O filme Porto das Monções, de Vicentino Gomez, tem exibição gratuita
no dia 21 de agosto (segunda, às
18h30), no Cine Olido, integrando o
projeto CineClube Show Especial.
Porto das Monções é um docudrama, um documentário
com reconstituição de cenas, que conta a trajetória das expedições que
singraram o Rio Tietê nos séculos XVII e XVIII.
Quando
o ouro foi descoberto em Cuiabá, as expedições comerciais e militares partiam
de Araritaguaba, atual Porto Feliz, lugar de onde o Rio Tiete possibilitava
navegação. Os batelões – barcos feitos de uma tora única com até 15 metros de comprimento -
era o meio de navegação. O ouro era o objeto de desejo e as viagens eram grandes
aventuras, duravam o mesmo tempo da rota entre Portugal e a Índia, de cinco a
seis meses. A pequena localidade era base das chegadas e partidas das
expedições, de pouco conhecimento do público brasileiro.
Monções
é o termo empregado para designar o movimento de navegação fluvial para o
oeste, realizado pelos paulistas na época.
O trajeto entre Araritaguaba e Cuiabá, diferentemente da navegação
marítima, não dependia dos ventos, mas da chuva e da cheia. Empregava remos e
necessitava da força física. Milhares de pessoas abarrotaram centenas dessas
grandes canoas e, ao longo dos dois séculos, singraram a remo as águas dos rios
Tietê, Paraná, Pardo, Coxim, Taquari e afluentes do Paraguai, venceram
cachoeiras, intempéries, animais selvagens e ataques indígenas para alcançar a
região das minas de ouro. As monções alargaram as fronteiras do território,
plantaram cidades e fomentaram o mercado interno da Colônia.
Porto
das Monções faz uma narrativa emocionada deste capítulo da História do Brasil,
praticamente ausente das páginas dos livros didáticos e ignorado em tantas
outras narrativas da História pátria. O
naturalista francês Auguste de Saint Hilaire, quando conheceu pessoalmente
parte da rota fluvial das monções, escreveu, no início do século XIX: “no porto
de Araritaguaba tiveram origem essas navegações fluviais que enchem de espanto
os europeus acostumados aos seus mesquinhos rios”. Dois destacados
historiadores escreveram livros sobre o assunto: Afonso de Escragnolle Taunay e
Sérgio Buarque de Holanda.
Vicentini
Gomez empreendeu em Porto das Monções
uma linguagem dinâmica, fluente e clara, mesclando depoimentos de historiadores,
geógrafos e especialistas abordando os desígnios dos administradores coloniais,
a forma de organização das expedições, as embarcações, os ideais e as ambições
de seus participantes, além das dificuldades da navegação fluvial. O cenário
principal é o porto das partidas e chegadas das Monções e o próprio Rio Tietê com encenações filmadas nos mesmos
locais dos acontecimentos da saga das monções.
Ficha técnica
Produção,
roteiro e direção: Vicentini Gomez
Computação
gráfica e finalização: Hugo Caserta
Trilha
sonora: Renato Pires
Duração:
72 minutos. Classificação: Livre. Docudrama.
Elenco:
Gésio Amadeu, Claudimir Causin, Enio Gonçalves, Henrique Taubaté Lisboa, Maximiliana
Reis, Rosana Diniz, Kátia Campos, Edison Sobral, Gilson Geraldo, João Brusco,
Pedro Paulo Vicentini, Toni Gonçalves e mais duas centenas de atores.
Depoimentos: Jonas Soares de Souza, Hernani Donato, Paulo
Micelli, Julio Abe Wakahara, Almirante Max Justus Guedes, Monsenhor Jamil Abib,
Valderez da Silva, Mylton Ottoni e Adolfo Frioli.
Serviço
Exibição/filme: Porto
das Monções
De
Vicentini Gomez
21 de agosto.
Segunda, às 18h30
Cine Olido
Avenida
São João, 473 - São Paulo/SP. Tel: (11) 3331-8399
Grátis.
Livre. Ar condicionado. Acessibilidade. Ingressos 1h antes.
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