Thiago Salles em fotos de Bob Sousa |
A montagem mergulha em questões psicológicas e
humanas que atingem não só personalidades do cinema, mas todos aqueles que precisam
lidar com as questões internas que a fama provoca. Táxi Para Um Labirinto trafega
pela mente daqueles que alcançaram êxito e sucesso rapidamente enquanto travavam
lutas internas diante do que eram, do que gostariam de ser e de como eram
vistos pelos outros.
O enredo se desenvolve durante uma noite na casa
de Henry, um famoso ator em crise atormentado pela realidade e pela imaginação.
Astro que atingiu o apogeu cedo demais, ele vê o sucesso atingir sua
individualidade e intimidade. Seus momentos de reflexão são interrompidos por alucinações.
Em um de seus devaneios, um de seus personagens do mundo da ficção o perturba
com telefonemas avisando que está vindo ao seu encontro. O espectador
testemunha a transformação da mente doentia de Henry diante da impossibilidade
de conduzir a sua própria vida.
Henry trava um embate com sua própria condição.
Ele quer conduzir sua carreira, realizar trabalhos que lhe traga maior
satisfação e viver histórias mais significativas. Thiago Salles afirma que
“viver este personagem é um grande exercício teatral, um desafio para um ator,
além de ser estimulante a proposta de alternar e também fundir realidade e
alucinação”.
Como autor, Thiago explica que a história de
Heath Ledger, morto no auge da fama por overdose de remédios aos 28 anos, foi
inspiração inicial para o texto. A partir daí, envolveu-se pelos trágicos fins de
outros astros que também viveram intensamente a glória e as grandes crises
existenciais: James Dean (morto em acidente de carro aos 24 anos) e River Phoenix
(vítima de overdose aos 23 anos), entre outros. Sobre Táxi Para Um Labirinto ele reflete: “Henry descobre que se tornou
um peso para si próprio, que não sabe mais como lidar com a pressão a que está
submetido”. Thiago ainda diz que a história de Henry não tem relação biográfica
com nenhum dos astros. “É pura ficção”, ele afirma.
Na encenação, a luz (de André Grecco) tem
estética cinematográfica, explorando o escuro e o sombrio. Construída junto com
cada cena, ela é fundamental para destacar (ou confundir) o que é real do que é
onírico. Grecco diz que “a iluminação é condutora, é narrativa, neste quarto
onde tudo ocorre, neste quadro onde tudo que se passa na cabeça do personagem
aflora”.
O figurino é casual, mas teatral. Ele evolui em
cena, de acordo com os momentos vividos por Henry, como pessoa ou personagem de
seus filmes. A Trilha sonora (de Renan Marcondes) procura embarcar o público na
trama pela sinestesia. “Táxi Para Um Labirinto busca uma compreensão
sensível do espectador que não passe pelo racional”, finaliza o diretor.
Espetáculo: Táxi Para Um Labirinto
Espetáculo: Táxi Para Um Labirinto
Texto
e atuação: Thiago Salles
Direção:
André Grecco
Iluminação:
André Grecco
Cenografia
e figurino: Cia. Times de Criadores
Sonoplastia
e projeto gráfico: Renan Marcondes
Produção
executiva: Geondes Antônio
Coordenação
de produção: Thiago Salles
Estréia: Dia 24 de abril
– quarta-feira – às 21 horas
Rua
Augusta, 943 – Cerqueira César/SP - Tel: (11) 3151- 4141
Temporada:
quartas e quintas-feiras – às 21 horas – Até
30/05
Ingressos:
R$ 20,00. Bilheteria: 4ª a 5ª (14h-21h),
6ª (14h-21h30), sáb. (15h às 21h) e dom. (15h-19h). Gênero: Drama. Duração: 60
min. Classificação: 14 anos. Aceita
dinheiro e cartões. Faz reservas. Antecipados: www.ingressorapido.com.br (tel
4003-1212). Estacionamento conveniado no local
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