Em tempos de incertezas, o devaneio é a via de fuga |
As obras do artista baiano são marcadas por distorções da
realidade e contornos perturbadores, apresentados em metáforas visuais.
A CAIXA Cultural São Paulo inaugura, no dia
29 de julho (sábado, às 11h),
a exposição Além do Visível, Aquém do Intangível, que reúne a produção artística mais
significativa de Fábio Magalhães, desenvolvida
entre 2007 e 2017.
A mostra, que tem curadoria de Alejandra
Muñoz, é patrocinada pela Caixa Econômica Federal. O evento de abertura
conta ainda com lançamento de um livro que reúne obras do artista, produzidas ao longo de 10 anos, e
textos críticos de Jorge Coli, Marcelo Campos e Alejandra Muñoz. Neste dia
haverá também uma visita guiada pelo próprio Magalhães, seguida pela mesa
redonda As Matrizes Tradicionais da Arte e a Pintura Contemporânea
com participação da curadora e do crítico de arte Jorge Coli.
Além do Visível, Aquém do Intangível apresenta 25
trabalhos de óleo sobre tela em grandes formatos, distribuídos em cinco séries: O Grande Corpo,
Retratos Íntimos, Superfícies do Intangível, Latências Atrozes e Limites do
Introspecto.
As obras de Fábio Magalhães
surgem de metáforas criadas a partir de pulsões, das condições psíquicas e
substratos de um imaginário pessoal, até chegar a um estado de
imagem/corpo. Os resultados são obtidos por meio de artifícios que nascem
de um modus operandi que parte de um
ato fotográfico e materializa-se em pintura. O artista apresenta
encenações meticulosamente planejadas, capazes de borrar os limites da
percepção, configuradas em distorções da realidade e contornos perturbadores.
A produção artística contemporânea
vem enfrentando desafios numa época em que o excesso de imagens nos faz pensar:
para que mais uma? Contudo, Magalhães questiona aquilo que se encontra na
superfície da tela, a imagem. Para ele, trata-se de uma superfície permeável,
onde poderíamos atravessar e encontrar outros lugares, outras imagens que só
existem em nossa imaginação, podendo ser entendidas como portais que nos
conduzem a outras realidades e nos faz pensar a condição de alteridade. Assim, o
artista convida o espectador a “ver” o que está além das imagens produzidas por
ele, nas quais figuram cenas realistas que colocam em xeque a própria
realidade. Um convite para “além do visível”.
Encontro |
A escolha da pintura
é uma atitude afirmativa e política que Magalhães defende em sua obra, pois se
trata de uma produção que questiona o Ser e a condição do humano. Para tanto, escolhe construir metáforas visuais que
buscam discutir o Eu e o Outro. Com isso, a alteridade é uma das premissas que
se instaura em seu modo de fazer arte. Vivências e memórias funcionam como
ativadores criativos, reunindo imaginário, fabulações e subjetividades. Usando
a técnica de óleo sobre tela, ele estabelece relações e interações entre a
tradição e a contemporaneidade, presentes no seu modo de fazer e pensar a arte
hoje. “A pintura de Fábio Magalhães se constitui nesse
lugar inquietante entre o visível, reconhecível e familiar e o inefável e
intangível”, comenta a curadora Alejandra Muñoz.
Além do Visível, Aquém do
Intangível traz uma proposta de desterritorialização das diretrizes que
definiam a produção artística do passado e coloca a pintura em outro lugar de
potência, onde o artista estabelece suas próprias regras, construídas para dar
visibilidade aos substratos de um imaginário pessoal, atravessados por
procedimentos fotográficos, simulações de cenas e o próprio ato de pintar. O deslocamento
aqui é entendido em múltiplos aspectos, seja pela presença da pintura na
atualidade, seja pela escolha de temas que se encontram transitando ente
condições psíquicas, devaneios e relações humanas possíveis.
Segundo a curadora, a
importância dessa mostra é dar visibilidade à produção de um jovem artista
baiano, que vem se destacando no cenário nacional com uma pintura
contemporânea. O
projeto tem valor significativo na carreira de Fábio Magalhães, pois, em 2017,
ele completa 10 anos de intensa atividade, tendo a pintura como principal
plataforma de atuação artística.
Sobre o artista
Fábio Magalhães (Tanque Novo, BA, 1982) vive e trabalha em
Salvador. Ao longo da carreira, realizou exposições individuais, a
primeira em 2008, na Galeria de Arte da Aliança Francesa, em Salvador. Na
sequência, Jogos de Significados
(2009), na Galeria do Conselho, O
Grande Corpo (2011), Prêmio Matilde Mattos/FUNCEB, na Galeria do
Conselho, ambas em Salvador; e Retratos
Íntimos (2013), na Galeria Laura Marsiaj, no Rio de Janeiro. Foi
selecionado para o projeto Rumos Itaú Cultural 2011/2013. Entre as mostras
coletivas estão: Convite à Viagem - Rumos
Artes Visuais, com curadoria do Agnaldo Farias, no Itaú Cultural, em
São Paulo; O Fio do Abismo – Rumos Artes
Visuais, com curadoria de Gabriela Motta, em Belém/PA; Territórios, com curadoria do Bitu Cassundé, na Sala Funarte,
em Recife/PE; Espelho Refletido,
com curadoria do Marcus Lontra, no Centro Cultural Hélio Oiticica, no Rio
de Janeiro/RJ; Paraconsistente, com
curadoria de Alejandra Muñoz, no ICBA, em Salvador/BA; 60º Salão de Abril, em Fortaleza/CE; 63º Salão Paranaense, em Curitiba/PR; XV Salão da Bahia, em Salvador; e I Bienal do Triângulo, em Uberlândia/MG, entre outras. Entre
os prêmios que recebeu destaque para Prêmio FUNARTE Arte Contemporânea -
Sala Nordeste; Prêmio Aquisição e Prêmio Júri Popular no I Salão Semear de
Arte Contemporânea em Aracaju/SE; Prêmio Fundação Cultural do Estado, em
Vitória da Conquista/BA, e Menção Especial em Jequié/BA.
Sobre a curadora
Alejandra Hernández Muñoz (Montevideu/Uruguai,
1966), reside em Salvador, desde 1992. É arquiteta, mestre em Desenho Urbano e
doutora em Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da
Bahia (FAU/UFBA). Professora permanente de História da Arte da Escola de Belas
Artes (EBA/UFBA), ela desenvolve trabalhos de crítica das Artes e Arquitetura e
participa de júris e comitês de seleção artística. Foi curadora de diversas
mostras como Saccharum-BA (ICBA e
MAM-BA, Salvador), Genaro de Carvalho
(MAB, Salvador), Mestres da Tapeçaria
Moderna (Galeria Passado Composto Século XX, São Paulo), Circuito das Artes (quatro edições, Salvador),
Triangulações (três edições, Salvador,
Recife, Brasília, Maceió e Belém) e Boju-Boju
(Galeria Cañizares, Salvador). Integrou as equipes curatoriais do Programa
Rumos Artes Visuais 2011-2013 do Instituto Itaú Cultural (São Paulo) e da 3ª
Bienal da Bahia 2014 (Salvador).
Serviço
Exposição: Além do Visível,
Aquém do Intangível
Artista: Fábio
Magalhães
Curadoria: Alejandra Muñoz
Visita guiada na abertura com o artista
Fábio Magalhães.
Período: de 29 de
julho a 24 de setembro
Visitação: terça a
domingo, das 9h às 19h
Mesa redonda (29/6) -
Das 13h às 14h30
Participantes:
Alejandra Muñoz e Jorge Coli
Tema:
As
Matrizes Tradicionais da Arte e a Pintura Contemporânea
Vagas
limitadas. Inscrições pelo telefone: (11) 3321-4400
Público alvo: público juvenil e adulto, estudantes e
apreciadores de arte.
Local: Auditório - 6º andar
CAIXA
Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111 – Centro. SP/SP. Metrô Sé.
Telefone: (11) 3321-4400
Entrada franca.
Classificação indicativa: 14 anos
Acesso para pessoas
com deficiência
Patrocínio: Caixa Econômica
Federal
Assessoria de imprensa
/ EXPOSIÇÃO: Verbena Comunicação
Eliane Verbena / João
Pedro
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