Samir Yazbek (por Fernando Stankuns) |
No próximo dia 12 de
agosto, acontece a leitura dramática da peça “A Terra Prometida”, do dramaturgo
Samir Yazbek, na embaixada do Brasil em Londres, às 19h (hora local).
Com iniciativa do
ator Marcio Mello, a leitura inaugura o projeto de montagem do espetáculo, com
previsão de estreia em outubro, no Diorama Theatre, em Londres. Além de Marcio
Mello, participa da leitura o ator inglês Rufus Graham. A direção é de Ramiro
Silveira.
A montagem
brasileira de “A Terra Prometida” estreou no Teatro Anchieta (Sesc Consolação) em
2001, com Luiz Damasceno e Marco Antônio Pâmio no elenco, e direção de Luís Artur
Nunes. Em 2002, o jornal O Globo escolheu o espetáculo entre os dez melhores do
ano.
À época, o autor vinha
de um grande sucesso de crítica e público: “O Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de Melhor
Autor), peça que recentemente comemorou 15 anos em cartaz (com várias
temporadas). Outro destacado espetáculo de Yazbek é “As Folhas do Cedro”
(Prêmio APCA 2010 de Melhor Autor), que abordava a imigração libanesa durante o
período da ditadura militar brasileira. Samir Yazbek tem sido reconhecido como
um dos mais importantes dramaturgos nacionais, com crescente projeção internacional.
Em 2002, a peça
cumpriu temporada no Teatro Nelson Rodrigues, da Caixa Econômica Federal, no
Rio de Janeiro (RJ). No mesmo ano viajou pelo interior de SP, com o apoio do
Sesi. Ainda em 2002, marcou presença no 9º Porto Alegre em Cena, tradicional
festival de teatro do país. Em 2003, o espetáculo reestreou no Teatro do Centro
da Terra, em São Paulo (SP), e em seguida voltou a viajar pelo interior de SP,
dessa vez com o apoio do Sesc.
Sobre “A Terra Prometida”
“A Terra Prometida” recria
personagens do Livro do Êxodo, da Bíblia, para contar uma história ao mesmo
tempo moderna e atemporal. As personagens são Moisés (que vaga há 40 anos pelo
deserto em busca da terra prometida) e seu sobrinho Itamar (filho de seu irmão
Aarão, sumo-sacerdote do povo de Israel).
Aarão acaba de
morrer, e Moisés espera que seu sobrinho ocupe não só o lugar do pai como líder
religioso, mas que também o substitua na condução do povo hebreu para a “terra
prometida” por Jeová. Itamar, porém, deixou de crer nesse sonho, assim como no
Deus que o teria gerado, e deseja abandonar tudo para percorrer um novo
caminho.
Por meio dessas figuras,
a peça encarna duas gerações que se confrontam e se desafiam no plano de suas
convicções e utopias. Moisés representa a tradição e os valores da fé. Itamar deposita
sua confiança na moral dos homens e na ética estabelecida pelas relações.
“A Terra Prometida”,
através da releitura da história bíblica, pretende investigar o que seria a
"terra prometida" hoje em dia, por meio de uma discussão, em forma de
parábola, sobre ética e fé no mundo contemporâneo.
Fortuna crítica da montagem brasileira
Em São Paulo
"‘A Terra
Prometida’ convida os espectadores à reflexão".
(Aguinaldo Ribeiro
da Cunha, Diário de São Paulo)
“Quem quiser poesia,
não deve deixar de ver (...) à montagem de ‘A Terra Prometida’, um poema
dramático de Samir Yazbek de rara intensidade, uma discussão da condição humana
conduzida com mestria pelos atores Luiz Damasceno e Marco Antônio Pâmio,
dirigida (...) por Luiz Arthur Nunes".
(Alberto Guzik, Site
Bravos Atores)
"O que poderia
cair em um embate de ideologias acaba sendo o desvendamento recíproco de dois
homens – quase tão perplexos com os 'desígnios' da história quanto os que
esperamos por Godot."
(Caderno Mais, Folha
de São Paulo)
"O texto
brilhante é de Samir Yazbek, a mais nova revelação de dramaturgia do teatro
brasileiro. (....) Yazbek tem a densidade humana e a competência para defender
profundamente seus personagens, deixando transparecer todas as suas qualidades
e falhas, sem maniqueísmos. É um autor original que foge do realismo piegas e
egocentrista que costuma dominar a nova dramaturgia. Tem universalidade. Ainda
vamos ouvir e ver muitas peças suas. Ele tem genialidade e conhece seu
ofício!".
(Carmelinda
Guimarães, A Tribuna de Santos)
"É um belo
texto baseado no Livro do Êxodo, da Bíblia. Teatro que prende pela força das
palavras e das idéias transmitidas por atores apaixonados".
(Jefferson Del Rios,
Revista Bravo)
"Tudo gira em
torno de um diálogo muito claro e sincero, que denota bastante talento do
autor, a respeito do povo judaico e de sua procura pela terra prometida".
(Maria Lúcia
Candeias, Gazeta Mercantil)
"Bem
construídos, os diálogos revelam amadurecimento do autor ao colocá-los a
serviços das idéias. O texto é tecido com diálogos curtos, envolvidos por
camadas de silêncio, cuja soma resulta em uma partitura irônica, poética e
musical a um só tempo".
(Marici Salomão,
Revista Bravo)
"O público sai
não comovido, mas preenchido. O espetáculo honra não só quem o faz, mas
sobretudo quem o vê".
(Sérgio Salvia
Coelho, Folha de São Paulo)
No Rio de Janeiro
"A
singeleza da proposta, somada ao empenho do autor em explorar para um público
contemporâneo as questões éticas tão relevantes no texto bíblico, torna sua
tentativa muito mais bem sucedida do que tem sido alcançado com os ‘Diálogos’
de Platão, por exemplo".
(Bárbara Heliodora, O Globo)
"Embora o texto de Yazbek se situe
num contexto bíblico, sem dúvida ele o transcende, à medida que vários temas
que aborda – fé, liberdade de escolha e os riscos da intolerância, entre outros
– são inerentes aos tempos atuais. E cabe ainda ressaltar a pertinência de todos
os argumentos dos personagens em conflito, invariavelmente expressos com
clareza e em total sintonia com a personalidade dos personagens".
(Lionel Fischer, Tribuna da Imprensa)
"‘A Terra Prometida’ confirma Samir
Yazbek como um autor bem mais do que promissor".
(Macksen Luiz, Jornal do Brasil)
Sobre
Samir Yazbek
Crédito: Heloisa Bortz |
Samir
Yazbek é dramaturgo e diretor teatral. Consolidou sua formação com o
diretor Antunes Filho, no CPT (Centro de Pesquisa Teatral) do Sesc (Serviço
Social do Comércio), em São Paulo (SP). Escreveu, entre outras peças, “O
Fingidor” (Prêmio Shell 1999 de melhor autor), “A Terra
Prometida” (entre os dez melhores espetáculos de 2002, segundo O
Globo), “A Entrevista”, “As Folhas do Cedro” (Prêmio APCA 2010 de
melhor autor) e, mais recentemente, o díptico teatral "Brasil: o Futuro
que Nunca Chega", composto por "Princesa Isabel" e "D.
Pedro II". Além de seu trabalho na Cia Teatral Arnesto nos Convidou,
escreve artigos para a imprensa, participa de festivais, ministra palestras,
cursos e oficinas de dramaturgia em todo o Brasil. No exterior, fez
conferências em Cádiz (Espanha), Londres (Inglaterra) e Minnesota (EUA). Teve
alguns de seus textos publicados – e encenados – não somente no Brasil, mas em Cuba,
França, Inglaterra, México, Polônia e Portugal. Coordena o curso de
Pós-Graduação Lato Sensu em Dramaturgia da ESCH (Escola Superior de Artes Célia
Helena), em São Paulo (SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário