segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Leitura dramática de “A Terra Prometida” de Samir Yazbek acontece em Londres

Samir Yazbek (por Fernando Stankuns) 
No próximo dia 12 de agosto, acontece a leitura dramática da peça “A Terra Prometida”, do dramaturgo Samir Yazbek, na embaixada do Brasil em Londres, às 19h (hora local).

Com iniciativa do ator Marcio Mello, a leitura inaugura o projeto de montagem do espetáculo, com previsão de estreia em outubro, no Diorama Theatre, em Londres. Além de Marcio Mello, participa da leitura o ator inglês Rufus Graham. A direção é de Ramiro Silveira.

A montagem brasileira de “A Terra Prometida” estreou no Teatro Anchieta (Sesc Consolação) em 2001, com Luiz Damasceno e Marco Antônio Pâmio no elenco, e direção de Luís Artur Nunes. Em 2002, o jornal O Globo escolheu o espetáculo entre os dez melhores do ano.

À época, o autor vinha de um grande sucesso de crítica e público: “O Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de Melhor Autor), peça que recentemente comemorou 15 anos em cartaz (com várias temporadas). Outro destacado espetáculo de Yazbek é “As Folhas do Cedro” (Prêmio APCA 2010 de Melhor Autor), que abordava a imigração libanesa durante o período da ditadura militar brasileira. Samir Yazbek tem sido reconhecido como um dos mais importantes dramaturgos nacionais, com crescente projeção internacional.

Em 2002, a peça cumpriu temporada no Teatro Nelson Rodrigues, da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro (RJ). No mesmo ano viajou pelo interior de SP, com o apoio do Sesi. Ainda em 2002, marcou presença no 9º Porto Alegre em Cena, tradicional festival de teatro do país. Em 2003, o espetáculo reestreou no Teatro do Centro da Terra, em São Paulo (SP), e em seguida voltou a viajar pelo interior de SP, dessa vez com o apoio do Sesc.

Sobre “A Terra Prometida”

“A Terra Prometida” recria personagens do Livro do Êxodo, da Bíblia, para contar uma história ao mesmo tempo moderna e atemporal. As personagens são Moisés (que vaga há 40 anos pelo deserto em busca da terra prometida) e seu sobrinho Itamar (filho de seu irmão Aarão, sumo-sacerdote do povo de Israel).

Aarão acaba de morrer, e Moisés espera que seu sobrinho ocupe não só o lugar do pai como líder religioso, mas que também o substitua na condução do povo hebreu para a “terra prometida” por Jeová. Itamar, porém, deixou de crer nesse sonho, assim como no Deus que o teria gerado, e deseja abandonar tudo para percorrer um novo caminho.

Por meio dessas figuras, a peça encarna duas gerações que se confrontam e se desafiam no plano de suas convicções e utopias. Moisés representa a tradição e os valores da fé. Itamar deposita sua confiança na moral dos homens e na ética estabelecida pelas relações.

“A Terra Prometida”, através da releitura da história bíblica, pretende investigar o que seria a "terra prometida" hoje em dia, por meio de uma discussão, em forma de parábola, sobre ética e fé no mundo contemporâneo.

Fortuna crítica da montagem brasileira

Em São Paulo

 "‘A Terra Prometida’ convida os espectadores à reflexão".
(Aguinaldo Ribeiro da Cunha, Diário de São Paulo)

“Quem quiser poesia, não deve deixar de ver (...) à montagem de ‘A Terra Prometida’, um poema dramático de Samir Yazbek de rara intensidade, uma discussão da condição humana conduzida com mestria pelos atores Luiz Damasceno e Marco Antônio Pâmio, dirigida (...) por Luiz Arthur Nunes".
(Alberto Guzik, Site Bravos Atores)

"O que poderia cair em um embate de ideologias acaba sendo o desvendamento recíproco de dois homens – quase tão perplexos com os 'desígnios' da história quanto os que esperamos por Godot."
(Caderno Mais, Folha de São Paulo)

"O texto brilhante é de Samir Yazbek, a mais nova revelação de dramaturgia do teatro brasileiro. (....) Yazbek tem a densidade humana e a competência para defender profundamente seus personagens, deixando transparecer todas as suas qualidades e falhas, sem maniqueísmos. É um autor original que foge do realismo piegas e egocentrista que costuma dominar a nova dramaturgia. Tem universalidade. Ainda vamos ouvir e ver muitas peças suas. Ele tem genialidade e conhece seu ofício!".
(Carmelinda Guimarães, A Tribuna de Santos)

"É um belo texto baseado no Livro do Êxodo, da Bíblia. Teatro que prende pela força das palavras e das idéias transmitidas por atores apaixonados".
(Jefferson Del Rios, Revista Bravo)

"Tudo gira em torno de um diálogo muito claro e sincero, que denota bastante talento do autor, a respeito do povo judaico e de sua procura pela terra prometida".
(Maria Lúcia Candeias, Gazeta Mercantil)

"Bem construídos, os diálogos revelam amadurecimento do autor ao colocá-los a serviços das idéias. O texto é tecido com diálogos curtos, envolvidos por camadas de silêncio, cuja soma resulta em uma partitura irônica, poética e musical a um só tempo".
(Marici Salomão, Revista Bravo)

"O público sai não comovido, mas preenchido. O espetáculo honra não só quem o faz, mas sobretudo quem o vê".
(Sérgio Salvia Coelho, Folha de São Paulo)

 No Rio de Janeiro

"A singeleza da proposta, somada ao empenho do autor em explorar para um público contemporâneo as questões éticas tão relevantes no texto bíblico, torna sua tentativa muito mais bem sucedida do que tem sido alcançado com os ‘Diálogos’ de Platão, por exemplo".
(Bárbara Heliodora, O Globo)

"Embora o texto de Yazbek se situe num contexto bíblico, sem dúvida ele o transcende, à medida que vários temas que aborda – fé, liberdade de escolha e os riscos da intolerância, entre outros – são inerentes aos tempos atuais. E cabe ainda ressaltar a pertinência de todos os argumentos dos personagens em conflito, invariavelmente expressos com clareza e em total sintonia com a personalidade dos personagens".
(Lionel Fischer, Tribuna da Imprensa)

"‘A Terra Prometida’ confirma Samir Yazbek como um autor bem mais do que promissor".
(Macksen Luiz, Jornal do Brasil)

Sobre Samir Yazbek

Crédito: Heloisa Bortz
Samir Yazbek é dramaturgo e diretor teatral. Consolidou sua formação com o diretor Antunes Filho, no CPT (Centro de Pesquisa Teatral) do Sesc (Serviço Social do Comércio), em São Paulo (SP). Escreveu, entre outras peças, “O Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de melhor autor), “A Terra Prometida” (entre os dez melhores espetáculos de 2002, segundo O Globo), “A Entrevista”, “As Folhas do Cedro” (Prêmio APCA 2010 de melhor autor) e, mais recentemente, o díptico teatral "Brasil: o Futuro que Nunca Chega", composto por "Princesa Isabel" e "D. Pedro II". Além de seu trabalho na Cia Teatral Arnesto nos Convidou, escreve artigos para a imprensa, participa de festivais, ministra palestras, cursos e oficinas de dramaturgia em todo o Brasil. No exterior, fez conferências em Cádiz (Espanha), Londres (Inglaterra) e Minnesota (EUA). Teve alguns de seus textos publicados – e encenados – não somente no Brasil, mas em Cuba, França, Inglaterra, México, Polônia e Portugal. Coordena o curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Dramaturgia da ESCH (Escola Superior de Artes Célia Helena), em São Paulo (SP).

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