quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Pinho de Riga abre as portas no Bixiga

No dia 19 de outubro, sexta-feira, será inaugurado o Espaço Cultural Pinho de Riga, na Rua Conselheiro Ramalho, nº 599, no bairro Bela Vista (Bixiga), em São Paulo. A partir da 19 horas, os convidados serão brindados com várias performances de dança, música e artes visuais para marcar o início das atividades.

O Pinho de Riga nasceu do desejo de um grupo de profissionais do teatro – Almara Mendes, Tatiana Rehder, Marília Miyazawa, Thiago Henrique do Carmo e Mariana Flesch Fortes – em ter um lugar próprio para realizarem suas produções e também fomentar a cultura paulistana. Com instalações simples e aconchegante, o grupo ocupa uma casa antiga que foi reformada para atender as necessidades de um espaço cultural tendo, entre salas para administração, bar (o Barriga) e loungue, uma sala de apresentação para 51 pessoas.

Duas montagens do Grupo Teatral Pinho de Riga inauguram a programação de outubro do novo espaço: Música Para a Solidão (concepção do grupo, inspirada em livros de Clarice Lispector) estreia no dia 20 e Estrelas do Orinoco (de Emilio Carballido) entra em cartaz no dia 24, ambas com direção de Tatiana Rehder.

Na sequência, o espaço recebe Terra de Ninguém (de Josué Guimarães) - dia 9 de novembro - com a Cia. de Teatro Compacto e direção conjunta de Miguel Langone Jr. e Isadora Faria. E Arte Simples Conta Tchekhov (criação coletiva do Grupo Artes Simples de Teatro a partir de obras de Anton Tcheckov) abre temporada em 13 de novembro, dirigida também por Tatiana Rehder.

Segundo a atriz Almara Mendes, há muito tempo sonhava em ter um espaço próprio para seus projetos teatrais, desejo sempre compartilhado com a diretora Tatiana Rehder. “No início deste ano estávamos juntas em um novo trabalho e voltamos a sonhar. O nome do espaço já estava definido, encontramos uma casa e nem foi preciso comentários: era o local certo”, conta Almara. O grupo já tinha dois espetáculos em processo de montagem, fato que conspirou para a concretização da sede. Embora seja mais focado nas artes cênicas, o Pinho de Riga pretende ser um espaço de lazer e sociabilidade, abrigando e incentivando também outras manifestações artísticas como música, dança e artes visuais.

Pinho de Riga é o nome de uma madeira nobre, quase extinta. O grupo quer relacionar a qualidade e durabilidade da madeira ao seu trabalho que busca solidez, longevidade, força ou mesmo certa magia teatral que pode ter sido extinta.

Programação de outubro

Música Para a Solidão
A partir dos livros Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres e A Via Crucis do Corpo, de Clarice Lispector
Concepção e realização: Grupo Teatral Pinho de Riga
Direção: Tatiana Rehder
Elenco: Almara Mendes, Marília Miyazawa e Thiago Henrique do Carmo
Estreia: dia 20 de outubro – sábado – às 21 horas
Temporada: 20/10 a 16/12 - sábados (21 horas) e domingos (20 horas)
20 lugares (reservar) - 80 min - Drama - Classificação: 14 anos

Música Para a Solidão é um espetáculo inspirado nos livros Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres e A Via Crucis do Corpo, de Clarice Lispector. A montagem do Grupo Teatral Pinho de Riga, com direção de Tatiana Rehder, cria uma interpretação física para personagens literários têm em comum o desejo ou a busca pelo aprendizado de como viver, de como caber em sua própria roupagem.

São figuras que se caracterizam e se materializam pelo prisma da solidão e dela tentam se desvencilhar ou apenas viver confortavelmente nessa condição. Na concepção do grupo, as personagens dos livros de Clarice Lispector foram recriadas. “São novas pessoas, novas personagens. Elas brotariam da identificação dos leitores com a maneira de ser e agir de Miss Algrave (Almara Mendes), Lori (Marília Miyazawa) e Ulisses (Thiago Henrique do Carmo), e que se transformam, respectivamente em Ruth, Verônica e Paulo”. Explica a diretora.

Esta versão do Pinho de Riga para os protagonistas de Clarisse faz uma leitura própria de suas personalidades: os diálogos (seja com o parceiro em cena, seja diretamente com o público) fluem livremente, como pensamentos sinceros, para dizer o que não foi dito; o que é ainda mais íntimo. Aliada a esta proposta, a dramaturgia usa o espaço como um agente a mais para propor ao público uma lente de aumento ao acompanhar a trajetória dos personagens em seus locais privados. A diretora propõe que o espectador seja como um par de olhos no buraco da fechadura, cúmplices da história.

Estrelas do Orinoco
Texto: Emilio Carballido
Tradução: Hugo Villavicenzio
Direção: Tatiana Rehder
Elenco: Almara Mendes e Mariana Flesch
Realização e produção: Grupo Teatral Pinho de Riga
Estreia: dia 24 de outubro – quarta-feira – às 21 horas
Temporada: 24/10 a 13/12 - Quartas e quintas - às 21horas
Duração: 80 min Gênero: Comédia - Classificação: 14 anos - 51 lugares

Com tradução para o português de Hugo Villavicenzio, o texto Estrelas do Orinoco, do dramaturgo mexicano Emilio Carballido, ganha montagem aos olhos do Grupo Teatral Pinho de Riga, com direção de Tatiana Rehder. A peça investiga o universo de duas atrizes pouco prestigiadas pela fama – interpretadas por Almara Mendes e Mariana Flesch - a bordo de um barco sem comando no Rio Orinoco (Venezuela/Colômbia).

Esta imagem de duas atrizes de segunda classe a bordo de uma embarcação sem comando pode ser símbolo de uma de nossas facetas latinas: um continente com passado colonial exploratório com muita dificuldade de criar uma identidade para seu povo, minimamente uniforme, com referências próprias. O grupo explica que montar uma peça venezuelana no Brasil com este enredo é a chance de fomentar uma reflexão sobre nosso país, de promover uma aproximação com os vizinhos latinos com quem compartilhamos traços históricos e possibilidades de futuro.

No enredo, duas mulheres sozinhas em um dos maiores rios da Bacia Amazônica criam seu cotidiano de fantasias que lhes dá força e condições para viver a desgraça real e concreta de estar à deriva. O Pinho de Riga pretende refletir sobre como esta válvula de escape se aplicaria à história de nosso continente e de qual realidade já nos distanciamos.

A montagem, porém, visita também as almas dessas mulheres: duas pessoas reais, com planos concretos e expectativas de futuro. O público se torna cúmplice das fantasias das duas atrizes que precisam criar maneiras de sobreviver em meio às variadas adversidades do mundo real. Suas dificuldades passam pela pobreza, falta de reconhecimento, solidão e fracasso, agruras possíveis a qualquer mortal. “Certamente encontramos aqui a dimensão universal do nosso projeto, pois estamos trabalhando com seres humanos e suas angústias e sonhos, personagem cheias de humanidade; estamos falando de nós”, finaliza Tatiana Rehder.

(Este espetáculo tem seus direitos autorais licenciados pela ABRAMUS - Associação Brasileira de Música e Artes).

Programação de novembro e dezembro

Terra de Ninguém
Com: Cia. de Teatro Compacto
Texto: Josué Guimarães
Adaptação: Miguel Lagone Jr.
Direção: Miguel Langone Jr. e Isadora Faria
Elenco: Teca Pinkovai, Antonio Natal e Miguel Langone Jr.
Estreia: dia 9 de novembro – sexta-feira – às 21 horas
Temporada: 9/11 a 21/12 – sextas-feiras – às 21 horas
60 min - 51 lugares - Classificação: 14 anos - Dama

Arte Simples Conta Tchekhov
Com: Grupo Artes Simples de Teatro
Criação coletiva a partir da peça As Três irmãs e do livro Um Bom Par de Sapatos e Um Caderno de Anotações, de Anton Tcheckov
Direção: Tatiana Rehder
Reestreia: dia 13 de novembro – terça-feira – ás 21 horas
Temporada: 13/11 a 11/12 – terças-feiras - às 21 horas
90 min - 20 lugares - Classificação: 14 anos - Drama

Em Cartaz:
Música Para a Solidão - sábados (21h) e domingos (20h) – até 16/12
Estrelas do Orinoco - Quartas e quintas - às 21horas – até 13/12

Serviço:
Espaço Cultural Pinho de Riga
Rua Conselheiro Ramalho, 599 – Bela Vista/SP - Tel.: (11) 96373-7090
Ingressos: 30,00 (meia: R$ 15,00) – Bilheteria: 2 horas antes dos espetáculos
Aceita dinheiro e cheque. Não aceita cartões. Acesso universal. Bar e café.

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