Primeiro texto teatral do ator e jornalista Rudson
Mazzorana - dirigido por André Grecco - aborda supremacia racial,
antissemitismo, intolerância e violência.
Com
direção de André Grecco, o
espetáculo O Ovo da Serpente, de Rudson
Mazzorana, estreia no dia 5 de
agosto (sábado) no Viga Espaço
Cênico, às 21 horas.
A
trama – que apresenta três personagens insólitos: Lascívia (Glória Rabelo), Jack (Zaqueu Machado) e Mike (vivido pelo
próprio autor) - fala de um assassino neonazista que convida um jovem psicopata
para testar o caráter de sua esposa, uma ex-prostituta judia. No entanto, algo
foge do controle.
A
ficha técnica traz ainda Heron Medeiros
na cenografia, Fred Silveira na
trilha sonora original, Danielli
Guerreiro no figurino, François
Moretti na iluminação e Rafael Sunny
na coreografia de cenas, entre outros.
Lascívia
e Jack moram em uma espécie de casa-laboratório e, assombrados pelo passado,
vivem uma relação que oscila entre poder e submissão, sanidade e loucura. Ela,
convertida ao catolicismo, é uma prisioneira de portas abertas que guarda em
uma caixa vermelha segredos e confissões. Jack, por sua vez, é médico, um assassino
de aluguel integrante de uma facção neonazista empenhada na higienização de
raças, utilizando os seres “inferiores” como cobaias em experimentos médicos.
Jack
se sente inseguro por estar envelhecendo e perdendo a força física. Com o
intuito de colocar à prova o caráter e a cumplicidade de sua mulher, ele introduz
o jovem Mike em suas vidas. Invasivo, ácido, perverso e astuto como uma raposa,
Mike não se limita apenas a infernizar a vida de Lascívia e testar seus limites:
invade ferozmente a intimidade do casal, mexendo com os brios do assassino de
aluguel. O que era para ser um simples teste torna-se um pesadelo. Utilizando a
mesma premissa nazista, abraçada por Jack e abominada por Lascívia, o misterioso
e psicopata Mike resolve seguir adiante com seu plano de vingança. Atormentado,
o rapaz usa de toda a perversidade para se vingar do casal, prendendo-os em um
sádico jogo psicológico.
Em
O
Ovo da Serpente a realidade interna é mais explicita que a realidade
aparente. A violência e o sadismo permeiam toda a encenação. Lascívia e Jack
têm um relacionamento ligado pelo masoquismo e sadomasoquismo. Apesar da
dependência que têm dessa relação, a solidão mútua é perceptível: diante da
distância física e afetiva, os diálogos transformam-se em quase monólogos.
Enquanto Jack vive a ameaça da fragilidade do corpo, Lascívia vive em um plano alheio
de realidade. Dividida entre as personalidades da prostituta Madalena e da
ingênua Maria, sua dor pode ser expressa até mesmo em forma de poesia.
A
trama se desenrola com forte traço psicológico, onde as personagens são
prisioneiras de suas próprias ações, de seus próprios destinos. Explora a
crueldade da natureza humana numa abordagem atemporal que joga com o passado,
onde o nazismo impera com sua guerra racial, e um futuro visto pelo prisma do
passado. O Ovo da Serpente usa o neonazismo como argumento para refletir
sobre questões atuais da humanidade como solidão, falta de diálogo,
intolerância racial, ignorância social e violência. Para o autor Rudson Mazzorana,
“a montagem é um alerta social que visa, por meio do choque de realidade, refletir
a banalização da vida e questionar o processo de desumanização, o qual expõe o
homem moderno a um mundo intolerante de violência gratuita”.
A
concepção de André Grecco é carregada de simbolismos. A solidão pode estar no
distanciamento físico nas cenas. O abismo moral tem reflexo na desconstrução
física, à medida que esses três seres animalescos se deparam com as
consequências de seus atos. Segundo o
diretor, a complexidade psicológica os atira nesse abismo, onde a destruição é
constatada na ação cênica e no ambiente físico. “A ‘queda’ das personagens é
orquestrada junto com a transformação do figurino, que acompanha a desconstrução
das personagens, e do cenário, que se transforma no decorrer da história e se
queda, literalmente, ao final, como uma terra arrasada, destruída pela guerra”,
comenta.
André
Grecco afirma que o texto de Mazzorana é muito bem articulado, rico em imagens
e intensidade. “As personagens são potentes e, no decorrer da trama,
descobrimos quem elas realmente são nesse mundo surreal. A peça já inicia com a
tensão dramática no auge e a violência é uma constante nessas relações frias e
de total dependência. Muito bem construído, o texto explode em um realismo que irrompe
qualquer expectativa da realidade, para assim confrontar o retrocesso humano
com o progresso tecnológico”, finaliza o diretor.
Ficha técnica
Dramaturgia:
Rudson Mazzorana
Direção:
André Grecco
Assistência
de direção: Rogério Troiani
Elenco:
Glória Rabelo, Rudson Mazzorana e Zaqueu Machado
Cenografia:
Heron Medeiros
Trilha
sonora original: Fred Silveira
Figurino:
Danielli Guerreiro
Coreógrafo:
Rafael Sunny
Desenho
de luz: François Moretti
Designer
gráfico: Heron Medeiros
Direção
de produção: Rudson Mazzorana
Fotografia:
Ricardo Peres
Teaser:
Ricardo Montenegro
Bilheteria:
João Alberto Alves Mendonça
Assessoria
de Imprensa: Verbena Comunicação
Realização:
ARTINCENA
Serviço
Sinopse: Assassino neonazista convida jovem psicopata para
testar o caráter de sua esposa, uma ex-prostituta judia. No entanto, algo foge
do controle.
Estreia: 5 de agosto.
Sábado, às 21h
Viga Espaço Cênico (Sala Viga)
Rua
Capote Valente, 1323 – Pinheiros/ SP – a uma quadra do Metrô Sumaré.
Tel:
(11) 3801-1843. Capacidade: 75 lugares
Temporada: De 5 a 27 de agosto.
Sábados (às 21h) e domingos (às 19h)
Ingressos:
R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia). Bilheteria: 1h antes do espetáculo.
Aceita
dinheiro e cartões de débito.
Gênero: Drama. Duração: 90 min. Classificação: 16 anos.
Ar
condicionado. Acessibilidade. Site: http://viga.art.br/
Perfis
André Grecco (diretor) - Formou-se
em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo (ECA-USP) em 2007. É ator, diretor, iluminador, produtor e professor de
Teoria e Interpretação Teatral. Em teatro, atuou nos seguintes espetáculos: A Dama da Noite (de Caio Fernando Abreu,
com direção de Kiko Rieser), Tadzio (de
Zen Salles, direção de Dan Rosseto, indicado ao Prêmio Cenym - Aracajú - na
categoria Melhor Ator), Romeu e Julieta
(de W. Shakespeare, direção de Ivan Feijó), Francesca
(de Luís Alberto de Abreu, direção de Roberto Lage, indicado ao Prêmio Shell de
Melhor Dramaturgia), Perdoa-me por me
Traíres (de Nelson Rodrigues, direção de Lúcia Veríssimo), Gazinha (da Cia dos Ditos Cujos, texto e
direção de Sidmar Gomes), Notas da
Superfície (direção de Márcia Abujamra), Por um Grão (texto e direção de Sidmar Gomes), O Bailado de Flávio de Carvalho (direção de Roberto Lage), João e Maria e Se Essa Rua Fosse Minha (da Cia Centopeia de Teatro, direção de
Alex Moreno), O Açougue ou De Como Frank
Sinatra me Emociona e 292 (texto
e direção de Marcelo Soler) e Volta ao
Lar (de Harold Pinter, direção de Antônio Januzzeli), entre outros. Dirigiu
os espetáculos Gente que Faz (de Mara
Carvalho), O que se Vê, Antes não Era; E
o que Era, Não é Mais... (a partir da obra de Arnaldo Jabor), Viúva, Porém Honesta (de Nelson
Rodrigues), Taxi para um Labirinto (de
Thiago Salles) e Olhos Verdes (de
David Felipe) e Amor Imperfeito (de
Cesare Belsito). É professor de Teoria e Interpretação Teatral na Oficina de
Atores Nilton Travesso, desde 2004, foi coordenador artístico da Escola Incenna
de Teatro e Televisão e, atualmente, coordena a Thymeli, escola de formação de
atores com ênfase em teatro musical. Em 2013 fundou a Cão Bravo Produções
Artísticas onde é sócio-presidente e diretor artístico.
Rudson Mazzorana (autor/ator) - Nasceu em São Paulo, em 18 de
maio de 1983. É jornalista e roteirista formado pela Universidade Anhembi
Morumbi. Graduou-se em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Macunaíma e realizou
diversos workshops de interpretação para cinema, teatro e televisão. No teatro, atuou em espetáculos como A Noite dos Assassinos (de José Triana), Entre Quatro Paredes (de Jean Paul Sartre), Dois Irmãos (de Fausto Paravidino), Calabar ou O Elogio da Traição (de Chico Buarque), Dois Perdidos Numa Noite Suja (de Plínio
Marcos), Homens de Papel (de Plínio
Marcos), Casados à Força (de Molière)
e Sonhos de Uma Noite de Verão (de W.
Shakespeare), entre outros. Como dramaturgo, escreveu espetáculos como Depois da Chuva, A Patrulha do Grito, O Ovo da
Serpente e Se Meu Sexo Falasse.
No entanto, O Ovo da Serpente é seu
primeiro texto a ser montado. Escreveu dois livros, O Diário do Lobo e Retrato
Falado, que serão publicados em breve. Possui vasta experiência como
assessor de comunicação, redator, repórter e apresentador. Apresentou programas
como TV O Corretor, Programa Revista Rural, Dr. Dadá, Canal FEI Portas Abertas
e Eqüus, bem como algumas edições do evento A Rua do Choro. Foi colunista
imobiliário de jornais como O Estado de S.P, O Diário de SP, A Tribuna e Vale
do Paraíba. Trabalhou como repórter investigativo no jornal O Trabuco e
escreveu matérias para o Guia da Noiva Brasil e Noivas no Campo. Atualmente
trabalha também em outros projetos de teatro que pretende colocar em cena: Depois da Chuva (texto inédito de sua
autoria) e o clássico Crime e Castigo,
de Dostoievski (adaptado pelo ator e dramaturgo).
Assessoria de imprensa: VERBENA
COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 - verbena@verbena.com.br
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