Tatiana Rehder
Articulação de produção: Daniel Gaggini / Muk
Fotos: Weslei Barba
Redes sociais: Luh Moreira
Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação
Idealização: Grupo Arte Simples de Teatro
Realização: Prêmio Zé Renato e ProAC

Serviço

Temporada: de 20 de fevereiro a 13 de março
Horários: Sábado (às 16h) e domingo (às 11h e 16h)
Duração: 55 minutos. Classificação: livre.
Informações: (11) 96848-6554. Capacidade: 80 lugares
Transporte grátis nos finais de semana: van disponível da Estação Sacomã do Metrô (R. Silva Bueno) até o local da apresentação, mediante reservas pelo (11) 96848-6554 ou reservas@artesimples.com.br.

Programação

20 e 21 de fevereiro. Sábado (16h) e domingo (11h e 16h) 
Campinho da Escola de Samba Imperador do Ipiranga
Av. Carioca, 99. Heliópolis. (Próximo ao CCA Imperador)

27 e 28 de fevereiro. Sábado (16h) e domingo (11h e 16h) 
Quadra do CCA PAM (Centro da Criança e do Adolescente)
Rua Jovens do Sol, 128. Heliópolis.

5 e 6 de março. Sábado (16h) e domingo (11h e 16h) 
Quadra do CCA Heliópolis (Centro da Criança e do Adolescente)
Rua Cel. Silva Castro, 58. Heliópolis.

12 e 13 de março. Sábado (16h) e domingo (11h e 16h)
Quadra da Mina
Rua da Mina Central, 38. Heliópolis.

Apresentações em CEUs 

24 de fevereiro. Quarta-feira (14h e 15h30)
07 de março. Segunda-feira (8h30 e 10h)
CEU Heliópolis – Sala Multiuso
Av. Estrada das Lágrimas, 2385. Heliópolis.

01 e 02 de março. Terça-feira (8h30 e 10h) e quarta-feira (14h e 15h30)
CEU Meninos - Teatro
Rua Barbinos, 111. Heliópolis.

08 e 09 de março. Terça-feira (8h30 e 10h) e quarta-feira (14h e 15h30)
CEU Parque Bristol – Teatro
Rua Prof. Artur Primavesi, S/N. Jardim Imperador.

PERFIS

Pedro Pires - diretor

Pedro Pires é diretor da Companhia do Feijão, desde sua criação em 1997. Formado em teatro pela École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq (França) e em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (São Paulo), Pedro também estudou artes cênicas na Escola de Comunicação e Artes (USP). Na Companhia do Feijão dirigiu os espetáculos Armadilhas Brasileiras (2013), EnXurro (2011), Veleidades Tropicais (2009), Pálido Colosso (2007), Nonada (2006), Reis de Fumaça (2004), Mire Veja (2003), Antigo 1850 (2001), O Ó da Viagem (1999), Movido a Feijão (1998) e Julgamento do Filhote de Elefante (1997). Pedro também assina como diretor e dramaturgo em outras montagens: Peter Pan e Webdy (infantil, Cia Le Plat Du Jour), Um Conto Nosso (infantil, Cia Baitaclã), Vamos Brincar de Médico (infantil, Doutores da Alegria) e Puro e Impuro (EAD/ECA/USP). Seu currículo registra várias premiações: o espetáculo Mire Veja recebeu o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo e Prêmio Shell de Criação e Concepção e Categoria Especial; Antigo 1850 ganhou o Prêmio Estímulo da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo de Montagem de Espetáculos; o infantil Vamos Brincar de Médico foi contemplado com o Prêmio APCA de Revelação Infantil e Prêmio Coca-cola na Categoria Especial (além de ser indicado também como Melhor Direção e Espetáculo). Como ator, atuou em cerca de 10 montagens (no Brasil e França) e foi coordenador artístico e palhaço do Programa Doutores da Alegria. Pedro Pires é professor curso técnico de formação de atores no Teatro Escola Célia Helena, desde 2011.

Grupo Arte Simples de Teatro

O Grupo Arte Simples de Teatro foi criado em 2006. No ano seguinte estreou As Histórias dos Amores Difíceis, iniciando a pesquisa em busca de elementos cênicos que pudessem ser resignificados e de fácil montagem. Após participação no Encontro de Políticas Públicas, em São Luiz (MA), iniciou o Projeto Moitará, cuja proposta era uma criação coletiva entre São Paulo e Maranhão, partindo das diferenças. Já atuantes em Heliópolis, foi exatamente a diferença entre as realidades que apontou o caminho de pesquisa para os espetáculos A Festa (2009), livre adaptação de O aniversário da Infanta, de Oscar Wilde, e Blacaman, o Bom Vendedor de Milagres, de Gabriel Garcia Márquez. Desde então, o Arte Simples reside artisticamente na comunidade, onde circulam com suas peças e ministram oficinas de teatro. Em 2010, foi contemplado com o programa de Fomento ao Teatro da Prefeitura de São Paulo e pôde continuar a residência. No mesmo ano, levaram A Festa para festivais (Juiz de Fora e Catanduva) e Teatro Paulo Eiró. Em 2011, realizou três apresentações na cidade do Porto, em Portugal, além de ministrar uma oficina em Coimbra para adolescentes carentes, e estreou a peça Arte Simples Conta Tchekhov (que une o universo do dramaturgo russo e com histórias de moradores de Heliópolis) no Teatro Zanoni Ferrite, pelo Edital de Ocupação dos Teatros Distritais da Secretaria de Cultura de São Paulo. Em 2012, entrou em cartaz com O Último Pássaro (Edital ProAC Inédito), do inglês Keith Johnstone, com direção de Frank Totino, explorando o método do autor calcado na improvisação e nas máscaras de transe, e viajou para a Guiné Bissau onde apresentou A Festa e Arte Simples Conta Tchekhov (viabilizado pelo MinC, Edital de Difusão da Língua Portuguesa). Ainda foi selecionado pelo Edital Sesi Viagem Arte Educação com o infantil A Festa. Em 2013, o grupo realizou o workshop O Ato e o Fato - o Ator Narrador com o diretor Ednaldo Freire, e participou como mediador do III Seminário da Educação, em Heliópolis.

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