O cantor, compositor
e guitarrista Dani Black
apresenta-se no Sesc Campo Limpo, no
dia 23 de abril (sábado, às 20h) com show que integra a turnê nacional
de lançamento do seu segundo CD, Dilúvio
(selo Lua Azul), formado por canções autorais. Os ingressos são grátis.
Acompanhado pelos
músicos Zé Godoy (piano e teclados) e Sandro Moreno (bateria), o artista
interpreta “Linha Tênue”, “Bem Mais”, "Areia", "Maior" e “Só
Sorriso”, além de canções de seu primeiro álbum como “Miragem” e “Deixar o
Barco Ir”, "U" e “Aurora”.
Dani
Black, 27 anos, é filho dos músicos Arnaldo Black e Tetê
Espíndola. Conhecido pelo seu trabalho na banda 5 a Seco, lançou seu primeiro disco
solo, homônimo, em 2011, pela Som
Livre. Sua canção "Aurora" foi gravada por Maria Gadú em DVD ao vivo.
Em
2015, compôs a canção "Trono de Estudar", em apoio aos estudantes que
se articularam contra o projeto de reorganização escolar do governo de São
Paulo, que teve a participação de 18 artistas brasileiros, entre eles Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Dado Villa-Lobos, Paulo Miklos (Titãs), Zélia Duncan, Pedro Luís e Tetê Espíndola.
OUTROS SHOWS – A programação musical do Sesc Campo Limpo
traz ainda Jannu Bastos (24/04,
domingo, às 18h) com o show Samba...
Santo Remédio, uma mostra de seu primeiro CD que será lançado em breve; e Mangue B - Salve O Cientista da Música (01/05,
domingo, às 18h), com Bruno Ferrari que
revive a música pernambucana dos anos 90, exaltando ritmos como maracatu,
ciranda, coco e caboclinho. Também acontece a oficina Degustasson (23/04, sábado, das 18h às 19h) com Valdir Maia e seus
xilofones e metalofones, degustação musical prática sem a necessidade de
conhecimentos musicais.
Dani Black - Dilúvio
Release por Lauro Lisboa Garcia
(...)
Dani Black é compositor bem pensante, guitarrista de impacto e cantor de
intensa beleza e potência vocal, tem também o dom do carisma, do bom humor e outras
qualidades de um bicho do palco, desde quando integrava o grupo 5 a Seco. No
segundo disco de estúdio, “Dilúvio”, Dani chega com os pares essenciais pra
mergulhar numa abundância de ideias, timbres e traçados líricos de um criador
inquieto.
Há variações,
entre sutilezas e sobressaltos, a cada faixa, como a abertura do disco com
orquestra, que logo dá lugar a uma potente fusão de funk e rock com a banda em
“Areia”, a combinação de cordas e programações eletrônicas de Conrado Goys em
“Dilúvio”, os trompetes de Sidmar Vieira e a guitarra solo de Dani em “Seu
Gosto”, o piano do compositor, a sanfona de Zé Godoy e o quarteto de cordas na
linda balada “Bem Mais”. Sem perder a unidade, há também a alternância de
reggae e rock na dançante “Fora de Mim”, o despojamento de “Ú”, só com voz e
guitarra, e a grande e imprevisível cartada no fim: o dueto com Milton
Nascimento na canção mais pungente e reflexiva do álbum, “Maior”.
Parceiro
de Zélia Duncan e Chico César, com músicas gravadas por Ney Matogrosso, Maria
Gadú e Elba Ramalho, entre outros, o compositor e músico lançou o primeiro
álbum solo (“Dani Black”) em 2011, com maioria de canções próprias e uma
regravação de “Comer na Mão”, de Chico César, um dos insuspeitos entusiastas de
seu trabalho. Em 2013 disponibilizou na web o “EP SP” com seis versões ao vivo
de canções do primeiro álbum e duas novas, “Encontros Carnais” e “Só Sorriso”,
esta recriada em estúdio para o segundo, em que assina todas as composições.
“Não Não Não” é outra que foi testada em shows. A sensual “Seu Gosto” também
criou expectativa ao ser revelada em vídeo em versão de voz e guitarras dele e
de Conrado Goys, em dezembro de 2014.
Profissional
conceituado como guitarrista, violonista, produtor, compositor e arranjador,
Conrado produziu “Dilúvio” (com coprodução do compositor), definindo sua
sonoridade, durante meses em estúdio até chegar à combinação ideal “da fúria do
som misturada com a densidade e a delicadeza da poesia”. Diferentemente do
primeiro, que é um disco basicamente de canções de amor, este é “um dilúvio de
ideias, de mensagens, de sensualidade muitas vezes”, como diz Dani. “É um disco
espontâneo. Por mais que tenha sido feito minuciosamente, a parte orgânica, que
sou eu, é muito espontânea.”
A alternância de climas e cores
sonoras dialoga com o “leque de assuntos”, incluindo “Ganhar Dinheiro”. Dani tem notáveis qualidades como
músico e intérprete, mas o que vem à frente é o (compulsivo) compositor. Várias
canções foram registradas no disco apenas com a voz-guia, sem retoques. Outras
foram refeitas inteiras até atingir o ponto certo “da expressão da ideia”. O
dueto com Milton Nascimento foi gravado ao vivo em poucos minutos depois de
vários dias de convivência com o cantor e compositor no Rio. Apesar das
diferenças estéticas, eles se afinaram no aspecto humano e poético.
Depois
da participação de Milton nesse disco, Dani foi convidado a integrar os
projetos “Mar Azul” (em que interpretou "Travessia”) e “Mil Tom” (cantando
“Paisagem na Janela”) e agora o Teatro Mágico o chamou pra participar de seu
álbum dedicado ao Clube da Esquina. “Milton começou a circundar minha vida.”
Renato
Neto, tecladista com mais de dez anos de experiência com o ídolo americano
Prince, é outra presença de luxo no disco. Minucioso, passou mais de cinco
horas com Dani em estúdio, apenas para escolher dois ou três timbres que fazem
a diferença em “Linha Tênue”. É uma pancada pop, com a guitarra de Dani
“ardendo pra furar mesmo”, como se vê em sua atuação marcante ao vivo.
A
referência mitológica do dilúvio – da tempestade seguida da reconstrução –
reflete um estímulo criativo. “O dilúvio não quer ser bonito, é uma força da
natureza. Então, é espontâneo, como só a natureza sabe ser, implacável e
generosa ao mesmo tempo”, diz Dani. Entre seus achados líricos do disco, há
esses versos da canção-título: “E quando acender a minha chama / Todos os sins
vendo os nãos em apuros / Eu quero é morrer num beijo puro / De línguas e
sais”. Em “Não Não Não”, diz: “Não vou, não vou ficar não / Aqui esperando que
você me faça em pedaços e depois se sirva”. Existencial, “Maior” revela que
esse “filho do mistério e do silêncio”, atento à voz do tempo, quer e pode ir
bem mais longe. (...)
SERVIÇO
Show: Dani Black
Data:
23 de abril. Sábado, às 20h
Grátis. Classificação
livre. Capacidade indeterminada. Área externa.
Sesc
Campo Limpo
Horário/Unidade: Terça a sábado, das 13h às 22h. Domingos, das 11h às 20h.
Endereço:
Rua Nossa Senhora do Bom Conselho, 120.
Campo
Limpo – São Paulo/SP. Tel.:
(11) 5510-2700
sescsp.org.br/campolimpo
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