segunda-feira, 9 de maio de 2016

Gênios da pintura e cinema argentino são temas de mostras no Cineclube Araucária

A programação do mês de maio do projeto Cineclube Araucária – O Cinema de Volta a Campos do Jordão traz duas mostras de grande relevância para a sétima arte. Os ingressos são grátis em todas as sessões.

A primeira, Panorama do Cinema Argentino, que acontece entre os dias 12 e 15 de maio, é uma pequena amostra da qualidade das produções argentinas que vêm conquistando as salas de exibição do mundo todo. As obras selecionadas para esta mostra são: Nove Rainhas (de Fabián Bielinski), Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Digital (de Gustavo Taretto), Relatos Selvagens (de Damián Szifron) e Valentin (de Alejandro Agresti).

Entre 19 e 22 de maio serão exibidos filmes que reverenciam e registram as histórias de quatro gênios das artes plásticas. A mostra No Cinema Por Outras Telas é formada pelos seguintes filmes: Frida (de Julie Taymor), que narra a intensa e conturbada vida da artista mexicana Frida Kahlo, Agonia e Êxtase (de Carol Reed), sobre Michelangelo e seu trabalho na Capela Sistina, Sede de Viver (de Vincente Minelli), que traz Vincent Van Gogh  com todo o seu talento e seu tormento, e Pollock (de Ed Harris), sobre a arte original de Jackson Pollock.

O Cineclube Araucária investe em criatividade e diversão nas matinês. Em maio, os filmes para a garotada seguem as temáticas das mostras acima. No dia 15, será exibida a animação argentina A Tartaruga Manuelita, de Manuel Garcia Ferré, e no dia 22, Uma Noite No Museu, de Shawn Levy.

O projeto Cineclube Araucária - O Cinema de Volta a Campos do Jordão acontece com o apoio do ProAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) e parcerias com a Secretaria Municipal de Cultura e AMECampos (Associação dos Amigos de Campos do Jordão). Iniciado em fevereiro, prevê, até novembro, a realização de 20 mostras de cinema. Além das tradicionais mostras temáticas, a cada mês um país terá a sua filmografia exibida para o público jordanense, entre eles: Turquia, Brasil, Argentina, França, Canadá, China, continente africano e os já contemplados: Polônia, Irã e Índia.

A programação de 2016 inclui também uma série de Palestras e Seminários, visando à formação profissional de novos cineastas, com produção de curtas-metragens que serão o foco da segunda edição do Festival Curta Campos do Jordão, previsto para ocorrer em dezembro no antigo Cine Glória (atual Espaço Cultural Dr. Além). Outros destaques são a realização do 6º Encontro Cinemúsica de Campos do Jordão e da exposição Cinema Ilustrado: A Oitava Arte, ambos em julho, na sede da AMECampos.

Cinema Argentino

Com um histórico de boas tramas políticas e sensíveis retratos de família, o cinema argentino conquistou o respeito do público e da crítica, muito além das suas fronteiras. Em 2010, sua cinematografia recebeu o segundo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, entregue ao longa O Segredo de Seus Olhos. O primeiro foi A História Oficial, de Luis Puenzo, em 1986, além das indicações na mesma categoria, em 1975, 1985, 1999, 2002 e, por muito pouco, em 2015, los hermanos não ganharam a terceira estatueta com Relatos Selvagens, de Damián Szifrón. Segundo o curador, a pergunta comum aos brasileiros é “por que os argentinos conseguiram se colocar no grupo dos principais países produtores da sétima arte em todo o mundo? e a resposta está ligada aos roteiros bem desenvolvidos, bem escritos, e na maneira de transportá-los para a tela com um requinte peculiar aos que sabem contar bem uma história”. Ele complementa explicando que a formação acadêmica e profissional dos argentinos, a leitura e, mais profundamente, os estudos literários na Argentina receberam uma maior atenção do que a dispensada às mesmas atividades pelos vizinhos brasileiros, por exemplo. E valendo-se da máxima “uma imagem fala mais do que mil palavras”, o Cineclube Araucária incluiu na série Panorama do Cinema Mundial, uma pequena mostra do que o cinema argentino tem a nos encantar com uma seleção de quatro filmes representativos dos últimos anos.

No Cinema Por Outras Telas

A Mostra No Cinema Por Outras Telas traz filmes que mostram o diálogo entre duas artes visuais - cinema e pintura – que sempre caminharam lado a lado por uma questão de conceito, desde os primeiros registros da imagem em movimento. Pode-se dizer que a estética imposta pelos cineastas às imagens que lançam nas telas, na sua essência, não difere do talento criativo que orienta a mão dos pintores geniais no momento em que concebem suas maiores criações. Em ambos os casos, a imagem materializa o tempo; e pode ser que esse fascínio exercido pela pintura sobre alguns cineastas tenha resultado na arte de materializar na película a força criativa de alguns dos maiores artistas de outras telas. Neste caso, também a seleção do curador Cervantes Souto Sobrinho foi bastante custosa. “Não são raros os casos de bons filmes que contam a vida e a arte de pintores consagrados. De Leonardo a Basquiat, o repertório é extenso e qualitativamente primoroso. Alguns foram os eleitos não pelo patamar de destacados em relação a outros, mas apenas porque a escolha havia de contemplar apenas quatro deles”, argumenta. Os artistas/filmes eleitos foram, portanto: Michelangelo, Vincent Van Gogh, Frida Kallo e Jackson Pollock.

PROGRAMAÇÃO – MAIO / 2016

Panorama do Cinema Argentino

12/05 (quinta, às 19h30) - Nove Rainhas (Nueve Reinas). De Fabián Bielinski. Argentina. 2000. 114’. 12 anos.
Sinopse – Marcos e Juan são dois picaretas que estão prestes a dar o maior golpe de suas vidas, envolvendo uma negociação milionária com uma série de selos raríssimos conhecida por Nove Rainhas.
           
13/05 (sexta, às 19h30) - Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Digital (Medianeras). De Gustavo Taretto. Argentina. 2011. 95’. 12 anos.
Sinopse – Martin é um web designer meio neurótico que passa por um momento de depressão por não se conformar com a maneira como a cidade de Buenos Aires cresceu. Passa a maior parte do seu tempo diante do computador e é através da internet que conhece Mariana, sua vizinha, também solitária e desiludida com a vida moderna.
           
14/05 (sábado, às 19h30) - Relatos Selvagens (Relatos Selvajes). De Damián Szifron. Argentina. 2014. 120’. 14 anos.
Sinopse - Diante de uma realidade crua e imprevisível, os personagens das histórias contadas no filme caminham sobre a linha tênue que separa a civilização da barbárie. Pequenos detalhas da vida cotidiana podem empurrar seus personagens para um lugar completamente fora de controle.

MATINÊ - 15/05 (domingo, às 15h) - A Tartaruga Manuelita (Manuelita). De Manuel Garcia Ferré. Argentina. 1999. 86’. Livre.
Sinopse – Manuelita é uma pequena tartaruga que nasceu em um lar cheio de amor e ternura. Quando chega na infância, encanta a todos e, por caminhos imprevisíveis, chega a Paris onde acaba fazendo muito sucesso nos círculos da alta costura.
           
15/05 (domingo, às 18h) - Valentin (Valentin). De Alejandro Agresti. Argentina. 2002. 86’. 12 anos.
Sinopse – Valentin é um menino de 9 anos que vive com a avó, já que seu pai está sempre ocupado com o trabalho e sua mãe desapareceu desde que se separou do marido. Solitário, o garoto divide seu tempo sonhando em ser astronauta e ouvindo as histórias contadas pela avó. Mas seu maior desejo é que seu pai o leve para reencontrar a mãe.

No Cinema Por Outras Telas

19/05 (quinta, às 19h30) - Frida (Frida). De Julie Taymor. EUA, Canadá, México. 2002. 118’. 14 anos.
Sinopse – Frida Kahlo foi uma das maiores personalidades artísticas do México. Consagrada e aclamada como pintora, ela teve um tumultuado casamento com Diego Rivera, seu companheiro também nas artes, além de um controverso caso com o escritor e político russo Leon Trotsky, além de várias histórias com mulheres célebres.

20/05 (sexta, às 19h30) - Agonia e Êxtase (The Agony and the Ecstasy). De Carol Reed. EUA, Itália. 1965. 134’. 12 anos.
Sinopse – Preocupado com o legado que deixaria para as gerações futuras, o Papa Júlio II resolve contratar Michelangelo para pintar o teto da Capela Sistina no Vaticano. A princípio o artista se recusa, mas acaba forçado a aceitar a empreitada, dando início a uma série de disputas entre ele o pontífice.

21/05 (sábado, às 19h30) - Sede de Viver (Lust for Life). De Vincente Minelli. EUA. 1956. 118’. 12 anos.
Sinopse – Em 1877, Vincent Van Gogh era um homem que trabalhava em um serviço religioso na Bélgica, até que seu irmão, um negociante de artes, o leva para Paris. Na capital francesa, ele tem contato com diversos artistas que o impulsionam a pintar, e logo, Van Gogh se transforma em um mestre da pintura que se divide entre sua genialidade artística e a mente atormentada.

MATINÊ - 22/05 (domingo, às 15h) - Uma Noite no Museu (Night at the Museum). De Shawm Levy. UK, EUA. 2006. 108’. Livre.
Sinopse – Larry trabalha como segurança noturno de um museu de história natural. Uma noite, coisas estranhas começam a acontecer, quando esqueletos de dinossauros e estátuas de cera ganham vida. Em meio ao caos, a única ajuda que pode receber vem da estátua de Theodore Roosevelt.

22/05 (domingo, às 18h) - Pollock (Pollock). De Ed Harris. EUA. 2006. 118’. 12 anos.
Sinopse – Em Agosto de 1949 a revista Life publicou em sua capa a seguinte manchete: “Jackson Pollock: será ele o maior artista vivo dos Estados Unidos?”. A partir daí, Pollock ficou conhecido como a maior celebridade norte-americana do mundo das artes plásticas e seu estilo corajoso e radical ditavam os rumos da arte moderna. Mas, os tormentos, que o ajudaram a criar uma arte original no início de sua vida, passaram a afligi-lo cada vez mais.

Serviço

Projeto Cineclube Araucária – O Cinema de Volta a Campos do Jordão
12/05 a 15/05 – Panorama do Cinema Argentino
19/05 a 22/05 – No Cinema Por Outras Telas
Local: Espaço Cultural Dr. Além
Av. Dr. Januário Miráglia, 1582, na Vila Abernéssia. Campos do Jordão/SP
Horários: quinta a sábado (às 19h30) e domingo (às 18h)
Matinê: domingo, às 15h
Grátis. Informações: (12) 3664-2300

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