Isabelle Bittencourt, curitibana
radicada em São Pauldo, é a responsável pela direção de arte do longa-metragem Confia
em Mim, de Michel Tikhomiroff, que acaba de entrar em cartaz. O filme
coloca suspense no mundo das cozinhas profissionais. Mari (Fernanda Machado),
uma promissora chefe, sonha com seu próprio restaurante e vê no sedutor Caio
(Matheus Solano) esta possibilidade. Mas nada é o que realmente parece ser.
Segundo Isabelle, as locações - em Paulínia e Campinas
- tiveram que ser modificadas para atender as necessidades da trama, que se
passa em São Paulo. “Um dos grandes desafios da
direção de arte foi exatamente imprimir características de São Paulo em Campinas,
cidade onde tudo acontece, comparativamente, numa escala menor. Quando
começamos a procurar as locações entendi que aquilo que parecia relativamente
fácil de fazer, lendo o roteiro, na verdade seria bem trabalhoso.” Explica.
É sabido que Confia
em Mim teve 90% de sua verba vinda do Edital de Paulínia, tendo, portanto,
que se adaptar ao espaço proposto por cidades menores. “As
cenas da casa de Mari, por exemplo, foram gravadas na casa de uma professora da
Unicamp, sexagenária e muito simpática, mas fazemos várias adaptações estéticas
para se parecer com a casa de uma chef de cozinha de 30 anos, que mora na Vila
Madalena, em São Paulo”.
A diretora de arte conta que a
cozinha da chef também foi um desafio. A cozinha do
restaurante onde a personagem trabalha também foi bem modificada. Originalmente
era uma cozinha para aulas práticas de uma escola de culinária com quatro
janelas enormes (duas davam para rua e outras para um corredor). “Fizemos uma
grande adaptação cenográfica para transformá-la na cozinha do restaurante de
Edgar”. Isabelle Bittencourt explica que ela e sua equipe fizeram pesquisas e
visitaram cozinhas de vários restaurantes, inclusive na hora do “rush”, para
entender como funcionam. “Foram duas semanas de filmagem dentro desta cozinha,
com tudo funcionando, comidas sendo preparadas, fogo ligado, e toda tensão de
uma cozinha de verdade”, comenta.
Mas um trabalho como
esse não se baseia apenas em construir cenários. Há também a necessidade de
ajudar os atores na adaptação aos espaços. Para isso, foi desenhado no chão o
tamanho dos cenários, para que o elenco soubesse exatamente onde ir, o que
facilitou na hora da gravação. Isabelle comemora o resultado do trabalho e
finaliza: “contei com uma equipe de arte muito competente, profissionais que
foram essenciais à esta realização”.
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