O
Grupo 59 de Teatro apresenta, em
setembro, o espetáculo infanto-juvenil Histórias de Alexandre, a partir da
obra de Graciliano Ramos, no Teatro
Anchieta do Sesc Consolação. Com
direção de Cristiane Paoli Quito, a temporada
vai de 2 a 30 de setembro, aos sábados e feriado, às 11 horas.
A
peça reúne histórias e fanfarronices de um típico mentiroso do sertão, numa
encenação recheada por canções inéditas. Publicado em 1944 por Graciliano, o
livro, homônimo traz contos coletados na memória oral do folclore
nordestino, resgatando crenças, costumes e mitos da região. Na transposição
para o palco, foram selecionadas algumas histórias, respeitando e mantendo na
íntegra as palavras do autor.
Alexandre
é um homem já velho; tem um olho torto e fala bonito: um típico contador de
histórias. Está sempre acompanhado pelos moradores das redondezas e até por pessoas
de consideração, que vem à sua modesta casa para ouvir as narrativas “fanhosas”
que conta: Seu Libório, cantador de emboladas; o cego preto Firmino; mestre
Gaudêncio Curandeiro, que reza contra mordedura de cobras; e Das Dores,
benzedeira de quebranto. Cesária, mulher de Alexandre, está sempre por perto, e
pronta para socorrer o marido quando ele se “engancha” ou é questionado em suas
narrativas.
Apropriando-se
do universo linguístico e das imagens sugeridas por Graciliano Ramos, Histórias
de Alexandre dá corpo e voz à palavra escrita, tecendo uma “colcha de
retalhos” onde os atos de contar, cantar e dramatizar se entrecruzam e criam
uma poética propícia à invocação da memória afetiva.
A
diretora fala da importância que teve a apropriação das palavras pelos atores
no processo criativo, já que o texto foi escrito há mais de 70 anos, com um
vocabulário distinto do atual: “é
fundamental que as histórias sejam compreendidas por todas as crianças, tanto
as menores quanto os adolescentes, por isso as experimentações que fizemos com
a presença do público foram tão importantes para encontramos o caminho da
encenação”, explica Cristiane Paoli Quito.
A
montagem reflete a atmosfera da obra literária para receber os ouvintes das
histórias de Alexandre e promove uma experiência de troca onde a simplicidade e
o despojamento do ato cênico, em tom de conversa, convocam a participação e
imaginação de todos.
A
musicalidade, característica dos trabalhos do Grupo 59 de Teatro, tem lugar de
destaque no espetáculo. Todas as canções foram criadas coletivamente a partir
de passagens do livro, inclusive com algumas citações ao cancioneiro popular
brasileiro. O repertório inclui embolada, repente, reza, canções populares e
modas de viola que são interpretadas pelo coro de atores, acompanhados por
instrumentos acústicos (violão, viola, acordeom, flautas, pífaro, berimbau e
percussão) executados ao vivo. A palavra cantada não só dá suporte, como também
exerce função narrativa nas formas épica, lírica e dramática.
Com
a encenação de Histórias de Alexandre o grupo dá continuidade à investigação
iniciada, em 2009, com O Gato Malhado e a
Andorinha Sinhá (espetáculo também dirigido por Cristiane Paoli Quito), na
qual busca uma forma de se comunicar com a criança por meio de um
jogo-brincadeira de contação de história, apoiado fundamentalmente na palavra e
no trabalho corporal dos atores. A arte do grupo busca estimular nos pequenos
espectadores a criatividade, a imaginação e a inventividade, características
típicas das tradicionais brincadeiras de rua e de quintais.
Sinopse
Na
pequena sala de Alexandre os amigos se reúnem para ouvir suas aventuras e
façanhas, sempre narradas com exagero e entusiasmo. Sua mulher, Cesária, acompanha
tudo de perto e nunca deixa o marido perder o fio da meada. São essas histórias
de Alexandre que o Grupo 59 de Teatro “conta cantando” e “canta contando”: um convite
a todas as idades para a aventura de imaginar o possível e o impossível, pelas
palavras de Graciliano Ramos.
Ficha técnica /
Serviço
Texto: Graciliano Ramos. Roteiro: Cristiane Paoli Quito e Grupo
59 de Teatro. Direção geral:
Cristiane Paoli Quito. Elenco: Grupo
59 de Teatro – Carol Faria, Felipe Alves, Felipe Gomes Moreira, Fernando
Oliveira, Gabriel Bodstein, Gabriela Cerqueira, Jane Fernandes, Nathália
Ernesto, Nilcéia Vicente, Ricardo Fialho e Thomas Huszar. Figurino: Claudia Schapira. Iluminação
e ambientação: Cristina Souto. Preparação
corporal: Letícia Sekito. Direção
musical: Felipe Gomes Moreira e Thomas Huszar. Registro audiovisual: Vítor Meloni. Produção: Grupo 59 de Teatro. Assessoria
de imprensa: Verbena Comunicação.
Contato/grupo:
https://www.facebook.com/Grupo59deTeatro
Serviço
Espetáculo:
Histórias
de Alexandre
Temporada:
de 2 a 30 de setembro. Sábados e feriado de 7 de setembro, às 11h.
Duração:
60 minutos. Classificação indicativa: 6 anos.
Local:
Teatro Anchieta (280 lugares)
Ingressos:
R$ 17 (inteira); R$ 8,50 (estudante, servidor de
escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência); R$ 5,00
(credencial plena do Sesc). Grátis para crianças até 12 anos.
Bilheteria:
segunda a sexta (12h às 22h), sábado (10h às 21h) e domingo (16h30 às
18h). Aceita Cheque e todos os cartões. Ingressos nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo.
Ar
condicionado e acesso universal. Não faz reservas. Não possui estacionamento.
Sesc
Consolação
Rua
Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque. SP/SP.
PERFIS
Graciliano Ramos - O alagoano
Graciliano Ramos, um dos mais importantes escritores brasileiros, publicou
obras fundamentais de nossa literatura como Vidas
Secas, São Bernardo, Angústia e Infância. Sua atuação como escritor abrange a colaboração em
jornais do Brasil e do exterior como contista, cronista e colaborador. Exerceu
cargos públicos como o de prefeito de Palmeira dos Índios, em 1928, e diretor
da Instrução Pública do Estado de Alagoas, em 1933. Em 1936 foi preso em
Maceió, sem culpa formada, sob a alegação de ser comunista. Na cadeia, onde ficou
por quase um ano, reuniu anotações para o livro Memórias do Cárcere, publicado após sua morte. Em 1945, filiou-se
ao Partido Comunista do Brasil. Sua obra, constantemente revisitada por
críticos e estudiosos, já ganhou adaptações para o cinema, o teatro e a
televisão.
Cristiane Paoli Quito - Diretora e pesquisadora, Cristiane Paoli Quito projetou-se na cena teatral
paulista nos anos 1990, pelos de seus espetáculos recheados de técnicas e
referências da commedia dell'arte. Na segunda metade da década, voltou-se para
a dança, e desenvolveu linguagem própria, calcada na pesquisa sobre a
dramaturgia do intérprete em improvisação. Como diretora, investiga as
intersecções entre as linguagens teatro, dança, circo, teatro de bonecos,
música e performance; desenvolve pesquisas de linguagem que investigam a
capacidade criativa do criador-intérprete. Como reconhecimento de seu trabalho,
recebeu indicações e foi agraciada com os prêmios SHELL, APCA e FEMSA em
diversas ocasiões. É professora na Escola de Arte Dramática (EAD/ECA/USP).
Grupo 59 de Teatro - Formado por 12 atores oriundos
da Escola de Arte Dramática (EAD/ECA/USP), o Grupo 59 de Teatro encontra no
modo colaborativo de criação, gestão e produção terreno fértil para expressão
artística múltipla e heterogênea. Desde sua fundação, em março de 2011,
realizou mais de 300 apresentações na região sudeste do país, recebeu o Prêmio
Cooperativa Paulista de Teatro 2011 na categoria Grupo Revelação e participou
de festivais. Entre as apresentações do Grupo 59 estão: TUSP (2011), Festival
Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT 2011); V Festival
Internacional Paidéia de Teatro para Infância e Juventude (2011); 6º Fentepira -
Festival Nacional de Teatro de Piracicaba; Festival SESC de Inverno 2012 (Petrópolis
e Teresópolis, RJ); V Festival de Arte para Crianças de Salto, SP (2012);
Virada Cultural de São Paulo (2012), Virada Cultural do Interior (2012, 2013 e
2014); Festival Nacional de Teatro de Taubaté (2013); Festival Nacional de
Teatro de Araçatuba (2013), 21º Floripa Teatro - Festival Isnard Azevedo (Florianópolis,
SC); 1ª Mostra de Artes Cênicas de Mogi das Cruzes (2015); 1ª Mostra Aparte, em
Diadema. Foi contemplado pelo ProAC - Programa de Ação Cultural, da Secretaria
de Estado da Cultura de São Paulo, em 2011 (circulação de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá) e 2014 (circulação de Mockinpó – Estudo Sobre um Homem Comum) para turnê no interior do estado;
pelo Viagem Teatral do SESI, edições 2012 e 2013; pelo ProArt 2012 (circulação
nos CEUs da capital); pelo Mosaico Cultural 2012; e pelo Circuito Cultural
Paulista de 2013. No início de 2013, a convite da Universidade de São Paulo
(USP), apresentou seu repertório na programação do XX Festival Internacional de
Teatro Universitário da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), na
Cidade do México.
Informações à imprensa / Sesc
Consolação
Te: (11) 3234-3043 – imprensa@consolacao.sescsp.org.br
Assessoria de imprensa / Grupo 59 de Teatro
VERBENA COMUNICAÇÃO
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 – verbena@verbena.com.br
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