Montagem, dirigida por Tereza Gontijo, foi indicada ao Prêmio São Paulo de
Incentivo
ao Teatro Infantil e Jovem nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical
Adaptada.
O enredo trata de memórias esquecidas da infância, guardadas em
objetos abandonados.
O
Auditório do
Sesc Vila Mariana recebe a nova temporada do espetáculo infantil Os
Lavadores de Histórias, da Cia.
de Achadouros, que vai de 9 a 30 de junho, com sessões aos
domingos, às 15 horas. A
montagem, dirigida por Tereza
Gontijo,
foi inspirada na poesia de Manoel de Barros. A dramaturgia de Silvia Camossa foi concebida em
processo colaborativo com o grupo, a partir das cenas improvisadas na sala de
ensaio.
Os
Lavadores de Histórias são três personagens - Urucum, Tom Tom e Jatobá -, interpretados pelos atores palhaços Emiliano Favacho, Mariá Guedes e Felipe
Michelini, respectivamente. À noite, eles visitam quintais abandonados para
lavar objetos esquecidos como brinquedos e roupas, e reviver momentos especiais
da infância. Eles carregam consigo o “rio da memória”, no qual vão lavando as
coisas que encontram e revelando histórias, fantasias, personagens e
brincadeiras. Por meio de cenas cômicas, circenses, teatro de sombras e
objetos, o espetáculo faz uma sensível reflexão sobre a relação da criança com
o mundo real e da imaginação, e lança sobre a infância o olhar lúdico e
poético.
Tendo
como ponto de partida a potente e delicada poesia de Manoel de Barros, a
concepção valoriza a intimidade com as pequenas coisas, a beleza contida em
sutilezas, a graça da imaginação, as brincadeiras espontâneas e colaborativas e
o contato com a natureza. A partir de uma imersão na obra do poeta, os atores
foram para as ruas do bairro São Mateus em busca de histórias reais da memória
afetiva de pessoas comuns (moradores antigos e crianças) que foram usadas em
cenas da peça. “Um dos poemas de Manoel de Barros que mais nos inspirou foi Desobjeto, que fala sobre como a
imaginação pode dar novos sentidos e funções a um objeto e transformá-lo em
outras coisas na hora de brincar”, comenta Felipe Michelini. Os protagonistas
contam que lembranças de suas próprias infâncias e de outras pessoas envolvidas
na produção também estão no enredo.
A
diretora Tereza Gontijo – mineira de Belo Horizonte, que também é palhaça,
integrante dos Doutores da Alegria e da Cia. Vagalum Tum Tum - enfatiza que Os Lavadores de História foi concebido
como um espetáculo para a família. “Enquanto a palhaçaria é diversão garantida
para as crianças, o tom lírico e poético da peça toca os adultos ao acionar o
dispositivo de suas lembranças da infância”. Ela ainda comenta que o processo
junto à Cia. de Achadouros teve como estímulo o prazer do jogo de palhaços no
trabalho de criar para o público infantil.
Urucum,
Tom Tom e Jatobá sabem que nas coisas
esquecidas nos quintas das casas estão guardadas muitas histórias de meninos e meninas que cresceram e
já não se lembram de seus sonhos e brincadeiras. As histórias vão surgindo à
medida que os objetos e brinquedos vão sendo lavados e revelados.
Entre as cenas está O menino que queria voar: um lençol
manchado revela o garoto que queria viajar pelo mundo. Às vezes, fazia xixi
enquanto dormia e depois se escondia embaixo da cama, sonhando em voar e unir
os quatro continentes. Tem também A menina triste que descobre o que a faz
feliz:
um lenço colorido traz a história da menina que vivia triste até
conhecer um menino mágico. Na história, inspirada nas conversas com a sambista
Tia Cida, moradora da região de São Mateus, a menina conhece um amigo quando
vai buscar lenha para o fogão e o acompanha até o acampamento cigano,
descobrindo ali o seu amor pela música. Outro momento
é O
menino que vai para a lua com o amigo imaginário: um sapato velho se transforma em um interfone secreto para
anunciar a missão da primeira criança a pisar na lua (história do ator Felipe).
E ainda A menina que encantava os passarinhos: uma velha escova de cabelos faz as personagens reviverem a
história de uma rádio de passarinhos (lembrança da atriz Mariá). Na programação
desta rádio muitas aves participam: a andorinha dá receita de bolinho de chuva
(chuva mesmo!); o tico-tico, que voa muito alto, faz a previsão do tempo; na
transmissão do futebol, os jogadores são pássaros; e a radionovela dramatiza a
história do menino que ficou chateado porque ia ganhar uma irmãzinha - não um
“irmãozinho para brincar” -, mas ele descobre a alegria dessa nova relação
(história do ator Emiliano).
Para
o grupo, Os Lavadores de Histórias
quer fazer o público lembrar coisas que não deveriam ser esquecidas, lembrar
que brincar junto é fundamental em tempos de isolamento, e quebrar as amarras
dos adultos pela memória afetiva da infância para que pais e filhos revivam a
magia do brincar.
Ficha
técnica - Com Cia. de Achadouros. Dramaturgia:
Silvia Camossa. Direção: Tereza Gontijo.
Elenco: Emiliano B. Favacho (Urucum,
Gururu e Cipriano), Felipe Michelini (Jatobá, Bugrinha e Menino Cigano) e Mariá
Guedes (Tom Tom, Menina Triste e Meninassarinha). Cenografia: Alício Silva e Bira Nogueira. Figurino: Cleuber Gonçalves. Iluminação
e fotografia: Giuliana Cerchiari. Adereços:
Clau Carmo e Cia. de Achadouros. Pesquisa musical: Emiliano B Favacho e Tereza Gontijo. Músicas: Kevin Macleod. Preparação corporal: Ana Maíra Favacho, Erickson Almeida e Tereza
Gontijo. Edição de som: Emiliano B. Favacho e Rodrigo Régis. Voz em
off: Evandro Favacho. Grafite do painel: Celso Albino. Operação de som: Rebeka Teixeira e Thiago
Mota. Operação de luz: Francisco Renner. Assessoria
de imprensa:
Verbena Comunicação. Idealização:
Cia. de Achadouros. Realização: Sesc.
Sinopse - Urucum, Tom Tom e Jatobá são
lavadores de histórias que, todas as noites, visitam quintais da infância para
lavar o que ali fora esquecido e revelar memórias. Eles ficam tocados, mas
também se divertem muito com as personagens e segredos de cada história
revelada. O espetáculo convida o público a reviver as próprias memórias e
relembrar a infância com o intuito de que não se perca o que foi vivido em cada
lugar.
Serviço
Espetáculo: Os Lavadores de Histórias
Temporada: 9 a 30 de junho. Domingos, às 15h
Ingressos: R$ 17,00 (inteira). R$ 8,50 (meia:
estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com
deficiência). R$ 5,00 (credencial plena do Sesc: trabalhador do comércio de
bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Grátis para crianças até 12 anos, com
retirada de ingresso.
Duração: 60 min. Livre para todos os públicos
(recomendação: a partir de 4 anos)
Sesc Vila Mariana
Rua
Pelotas, 141, São Paulo – SP/SP.
Telefone: 5080-3000
Estacionamento:
R$ 5,50 a primeira hora + R$ 2,00 a hora adicional (Credencial Plena) e R$
12,00 a primeira hora + R$ 3,00 a hora adicional (outros). 130 vagas.
sescsp.org.br/vilamariana
Facebook, Twitter
e Instagram: @sescvilamariana
Cia. de Achadouros
A Companhia de Achadouros formou-se, em 2012, ainda com o
nome de A Melhor da Cidade Cia. Teatral, a partir do encontro de artistas em um
curso de máscaras, ministrado por Cida Almeida e Sofia Papo, na SP Escola de
Teatro. Durante o curso, estudaram diversas técnicas que envolvem o universo
das máscaras, passando pela Commedia dell’arte e pelo bufão até chegar à menor
máscara do mundo: o nariz vermelho do palhaço.
Em 2014, surgiu o interesse coletivo
em pesquisar a palhaçaria na região de São Mateus, bairro da zona leste de São
Paulo. Contemplado com o Programa VAI - 2014, o grupo inicia o projeto O
Espetáculo Mais Prestigioso do Século Vai a São Mateus que, além da
produção e realização da peça, compreendeu uma série de incursões ao bairro
periférico, a fim de realizar ações culturais (cortejos cênicos e musicais,
saídas livre de palhaço, divulgação da peça) e pesquisas com a comunidade local
e a linguagem do palhaço em relação com o público. O Espetáculo Mais
Prestigioso do Século - que tem
direção de Sofia Papo e dramaturgia de Cida Almeida - é um espetáculo de rua
com linguagem de palhaço e números circenses. As reverberações do projeto em
São Mateus fizeram com que o grupo direcionasse sua pesquisa para a ação do
palhaço na rua, como interventor e facilitador de relações.
No ano de 2017, o grupo decidiu se debruçar sobre as questões da infância na
região, com o projeto Elogio à infância: Escavando os Meninos que Fomos.
O trabalho reúne histórias vividas por pessoas em São Mateus, memórias da
infância dos integrantes e a poesia de Manoel de Barros. O
resultado do processo é o espetáculo infantil Os Lavadores de histórias, segunda montagem do grupo em
parceria com a diretora Tereza Gontijo e a dramaturga Silvia Camossa. O
espetáculo estreou e cumpriu temporada no Sesc Pinheiros, em 2018, circulou por
unidades do Sesc no interior paulista e foi apresentado no Itaú Cultural e em
Casas de Cultura e Fábricas de Cultura.
O grupo também desenvolve o projeto
de contação de histórias - Origens do
Brasil, que reúne histórias indígenas e afro-brasileiras - e intervenções
de palhaço com a temática da infância e meio ambiente. Além da pesquisa
teatral, os(as) integrantes da companhia também realizaram trabalhos pedagógicos,
ministrando aulas de teatro, palhaçaria e intervenção urbana na Casa de Cultura
São Mateus, Casa de Cultura Parque São Rafael e Casa de Cultura Chico Science.
Assessoria de imprensa
– VERBENA Comunicação
Eliane Verbena / João
Pedro
Tel: (11) 2738-3209 /
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