Dirigido
por Enrique Diaz e Renato Linhares, primeiro texto teatral de
Mariana
concorre ao Prêmio Shell nas categorias melhor dramaturgia e atriz.
A aula-performance Cérebro_Coração - resultado de
um longo processo criativo que Mariana
Lima experimentou nos últimos sete anos – estreia temporada no Sesc Belenzinho, no dia 24 de agosto, sexta, às 21h30. O
espetáculo fica em cartaz na unidade até o dia 23 de setembro: sextas e
sábados, às 21h30, e domingos e feriados, às 18h30.
Motivada pela leitura
de Em Busca do Tempo Perdido, de M.Proust, e por uma
série de acontecimentos pessoais, ela começou a pesquisar, improvisar
e escrever sobre memória, linguagem e neurociência. A versão final do
texto foi construída no período de ensaios, com a colaboração de Enrique Diaz e
Renato Linhares, também diretores do espetáculo. No palco, a
atriz encena o que definiu como ‘aula-performance’, ao borrar a
fronteira entre o teatro e a sala de aula.
“Eu sempre escrevi
muito, mas em cadernos que só eu acessava. Tentei compensar de algum modo minha
lacuna de não ter feito universidade com o autodidatismo, lendo e participando
de aulas como ouvinte. Algumas delas me transformaram profundamente. Aquilo me
despertou um interesse novo e muito pulsante na performance de um professor na
sala de aula, tensionando o mundo das ideias com a presença dele e a
dos alunos, despertando interesses e provocando erupções inesperadas. Fiquei
com vontade de experimentar o que seria fazer uma aula como um espetáculo
e fui juntando tudo neste formato”, conta Mariana.
Não à toa, durante o
período de ensaios, o espetáculo foi apresentado para alunos do Ensino Médio em
algumas escolas da Rede Estadual do Rio de Janeiro (São João de Meriti e Nova
Iguaçu). O texto foi mostrado, ainda em processo, em salas de aula, sem nenhuma
maquiagem cênica, contando apenas com a força da palavra. As muitas conversas
com estudantes e professores também foram fundamentais para a versão final da
peça. Ao longo da temporada, os encontros pelos colégios vão continuar.
“Em alguns casos, os
alunos acharam que era uma aula de verdade, foi muito bonito. Viram ali uma
cientista falando de cérebro, de neurologia. Só acharam que era uma aula
diferente, onde estavam sendo convidados para fechar os olhos e olhar para
dentro”, relembra Mariana, cujo desejo de levar teatro para as salas de aula
vem ao encontro de furar uma certa bolha que separa o teatro da juventude e de
uma massa muito carente de cultura no País. “Não me interessa fazer espetáculo
para uma bolha de gente, feita de pares e algoritmos. Como fazer para que a
massa fora da bolha vá ao teatro e se interesse? Penso que ir até eles pode
ajudar a responder essa pergunta”, analisa.
Perguntas não faltam no texto de Mariana. A
partir de algumas informações científicas, ela compartilha uma série de
questionamentos, expõe pensamentos, fragilidades e verdades ambíguas.
Para ela, tanto o teatro como a sala de aula são lugares de
transformação e de troca, onde você nunca sai da mesma forma que
entrou.
“Não tenho desejos e
inclinações messiânicas, de querer expor a minha verdade. O
espetáculo é mais um compartilhamento de perguntas do que de
respostas. Tem mais a ver com expor a falha do que expor certezas e pensamentos
bem acabados”, sugere.
Entre as referências
usadas na concepção do espetáculo, está a obra de Leonilson (José Leonilson
Bezerra Dias (1957-1993), artista visual cujo trabalho é,
predominantemente, autobiográfico e movido pela necessidade de
registrar sua subjetividade. ‘É bom lembrar de olhar para você mesmo, não o
você que se expõe midiaticamente o tempo todo. É poder olhar para o que
você seria bem lá dentro, do jeito que o Proust, a Clarice, o Leonilson e a
Hilda Hilst olharam’, conclui Mariana.
Trajetória
A trajetória de Cérebro_Coração começou em
São Paulo, há cerca de sete anos. Neste período, Mariana gravava uma série
de improvisos em uma sala de ensaio e enviava para a atriz e dramaturga Isabel
Teixeira, que transcrevia e retornava com outras propostas e estímulo de
escrita. O resultado do trabalho gerou um texto chamado Câmera Escura, que foi apresentado para
amigos em sessões íntimas. Além de o processo ser determinante para o
desenvolvimento da sua personalidade como escritora, parte do material
escrito foi levado para a peça atual.
Em paralelo, Mariana
leu os sete volumes de Em Busca do Tempo
Perdido, de Proust, e expandiu os seus horizontes no campo relacionado à
memória e lembranças. A pesquisa foi atravessada por
uma intensa crise pessoal: “Comecei a tomar remédios e a me interessar
por esse desvio, essa falha no funcionamento da máquina que é a nossa cabeça.
Era como se eu estivesse sendo comandada pelo meu coração. Como se ele estivesse
na minha cabeça, um coração pulsante, machucado e sensível”, relembra a
atriz.
O percurso chegou à
etapa final com a chegada de Enrique Diaz e Renato Linhares, que assumiram a
direção e a colaboração dramatúrgica. Já trabalhamos muito juntos.
Por isso mesmo queríamos navegar em mares desconhecidos e estar em outro lugar
agora, diferente e novo. Os dois foram muito ativos no processo de escrita, fui
muito desafiada e estimulada por eles’, conta a atriz, que dividiu o palco
com Renato em A Mulher que Matou os
Peixes... E Outros Bichos (2009) e foi dirigida por Diaz em A Primeira Vista (2012), A Paixão Segundo G.H. (2002) e Gaivota – Tema para um Conto Curto
(2006).
Ficha técnica
Atuação e
dramaturgia: Mariana Lima
Direção e colaboração
dramatúrgica: Renato Linhares e Enrique Diaz
Cenografia: Dina
Salem Levy
Iluminação: Beto
Bruel
Projeções: Mídias
Organizadas | Paola Barreto, Lucas Canavarro, João Iglesias e
Jonathan Nunes
Trilha sonora: Lucas
Marcier
Assistência de
direção: Luisa Espindula
Figurinos: Marina
Franco
Preparação Corporal:
Laura Samy
Consultoria em arte
contemporânea: Luisa Duarte
Operação de som:
Joana Guimarães
Operação de
luz: Luana Della Crist
Operação de projeção:
Lina Kaplan
Camareira: Conceição
Telles
Captação de imagens
em estúdio: Théo Tajes
Construção de
cenografia: Camuflagem
Cenotécnico
responsável: Wilker Barros
Visagismo: Brenno
Santos
Arte gráfica:
Cubículo | Fábio Arruda e Rodrigo Bleque
Realização: Sesc SP
Equipe Quintal
Produções
Produção e
administração: Quintal Produções
Direção geral:
Verônica Prates
Coordenação artística:
Valencia Losada
Produção executiva:
Thiago Miyamoto
Assistência de
produção: Eduardo Alves
Direção de palco:
Iuri Wander
Serviço
Espetáculo: Cérebro_Coração
Temporada: 24 de agosto a 23 de setembro
Horários: Sextas e sábados, às 21h30. Domingos
e feriados, às 18h30
Duração: 70
minutos. Classificação indicativa: 14 anos. Gênero: Drama
Local: Sala de Espetáculos (90 pessoas)
Não recomendado para menores de 12. Duração:
1h30.
Ingressos: R$ 30,00 (inteira); 15,00
(aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e
servidor da escola pública com comprovante) e R$ 9,00 (credencial plena do
Sesc: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e
dependentes). Venda pelo Portal e unidades do Sesc.
Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000
Belenzinho – São Paulo (SP). Telefone: (11)
2076-9700
Estacionamento: Para espetáculos com
venda de ingressos após as 17h: R$ 15,00 (não matriculado); R$ 7,50 (credencial
plena no SESC - trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).
Assessoria
de imprensa – Período: 15/07 a 02/12/2018
VERBENA Comunicação
Eliane Verbena / João Pedro
Tel: (11) 2738-3209 / 99373-0181 - verbena@verbena.com.br
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