Grafite digital de Achiles Luciano |
Bernardo Galegale e Gustavo Vaz criam a primeira série
brasileira em áudio
binaural (3D) e grafite digital: “teatro” em forma de
seriado para ser ouvido.
A ExCompanhia de Teatro, fundada
e dirigida por Bernardo
Galegale e Gustavo Vaz, comemora cinco anos de
história e lança em janeiro de 2017, pela Internet, um aplicativo gratuito: O Enigma Voynich, que leva a dramaturgia do palco para
os celulares. O lançamento está previsto para o dia 31.
O trabalho mistura narrativa
ficcional, grafite digital e áudio 3D: as cenas devem ser vivenciadas com os
olhos fechados, utilizando fones de ouvido. O aplicativo, compatível com os
sistemas iOS e Android, é indicado para maiores de 16 anos.
A série foi produzida
através da tecnologia de áudio binaural, que recria a sensação de
tridimensionalidade do espaço, possibilitando ao ouvinte a percepção das cenas
com profundidade sonora realista, simulando um acontecimento ao vivo ao
reproduzir os sons de forma idêntica à própria captação pelo ouvido humano. A direção de produção
sonora ficou sob a batuta do músico e produtor de som Gabriel Spinosa.
O primeiro contato com O
Enigma Voynich é visual, a partir de desenhos em grafite digital que
situam o local onde a ação transcorre e mostram a posição em que a cena deve
ser escutada – de pé, sentado, deitado. Esses desenhos foram criados especialmente
para o projeto pelo artista visual Achiles
Luciano.
O audioespectador acompanha a
aventura como se estivesse “dentro da dramaturgia”, vivenciando a trama, sempre
em primeira pessoa, ao se transformar no personagem José, historiador
especialista no manuscrito Voynich –
um livro ilustrado misterioso, indecifrável, escrito há mais de 600 anos. José
se envolve em uma detetivesca trama sobre a decodificação do manuscrito ao
mesmo tempo em que descobre estar perdendo a memória, encarando emocionantes
situações de ação e suspense. A história se passa ao longo de 32 anos da vida
do personagem central (de 1983 a 2015).
No transcorrer do audioseriado,
algumas cenas só podem ser acessadas em bibliotecas municipais, como a Mário de
Andrade, a Sérgio Milliet (no CCSP) e a Viriato Correia. É preciso ir
pessoalmente ao local para continuar acompanhando a série. Nesse caso, o
aplicativo usa uma ferramenta de geolocalização para desbloquear os episódios,
automaticamente.
A ExCompanhia de Teatro promete
sensações quase reais ao público que decidir vivenciar a trama de O Enigma Voynich na pele de José: experiências
diversas como ser atingido por socos, tiros, ter relações sexuais e trocar
beijos na boca com outra personagem, perder a consciência enquanto é levado
para o hospital, ser submetido a uma cirurgia, sofrer a ameaça de cães
raivosos, dentre muitas outras, além de passar por momentos históricos do
Brasil como as Diretas Já, a Copa de 1990 e o massacre do Carandiru.
Conceitualmente, o projeto propõe
discussão sobre a excessiva transferência da memória humana para o universo digital,
a partir de um constante registro de experiências diárias em vídeos e fotos,
diminuindo diretamente a vivência da própria experiência enquanto ela acontece.
Além disso, o formato inédito da obra propõe a divisão da ideia do audiovisual
em duas partes para que o público, por conta própria, una som e imagem usando a
imaginação.
Após o lançamento do aplicativo,
a ExCompanhia de Teatro promoverá, no mês de fevereiro, uma oficina gratuita de
grafite digital com o Achiles Luciano, no Teatro do Centro da Terra. O aplicativo O Enigma Voynich é resultado do projeto Audiodrama
Seriado, viabilizado pelo Edital ProAC 2015 - Artes Integradas da Secretaria de
Estado da Cultura.
O manuscrito Voynich
Guardado
na Biblioteca da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, o Voynich
é um manuscrito real, que imagina-se ter sido escrito há, aproximadamente, 600
anos por um autor até hoje desconhecido. Na sua construção foi utilizado um
sistema de escrita não identificável, uma linguagem ininteligível, por isso é
conhecido como "o livro que ninguém consegue ler". Ao longo de sua
existência registrada, o manuscrito Voynich
tem sido objeto de estudo de muitos criptógrafos, incluindo alguns dos maiores
decifradores norte-americanos e britânicos na época da Segunda Guerra Mundial,
sem êxito. Esta sucessão de falhas lhe rendeu fama na história da criptografia,
mas também contribuiu para a teoria de ser simplesmente um embuste muito bem
tramado, uma sequência arbitrária de símbolos. Ainda assim, existem hipóteses
de que o manuscrito possa ter sido um dos primeiros trabalhos de Leonardo da
Vinci, que carrega o segredo da vida eterna, ou até mesmo de que tenha
sido feito por mãos alienígenas.
ExCompanhia
de Teatro
Gustavo e Bernardo (foto de Patrícia Cividanes) |
Nascida a partir de um
grupo de pesquisa formado por artistas envolvidos com produção cultural e teatro,
cria em 2012 seu primeiro projeto "EU - Negociando Sentidos" uma
experiência teatral transmídia imersiva com um mês de duração que unia
redes sociais e encontros virtuais com personagens, além de encontros
presenciais numa casa e em diversos lugares da cidade - com apresentações
realizadas em SP e em Munique na Alemanha, como projeto convidado pela
Kunstlerhaus Villa Waldberta para uma residência artística. No fim de 2013 a
ExCompanhia de Teatro é selecionada no edital de Copatrocínio Fomento ao
Audiovisual da Prefeitura de São Paulo para transformação de “EU
- Negociando Sentidos” em série de Tv / websérie. Também em 2013 cria o
Espaço Mínimo, uma pequena sala de ensaios e pesquisa junto à Cia. Caxote
e a Via Certa Teatral. Desenvolve atualmente o projeto Jornada, uma experiência em áudio
disponível para download gratuito, que consiste em áudios-guia com
dramaturgia criada em site specific a
partir da memória histórica de espaços públicos e ruas, e que durante o
percurso ressignifica a relação do participante-ouvinte com a cidade, com
o espaço e com ele próprio. Encontra-se também em processo de pesquisa
de seu novo experimento de teatro transmídia “Republiqueta”, com leituras,
discussões conceituais, pesquisas de texto e pesquisas de campo com
experimentos nas ruas de São Paulo, com estreia prevista para 2017.
Realizou em 2015 a experiência Jornada
Áudio Drama dentro da programação oficial da Virada Cultural no
Instituto Capobianco (Teatro da Memória) e no Festival
Satyrianas, rebatizada como Frequência
Ausente 19Hz, experiência em áudio 3D e sobreposições de imagens digitais
na realidade para smartphones. Em 2017 lança O Enigma Voynich,
áudio série binaural com grafite digital via app, patrocinado pelo ProAC
Artes Integradas SP da Secretaria de Estado da Cultura. Participou
do Festival Imaginarius, em Santa Maria da Feira, Portugal, em maio de 2016,
com o projeto Frequência Ausente
19Hz.
Alguns
projetos desenvolvidos pela ExCompanhia de Teatatro
Video-performances criadas em Munique (ALE) para espetáculo EU – Negociando Sentidos: https://vimeo.com/126011038 ehttps://vimeo.com/126395677
Jornada - áudio-tours com dramaturgia site specific, criada por artistas: https://vimeo.com/171151779
Achiles Luciano (grafite digital)
Achiles Luciano
iniciou
sua carreira em publicidade, antes de concluir curso de Comunicação Visual na
FAAP. Atuou em diferentes áreas - past-up, arte finalista, lay-out man -, mas
quando começou a ilustrar e manchar descobriu sua aptidão pela pintura.
Participou II Mostra de Grafite em São Paulo e obteve a oitava colocação entre
os 10 premiados que foram enviados para exposição no MIS. No início da década
de 90, pintou sua primeira tela, e, atualmente, seus trabalhos estão espalhados
pelo Brasil e exterior. Trabalha como artista visual, desde 1993, participando
de várias exposições, além de ter realizado outros trabalhos como artista
plástico, diretor de arte, digital live painting e intervenções. Entre eles,
destaque para: Exposição Coletiva, na CASA Galery (Londres); exposição Brasil no Ar, na Galeria Del Angels
(Barcelona); Exposição individual 1 + 1,
ou Mais..., na Galeria Experimenta (São Paulo); participação do projeto da casadalapa
Enquadro - capítulo 1: Domingas, um
curta e um livro, lançados em 2009; residência artística em Feldafing Alemanha,
Villa Waldberta, em 2013, com coletivo +br13; intervenções urbanas A Construção da Imagem e A Imagem Construída, da cia. Os Crespos
(São Paulo); Projeto VRUM e VRUMvrumzinho,
com o coletivo DMV22 (São Paulo e Europa); Zap!
Zona Autônoma da Palavra: Um Slam Brasileiro, do Núcleo Bartolomeu de
Depoimentos; entre outros.
Ficha técnica
Criação,
direção e dramaturgia:
Bernardo Galegale e Gustavo Vaz
Roteiro: Gustavo Vaz
Direção
de produção sonora:
Gabriel Spinosa
Grafite
digital e arte gráfica: Achiles Luciano
Elenco
principal:
Gustavo Vaz (José), Thiago Andreuccetti (Nélson), Daniel Warren (Pierre),
Bárbara Salomé (Juliana), José Sampaio (Mark), Camila Biondan (Elena) e Yunes
Chami (Dr. Marcelo)
Participações: Alexandre Mello, André
Sakajiri, Bernardo Galegale, Bruna Aragão, Carolina Borelli, Cássio Inácio, César
Brasil, Esperança Pera Motta, Fernando Aveiro, Gabriel Spinosa, Humberto
Caligari, Joaquim Farled
Inforsato, Laura Farled, Karollyne Nascimento, Kayky Reis, Lúcia
Bronstein, Luisa Micheletti, Mario de la Rosa, Miguel Thiré, Murilo Inforsato, Neide
Nell e Paula Spinelli
Produção
executiva:
Camila Biondan e Laura Farled
Produtor
de som:
Adailton Matos
Estúdio
de gravação:
Gato Preto
Consultor
de tecnologias:
Gustavo Perri Galegale
Desenvolvimento
de aplicativo iOS:
Alex Kusmenkovsky
Desenvolvimento
de aplicativo Android:
Victor B. Vieira
Fonoaudióloga: Thays Vaiano
Assessoria
de imprensa:
Verbena Comunicação
Apoios: Teatro do Centro da
Terra, Biblioteca Sérgio Milliet (CCSP), Biblioteca Viriato Corrêa e Biblioteca
Mário de Andrade.
Produção: ABGV São Paulo
Produções
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