terça-feira, 15 de agosto de 2017

Sesc Consolação apresenta o infantil Histórias de Alexandre com direção de Cristiane Paoli Quito

O Grupo 59 de Teatro apresenta, em setembro, o espetáculo infanto-juvenil Histórias de Alexandre, a partir da obra de Graciliano Ramos, no Teatro Anchieta do Sesc Consolação. Com direção de Cristiane Paoli Quito, a temporada vai de 2 a 30 de setembro, aos sábados e feriado, às 11 horas.

A peça reúne histórias e fanfarronices de um típico mentiroso do sertão, numa encenação recheada por canções inéditas. Publicado em 1944 por Graciliano, o livro, homônimo traz contos coletados na memória oral do folclore nordestino, resgatando crenças, costumes e mitos da região. Na transposição para o palco, foram selecionadas algumas histórias, respeitando e mantendo na íntegra as palavras do autor.

Alexandre é um homem já velho; tem um olho torto e fala bonito: um típico contador de histórias. Está sempre acompanhado pelos moradores das redondezas e até por pessoas de consideração, que vem à sua modesta casa para ouvir as narrativas “fanhosas” que conta: Seu Libório, cantador de emboladas; o cego preto Firmino; mestre Gaudêncio Curandeiro, que reza contra mordedura de cobras; e Das Dores, benzedeira de quebranto. Cesária, mulher de Alexandre, está sempre por perto, e pronta para socorrer o marido quando ele se “engancha” ou é questionado em suas narrativas.

Apropriando-se do universo linguístico e das imagens sugeridas por Graciliano Ramos, Histórias de Alexandre dá corpo e voz à palavra escrita, tecendo uma “colcha de retalhos” onde os atos de contar, cantar e dramatizar se entrecruzam e criam uma poética propícia à invocação da memória afetiva.

A diretora fala da importância que teve a apropriação das palavras pelos atores no processo criativo, já que o texto foi escrito há mais de 70 anos, com um vocabulário distinto do atual: “é fundamental que as histórias sejam compreendidas por todas as crianças, tanto as menores quanto os adolescentes, por isso as experimentações que fizemos com a presença do público foram tão importantes para encontramos o caminho da encenação”, explica Cristiane Paoli Quito.

A montagem reflete a atmosfera da obra literária para receber os ouvintes das histórias de Alexandre e promove uma experiência de troca onde a simplicidade e o despojamento do ato cênico, em tom de conversa, convocam a participação e imaginação de todos.

A musicalidade, característica dos trabalhos do Grupo 59 de Teatro, tem lugar de destaque no espetáculo. Todas as canções foram criadas coletivamente a partir de passagens do livro, inclusive com algumas citações ao cancioneiro popular brasileiro. O repertório inclui embolada, repente, reza, canções populares e modas de viola que são interpretadas pelo coro de atores, acompanhados por instrumentos acústicos (violão, viola, acordeom, flautas, pífaro, berimbau e percussão) executados ao vivo. A palavra cantada não só dá suporte, como também exerce função narrativa nas formas épica, lírica e dramática.

Com a encenação de Histórias de Alexandre o grupo dá continuidade à investigação iniciada, em 2009, com O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (espetáculo também dirigido por Cristiane Paoli Quito), na qual busca uma forma de se comunicar com a criança por meio de um jogo-brincadeira de contação de história, apoiado fundamentalmente na palavra e no trabalho corporal dos atores. A arte do grupo busca estimular nos pequenos espectadores a criatividade, a imaginação e a inventividade, características típicas das tradicionais brincadeiras de rua e de quintais.


Sinopse

Na pequena sala de Alexandre os amigos se reúnem para ouvir suas aventuras e façanhas, sempre narradas com exagero e entusiasmo. Sua mulher, Cesária, acompanha tudo de perto e nunca deixa o marido perder o fio da meada. São essas histórias de Alexandre que o Grupo 59 de Teatro “conta cantando” e “canta contando”: um convite a todas as idades para a aventura de imaginar o possível e o impossível, pelas palavras de Graciliano Ramos.

Ficha técnica / Serviço

Texto: Graciliano Ramos. Roteiro: Cristiane Paoli Quito e Grupo 59 de Teatro. Direção geral: Cristiane Paoli Quito. Elenco: Grupo 59 de Teatro – Carol Faria, Felipe Alves, Felipe Gomes Moreira, Fernando Oliveira, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes, Nathália Ernesto, Nilcéia Vicente, Ricardo Fialho e Thomas Huszar. Figurino: Claudia Schapira. Iluminação e ambientação: Cristina Souto. Preparação corporal: Letícia Sekito. Direção musical: Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar. Registro audiovisual: Vítor Meloni. Produção: Grupo 59 de Teatro. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação.

Serviço

Espetáculo: Histórias de Alexandre
Temporada: de 2 a 30 de setembro. Sábados e feriado de 7 de setembro, às 11h.
Duração: 60 minutos. Classificação indicativa: 6 anos.
Local: Teatro Anchieta (280 lugares)
Ingressos: R$ 17 (inteira); R$ 8,50 (estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 5,00 (credencial plena do Sesc). Grátis para crianças até 12 anos. 
Bilheteria: segunda a sexta (12h às 22h), sábado (10h às 21h) e domingo (16h30 às 18h). Aceita Cheque e todos os cartões. Ingressos nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.
Ar condicionado e acesso universal. Não faz reservas. Não possui estacionamento.

Sesc Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque. SP/SP.
Tel: (11) 3234-3000 / www.sescsp.org.br/consolacao 

PERFIS

Graciliano Ramos - O alagoano Graciliano Ramos, um dos mais importantes escritores brasileiros, publicou obras fundamentais de nossa literatura como Vidas Secas, São Bernardo, Angústia e Infância. Sua atuação como escritor abrange a colaboração em jornais do Brasil e do exterior como contista, cronista e colaborador. Exerceu cargos públicos como o de prefeito de Palmeira dos Índios, em 1928, e diretor da Instrução Pública do Estado de Alagoas, em 1933. Em 1936 foi preso em Maceió, sem culpa formada, sob a alegação de ser comunista. Na cadeia, onde ficou por quase um ano, reuniu anotações para o livro Memórias do Cárcere, publicado após sua morte. Em 1945, filiou-se ao Partido Comunista do Brasil. Sua obra, constantemente revisitada por críticos e estudiosos, já ganhou adaptações para o cinema, o teatro e a televisão.

Cristiane Paoli Quito - Diretora e pesquisadora, Cristiane Paoli Quito projetou-se na cena teatral paulista nos anos 1990, pelos de seus espetáculos recheados de técnicas e referências da commedia dell'arte. Na segunda metade da década, voltou-se para a dança, e desenvolveu linguagem própria, calcada na pesquisa sobre a dramaturgia do intérprete em improvisação. Como diretora, investiga as intersecções entre as linguagens teatro, dança, circo, teatro de bonecos, música e performance; desenvolve pesquisas de linguagem que investigam a capacidade criativa do criador-intérprete. Como reconhecimento de seu trabalho, recebeu indicações e foi agraciada com os prêmios SHELL, APCA e FEMSA em diversas ocasiões. É professora na Escola de Arte Dramática (EAD/ECA/USP).

Grupo 59 de Teatro - Formado por 12 atores oriundos da Escola de Arte Dramática (EAD/ECA/USP), o Grupo 59 de Teatro encontra no modo colaborativo de criação, gestão e produção terreno fértil para expressão artística múltipla e heterogênea. Desde sua fundação, em março de 2011, realizou mais de 300 apresentações na região sudeste do país, recebeu o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro 2011 na categoria Grupo Revelação e participou de festivais. Entre as apresentações do Grupo 59 estão: TUSP (2011), Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT 2011); V Festival Internacional Paidéia de Teatro para Infância e Juventude (2011); 6º Fentepira - Festival Nacional de Teatro de Piracicaba; Festival SESC de Inverno 2012 (Petrópolis e Teresópolis, RJ); V Festival de Arte para Crianças de Salto, SP (2012); Virada Cultural de São Paulo (2012), Virada Cultural do Interior (2012, 2013 e 2014); Festival Nacional de Teatro de Taubaté (2013); Festival Nacional de Teatro de Araçatuba (2013), 21º Floripa Teatro - Festival Isnard Azevedo (Florianópolis, SC); 1ª Mostra de Artes Cênicas de Mogi das Cruzes (2015); 1ª Mostra Aparte, em Diadema. Foi contemplado pelo ProAC - Programa de Ação Cultural, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 2011 (circulação de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá) e 2014 (circulação de Mockinpó – Estudo Sobre um Homem Comum) para turnê no interior do estado; pelo Viagem Teatral do SESI, edições 2012 e 2013; pelo ProArt 2012 (circulação nos CEUs da capital); pelo Mosaico Cultural 2012; e pelo Circuito Cultural Paulista de 2013. No início de 2013, a convite da Universidade de São Paulo (USP), apresentou seu repertório na programação do XX Festival Internacional de Teatro Universitário da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), na Cidade do México.


Informações à imprensa / Sesc Consolação
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Assessoria de imprensa / Grupo 59 de Teatro
VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br

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