Foto de Giuliana Cerchiari
A peça, indicada ao
Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem
em duas categorias,
cumpre circulação por 7 cidades margeadas pelo Rio Tietê.
Inspirado na poesia do cuiabano Manoel de Barros, o
espetáculo infantil Os Lavadores de Histórias, com a Cia. de
Achadouros, tem sessão gratuita no Teatro Municipal de Botucatu Camillo
Fernandez Dinucci, no dia 30 de
julho (sábado, às 16h). A sessão integra a programação da edição 2022 do
Festival de Inverno de Botucatu.
A peça - dirigida por Tereza Gontijo com
dramaturgia de Silvia Camossa - fala sobre memórias da
infância que foram esquecidas, mas guardadas em objetos abandonados. A montagem
foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem
nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical Adaptada.
Os Lavadores de Histórias são Urucum, Tom Tom e
Jatobá, interpretados pelos atores palhaços Emiliano Favacho, Mariá
Guedes e Felipe Michelini, respectivamente. Durante a
noite, visitam quintais para lavar objetos esquecidos ou abandonados, como
brinquedos e roupas, e reviver momentos da infância. Eles carregam consigo o
Rio da Memória. Nas águas desse rio vão lavando os objetos, revelando
histórias, fantasias, personagens e brincadeiras. Eles ficam tocados, mas também se divertem muito com os segredos
revelados. Por meio de cenas cômicas e circenses, teatro de sombras
e objetos, o espetáculo faz uma sensível reflexão sobre a relação da criança
com o mundo real e o da imaginação, lançado um olhar lúdico e poético sobre a
infância.
A circulação, que já passou por Suzano, Salesópolis,
Santana de Parnaíba e Pereira Barreto, contempla sete cidades do interior
paulista, banhadas pelo Rio Tietê, numa referência ao Rio
da Memória presente no enredo da peça. O Rio Tietê, que nasce em
Salesópolis (Serra do Mar), percorre praticamente todo o estado de São Paulo e
deságua no Rio Paraná. A circulação segue o trajeto do rio em direção a Mato
Grosso, onde nasceu Manoel de Barros. As próximas paradas são em Ilha
Solteira (13/08, às 19h, na Casa da Cultura Rachel Dossi, integrando a
Mostra de Teatro de Ilha Solteira) e Pirapora do Bom Jesus (a
definir).
Três ações completam a programação em cada cidade: Varal
de Memórias, uma instalação cenográfica interativa, os espectadores podem
pendurar suas histórias e lembranças da infância; Programa Lúdico
contendo jogos divertidos e brincadeiras para as crianças com temas
relacionados à peça; Mini Documentário com depoimentos e relatos do
público sobre a relação com o rio da sua cidade, registros da circulação e
bastidores, que será disponibilizado no YouTube.
A encenação
Tendo como ponto de partida a potente e delicada
poesia Manoel de Barros (1916-2014, Cuiabá/MT), Os Lavadores
de Histórias valoriza as pequenas coisas, a beleza contida nas
sutilezas, a graça do imaginar, as brincadeiras espontâneas e colaborativas e o
contato com a natureza. Os atores fizeram uma imersão na obra do poeta e foram
para as ruas do bairro São Mateus, em São Paulo, em busca de histórias reais da
memória afetiva de moradores antigos e crianças. “Um dos poemas de Manoel de
Barros que mais nos inspirou foi Desobjeto, que fala sobre usar a
imaginação para dar novos sentidos e funções a um objeto, transformá-lo em
outra coisa na hora de brincar”, comenta Felipe Michelini. Os protagonistas
revelam que lembranças de suas próprias infâncias e de outras pessoas
envolvidas na produção também estão no enredo.
Urucum, Tom Tom e Jatobá sabem que as
coisas esquecidas nos quintais guardam muitas histórias de meninos e
meninas que cresceram e não lembram mais das brincadeiras e dos sonhos. As
histórias surgem à medida que objetos e brinquedos são lavados e
revelados. Entre as cenas está O menino que queria voar:
um lençol manchado revela o garoto que queria viajar pelo mundo. Às vezes,
fazia xixi enquanto dormia e se escondia embaixo da cama, sonhando em voar e
unir os quatro continentes. Tem também A menina triste que descobre
o que a faz feliz: um lenço colorido traz a história da
menina que vivia triste até conhecer um garoto mágico (inspirada em conversas
com a sambista Tia Cida, moradora da região de São Mateus). Ela o encontra
quando vai buscar lenha e o acompanha até o acampamento cigano, descobrindo ali
o seu amor pela música. Em O menino que vai para a lua com o amigo
imaginário, um sapato velho se transforma em interfone
secreto para anunciar a missão da primeira criança a pisar na lua (história do
ator Felipe). Em A menina que encantava os passarinhos, uma
velha escova de cabelos traz para a cena a história de uma rádio de passarinhos
(memória da atriz Mariá). Muitas aves participam da programação: a andorinha dá
receita de bolinho de chuva (chuva mesmo!); o tico-tico, que voa alto, faz a
previsão do tempo; no futebol, os jogadores são pássaros; e a radionovela
dramatiza a história do menino que ficou chateado porque ia ganhar uma
irmãzinha, não um “irmãozinho para brincar”, mas descobre a alegria dessa nova
relação (história de Emiliano).
Para o grupo, Os Lavadores de Histórias quer
fazer o público lembrar coisas que não deveriam ser esquecidas, lembrar que
brincar junto é fundamental, e quebrar as amarras dos adultos pela memória
afetiva para que pais e filhos revivam a magia do brincar.
FICHA TÉCNICA - Dramaturgia: Silvia Camossa. Direção:
Tereza Gontijo. Elenco: Emiliano B. Favacho
(Urucum), Felipe Michelini (Jatobá) e Mariá Guedes (Tom Tom). Cenografia: Alício Silva e Bira Nogueira. Figurino: Cleuber Gonçalves. Iluminação: Giuliana Cerchiari. Adereços: Clau Carmo e Cia. de Achadouros. Pesquisa Musical: Emiliano B. Favacho e Tereza
Gontijo. Músicas: Kevin
Macleod. Edição de som: Emiliano
B. Favacho e Rodrigo Régis. Voz em
off: Evandro Favacho. Grafite/painel:
Celso Albino. Operação de som: José
Olegário Neto. Operação de luz: Francisco
Renner. Preparação corporal: Ana
Maíra Favacho e Erickson Almeida. Registro
em vídeo, edição e fotografia: Cidcley Ulysses Dionísio. Design gráfico: Nathalia Ernesto. Produção: Leneus Produtora de
Arte. Assessoria de imprensa:
Eliane Verbena. Fotos/divulgação:
Giuliana Cerchiari. Idealização:
Cia. de Achadouros. Realização:
Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa -
Edital ProAC Expresso - 08/2021 - Público Infanto-Juvenil / Circulação.
Serviço
Espetáculo: Os Lavadores de Histórias
Com: Cia. de Achadouros
Festival de Inverno de
Botucatu 2022
30 de julho. Sábado, às 16h
Teatro Municipal de Botucatu Camillo Fernandez
Dinucci
Praça Coronel Rafael de Moura Campos, 27 –
Centro, Botucatu/SP.
Grátis. Duração: 50 min. Livre
(recomendação: 4 anos).
Cia. de Achadouros - A Companhia de Achadouros formou-se,
em 2012, com o nome de A Melhor da Cidade Cia. Teatral, a partir do encontro de
artistas em curso de máscaras, ministrado por Cida Almeida e Sofia Papo, na SP
Escola de Teatro. Estudaram técnicas que envolvem o universo das máscaras, da
commedia dell’arte, passando pelo bufão até chegar à menor máscara do mundo: o
nariz vermelho do palhaço. Em 2014, contemplado pelo Programa VAI - 2014, o
grupo iniciou o projeto O Espetáculo Mais Prestigioso do Século Vai a
São Mateus - pesquisa sobre palhaçaria na região de São Mateus, zona
leste de São Paulo - que compreendeu ainda uma série de ações culturais no
bairro (cortejos cênicos e musicais, saídas livre de palhaço) e pesquisas com a
comunidade e a relação com a linguagem do palhaço. O Espetáculo Mais Prestigioso
do Século (direção - Sofia Papo; dramaturgia - Cida Almeida) é um
espetáculo de rua com linguagem de palhaço e números circenses. As
reverberações direcionaram a pesquisa para a ação do palhaço na rua, como
interventor e facilitador de relações. Em 2017, o grupo debruçou-se
sobre questões da infância na região com o projeto Elogio à Infância:
Escavando os Meninos que Fomos. O trabalho reúne histórias vividas por
pessoas em São Mateus, memórias da infância dos integrantes e a poesia de
Manoel de Barros. O resultado é o infantil Os Lavadores de histórias,
sua segunda montagem, em parceria com a diretora Tereza Gontijo e a dramaturga
Silvia Camossa, que foi indicada ao Prêmio São Paulo de Incentivo ao
Teatro Infantil e Jovem nas categorias Direção Revelação e Trilha Musical
Adaptada. A peça estreou no Sesc Pinheiros, em 2018, seguiu para a unidade Vila
Mariana, circulou por unidades do Sesc no interior paulista e foi apresentada
no Itaú Cultural, em Casas de Cultura e Fábricas de Cultura, além de ter feito
temporada online durante a pandemia. O grupo também desenvolve projeto de
contação de histórias - Origens do Brasil, que reúne histórias
indígenas e afro-brasileiras - e intervenções de palhaço com as temáticas:
infância e meio ambiente. Os(as) integrantes da companhia também realizaram
trabalhos pedagógicos (aulas de teatro, palhaçaria e intervenção urbana) em
Casas de Cultura e outros espaços e projetos.
Assessoria de imprensa – VERBENA
Comunicação
Eliane
Verbena
Tel: (11) 99373-0181 - verbena@verbena.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário