segunda-feira, 11 de julho de 2022

Infantil Os Lavadores de Histórias tem sessão grátis no Teatro Municipal de Botucatu

Foto de Giuliana Cerchiari

A peça, indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem
em duas categorias, cumpre circulação por 7 cidades margeadas pelo Rio Tietê.

Inspirado na poesia do cuiabano Manoel de Barros, o espetáculo infantil Os Lavadores de Histórias, com a Cia. de Achadouros, tem sessão gratuita no Teatro Municipal de Botucatu Camillo Fernandez Dinucci, no dia 30 de julho (sábado, às 16h). A sessão integra a programação da edição 2022 do Festival de Inverno de Botucatu.

A peça - dirigida por 
Tereza Gontijo com dramaturgia de Silvia Camossa - fala sobre memórias da infância que foram esquecidas, mas guardadas em objetos abandonados. A montagem foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical Adaptada.

Os Lavadores de Histórias
 são Urucum, Tom Tom e Jatobá, interpretados pelos atores palhaços Emiliano FavachoMariá Guedes e Felipe Michelini, respectivamente. Durante a noite, visitam quintais para lavar objetos esquecidos ou abandonados, como brinquedos e roupas, e reviver momentos da infância. Eles carregam consigo o Rio da Memória. Nas águas desse rio vão lavando os objetos, revelando histórias, fantasias, personagens e brincadeiras. Eles ficam tocados, mas também se divertem muito com os segredos revelados. Por meio de cenas cômicas e circenses, teatro de sombras e objetos, o espetáculo faz uma sensível reflexão sobre a relação da criança com o mundo real e o da imaginação, lançado um olhar lúdico e poético sobre a infância.

A circulação, que já passou por Suzano, Salesópolis, Santana de Parnaíba e Pereira Barreto, contempla sete cidades do interior paulista, banhadas pelo 
Rio Tietê, numa referência ao Rio da Memória presente no enredo da peça. O Rio Tietê, que nasce em Salesópolis (Serra do Mar), percorre praticamente todo o estado de São Paulo e deságua no Rio Paraná. A circulação segue o trajeto do rio em direção a Mato Grosso, onde nasceu Manoel de Barros. As próximas paradas são em Ilha Solteira (13/08, às 19h, na Casa da Cultura Rachel Dossi, integrando a Mostra de Teatro de Ilha Solteira) e Pirapora do Bom Jesus (a definir).

Três ações completam a programação em cada cidade: 
Varal de Memórias, uma instalação cenográfica interativa, os espectadores podem pendurar suas histórias e lembranças da infância; Programa Lúdico contendo jogos divertidos e brincadeiras para as crianças com temas relacionados à peça; Mini Documentário com depoimentos e relatos do público sobre a relação com o rio da sua cidade, registros da circulação e bastidores, que será disponibilizado no YouTube.

A encenação

Tendo como ponto de partida a potente e delicada poesia Manoel de Barros (1916-2014, Cuiabá/MT), 
Os Lavadores de Histórias valoriza as pequenas coisas, a beleza contida nas sutilezas, a graça do imaginar, as brincadeiras espontâneas e colaborativas e o contato com a natureza. Os atores fizeram uma imersão na obra do poeta e foram para as ruas do bairro São Mateus, em São Paulo, em busca de histórias reais da memória afetiva de moradores antigos e crianças. “Um dos poemas de Manoel de Barros que mais nos inspirou foi Desobjeto, que fala sobre usar a imaginação para dar novos sentidos e funções a um objeto, transformá-lo em outra coisa na hora de brincar”, comenta Felipe Michelini. Os protagonistas revelam que lembranças de suas próprias infâncias e de outras pessoas envolvidas na produção também estão no enredo.

Urucum, Tom Tom e Jatobá sabem
 que as coisas esquecidas nos quintais guardam muitas histórias de meninos e meninas que cresceram e não lembram mais das brincadeiras e dos sonhos. As histórias surgem à medida que objetos e brinquedos são lavados e revelados. Entre as cenas está O menino que queria voar: um lençol manchado revela o garoto que queria viajar pelo mundo. Às vezes, fazia xixi enquanto dormia e se escondia embaixo da cama, sonhando em voar e unir os quatro continentes. Tem também A menina triste que descobre o que a faz feliz: um lenço colorido traz a história da menina que vivia triste até conhecer um garoto mágico (inspirada em conversas com a sambista Tia Cida, moradora da região de São Mateus). Ela o encontra quando vai buscar lenha e o acompanha até o acampamento cigano, descobrindo ali o seu amor pela música. Em O menino que vai para a lua com o amigo imaginário, um sapato velho se transforma em interfone secreto para anunciar a missão da primeira criança a pisar na lua (história do ator Felipe). Em A menina que encantava os passarinhos, uma velha escova de cabelos traz para a cena a história de uma rádio de passarinhos (memória da atriz Mariá). Muitas aves participam da programação: a andorinha dá receita de bolinho de chuva (chuva mesmo!); o tico-tico, que voa alto, faz a previsão do tempo; no futebol, os jogadores são pássaros; e a radionovela dramatiza a história do menino que ficou chateado porque ia ganhar uma irmãzinha, não um “irmãozinho para brincar”, mas descobre a alegria dessa nova relação (história de Emiliano).

Para o grupo, 
Os Lavadores de Histórias quer fazer o público lembrar coisas que não deveriam ser esquecidas, lembrar que brincar junto é fundamental, e quebrar as amarras dos adultos pela memória afetiva para que pais e filhos revivam a magia do brincar.

FICHA TÉCNICA - 
Dramaturgia: Silvia Camossa. Direção: Tereza Gontijo. Elenco: Emiliano B. Favacho (Urucum), Felipe Michelini (Jatobá) e Mariá Guedes (Tom Tom). Cenografia: Alício Silva e Bira Nogueira. Figurino: Cleuber Gonçalves. Iluminação: Giuliana Cerchiari. Adereços: Clau Carmo e Cia. de Achadouros. Pesquisa Musical: Emiliano B. Favacho e Tereza Gontijo. Músicas: Kevin Macleod. Edição de som: Emiliano B. Favacho e Rodrigo Régis. Voz em off: Evandro Favacho. Grafite/painel: Celso Albino. Operação de som: José Olegário Neto. Operação de luz: Francisco Renner. Preparação corporal: Ana Maíra Favacho e Erickson Almeida. Registro em vídeo, edição e fotografia: Cidcley Ulysses Dionísio. Design gráfico: Nathalia Ernesto. Produção: Leneus Produtora de Arte. Assessoria de imprensa: Eliane Verbena. Fotos/divulgação: Giuliana Cerchiari. Idealização: Cia. de Achadouros. Realização: Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa - Edital ProAC Expresso - 08/2021 - Público Infanto-Juvenil / Circulação.

Serviço
Espetáculo: Os Lavadores de Histórias
Com: Cia. de Achadouros
Festival de Inverno de Botucatu 2022
30 de julho. Sábado, às 16h
Teatro Municipal de Botucatu Camillo Fernandez Dinucci
Praça Coronel Rafael de Moura Campos, 27 – Centro, Botucatu/SP.
GrátisDuração: 50 min. Livre (recomendação: 4 anos).

Cia. de Achadouros - 
A Companhia de Achadouros formou-se, em 2012, com o nome de A Melhor da Cidade Cia. Teatral, a partir do encontro de artistas em curso de máscaras, ministrado por Cida Almeida e Sofia Papo, na SP Escola de Teatro. Estudaram técnicas que envolvem o universo das máscaras, da commedia dell’arte, passando pelo bufão até chegar à menor máscara do mundo: o nariz vermelho do palhaço. Em 2014, contemplado pelo Programa VAI - 2014, o grupo iniciou o projeto O Espetáculo Mais Prestigioso do Século Vai a São Mateus - pesquisa sobre palhaçaria na região de São Mateus, zona leste de São Paulo - que compreendeu ainda uma série de ações culturais no bairro (cortejos cênicos e musicais, saídas livre de palhaço) e pesquisas com a comunidade e a relação com a linguagem do palhaço. O Espetáculo Mais Prestigioso do Século (direção - Sofia Papo; dramaturgia - Cida Almeida) é um espetáculo de rua com linguagem de palhaço e números circenses. As reverberações direcionaram a pesquisa para a ação do palhaço na rua, como interventor e facilitador de relações. Em 2017, o grupo debruçou-se sobre questões da infância na região com o projeto Elogio à Infância: Escavando os Meninos que Fomos. O trabalho reúne histórias vividas por pessoas em São Mateus, memórias da infância dos integrantes e a poesia de Manoel de Barros. O resultado é o infantil Os Lavadores de histórias, sua segunda montagem, em parceria com a diretora Tereza Gontijo e a dramaturga Silvia Camossa, que foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical Adaptada. A peça estreou no Sesc Pinheiros, em 2018, seguiu para a unidade Vila Mariana, circulou por unidades do Sesc no interior paulista e foi apresentada no Itaú Cultural, em Casas de Cultura e Fábricas de Cultura, além de ter feito temporada online durante a pandemia. O grupo também desenvolve projeto de contação de histórias - Origens do Brasil, que reúne histórias indígenas e afro-brasileiras - e intervenções de palhaço com as temáticas: infância e meio ambiente. Os(as) integrantes da companhia também realizaram trabalhos pedagógicos (aulas de teatro, palhaçaria e intervenção urbana) em Casas de Cultura e outros espaços e projetos.


Assessoria de imprensa – VERBENA Comunicação
Eliane Verbena
Tel: (11) 99373-0181
verbena@verbena.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário